segunda-feira, 18 de março de 2024
Valor de mercado de empresas do setor imobiliário cresce 64% em 2023; veja quais são as maiores
Em um ano marcado pela retomada das vendas de imóveis e pelo início da trajetória de queda da taxa de juros, o valor de mercado das empresas do setor imobiliário cresceu 64,6% em 2023 na Bolsa, chegando ao total de R$ 45,7 bilhões, de acordo com levantamento feito pela consultoria Elos Ayta a pedido do Estadão. O salto do setor representa quase três vezes mais do que o registrado pelo índice Ibovespa, que subiu 22,3% no ano.
Um dos motivos que levaram a isso foi o aumento, promovido pelo governo federal, do teto do financiamento de projetos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que passou de R$ 264 mil para R$ 350 mil. Também ajudou a ampliação do prazo de pagamento do financiamento pela Caixa Econômica Federal, que foi de 360 para 420 meses. Com isso, as empresas que mais cresceram em valor de mercado em 2023, em porcentuais, foram Tenda, Plano&Plano e Moura Dubeux, voltadas a habitações populares. No caso da Tenda, o aumento foi de 327%.
Para Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, o desempenho positivo das construtoras reflete o melhor momento vivido pelas empresas do setor nos últimos anos e perspectivas também favoráveis para os próximos anos.
“A expectativa com o ciclo de queda dos juros básicos fornece uma perspectiva melhor para as receitas ao longo dos próximos anos, com a maior disponibilidade de renda da população e exigências menores na concessão de crédito, além do menor impacto das despesas financeiras sobre os resultados das empresas”, diz. “As mudanças no MCMV também tiveram um expressivo impacto sobre as empresas expostas ao programa social, permitindo uma perspectiva mais positiva para essas empresas, de recuperação de margens e maior volume de vendas”, diz Novaes.
Em valores absolutos, a Cyrela foi a incorporadora que mais cresceu na Bolsa no ano passado. A empresa lidera o segmento no quesito valor de mercado, tendo começado o ano passado valendo R$ 4,9 bilhões e chegado ao fim de dezembro valendo mais de R$ 9 bilhões.
Na visão do diretor financeiro do Grupo Cyrela, Miguel Maia Mickelberg, a valorização da empresa no mercado se deu tanto pela melhora do ambiente macroeconômico no Brasil e no mundo quanto pelos resultados financeiros alcançados pela incorporadora em 2023.
“A empresa registrou um aumento significativo nas vendas e nos lançamentos, alcançando respectivamente 11% e 16% de crescimento em comparação com o mesmo período de 2022, conforme indicado pelos dados já públicos referentes ao terceiro trimestre de 2023″, diz Mickelberg.
Em 2023, conforme os dados de janeiro a setembro, a empresa registrou R$ 7 bilhões em lançamentos imobiliários, uma alta de 12% em relação aos nove primeiros meses de 2022. No período, o lucro líquido da companhia subiu de R$ 601 milhões para R$ 694 milhões.
Apesar de ser conhecida no segmento de luxo, a Cyrela tem outras marcas que atuam em faixas de preços mais acessíveis. A Living atua no setor médio-alto, com apartamentos de R$ 350 mil a R$ 1,2 milhão, enquanto a Vivaz atua dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, com oferta de imóveis de até R$ 350 mil.
A Vivaz é o principal motor de crescimento da empresa em termos de números de apartamentos vendidos. Foram 2.290 unidades lançadas pela marca dentro do programa Minha Casa, Minha Vida no terceiro trimestre de 2023, em comparação com 635 no mesmo período do ano anterior. O preço médio do metro quadrado desses projetos foi de R$ 6.299.
Estoque
Para o analista de fundos imobiliários da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, 2023 foi importante também para a venda de imóveis mais antigos, que estavam no estoque das companhias, dando lugar a lançamentos. “Além da melhora gradual dos resultados, as empresas tiveram lançamentos com margens menores ou prejuízos em 2020 e 2021 devido ao aumento de custos, que não foram repassados no preço ao consumidor”, diz. “A saída desses produtos e a entrada de novos lançamentos, com margens melhores, gera uma melhora gradual.”
Estadão, 18/mar
sexta-feira, 15 de março de 2024
Com projeção de valorizar 100%, mercado imobiliário de Búzios atrai investidores
Armação dos Búzios, localizada no Rio de Janeiro, já foi eleita o “melhor destino turístico de sol e praia do mundo” pelo Salão Internacional do Turismo, Arte e Cultura. Anteriormente, o antigo distrito de acano Frio era o paraíso secreto de Brigitte Bardot e continua sendo um dos destinos mais procurados por estrangeiros que visitam o país. A procura é tanta que a cidade está retomando sua posição de destaque no turismo e está atraindo a atenção de investidores do mercado imobiliário.
Com características que lembram um elegante vilarejo europeu, a cidade oferece uma completa gama de serviços e atrativos históricos e culturais. Este perfil vai ao encontro das necessidades do público pós-pandemia, que busca qualidade de vida, mobilidade urbana, praias e segurança. Búzios possui pouco mais de 20 praias, além de galerias de arte internacionalmente reconhecidas, restaurantes com a assinatura de renomados chefs, entre outros atrativos que têm atraído um público de alto poder aquisitivo.
Na última temporada, a visitação turística na cidade aumentou significativamente, passando de 51 mil para mais de 300 mil visitantes, representando um aumento de quase 400%. Segundo especialistas ouvidos pelo DIÁRIO DO RIO, esse aumento expressivo na demanda turística impactará diretamente no preço dos imóveis na cidade. Segundo o último levantamento do IBGE, a renda per capita em Armação dos Búzios é superior a R$ 60 mil, e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) é de 0,728.
Especialistas afirmam que o município é uma grande aposta de valorização para os próximos anos. Obras de infraestrutura, como revitalização de rodovias, e investimentos em segurança, com a instalação de um moderno centro de monitoramento, bairros planejados além de um aeroporto com previsão de receber voos comerciais em breve, são mais fatores apontados pelo especialista em mercado imobiliário nacional, Renato Monteiro, CEO do Grupo Sort Investimentos. A projeção de valorização, segundo ele, é de um incremento de até 100% nos próximos quatro anos.
“Búzios tem todas as características naturais do Nordeste, de clima e natureza, mas está estrategicamente localizada no Sudeste. Além de todos os atrativos turísticos, que fazem deste balneário um dos destinos mais cobiçados por brasileiros e estrangeiros, a cidade tem sol o ano inteiro e baixa incidência de chuva, além de gastronomia de altíssimo nível. Outro diferencial é que Búzios preserva a cultura local e se preocupa com o crescimento ordenado, inclusive, com baixo índice de supressão vegetal dos terrenos que garantem a preservação da natureza e o controle da densidade demográfica, além da chegada de bairros planejados. A cidade tem tudo para ser referência nacional em valorização no mercado imobiliário”, explica Monteiro.
Especializado em imóveis de luxo, o corretor Paulo Cézar Ximenes, da Sergio Castro Imóveis Ouro, explica que q cidade tem recebido uma gama de grandes empresários do Rio e de São Paulo, buscando imóveis diferenciados: “eles buscam não mais uma casa de praia mas uma segunda residência: estão mobiliando e equipando as grandes casas com as mesmas facilidades de seus apartamentos e casas do Rio e São Paulo: querem automação, closets grandes. É o efeito dos aumento do número de nômades digitais: enquanto o home office cai em desuso para os reles mortais, os super ricos trabalham de casa grande parte do tempo, e querem conforto”, explica.
Búzios e a super valorização de novos empreendimentos na cidade
De acordo com o especialista, para quem quer garantir um maior retorno do investimento, este é o momento ideal para a compra de imóveis em Búzios, já que o preço está baixo em comparação a outras cidades semelhantes. Monteiro acredita que a cidade terá uma onda de valorização por conta de novos empreendimentos que serão lançados. Como curiosidade, é dele a previsão que Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, quando estava em quinto lugar no ranking nacional, teria o metro quadrado mais caro do país após a conclusão da obra de alargamento da faixa de areia. Previsão que foi concretizada e a cidade segue no topo do ranking da FipeZap há mais de um ano.
“Búzios, inclusive, tem algumas características de Balneário Camboriú como a escassez de terrenos frente-mar, já que a orla tem apenas 8 km, e excelentes índices de qualidade de vida e segurança”, completa Monteiro.
Diário do Rio, 15/mar
O mercado imobiliário do Rio redescobre São Cristóvão
Um bairro imperial começa a ganhar passaporte para o futuro. Ignorado por décadas pelas incorporadoras, São Cristóvão está na ordem do dia do mercado imobiliário graças ao projeto Reviver Centro, que propõe a revitalização da área que vai da Lapa à Zona Portuária. O bairro que abrigou a Família Real Portuguesa, a partir de 1808, tornou-se uma área natural de expansão do coração central do Rio, e as empresas já se mobilizam para construir na região. A Cury Construtora tem dois lançamentos ali, um deles em parceria com a Riva Incorporadora - os novos residenciais serão os primeiros dessa fase de redescoberta de São Cristóvão.
No masterplan do Centro do Rio de Janeiro, contratado pelo BNDES em convênio com a prefeitura da cidade, o Consórcio Conexão Rio - formado por Urban Systems, Finarq Consultoria, Vieira, Rezende e Guerreiro Advogados, Ramboll e Porto Marinho - esmiúça a região central com foco “em ativos imobiliários públicos atualmente subutilizados, para que catalisem e impulsionem o desenvolvimento dessa região”, como consta no documento concluído em dezembro de 2023.
Ao longo do século XX, a circulação de pessoas no bairro imperial foi mantida pela atividade fabril e pela praia que sucumbiu aos sucessivos aterros para a expansão do Porto. Agora, com a inauguração do Terminal Intermodal Gentileza no início deste ano, o movimento tende a crescer de novo.
O masterplan aponta três locais no bairro com potencial para o setor imobiliário: Leopoldina, Fonseca Telles e Almirante Mariath Docas. Nos 80 mil metros quadrados do terreno da antiga Estação Leopoldina, por exemplo, será possível erguer um novo bairro com dez quadras.
- Na época da Copa do Mundo já havíamos feito um estudo para o Maracanã e arredores, incluindo São Cristóvão. E foi interessante observar como Maracanã e Tijuca eram bairros superqualificados, enquanto São Cristóvão, em contrapartida, parecia esquecido pelo carioca. A região tem um enorme potencial de desenvolvimento urbano e imobiliário, e apostamos nisso - conta o sócio-diretor da Urban System, Paulo Takito.
Infraestrutura
Motivos para essa aposta não faltam. A região é atendida por diferentes modais de transporte, tem infraestrutura completa, escolas, museus e uma das áreas de lazer mais importantes da cidade, a Quinta da Boa Vista, com o BioParque e o Museu Nacional. Na avaliação do diretor da Sérgio Castro Imóveis, Claudio Castro, São Cristóvão tem uma coisa que o vizinho Porto Maravilha ainda não tem: cara de bairro.
- No contato com potenciais clientes, muitas vezes percebemos que eles relutam em morar no Porto Maravilha. Os comerciantes dizem que faltam moradores, e os moradores, que falta comércio. A área vai terminar se consolidando, mas, por enquanto, São Cristóvão é mais convidativo para quem quer morar ou ter um negócio no Centro do Rio e prefere esperar um pouco mais para ver o que acontecerá com o Porto - observa Castro.
De olho nessa ligação entre o Museu Nacional e o Museu do Amanhã, casando o passado e o futuro da Cidade Maravilhosa, a Cury está lançando o Origem Porto Imperial, em parceria com a Riva. São apartamentos de dois e três quartos com suítes, negociados entre R$ 400 mil e R$ 450 mil. Além disso, vai erguer na região o Porto Maravilha Residencial, com unidades de dois quartos por R$ 200 mil, que serão enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida.
- Era um desperdício não aproveitar uma área tão preparada para receber empreendimentos imobiliários. A construção de residenciais no bairro atrai o movimento de pessoas e de estabelecimentos comerciais e de serviços. Isso acaba qualificando a região - afirma o vice-presidente Comercial da Cury, Leonardo Mesquita.
O Globo, 15/mar
quarta-feira, 13 de março de 2024
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