segunda-feira, 30 de junho de 2014

Arco Metropolitano eleva o PIB do estado em R$ 1,8 bi


O primeiro trecho do Arco Metropolitano do Rio (RJ-109), que ligará o Porto de Itaguaí, passando pela Via Dutra (BR-116), em Seropédica, até o acesso à BR-040 (Rio-Minas), em Duque de Caxias, num total de 71,2 quilômetros, será inaugurado nesta terça-feira. O projeto ainda não estará totalmente completo, mas já trará benefícios para o trânsito e para a economia fluminense. Segundo estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a abertura dessa parte da via deve alavancar o PIB do estado em R$ 1,8 bilhão - cerca de 0,4% do valor atual.

O valor é praticamente o que foi investido pelos governos federal e estadual nos 145 quilômetros da RJ-109: 1,9 bilhão. Da ligação com a BR-040, o trajeto segue por 51,3 quilômetros de estrada duplicada já existente, até a altura de Santa Guilhermina, em Magé. Para completar todo o Arco Metropolitano até Itaboraí, onde está sendo instalado o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), é preciso ainda a construção de 25,5 quilômetros de rodovia sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) - com R$ 405 milhões da União -, que devem ficar prontos até 2016. O Dnit informou que não há previsão para a instalação de pedágios ao longo da via. O Arco será aberto à população um dia depois da inauguração, que contará com a presidenta Dilma Rousseff.
 
O trecho de 71 km que será inaugurado amanhã ligará Itaguaí à BR-040, em Caxias. Falta ainda a construção de 25 km de rodovias pelo Dnit.

"Só com essa primeira etapa em funcionamento, a indústria já passa a economizar 70% do custo logístico com o efeito do Arco na mobilidade. Importante ressaltar que o principal custo industrial é o logístico. Isso cria uma situação propícia para o surgimento de vários e diversificados setores industriais", explicou Riley Rodrigues, especialista em Competitividade e Desenvolvimento da Firjan.

"O governo estima que mais de 30 mil veículos por dia usem a rodovia já a partir desta quarta-feira. O Arco é a obra estratégica mais importante do estado nas últimas décadas. A Baixada vai se transformar em uma grande área de logística", disse o secretário estadual de Obras, Hudson Braga.

Menos 10 mil caminhões 

Cerca de 10 mil caminhões e carretas devem deixar de circular na Via Dutra, desafogando o complicado trânsito que se instala na principal rodovia na região da Baixada Fluminense. "Para o meu negócio vai ser uma maravilha. Mando mercadoria para Zona Oeste, para a Baixada e para a Região dos Lagos. Pela análise da minha empresa, teremos uma economia de tempo de 50%, o que equivale a 30% de economia financeira. Vou deixar de gastar com combustível, manutenção dos caminhões e hora extra que pago aos motoristas. Se não tiver pedágio no Arco, como estão prometendo, vai ser melhor ainda", disse o empresário Maurício Ferreira, dono da Seropec Shopping Rural, em Seropédica.

Ferreira acredita que o Arco pode trazer benefícios para o desenvolvimento do município. "Atualmente muita gente deixa de vir para cá porque evita a antiga Rio-São Paulo (BR-465), que está toda esburacada. Perco clientes com isso. O comércio de Seropédica deve melhorar muito com a nova opção de acesso. A Dutra hoje em dia está impossível", conclui.

Trânsito deve melhorar 

O desafogo de estradas com histórico de engarrafamento é motivo de entusiasmo para quem precisa se deslocar rotineiramente entre Baixada, capital e Região dos Lagos. "Vai ser uma mão na roda esse Arco. Hoje pego engarrafamento na Dutra e na Avenida Brasil, sem falar que tem o horário de restrição para passar na Ponte Rio-Niterói. Só podemos passar pela Ponte de madrugada. A gente, que é caminhoneiro, acredita que o Arco vai deixar as viagens muito mais rápidas", disse André Francisco Guimarães, de 30 anos.

Já a veterinária Laís Machado Gribois, 24, não vê a hora de usar as novas pistas. "Trabalho num haras aqui em Seropédica, mas moro em Niterói. Gasto R$ 10,10 de pedágio na Dutra e mais os R$ 4,90 para entrar em Niterói. Além de levar menos tempo com o Arco, acho que vou economizar em pedágio e gasolina", avaliou Laís.

"Faço faculdade de Hotelaria na universidade federal aqui de Seropédica e moro no Recreio. O Arco vai permitir que eu acesse a Rio-Santos e evite a Reta de Piranema e a antiga Rio-São Paulo, que, além de malconservadas, estão megacongestionadas", comentou a estudante Rachel Pinto, de 19 anos.

Após 40 anos, a rodovia se tornou realidade graças à aproximação política-administrativa firmada entre Sérgio Cabral (PMDB) e depois Pezão com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Dilma, nos últimos quatro anos. Porém, desde a criação do 'Aezão', a favor das campanhas de Aécio Neves (PSDB) e Pezão no Rio, a relação anda estremecida.

Porém, na última semana, o atual governador afirmou que "não vai cuspir no prato em que comeu por sete anos", destacando as parcerias importantes para o estado e reafirmando que vai trabalhar por Dilma. Mas, agora, o palanque do PMDB já não é mais só de Dilma. Resta agora saber se Pezão e a candidata do PT à reeleição terão agendas de campanha conjuntas no Estado do Rio.



O Dia, Paulo Cappelli e Aurélio Gimenez, 30/jun

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quer financiar? Veja as principais dúvidas


Onde, quanto, documentação e quais condições de pagamento estão entre as principais dúvidas sobre financiamento para casa própria, segundo especialistas. Há, ainda, os questionamentos sobre o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e se é possível fazer um empréstimo bancário para comprar um segundo imóvel. Se esta não é a sua situação, certamente, um dia será ou quem sabe vai conhecer alguém com tais interrogações.

Para esclarecer estas e outras perguntas comuns de quem vai dar o passo de realizar um financiamento, reunimos as respostas da Caixa Econômica Federal, do diretor da Estrutura Consultoria, Bruno Teodoro, e do diretor da Sawala Imobiliária, Sandro Sawala. Veja algumas delas:

1) O financiamento pode ser feito através de qualquer banco?

Se o imóvel tiver habite-se, e se o banco oferecer linhas de créditos para financiamento da casa própria, sim. Os mais tradicionais, além da Caixa, são Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e HSBC. "É importante que o cliente faça simulações nos sites dos bancos, como é o caso da Caixa Econômica, e pesquise bem as condições oferecidas. Vale ressaltar que, quanto maior o relacionamento que o cliente tem com a instituição, maiores são as vantagens", afirma Teodoro.

2) O que é preciso de documentação e outras exigências para começar um empréstimo?

Segundo a Caixa, para a aprovação do crédito, o básico é: documento de identificação, CPF, comprovação de estado civil (certidão de nascimento ou casamento), comprovantes de renda e residência com, no máximo, 60 dias de emissão. Com a aprovação do crédito, podem ser solicitados documentos complementares. Teodoro acrescenta que, no caso do trabalhador com renda informal, é importante apresentar os últimos seis extratos bancários ou boletos de cartões de crédito. "Não pode ter o nome negativado para pedir um empréstimo", lembra Sawala.

3) Qual é o prazo mínimo e máximo para financiar um imóvel?

Depende de cada banco, mas, em geral, pode chegar a até 360 meses (30 anos). No caso da Caixa, o prazo do financiamento com recursos da poupança (SBPE) pode chegar a 35 anos. Sawala ressalta que o tempo do empréstimo depende de renda, idade e tipo de financiamento (comercial e residencial).

4) É possível financiar mais de um imóvel por pessoa ou por família?

Sim, mas, segundo a Caixa, somente com recursos do SBPE e sem a possibilidade de utilização de FGTS nesse segundo imóvel. Sawala explica que, nos outros casos, é possível desde que a pessoa/família tenha prove renda suficiente e estar apta para arcar com as prestações.

5) Pode-se financiar um imóvel que seja de lazer?

Sim. "Os bancos como a Caixa contam com linhas especiais de financiamentos para unidades de veraneio" afirma Teodoro. A Caixa lembra que pode, mas somente com recursos do SBPE e sem possibilidade de utilização do FGTS.

6) Quais as possíveis formas de se compor a renda?

Todos os tipos de renda são passíveis de composição (pai e filhos, parceiros etc.), desde que sejam rendas comprovadas (ainda que informais).

7) Quais são os juros usados?

Variam de banco para banco, mas, em geral, ficam entre 8,5% e 12%, à exceção do programa Minha Casa Minha Vida, que gira de 9% a 10%. "Os juros variam de órgão financeiro e também respeitam algumas variáveis: tipo de renda; funcionários públicos ou deduções feitas direto em folha costumam ter percentuais menores; alguns bancos também costumam praticar juros menores ao cliente que aderir a serviços especiais, como crédito, cheque especial etc.", explica Sawala. "A taxa pode chegar a 7,8% dependendo do relacionamento que o cliente tem com o banco", completa Teodoro.

9) Quanto ao FGTS, para comprar o imóvel próprio usa-se todo ele ou parte dele?

Para utilização do valor do FGTS não existe valor mínimo, ficando a escolha a critério do cliente, informa a Caixa. Após a aquisição, não é necessário um intervalo para a primeira amortização, porém, entre a primeira e as demais (incluindo a liquidação) o intervalo é de dois anos.



O Globo online, Morar Bem, 27/jun

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Casa da semana: mansão é comprada por US$ 1 e transformada em hostel


O sonho de um casal em Memphis, Tennessee, nos Estados Unidos, era encontrar o lugar perfeito para criar um hostel. José e Jennifer Velásquez começaram a procurar por uma residência onde pudessem realizar o sonho que tinham há 24 anos. Eles até acharam, mas o que não esperavam era o preço: US$ 1. Isso mesmo, apenas um dólar.

A mansão de 8.100 metros quadrados foi construída em 1848 e quatro anos depois comprada por um influente banqueiro da região que realizou reformas, acrescentando à estrutura uma torre e o terceiro andar - ele tinha 10 filhos! Mais tarde, o imóvel pertenceu a James Lee Junior, que é como a residência ficou conhecida até hoje: "The James Lee House". Após sua morte em 1929, sua filha doou a casa para a cidade, que foi transformada numa escola de artes até 1959. Embora o município tivesse planos de construir um museu ali, a ideia nunca se concretizou, e o imóvel ficou vazio por mais de uma década, transformando a bela estrutura numa casa abandonada e decadente.

- Nós sempre quisemos ter um hostel. Desde que passamos a lua de mel neste tipo de acomodação. Chegamos a visitar alguns imóveis, mas nada nos interessava muito, até que vimos esta propriedade. É incrível. Trata-se de um casa no estilo vitoriano, com uma riqueza de história marcante - afirma o proprietário.

O projeto, entretanto, custou bem mais que a simbólica quantia de compra: o gasto total foi de US$ 2 milhões. Velásquez explica que junto com o um dólar da compra, foi necessário garantir o financiamento milionário da obra, detalhamento dos contratos com os profissionais, assim como realizar todas as mudanças dentro de 12 meses. O hostel foi aberto no dia 17 de abril deste ano:

- Nós conseguimos fazer tudo em dez meses. Tínhamos uma equipe extremamente competente que trabalhou seis dias por semana sem parar.

DECORAÇÃO MISTURA ERA VITORIANA E DESTE SÉCULO

E com um legado tão rico tanto na história da cidade quanto na decoração, o casal optou por manter algumas características intactas, como os espelhos no grande salão, as lareiras e a estrutura e estilo das salas de jantar e de entrada.

- Nós queríamos manter a história do estilo de outrora, mas também oferecer aos nossos hóspedes o conforto deste século - refere-se o dono, exemplificando como o design das janelas e o ar-condicionado nos quartos se integram.

Ao todo, são cinco suítes e cada uma leva o nome de antigos donos. As diárias custam entre US$ 245 (R$ 541) e US$ 450 (R$ 994). Segundo Velásquez, a maioria dos visitantes é da região, mas eles recebem também muitos ingleses e suíços.

Se estiver nos seus planos ir a Memphis nas próximas semanas, pode ver a disponibilidade de hospedagem no site deles James Lee House. De qualquer forma, dê uma conferida, em nossa fotogaleria, na mansão que virou hostel sem perder a compostura.



O Globo online, Morar Bem, 26/jun

terça-feira, 24 de junho de 2014

Projeto de extensão do BRT Transoeste até o Jardim Oceânico, na Barra, sofre alterações


Uma obra que ganhará velocidade nos próximos meses, no Rio, é a expansão do BRT Transoeste até o Jardim Oceânico. O canteiro já foi instalado, mas o projeto para implantar sete estações a partir do Terminal Alvorada sofreu alterações de última hora, a pedido da Câmara Comunitária da Barra. O canteiro central da Avenida das Américas não será mais reduzido para a construção das pistas exclusivas. No acordo com a prefeitura, ficou acertado que uma das três faixas das pistas centrais já existentes em cada sentido será adaptada para receber os ônibus articulados do corredor expresso. A perda será compensada com a construção de novas faixas, eliminando-se parte dos canteiros laterais. O Transoeste liga hoje os bairros de Santa Cruz e Campo Grande ao Terminal Alvorada, na Barra. 

- A mudança fará diferença para a população. Esses canteiros (centrais), além de serem uma referência à história do bairro, são largos e contam com um grande número de árvores, que será preservado - afirmou o presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck.

NOVA LOCALIZAÇÃO PARA TERMINAL

O prefeito Eduardo Paes negocia com o governo do estado outra mudança no projeto, sugerida pelos moradores. O terminal do BRT no Jardim Oceânico, atualmente previsto nas imediações do shopping Città América, pode ser deslocado para um ponto em cima da estação do metrô local. Pelo plano original, os passageiros do BRT no Jardim Oceânico teriam que percorrer uma longa passagem subterrânea até chegar à estação. Com a mudança, o terminal ficaria a poucos metros da entrada do metrô.

O Consórcio Rio Barra, responsável pelas obras da Linha 4 do metrô, confirmou apenas que estuda a mudança.



O Globo, 24/jun

segunda-feira, 23 de junho de 2014

As micromoradias ganham o mundo


Imóveis com preços tão altos que muitas vezes se tornam impagáveis (para compra ou aluguel), mobilidade reduzida e um número crescente de pessoas vivendo sozinhas. A combinação, comum a grandes cidades do mundo todo, vem produzindo um fenômeno que, nos Estados Unidos, vem sendo chamado de microhousing. São apartamentos tão pequenos - alguns chegam a ter somente 11 metros quadrados - que poderiam ser comparados a armários. Ou caberiam numa única vaga de garagem.

Assustador? Pois no Brasil eles já estão chegando e nos EUA já são uma realidade. Cidades como Nova York, Chicago e São Francisco vem revendo suas legislações para permitir a construção de microunidades. Nova York, que até então não permitia a construção de imóveis com menos de 37m², fez um concurso para a escolha do edifício de microapartamentos mais funcional para a cidade. O escolhido será erguido no centro de Manhattan e terá 55 unidades de 24m², todas mobiliadas com móveis multifuncionais e que se transformam conforme a necessidade. Assim, um mesmo espaço pode ser estar, jantar ou quarto, conforme o uso que se dá ao mobiliário. A clientela no caso são executivos jovens ou em passagem pela cidade.

Mas quem lidera o movimento americano é Seattle, que já tinha legislação menos restritiva em relação à construção de microunidades. Lá, na maior parte dos casos, são erguidos prédios por investidores que fazem quartos com banheiros para alugar e constroem as cozinhas em áreas comuns desses edifícios. Cada um tem entre 11m² e 18m².

Já há hoje cerca de 700 dessas unidades prontas e ocupadas e outras 3.100 em construção. Quase sempre em regiões próximas a universidades e áreas comerciais, que são servidas por uma boa infraestrutura de transporte público e serviços. Os ocupantes são, na maioria das vezes, estudantes e jovens profissionais, na faixa dos 30 anos, sem condições de arcar com o alto preço dos aluguéis.

Para se ter ideia, na cidade, o aluguel dos apês de um quarto, sem qualquer tipo de serviço, não custa menos de US$ 1.200 (R$ 2.700). Já nas microunidades, os valores variam de US$ 500 (R$ 1.125) a US$ 1 mil (R$ 2.250) e incluem utilidades, rede wi-fi e, em alguns casos, até vaga de garagem. Um valor mais "pagável", sem dúvida. Mas, para críticos do microhousing, a proliferação desse tipo de unidade tende a adensar, ainda mais, regiões já muito habitadas.

- Estamos considerando novas regulamentações para as microunidades, que devem assegurar um design de qualidade, além de incluir espaço mínimo para áreas comuns e vagas de estacionamento para bicicletas - explica Geoffrey Wentlandt, do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento da cidade de Seattle.

Já para os defensores das microunidades, elas permitiriam que mais pessoas vivessem em regiões próximas ao trabalho, pagando aluguéis mais baratos, ou até mesmo comprando um imóvel que, embora menor, cabe no bolso. O arquiteto Fabio Queiroz, doutorando do Núcleo de Estudos de Habitares Interativos (Nomads/USP) que acompanha o fenômeno dos micro mundo afora, lembra, contudo, que isso só vale para cidades com boa infraestrutura de transporte público e em áreas com muitos serviços, restaurantes e comércio próximo às unidades. Assim, a chegada de novos residentes poderia servir até para requalificar e revitalizar a área.

- Viver em espaços tão mínimos só faz sentido quando o habitar se estende para além do apartamento. É como morar na cidade e só dormir em casa. Nesses casos, o ideal é que os edifícios contem com ambientes para compensar a falta de espaço nas unidades e que permitam o convívio entre moradores e até áreas compartilhadas de trabalho, como coworkings. Também poderiam ser de uso misto com lojas e escritórios.

Criador de um dos mais celebrados apartamentinhos de Nova York, o seu próprio que tem 39m² e móveis transformers que dão ao imóvel diferentes configurações, o arquiteto canadense Graham Hill vai além e vê nas microunidades um estilo de vida em que o consumo e o acúmulo de coisas cedem lugar ao bem estar. Para ele, embora a infraestrutura seja importante, o transporte público teria um peso menor.

- Pessoas identificadas com esse estilo de vida tendem a andar a pé ou de bicicleta, principalmente, se morarem perto do trabalho - diz o criador da empresa LifeEdited que desenvolve soluções de design para microimóveis.

NO BRASIL, SÃO PAULO É PIONEIRA

Uma das empresas para a qual o canadense Graham Hill prestou consultoria foi a paulistana Vitacon, incorporadora que ano passado lançou um prédio com 90 unidades entre 19m² e 26m² na Vila Olímpia, em São Paulo, e acaba de colocar no mercado outros dois com microunidades na região. A cidade vem sendo pioneira no Brasil na construção desse tipo de imóvel. E a razão para isso é justamente a legislação - o mínimo possível de um imóvel gira em torno dos 18m².

- A inteligência de espaço é a grande tendência do mercado imobiliário, e por isso comecei a investir nestes empreendimentos, sempre em regiões bem servidas de transporte público e serviços, como Vila Olímpia e Itaim Bibi. A família mudou, os costumes também e para um determinado público existe a demanda por esse imóvel - diz Alexandre Frankell, CEO da Vitacon.

Já no Rio, a construção desse tipo de imóvel só seria possível se houvesse uma revisão no zoneamento. É que, por aqui, a área mínima exigida é de 30m², em bairros como Centro, São Cristóvão e Bangu, além das partes centrais de Andaraí, Tijuca e Grajaú. Na Zona Sul, não se constrói nada com menos de 60m². E, segundo a Secretaria de Urbanismo, não há, ao menos por enquanto, qualquer previsão para rever as leis.

- De vez em quando se fala nisso, mas não vejo qualquer vantagem em mudar a legislação, se não houver uma melhora do espaço público - avalia o arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB).

Secretária de Urbanismo de Niterói, Verena Andreatta lembra que até a década de 1990 era proibido morar no Centro do Rio e que a reivindicação do uso como moradia das regiões centrais de grandes cidades é bastante atual. Ela está à frente do projeto de revitalização do Centro de Niterói, que pretende transformar a região num polo habitacional tanto como comercial:

- Mas ainda não pensamos nessa questão do tamanho das unidades.

O arquiteto Fabio Queiroz, do Nomads/ USP, avalia que, embora parta de bons princípios, a construção das microunidades também segue interesses do mercado imobiliário:

- Urbanisticamente, os princípios são corretos, mas a implementação dos micro visa a ampliar o mercado. Nos EUA, isso tem a ver com a crise iniciada em 2008. Como as pessoas não podiam mais pagar por aquelas enormes casas nos subúrbios, passou-se a vender a ideia de viver em lugares apertados, próximos ao trabalho e que reduzissem gastos inclusive com carro. Aqui, tem a ver com a necessidade de o preço do imóvel caber no teto financiado pela Caixa.

De fato, os imóveis lançados pela Vitacon, por exemplo, tem metro quadrado em torno de R$ 15 mil, o que faz com que cada unidade saia por cerca de R$ 300 mil - o valor máximo de financiamento da Caixa nas grandes cidades é R$ 750 mil. Mas esse é o preço do apartamento "pelado". Quem quiser um apê com o mobiliário inteligente desenvolvido por Hill e sugerido pela empresa, precisa desembolsar mais R$ 100 mil.



O Globo, Karine Tavares, 22/jun

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Copa gerou um milhão de empregos


O presidente da Embratur, Vicente Neto, afirmou nesta quinta-feira que a Copa permitiu a geração de um milhão de empregos no país, ou cerca de 20% dos 4,8 milhões de vagas criadas durante o governo da presidente Dilma Rousseff, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério do Trabalho.

- Houve a geração de um milhão de empregos no país só com a Copa. Desses, 710 mil são empregos permanentes - disse Neto, ao participar de coletiva de imprensa no Centro Aberto de Mídia, no Forte de Copacabana.

Neto destacou que um evento como a Copa do Mundo tem impacto positivo e que o governo tem trabalhado para garantir a manutenção do turismo conquistado com o evento.

A estimativa é que a Copa tenha um impacto de R$ 6,7 bilhões na economia do turismo do Brasil. Se considerar a economia como todo - incluindo serviços, investimentos e comércio exterior -, o impacto na economia como um todo será de R$ 30 bilhões, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) encomendada pelo Ministério do Turismo. Esses valores não consideram investimentos em infraestrutura.

FIFA E COI SÃO CRITICADOS

Presentes ao encontro, o professor da Fundação Getulio Vargas Pedro Trengrouse e o professor da Uerj Lamartine da Costa fizeram críticas ao atual modelo de realização de megaeventos, como Copa e Olimpíadas, organizados por Fifa e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Para Costa, está ocorrendo uma mudança na forma de organizar grandes eventos esportivos e a Copa do Brasil deve ser uma das últimas a serem realizadas com a atual estrutura.

- Até agora, sete ou oito cidades abandonaram a candidatura aos Jogos de Inverno na Europa. Hanoi, no Vietnã, também desistiu de um megaevento. Os megaeventos são insustentáveis nesse ritmo - disse o professor da Uerj, atribuindo ao pesado custo que cabe às cidades e países organizadores uma das principais razões para o fenômeno.

Costa também condenou a interferência exagerada da Fifa nas questões internas do país e principalmente as declarações públicas sobre a condução dos projetos necessários para o Mundial.

Pedro Trengrouse concordou com a avaliação de que o modelo de organização de megaeventos está em risco, mas afirmou que os benefícios da Copa são maiores que os malefícios. Ele esclareceu, no entanto, que um megaevento não pode ser visto como a solução dos problemas. Na sua opinião, o governo perdeu a oportunidade de realizar eventos de exibição pública em todo o país, como uma forma de incluir a população em um evento como esse.

- Não ter ingresso para a Copa na Alemanha não dói, mas aqui dói. Teríamos que ter investido mais R$ 1 bilhão para eventos de exibição pública. A festa do Alzirão, por exemplo, custou R$ 2 milhões. Por que não fazer mais eventos como esse? - perguntou Trengrouse.



O Globo, 20/jun

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Turistas devem gastar R$ 6,7 bi no Brasil durante a Copa, diz Ministério do Turismo


Turistas brasileiros e estrangeiros devem gastar um total de R$ 6,7 bilhões nas 12 cidades sede da Copa do Mundo, com o Rio de Janeiro sendo o principal foco dos gastos, segundo o Ministério de Turismo do Brasil.

O total inclui gastos com hotéis, transportes, restaurantes e bares, disse o ministro de Turismo, Vinicius Lages.

Somente no Rio, os gastos devem chegar a R$ 1 bilhão, enquanto Curitiba deve ser a cidade a receber menos gastos: R$ 297 milhões.

O Mundial vai gerar um fluxo de 3,7 milhões de visitantes para as 12 cidades sede, incluindo 600 mil turistas estrangeiros, segundo dados do Ministério.

"O País tem uma enorme janela de oportunidade (com a Copa do Mundo). Estamos preparando uma campanha para reforçar nossa imagem de destino para turistas. Recebemos 6 milhões de turistas por ano e isso é nada comparado ao nosso potencial", disse Lages.



O Estado de São Paulo, 18/jun

terça-feira, 17 de junho de 2014

Consórcio já começa a instalar linha férrea do metrô no trecho entre Barra e São Conrado


Trilhos são instalados no trecho entre o Jardim Oceânico, na Barra, e São Conrado, onde a construção das estações também está adiantada. O consórcio da Linha 4 diz que a obra será concluída em meados de 2016. 

Enquanto a bola rola na primeira fase da Copa do Mundo, as obras da Linha 4 do metrô - fundamentais para as Olimpíadas de 2016 e, claro, para a vida dos cariocas - começam a ganhar forma. Como adiantou a coluna Gente Boa, os trilhos já começaram a ser instalados no trecho da Barra da Tijuca a São Conrado, onde a construção das estações também está adiantada e a escavação nos cinco quilômetros de túneis entre os dois bairros, concluída. Na Barra, são executadas ainda as fundações dos pilares da ponte estaiada que atravessará o Canal da Joatinga. E, da Gávea a São Conrado, há quatro frentes de trabalho para abrir caminho na rocha. O único senão é a suspensão temporária, no trecho Ipanema-Gávea, da operação do Tunnel Boring Machine (TBM), o tatuzão, devido ao afundamento de solo na Rua Barão da Torre, em Ipanema, no mês passado.

Apesar do acidente na Zona Sul, que parou a construção dos túneis na região, a Concessionária Rio Barra S/A, que realiza as obras, afirma que o cronograma está mantido, com o início de operação da Linha 4 previsto para o primeiro semestre de 2016, após uma fase de testes. A colocação dos trilhos começou na via 1 do túnel duplo que liga a Barra a São Conrado (o maior do mundo escavado em rocha entre estações metroviárias). Até agora, 400 metros de trilhos foram instalados, numa área mais ou menos equidistante a ambos os bairros.


Na última sexta-feira, operários continuavam acomodando dormentes ao longo do túnel. Segundo o consórcio, a previsão é que sejam instalados 300 metros de trilhos por semana, em intervenções que seguirão, simultaneamente, em direção à Barra e a São Conrado. Com isso, a colocação de trilhos na via 1 deve terminar no início de 2015, quando começarão os serviços na via 2.

PLATAFORMAS QUASE PRONTAS

Nesse trecho, a estação mais adiantada, a de São Conrado, foi completamente escavada. A plataforma de embarque e desembarque está em fase de conclusão. E salas técnicas recebem acabamentos, como ladrilhos e instalações elétricas. Já na do Jardim Oceânico, continuam as escavações e montagem de estroncas, estruturas metálicas que vão escorar as paredes. Mas os dois acessos de passageiros já foram conectados ao centro da estação, que será envolvida por uma manta especial com a finalidade de impermeabilizá-la, uma vez que, na região, o lençol freático está a apenas dois metros da superfície.


Estação de São Conrado: plataforma de embarque e desembarque em fase de conclusão - Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Ao todo, de acordo com o consórcio que realiza as obras, da Barra até a Gávea foram escavados cerca de oito quilômetros de túneis. De São Conrado à Gávea, os trabalhos chegaram perto da metade do caminho, em um ponto onde haverá um alargamento do túnel para a construção de uma bifurcação, com vias tanto no sentido Leblon, quanto em direção à Gávea.

No trecho da Zona Sul, apesar da paralisação na escavação dos túneis devido ao afundamento do solo, outros serviços continuam sendo realizados. Até agora, tinham sido escavados 400 metros de túneis pelo tatuzão. Mas a operação do equipamento só será retomada em cerca de 45 dias.

"Com o assentamento de solo ocorrido na madrugada do dia 11 de maio na Rua Barão da Torre, a construção do túnel entre Ipanema e Gávea está temporariamente suspensa, até que sejam concluídos os serviços de injeção de cimento que vão devolver a coesão ao terreno nesta região", afirma nota do consórcio do metrô.

NAS ESTAÇÕES, TRABALHOS SEGUEM

Enquanto isso, as escavações da estação Nossa Senhora da Paz estão quase terminando, dizem os responsáveis pela obra. Atualmente, é executada uma laje na área por onde o tatuzão passará. Os acessos, por sua vez, recebem acabamentos, como instalação de corrimãos. Dessa forma, espera-se que até o próximo mês parte da Praça Nossa Senhora da Paz seja liberada ao público novamente.

Na Estação Jardim de Alah, as paredes da estação continuam sendo construídas, e atualmente são instaladas cortinas de proteção nos prédios do entorno. Na Estação Antero de Quental, foram concluídos o serviço de tratamento de solo no corpo da estação e a escavação da laje de cobertura. O acesso está sendo escavado pela Avenida Ataulfo de Paiva. Na estação Gávea, depois da conclusão das escavações em solo, começará a fase de escavações em rocha.

Com a expansão, os passageiros poderão optar por trens que seguirão da Barra à Gávea, da Barra a Ipanema/Uruguai e da Gávea a Ipanema/Uruguai (ou vice-versa para todos os casos). Na Linha 4, serão seis estações (Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz) e aproximadamente 16 quilômetros de extensão. A previsão é de que a viagem da Barra a Ipanema demore 15 minutos e, da Barra ao Centro, 34 minutos, em trajetos que devem ser feitos por cerca de 300 mil pessoas por dia.

MALHAS DE DAR INVEJA AO RIO

Em Nova York, o metrô tem 24 rotas e mais de 400 estações. Em Paris, 16 linhas e 300 estações. Em Londres, são 11 linhas e algo como 250 paradas. Em Berlim, apenas um sistema, o U-Bahn, tem dez rotas e cerca de 150 estações. Todas essas metrópoles contam com rede metroviária integrada, que chega a quase toda a cidade. Uma realidade muito distante da Região Metropolitana do Rio. Apesar da atual expansão para a Barra, quando ela ficar pronta, serão 42 estações em toda a cidade. A Linha 4 sairá do papel possivelmente sem que a 3 (Niterói e São Gonçalo) tenha passado de mera promessa. E, mesmo com a Linha 4, o metrô no Rio continuará como uma rota só, da Pavuna à Barra.

Para o futuro, o governo planeja criar a linha Gávea-Largo da Carioca, passando por Jardim Botânico e Botafogo. Há ainda intenção de levar o metrô até o Terminal Alvorada e ao Recreio dos Bandeirantes. Ainda assim, o metrô não chegará a regiões populosas, que também não são alcançadas por outros modais, como os trens. Para o engenheiro de transportes da Uerj José de Oliveira Guerra, o relevo do Rio, com a ocupação dos dois lados da cadeia de montanhas, dificulta e encarece a expansão. Ele lamenta que a Linha 4 não tenha seguido o trajeto original (a partir de Botafogo):

- Temos uma história de concepção e execução do sistema metroviário muito lenta. Além disso, falta planejamento a longo prazo do sistema de transportes. Não há um esboço do que precisaremos nos próximos cinco, dez, vinte anos.



O Globo, Rafael Galdo, 17/jun

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Tudo reunido em um só lugar


Imagina poder trabalhar, morar e resolver as coisas do dia a dia em um só lugar? Os empreendimentos 'mixed-use', ou seja, que reúnem unidades comerciais, residenciais e lojas, antes encontrados somente na Barra da Tijuca, agora migram para outros bairros. Os empreendimentos atraem interessados e investidores de outras regiões. Na Penha, por exemplo, o Faces Office Mall e Residencial, da Tao Empreendimentos, teve 100% das unidades vendidos no dia do lançamento.

Segundo Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, o bairro apresentava demanda reprimida. As unidades do Faces foram quase todas compradas por moradores da Penha e arredores. "É um fenômeno do 'Rio dentro do Rio', que também acontece em outras regiões, como a Tijuca", explica Vasconcelos. O Faces terá 88 apartamentos, 208 salas e 21 lojas, além de lavanderia e 18 itens de lazer.

Já as construtoras MR2 e Martinelli escolheram a Taquara para lançar neste fim de semana o Connect Life - Work - Trade, próximo ao Largo da Taquara. Serão 390 unidades (119 salas comerciais, 263 residenciais entre sala e quarto e dois quartos e oito lojas), além de serviços pay-per-use (pague somente se usar), lazer com mais de 25 itens e segurança 24 horas.

As comerciais têm preços a partir de R$ 115 mil. Já as residenciais de sala e quarto sairão custam R$ 185 mil e as de dois quartos saem por R$280 mil. O complexo será construído pelo sistema de obra a preço de custo. Neste modelo, não há a figura do agente financeiro (banco), também não são cobrados j uros e a correção das parcelas é pelo INCC, o índice de inflação da construção civil. O prazo de pagamento é de até 48 meses.

"Juntamos as experiências para dar ao cliente a oportunidade de comprar um imóvel para morar ou para investi", explica José Luiz Martinelli, diretor da Martinelli.

Marco Túlio Cabral, diretor da MR2, lembra que este tipo de construção representa economia de até 25%. "É possível adequar a prestação ao bolso. Terminada a obra, o comprador recebe as chaves e não há mais dívida", ressalta.



O Dia, Cristiane Campos, 15/jun

terça-feira, 10 de junho de 2014

Construtoras apostam no design


Como o mercado de escritórios de alto padrão está passando pelo ciclo de entrega, e a concorrência pelo ocupante deve se manter acirrada, desenhos mais arrojados podem servir como desempate"

Na contramão do restante do mercado imobiliário do Rio de Janeiro, os empreendimentos de alto luxo ainda encontram compradores com facilidade. A principal razão é a falta de construções do tipo na cidade. O exemplo a ser seguido é São Paulo, onde edifícios residenciais e empresariais de alto padrão já fazem parte do skyline da cidade.

Como a disputa por esse mercado de luxo, principalmente em residências, é diferenciada, cresce o apelo do design e de nomes reconhecidos. Não por acaso, as construtores disputam. E essas empresas estão buscando profissionais e escritórios de arquitetura dentro e fora do país. É o caso da Mozak, que fará dois lançamentos simultâneos em Botafogo e no Humaitá, bairros da zona Sul do Rio.

O empreendimento de Botafogo é o primeiro projeto da Triptyque na cidade. Com apenas 16 unidades de dois quartos, o prédio terá ainda duas lojas térreas. O VGV estimado é de R$ 21 milhões. O escritório francês já tem diversos prédios em São Paulo, como o famoso edifício residencial na Rua Fidalga, na Vila Madalena.

"Como o design é um diferencial e as pessoas querem exclusividade quando compram imóveis como esses, não podemos repetir os arquitetos com frequência. Por isso, já temos uma lista de dez a quinze nomes para novos projetos", diz o presidente da Mozak, Isaac J. Elehep.

O mesmo movimento se repete em empreendimentos comerciais, multiuso e até hotéis. "Consideramos que essa tendência deve se manter e até aumentar. Como o mercado de escritórios de alto padrão está passando pelo ciclo de entrega, e a concorrência pelo interesse do ocupante deve se manter acirrada Roberto Patiño, Gerente de negócios da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle no curto e médio prazos, desenhos mais arrojados podem servir como fatores de desempate", afirma o gerente de negócios da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, Roberto Patiño.

A própria Mozak anunciou que construirá um edifício comercial no Jardim Botânico, zona Sul do Rio. A novidade ficará por conta do projeto paisagístico, que contemplará diversas espécies de plantas na fachada e no interior. "Focamos na zona Sul, onde a grande dificuldade é encontrar terrenos. A opção, muitas vezes, é comprar edifícios antigos para demolir. Com isso, as negociações podem levar até quatro anos", afirma Elehep.

Outra construtora que está atenta a essa demanda é a Calper, que terá um hotel, com entrega prevista para 2015, no Recreio dos Bandeirantes. A empresa buscou inspirações internacionais - empreendimentos de Dubai e Abu Dhabi, além do arquiteto catalão Gaudí - para a construção do Hotel Premium Design Rio, que terá fachada simulando ondas do mar.

Já a construtora Calçada pretende trazer um estilista para assinar o projeto de seu complexo multiuso na Barra da Tijuca, que reunirá hotel, centro de convenções, shopping e salas comerciais.



Brasil Econômico, Gabriela Murno, 09/jun

segunda-feira, 9 de junho de 2014

BarraShopping chega a sua sétima expansão


"Eu resolvo minha vida no BarraShopping". É assim que Jussara Raris, superintendente do complexo BarraShopping/New York City Center, defende o gigante que cresce junto com a Barra, recebendo cem mil pessoas por dia, de segunda a segunda. Na inauguração, em 1981, eram apenas cem lojas em um único piso; hoje com quatro quilômetros de vitrines e mais de 600 lojas, ele chega à sua sétima expansão. A nova área, um investimento de R$ 243,9 milhões, será aberta ao público nesta terça, a partir das 15h. Foram acrescentados 35 mil m² de área construída, onde estão 55 novas lojas, em três níveis, que vão da portaria A à C, com várias ligações internas.

Entre as marcas internacionais famosas que chegam à expansão, estão a queridinha das adolescentes Forever 21 - que gerou filas constantes e grande rebuliço em sua inauguração surpresa no VillageMall, em março -, GAP, Sephora, Guess, Desigual, Dessange Paris Brasil, Hurley e Nautica, marca americana que abre sua primeira filial na América Latina. O estacionamento subterrâneo, com 628 vagas, é outra novidade.

- A ideia é manter o conceito de ser um shopping completo: 65% dos visitantes são moradores da Barra, e os outros vêm de toda a cidade. O poder de atração se deve também à quantidade de empresas no entorno - diz Jussara, salientando que, no último ano, houve aumento de 3% no número de carros no estacionamento.

A Multiplan, administradora do shopping, prevê a criação de dez mil vagas de empregos diretos e indiretos com as novas operações. O Centro Médico, conta Jussara, será o próximo a passar por ampliação.

Entre as novas opções de alimentação estão Bacio Di Latte, Café Suplicy, Chez Bonbon, Fini, PJ Clarke's, FOM, Starbucks e Mori Sushi Ohta. Este último é um dos restaurantes japoneses de maior sucesso em São Paulo.

O Barra Kids, espaço exclusivo para crianças de até 10 anos, se mudou para a nova área, duplicando seu tamanho. Agora, tem capacidade para 80 crianças e novas atividades: cantinho de leitura, brinquedoteca, cineminha, estações de games (Wii, PS4 e Xbox One), camarim, espaço para artes manuais, pista de automodelismo, minigolfe, sala de videokê, oficina de carro e campo de futebol. O espaço inclui espaço para bebês de até 2 anos, um fraldário e um salão exclusivo para festas de aniversário.

Até o início da semana passada, eram poucas as lojas com acabamento finalizado. A ansiedade entre lojistas e administradores diante de toda a poeira e dos tapumes que ainda cobriam o espaço era grande, mas todos estavam confiantes na entrega da obra para esta terça-feira.

A fachada toda envidraçada da nova área reflete o novo projeto de arquitetura do BarraShopping, que deverá se estender em breve para todo o ce ntro comercial. Mas o principal chamariz serão as grifes que desembarcarão no Rio via expansão. A italiana Zucchi Home Fashion, referência no cenário internacional, principalmente em produtos têxteis para o lar, é uma delas.

Outra novidade é a paulista Spezzato, há 28 anos no mercado, com lojas espalhadas pelo país. Comandada por Andréa Chammas Kurbhi e por sua sobrinha, Roberta Nahas, a marca oferece moda feminina adulta e teen.

- A proposta da Spezzato é vestir a mulher para todas as ocasiões, com um visual moderno e sexy, sem ser vulgar. O BarraShopping tem um público bacana e é muito movimentado; aceitamos o convite (da administração) para vir na hora - conta Andréa, cujas clientes cariocas já reivindicavam uma loja no Rio.

As obras da expansão compreendem ainda a revitalização da fachada nas entradas A e B; a reforma de lojas próximas ao espaço, com novo modelo arquitetônico, e a construção de banheiros e acessos, como escadas rolantes e comuns.

Últimos ajustes para a inauguração

Na decoração da loja predomina a combinação do preto com rosa. Círculos de espelhos no teto e estampas de caveira já dão ideia do ambiente ousado que Daniela Jaffé, à frente da Up2Date ao lado da mãe, Hedy Montenegro, prepara para a abertura de sua segunda loja (a primeira fica no Barra Garden). A marca oferece roupas, bolsas, sapatos e acessórios, explica Daniela, para garantir que a mulher saia pronta da loja seja para uma festa ou um passeio casual.

- É uma mistura de rock com chique. Teremos manequins suspensas, uma delas sentada num bambolê, com um visual sadomasoquista - diz Daniela, salientando que se inspira em lojas londrinas e vasculha blogs de moda. - Botamos luzes de boate nas cabines para a cliente que quiser se sentir em clima de night enquanto escolhe o look.

A estilista Patricia Veiga, dona da loja de sapatos que leva seu nome, quer atender mães e filhas. Depois das unidades em Itaipava e em Ipanema, ela chega à expansão do mall, em parceria com a amiga Ana Beatriz Toth, lançando mais modelos de sapatilhas confeccionadas artesanalmente, o carro-chefe da marca.

Criada em 1998 com o nome de Agilità Girls, a marca LITT', do grupo Agilità, que completa 30 anos, também aproveita a expansão para inaugurar sua loja de varejo na Barra.

Em outro segmento, a papelaria Casa Ribeiro, com 104 anos de existência, também garantiu espaço na área, onde abrirá sua sétima casa.

- Este é o maior shopping do bairro e traz agora uma faceta futurista, mais jovem e moderna. A expectativa é grande - diz Antônio Carlos Barroso, dono do negócio ao lado do filho Júnior, enquanto convida a equipe do GLOBO-Barra a entrar na loja com o pé direito.



O Globo, Jéssima Lauritzen, 09/jun

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Rio ganha destaque em relatório internacional


Londres, Nova York, Los Angeles, Hong Kong, São Francisco. As cinco cidades foram consideradas pela Christie's International Real Estate como as que têm o mais forte mercado imobiliário de alto luxo do mundo. A conclusão foi feita a partir da análise dos dados enviados por representantes das 139 afiliadas da rede em 45 países, inclusive o Brasil. A avaliação levou em conta parâmetros como preços de venda, os recordes de cada país e crescimento dos negócios realizados envolvendo imóveis com valores acima de US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões).

Apesar dos preços surreais, o Rio não figura no top 10 do ranking. Ainda assim, mereceu destaque no relatório, ao lado de outros mercados já consolidados do mundo como Cingapura e Dalas, e é apontado como um potencial alvo de investidores ao longo deste ano já que, por conta dos compromissos que teve que assumir para realizar Copa e Olimpíadas, diz a análise da Christie's, realizou um grande investimento em infraestrutura, o que fez com que os valores das propriedades aumentassem muito nos últimos anos.

- Muitas cidades como Barcelona, Madri, Lisboa não foram sequer citadas. O Rio é um mercado emergente e promissor que vem sendo descoberto por esse mercado de luxo. Basta ver a chegada das grandes marcas de moda por aqui - avalia Frederico Judice, diretor da imobiliária Judice & Araújo, que é afiliada da Christie's.

Londres se destaca no comparativo entre os dez mais importantes mercados de imóveis de luxo do mundo. A cidade bateu, pelo segundo ano consecutivo, a maior média de valor por metro quadrado entre as cidades analisadas - R$ 111.904. Hong Kong aparece em segundo lugar, com valor médio de metro quadrado de R$ 61.604.

PERFIL DOS COMPRADORES

Ainda segundo o relatório, os compradores têm buscado imóveis em cidades onde possam encontrar boa infraestrutura e, sobretudo, qualidade de vida. Há ainda uma geração formada por pessoas na faixa dos 30-40 anos, que têm contribuído para movimentar o mercado por considerarem que os imóveis de luxo são um investimento seguro. Nos Estados Unidos, por exemplo, 57% dessas pessoas consideram fechar a compra de um imóvel de luxo no próximo ano. Eles buscam casas automatizadas e com amplos terrenos. A busca de imóveis de luxo também é uma realidade em Londres, para onde se mudam jovens de países como China, Rússia e da região do Oriente Médio.


O Globo online, Morar Bem, 06/jun