segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mercado está cada vez mais tecnológico


Que tal acompanhar o andamento da obra em todas as etapas? Ou receber informações sobre lançamento imobiliário via celular? E mais: poder, via telefone também, contratar serviços pay-per-use (pague somente se usar) ou reservar espaços comuns do condomínio? Esta é a nova realidade do mercado imobiliário, com ferramentas tecnológicas que proporcionam mais comodidade ao cliente. As opções são trunfo na venda do imóvel.

Na Leduca, por exemplo, o drone (equipamento que registra imagens da obra, dando vista panorâmica) é usado para complementar relatórios fotográficos.

"O cliente pode acompanhar o andamento da obra com todos os detalhes", explica Rodrigo Rocha, gerente de marketing da empresa.

Dependendo do caso, o equipamento necessita de autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A geolocalização permite enviar, pelo celular, dados do imóvel nos sinais de trânsito

Com a proibição de panfletagem nos sinais e no trânsito do Rio, a solução criada pela Sensorial foi mostrar as ofertas por geolocalização. Quando os veículos param em sinais ou em engarrafamentos num raio de até sete quilômetros do estande de vendas, as pessoas recebem dados pelo celular sobre o produto. A média é de 15 mil "disparos" por dia.

A Brookfield investiu em aplicativo (Android e IOS) de decoração para o Damai Residences & Lifestyle, no Recreio dos Bandeirantes. A ferramenta oferece passeio em 3D pelos projetos, com detalhes em escala real. A Coelho da Fonseca investe em soluções mobile.

"Mais de 25% dos acessos já se dão por meio de aparelhos móveis, e 90% dos potenciais compradores acessam canais digitais da companhia antes de finalizar a compra", afirma Allan Fonseca, diretor de Marketing Digital.

No Friends, da Living na Zona Norte, há aplicativo com informações, vídeo e passeio virtual pela unidade decorada.

Condomínio na palma da mão

Para os condomínios prontos, a agência carioca H1 desenvolveu aplicativo (Android e IOS) que facilita a vida dos moradores. Segundo Leonardo Silveira, diretor da empresa , por meio do celular é possível contratar serviços pay-per-use, e reservar espaços como quadra de tênis e churrasqueira, além de marcar no Facebook os convidados para eventos programados.

"Na Barra, por exemplo, onde há bairros planejados e condomínios com número expressivo de moradores, o aplicativo fará a diferença", destaca.

Ele conta que a ferramenta é bem aceita pelas construtoras. "As empresas acreditam que o mobile condominial, além de facilitador, é poderoso argumento de venda do imóvel", diz.



O Dia, 12/abr

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Consórcio conclui obras na Rua Barão da Torre


Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras da Linha 4 do metrô carioca no trecho entre Ipanema e a Gávea, concluiu as intervenções na Rua Barão da Torre, em Ipanema. O último trecho da via que permanecia interditado, entre as ruas Teixeira de Melo e Farme de Amoedo, será liberado a partir de sábado. No dia 7 de março, o trecho da Barão da Torre entre as ruas Farme de Amoedo e Joana Angélica já havia sido liberado ao trânsito.

Com o fim das obras nas imediações, terminam também as inversões temporárias no fluxo de veículos nas vias Teixeira de Melo e Jangadeiros, entre as ruas Visconde de Pirajá e Barão da Torre. A Teixeira de Melo volta a operar em direção à Barão da Torre e à Jangadeiros, no sentido Praça General Osório/Praia de Ipanema. Uma nova sinalização será implantada e profissionais de tráfego atuarão na orientação de condutores e pedestres. As alterações de trânsito foram definidas com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio).

Apesar de não existirem mais obras na via, o consórcio continua executando as restaurações nos edifícios que foram afetados pela obra, bem como os reparos das pedras portuguesas nas calçadas do trecho entre as ruas Teixeira de Melo e Joana Angélica. Ao final destes serviços, a via será rearborizada.

Obra

A Linha 4 é um dos principais projetos de mobilidade urbana atualmente em execução no estado. Quando entrar em operação, no ano que vem, ligará a atual Estação Ipanema/General Osório, da Linha 1, ao Jardim Oceânico, região da Barra da Tijuca. De lá os passageiros poderão utilizar o sistema de BRT's, a apartir do trecho zero da Transoeste, também em construção.

A nova linha de metrô transportará por dia cerca de 300 mil pessoas, retirando das ruas cerca de 2 mil veículos por hora/pico. Serão seis estações nos bairros de Ipanema, Leblon, Gávea, Rocinha, São Conrado e Barra da Tijuca, com aproximadamente 16 quilômetros de extensão.



Jornal do Commercio, 10/abr

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Um Hilton na Barra


Fundada por Conrad Hilton, bisavô da socialite Paris Hilton, a famosa cadeia Hilton, que tem uns 2.500 hotéis em mais de 80 países, inaugura, hoje, seu primeiro no Rio. Fica na Av. Abelardo Bueno, na Barra.



O Globo, 09/abr

Casa Mínima


Muito comum nos Estados Unidos, as minicasas também entraram no radar do AirBnB, site especializado em aluguel de residências por turistas. Um dos destaques do portfólio fica em Nashville, cidade do Tennessee considerada a capital da música country.

Compacta no tamanho, a casa é feita de madeira, possui 19 m2 e abriga duas pessoas com um certo conforto. A charmosa construção levou cerca de dois meses para ficar pronta e custou menos de US$ 2 mil.



Istoé Dinheiro, 08/abr

terça-feira, 7 de abril de 2015

Projeto 'Cidades Maravilhosas' incentiva turismo no interior


A Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e a Secretaria de Estado de Turismo incentivam moradores e turistas a visitarem o interior do Estado por intermédio do projeto Cidades Maravilhosas. A proposta é fazer com que os cariocas permaneçam no Rio de Janeiro incentivando também o fluxo de turistas brasileiros e estrangeiros para a nossa cidade. Para isso, a ideia é fomentar o projeto Cidades Maravilhosas do Governo Fluminense que consiste em divulgar roteiros turísticos que estejam até três horas de distância da capital.   

O objetivo do programa é divulgar em conjunto o potencial turístico de duas cidades no interior, sendo uma próxima ao mar e a outra na região serrana. Assim o turista pode escolher a opção que mais lhe agrada. O projeto ainda conta com a divulgação das peculiaridades dos locais contemplados incluindo sugestões de roteiros, hotelaria, gastronomia, cultura e lazer.   

De acordo com o Secretário de Estado de Turismo, Nilo Sérgio, é preciso incentivo no setor.

"O turismo de curtas distâncias vem crescendo muito em diversas partes do mundo. Vamos explorar esta modalidade aqui em nosso Estado, divulgando o potencial turístico de cidades próximas à capital. Em trajetos de até três horas é possível explorar dezenas de praias ao sul e ao norte do estado; conhecer as belezas das fazendas históricas do Vale do Café; ou passear por cidades da Região Serrana", explica.   

Para o Doutor Sadinoel, deputado presidente da comissão, o turismo no interior tem tudo para gerar mais arrecadação e estimular a economia do Estado. 

"Durante minha gestão, a 'menina dos olhos' será o destaque na grande diversidade das regiões litorâneas e serranas, com ênfase nos municípios que ainda não tiveram esse potencial explorado como deveria. A ideia é ajudar a divulgar com  folhetos aos visitantes sobre as peculiaridades de cada município, com sugestões de roteiros, hotelaria, gastronomia, cultura e lazer. Umas das medidas, que será de muita importância, é treinar a mão de obra local para atuar no setor", diz.  

Segundo o deputado Comte Bittencourt, o projeto é uma boa iniciativa para incentivar o turismo no interior do Estado. 

"O Estado do Rio de Janeiro tem um potencial turístico incrível e também é considerado a grande porta de entrada no país para o turismo nacional e internacional. Sabemos da importância deste projeto para o interior e temos que aproveitar todo o potencial atrativo que os municípios podem oferecer" afirma.

"Como a Copa do Mundo em 2014 não deixou um legado físico para  o interior, se incentivarmos  este novo projeto haverá uma maior  circulação dos turistas não só do Rio, mas também de outro locais do Brasil durante as olimpíadas de 2016", conclui o deputado.

Para que o programa tenha sucesso, a Secretaria de Estado de Turismo terá que traçar um plano publicitário visando melhorar a sinalização turística nas vias de entrada do Rio, em aeroportos e nas rodoviárias da cidade. Outros recursos que também podem ser utilizados além das redes sociais são os sites e a distribuição de encartes e folhetos em pontos turísticos do Rio de Janeiro.   

Niterói também está incluída neste projeto, assim como os municípios que compõem a região metropolitana. De acordo com o presidente da empresa Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), Paulo Freitas, Niterói tem se destacado nas ações de promoção turística no estado do Rio de Janeiro através do projeto Cidades Maravilhosas. 

"Nossa localização próxima e privilegiada e nossos atrativos turísticos, com destaque para o MAC e a Fortaleza de Santa Cruz, têm sido um diferencial no aumento do fluxo de turistas de todo o mundo, que se encantam com a nossas belezas naturais, nossa arquitetura, cultura e hospitalidade", comenta.



O Fluminense, 06/abr

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estilo condomínio-clube


Ser uma metrópole cercada pelo mar e pela montanhas é um privilégio do Rio. Mas esta condição impõe desafios logísticos para o seu desenvolvimento. São Paulo, por exemplo, cresce em todas as direções e o Rio sequer tem uma zona leste. Com isso, a expansão para outros municípios é natural.

As pessoas que hoje migram da capital para o interior tem novo perfil. Se há alguns anos o estilo "eu quero uma casa no campo" era o desejo de muita gente, hoje os moradores estão interessados em ter todas as facilidades oferecidas nos novos empreendimentos. E, assim como na Zona Oeste e Zona Norte do Rio, os residenciais no modelo condomínio- clubes são bem procurados. Os imóveis que ficam fora da cidade tendem a oferecer uma grande oferta de lazer para seus moradores. Como ficam mais afastados da metrópoles, churrasqueiras, piscina, academia entre outros, são itens que chamam a atenção.

- Eu não tenho uma vida social como se estivesse no Rio, por isso ter uma infraestrutura aqui na Serra é muito importante. Um dos motivos pelos quais escolhi o imóvel onde estou agora é porque tem uma área de lazer completa, com piscina, churrasqueira, academia e sauna - afirma Marcel Dilly, que mora em Teresópolis e pega a estrada todos os dias para ir trabalhar.

Entre os empreendimentos previstos para a região serrana com este perfil de infraestrutura, estão o Quinta Verti Club Residenziale, da parceria entre João Fortes Engenharia, P+ Desenvolvimento Imobiliário e Klacon Engenharia, em Nogueira, área de Petrópolis. Serão unidades de dois a quatro quartos, com arquitetura inspirada na região da Toscana, na Itália.

Tem ainda o Riserva dei Fiori, da STR, e o Itaipava All Suites, da Performance, este com área de lazer externa que inclui espaço para leitura, piscinas, deck molhado, pomar, labirinto infantil, além de um mirante dentro de uma área de reserva florestal. A parte interna terá academia, home office, cinema, espaço zen, SPA, salão de jogos, entre outros.

Para o lado de Niterói, foi lançado o Terras Alphaville Maricá 2 para atender esta demanda. Ao todo, são 588 lotes residenciais e oito comerciais. Os lotes da primeira fase foram vendidos em apenas cinco horas e tiveram uma valorização de 70% em pouco mais de um ano, segundo Claudia Yassuda, diretora de negócios da Alphaville Urbanismo completa:

- Maricá passa por um processo de desenvolvimento planejado e sustentável, se configurando como uma boa opção para morar. Além disso, a cidade representa uma oportunidade de investimento seguro, por sua localização estratégica e pelos investimentos que vem recebendo.

Neste cenário, além dos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, cidades como Maricá, Nilópolis e Petrópolis estão se tornando boas alternativas de investimento na área imobiliária.

- Esses mercados apresentam uma demanda crescente por empreendimentos sobretudo voltados para a nova classe média, que já representa mais da metade da população fluminense, atraindo as incorporadoras a oferecer padrões dos clubes residenciais da Barra da Tijuca, mas com melhores oportunidades de preço - afirma Luiz Henrique Rimes, diretor superintendente da Aqui Soluções Imobiliárias.



O Globo, 05/abr

Demolição de casas no Jockey é embargada


A Justiça determinou ontem à noite a interrupção das obras realizadas pelo Jockey Club no espaço conhecido como Vila Hípica. O pedido de liminar foi ajuizado pelo Ministério Público estadual, que investiga se as casas que foram demolidas esta semana estão contempladas pelo decreto de tombamento assinado pelo prefeito Eduardo Paes em dezembro de 2011.

Na decisão, o juiz Cláudio Augusto Annuza Ferreira determina "a suspensão de qualquer demolição parcial ou total das casas acima referidas, sob pena de multa". A referência diz respeito aos imóveis de números 991, 989, 987, 985, 981 e 983 da Rua Jardim Botânico, tombados pela prefeitura. O magistrado também afirma que o Jockey deve adotar "as providências cabíveis para a restauração completa, manutenção e preservação de todos os bens preservados e tombados". Além disso, estabelece que os imóveis, mesmo que "em ruínas", devem ser conservados até que a ação civil pública que tramita sobre o caso transite em julgado.

Na petição enviada à Justiça, o promotor Eduardo Santos de Carvalho, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural da Capital, afirmou que, em reunião no dia 3 de março, um advogado do Jockey disse que o espaço seria usado para a instalação de duas galerias de arte, uma livraria e um restaurante. Ainda segundo o promotor, o representante do clube negou a possibilidade da realização de obras em breve e informou que os projetos seriam apresentados para a Secretaria municipal de Urbanismo nos "próximos meses".

Segundo o promotor, a demolição representa "lesão irreversível ao patrimônio histórico e cultural". A petição alerta ainda sobre a possibilidade de as obras - caso a liminar não fosse deferida - prosseguirem durante o feriado da Semana Santa, antes de o Judiciário retomar a rotina normal de atividades.

Antes de o pedido de liminar ser deferido, um ofício determinando o embargo da obra já havia sido expedido pela Secretaria de Urbanismo. A prefeitura sustenta que nenhuma das casas demolidas é tombada, mas afirma que o Jockey não pediu licença para demolir os imóveis e, por isso, houve a suspensão. De acordo com o município, técnicos visitaram o espaço na manhã de ontem e constataram que não há danos relacionados ao patrimônio. De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico (AMA-JB), Heitor Wegmann, a licença concedida para as obras é de "recuperação emergencial".

- É um absurdo esse empreendimento. É uma ação contra o patrimônio histórico - criticou Wegmann, que esteve na VI Região Administrativa da prefeitura para solicitar o embargo.

No fim da tarde, o caso foi registrado na 15ª DP (Gávea). O delegado titular, José Alberto Pires Lage, pediu a dois agentes que fossem ao local para avaliar a possibilidade de crime ambiental. A Polícia Civil determinou, então, a realização de perícia e informou que o espaço seria interditado ainda na noite de ontem.Um representante do clube foi convocado a prestar esclarecimentos e era esperado na delegacia.

Procurado pelo GLOBO para comentar a interrupção da obra e os planos para o espaço, o Jockey não se manifestou.

Segundo a advogada Regina Carquejo, que representa a AMA-JB, a interrupção da obra é uma "vitória".

- Foi uma ação feita às escondidas e completamente contra a lei - afirmou.

Grafites apagados

Uma outra polêmica envolvendo o Jockey no ano passado acabou chegando a bom termo com a comunidade. Um trecho conhecido como "muro baixo'', próximo à Praça Santos Dumont, foi pintado em tom bege e teve os grafites apagados. O clube informou que a reforma fazia parte de seu projeto de revitalização e que a recuperação do muro era exigência do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, já que o conjunto foi tombado pelo município. O clube justificou que apenas o muro da Avenida Borges de Medeiros não estava protegido e poderia ser liberado. Alguns dias depois, os artistas aceitaram a proposta do clube, que ofereceu o muro da Borges de Medeiros para o grafite.



O Globo, 02/abr

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Brasil é o sétimo maior investidor em energia renovável, diz estudo


Graças ao aumento da capacidade de produção de energia eólica em 2014, o Brasil voltou à lista dos 10 países que mais investem em energias renováveis no mundo. A conclusão é do relatório Tendências Globais em Investimentos em Energias Renováveis, divulgado nesta terça-feira, 31, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

De acordo com o relatório, em 2014, os investimentos em energias limpas no Brasil aumentaram 93% em relação ao ano anterior, chegando a US$ 7,6 bilhões. Desse total, US$ 6,2 bilhões (84%) foram investidos em energia eólica. Com isso, o Brasil voltou à lista dos 10 maiores investidores em energias renováveis no mundo. O país ficou em sétimo lugar em números absolutos, precedido pela China, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha e Canadá. Completam a lista a Índia, a Holanda e a África do Sul. 

Os investimentos globais, segundo o relatório, subiram 17% em 2014. A China, que direcionou US$ 83,3 bilhões para energias renováveis - fundamentalmente energia solar e eólica -, responde por 31% do total investido no mundo. O Brasil, em 2014, aumentou sua participação de 2% para 3% do total de investimentos globais.

Depois da energia eólica, que concentrou a maior parte dos investimentos, o setor renovável que recebeu mais recursos no Brasil foi o de biocombustíveis, com US$ 574 milhões. Há sete anos, no entanto, os investimentos em biocombustíveis chegavam a US$ 8,3 bilhões.

Segundo Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), as matrizes energéticas renováveis estão cada vez mais competitivas e a tendência é que a alternativa eólica ganhe cada vez mais espaço. "O Brasil começou a investir em energia eólica em 2009 e desde então foram realizados diversos leilões competitivos - isto é, sem subsídios. No início desse processo, o país tinha contratado apenas 1,4 gigawatts. Depois dos leilões, foram contratados 14 gigawatts que estão em operação, ou em processo de instalação, o que é um número muito expressivo", afirmou. De acordo com ela, a energia eólica responde hoje por 4,5% da matriz elétrica brasileira, com 6 gigawatts instalados.

Os US$ 7,6 bilhões do Brasil podem parecer um investimento modesto comparado aos US$ 83,3 bilhões da China. Mas, de acordo com Elbia, é preciso ter cuidado com as comparações de números absolutos com a China. "A China aumenta anualmente em 100 gigawatts sua capacidade instalada no setor energético, enquanto toda a capacidade instalada no Brasil é de 130 gigawatts. Mas temos que levar em conta que, na China, 70% da matriz energética corresponde ao uso de carvão, uma fonte fóssil não renovável", afirmou. 

O Brasil, por outro lado, é o país com maior parcela de recursos renováveis em sua matriz energética: apenas 20% da energia do País é proveniente de fontes fósseis. "Tivemos muito investimento em termelétricas, especialmente entre 2005 e 2008. Mas, depois de 2009, os investimentos se concentraram em energias renováveis, que estão cada vez mais competitivas.

Hoje, somos o país mais renovável do mundo, tanto na matriz energética em geral, como na matriz elétrica. Isso se deve aos nossos recursos naturais, que fazem com que no Brasil as energias renováveis sejam mais vantajosas que as fósseis. Nos outros países, é preciso subsidiar a contratação de fontes eólicas e solares", disse Elbia. De acordo com ela, em um edital público veiculado nesta segunda, para um leilão de contratação de hidrelétricas, os preços estabelecidos foram de R$ 155 por megawatt/hora para fontes hidrelétricas, de R$ 179 por megawatt/hora para fontes eólicas e de R$ 210 por megawatt/hora em fontes de carvão.

"O Brasil está na trajetória certa, muito adequada para a contratação das energias renováveis complementares. O País não tem uma política específica de energias renováveis - mesmo porque elas são competitivas -, mas com o avanço das tecnologias e as reduções que elas causaram nos custos, o setor de energia eólica cresceu 1300% em 2013", afirmou. 

A energia eólica é hoje a segunda fonte de energia mais competitiva e a segunda mais contratada desde 2004, segundo ela. "Em breve, a energia eólica será a segunda maior fonte na matriz energética, perdendo apenas para a hidrelétrica. A projeção é que, entre 2020 e 2022, até 14% da nossa matriz energética seja eólica", disse.

Para André Luis Ferreira, diretor-presidente do Instituto de Energia e Meio Ambiente, as conclusões do relatório são coerentes com o que se tem observado no mercado. "Com exceção da energia hidrelétrica, o Brasil está investindo praticamente tudo em energia eólica. Basta observar os últimos leilões, o aumento de capacidade instalada e os inúmeros empreendimentos para verificar isso. Por outro lado, é de se lamentar que estejamos investindo tão pouco em biomassa", afirmou Ferreira. De acordo com ele, a queda dos investimentos em biocombustíveis e etanol tem relação com a estagnação dos investimentos na renovação dos canaviais. "O investimento em etanol caiu muito em função da conjuntura do mercado de açúcar e dos preços da gasolina, que foram reduzidos por uma política econômica do governo federal", explicou. 

Mas a principal preocupação levantada pelo relatório, segundo Ferreira, é o baixo investimento em energia solar. "Chama a atenção que tenhamos um investimento quase desprezível em energia solar, que teve um impulso grande em vários países com área muito menor e em latitudes muito menos privilegiadas. O Brasil poderia ser muito mais ambicioso nesse setor", disse. Segundo ele, no entanto, vários leilões para contratação de fontes de energia solar foram marcados para 2015. "O boom da energia eólica começou assim. Não temos garantia nenhuma, mas pode-se supor que estejamos dando um primeiro passo na adoção da energia solar", afirmou.

Tercio Ambrizzi, coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Mudanças Climáticas da USP, afirma que o Brasil terá que continuar seus investimentos em fontes alternativas, para enfrentar a vulnerabilidade às mudanças do clima. Segundo ele, existem vários projetos hidrelétricos sendo desenvolvidos no País, mas muitos deles utilizam a tecnologia conhecida como "fio de água": sem reservatórios, a produção de energia depende diretamente da quantidade de água local. 

"Ao longo dos últimos anos temos acompanhado a variabilidade climática no planeta e, mais recentemente, temos sentido isso não somente em regiões mais sensíveis à falta de água, como o Nordeste, mas também em regiões como o Sudeste e o Sul. O investimento em outras fontes de geração de energia pode minimizar a vulnerabilidade da produção de energia em relação à variabilidade do clima. Investir em energia eólica e solar é não somente importante, mas tornou-se essencial nas perspectivas atuais", declarou Ambrizzi.



O Estado de São Paulo, 01/abr