terça-feira, 1 de abril de 2025
Centro do Rio vive um boom imobiliário sem precedentes
Com 13 projetos lançados depois do Reviver Centro, a região vai receber mais cinco novos empreendimentos residenciais até o final deste ano.
Quatro anos depois de ter sido lançado pela Prefeitura do Rio, o programa Reviver Centro — que propôs incentivos urbanísticos e fiscais para atrair investimentos imobiliários —vem colhendo bons resultados, comprovados por um estudo divulgado neste mês pelo Sinduscon-Rio. O documento “Reviver Centro — desafios e oportunidades” aponta que, antes da pandemia, havia quatro mil imóveis vazios e abandonados na região, que receberam apenas dois lançamentos residenciais nos cinco anos anteriores ao lançamento do programa, em maio de 2021. A região não figurava sequer entre os 15 bairros da cidade com mais lançamentos.
Atualmente, são 47 projetos licenciados ou em processo de aprovação e 13 lançados, o que significa mais de 2,8 mil novas unidades residenciais — 2,24 mil já comercializadas. O Sinduscon projeta que, em 12 meses, o Centro terá seis mil novos moradores, número que pode mais que dobrar até o fim de 2027, com a chegada de mais 9,5 mil pessoas. E novos projetos não param de chegar à região: até o final de dezembro deste ano, serão mais cinco empreendimentos, que totalizarão 1,8 mil unidades.
— O Centro hoje está entre as três regiões da cidade que mais recebem lançamentos, o que significa muito, levando-se em conta o longo ciclo imobiliário. Mas sempre há oportunidades para melhorar a legislação e ampliar as possibilidades de ocupação do Centro — observa o presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin.
A primeira revisão do Reviver Centro aconteceu em 2023 e permitiu,por exemplo, liberação de gabarito para construções em determinadas áreas, inclusão de hospitais e escolas como novos usos permitidos e ampliação do número de bairros que podem receber investimentos ligados ao programa.
As novidades vêm agradando ao público, que, aos poucos, mostra interesse em adquirir imóveis na região. Segundo o estudo do Sinduscon, 54% das unidades foram vendidas a famílias com renda de até dez salários mínimos — 65% para moradores finais e 35% para investidores. A origem dos compradores é diversa: 39% são da Zona Norte, e 23%, da Oeste, 18% já residiam no Centro, 16% vieram da Baixada Fluminense, e 4%, da Zona Sul.
O boom imobiliário da região continua a todo vapor. A Cury Construtora, uma das primeiras a investir no Centro, lançou dois novos empreendimentos no primeiro trimestre deste ano, com 500 unidades cada um: o Ciata e o Arcos do Porto. E ainda tem fôlego para oferecer mais dois residenciais na região.
Os números são extremamente expressivos e mostram que o carioca realmente aposta na revitalização dessa área tão importante para a cidade. Falta começar a ocupação para que a transformação seja visível. Vamos observar uma mudança gigante nos próximos anos — diz o diretor vice-presidente da Cury, Leonardo Mesquita.
Essa onda de mudanças alcança até prédios icônicos do Centro. O tradicional Edifício Mesbla, debruçado sobre o Passeio Público, vai virar residencial pelas pranchetas da Inti Empreendimentos Imobiliários, que vai ressignificar essa joia da arquitetura carioca. Antes que se levantem questionamentos, é bom informar: o relógio será preservado. O interior do prédio será ocupado por 191 apartamentos, entre estúdios, double suites e unidades de quarto e sala, com área média de 33 metros quadrados. O lançamento está previsto para o início de abril.
— A cereja do bolo é o rooftop, que terá uma piscina debruçada sobre a vista. A localização é premium, ainda mais por se tratar de um prédio emblemático para a História da cidade, rodeado de imóveis preservados e tombados, e com infraestrutura de mobilidade e serviços. O Centro do Rio é hoje um catalisador de negócios — afirma o sócio-diretor da incorporadora, André Kiffer.
O Globo, Morar Bem, 01/abr
segunda-feira, 31 de março de 2025
Chegada de novos moradores muda o perfil do Centro
Foram 13 empreendimentos lançados na região desde o início do Reviver Centro, o que significa mais de 2,8 mil novas unidades residenciais.
Passados quatro anos do lançamento do programa Reviver Centro, a região central do Rio continua ganhando novos empreendimentos residenciais e já recebe os primeiros moradores, transformando sua ocupação. Nos próximos 12 meses, seis mil pessoas passarão a viver ali e, até 2027, a previsão é que esse número seja duplicado, segundo dados do Sinduscon-Rio.
Desde a implementação da segunda fase do programa, em 2023, 47 projetos foram licenciados ou estão em processo de aprovação. Ao todo, 13 já foram lançados, o que significa mais de 2,8 mil novas unidades residenciais. De lá para cá, foram vendidas 2,24 mil unidades — 65% para moradores finais e 35% para investidores.
— A requalificação da região vai contribuir para reduzir os deslocamentos de 3,6 mil pessoas, com impacto no trânsito e no transporte público, promovendo uma cidade mais acessível e equilibrada — destaca o presidente do SindusconRio, Claudio Hermolin.
Segundo ele, a previsão é que sejam lançados no Centro cinco novos projetos até dezembro deste ano, totalizando mais de 1,8 mil unidades que levarão cerca de 9,5 mil moradores à região — que é a terceira da cidade com maior volume de lançamentos e vendas.
— Antes da pandemia, o sindicato identificou cerca de quatro mil imóveis vazios ou abandonados na região central, que tinha recebido apenas dois lançamentos residenciais nos cinco anos anteriores ao Reviver Centro, de maio de 2021. A região não figurava sequer entre os 15 bairros da cidade com mais lançamentos — informa.
Um dos cases de sucesso do Centro foi o Bueno Studios Lifestyle, na Rua Buenos Aires, que teve as 121 unidades vendidas em apenas 24 horas no ano passado. O projeto é um retrofit da Calçada Empreendimentos Imobiliários.
— A velocidade das vendas demonstra o sucesso dessas ações e reforça a crescente demanda por imóveis bem localizados e alinhados com a nova dinâmica urbana do Centro do Rio — ressalta João Paulo Mattos, presidente da construtora.
O retrofit do Sal Residencial é outro caso bem sucedido: está com 90% das unidades já comercializadas. O projeto é o primeiro da CTV na região, que pretende lançar, no segundo semestre, um condomínio de estúdios na planta, na Rua do Acre.
— Lançar projetos na planta no Centro do Rio é um desafio em função da escassez e do custo dos terrenos, além das restrições legais. Mas há espaço para soluções criativas com planejamento estratégico e inovador — explica Guilherme Mororó, diretor Comercial e de Marketing do Grupo CTV.
Pioneira no processo de reocupação do Centro, a Cury deve concluir neste ano as obras do Vargas 1140, na Avenida Presidente Vargas, segundo Leonardo Mesquita, vice-presidente da construtora, que apostou forte na Região Portuária nos últimos anos.
— Continuamos estudando novas áreas no Centro, mas é um desafio encontrar terrenos disponíveis com dimensões para comportar residenciais de médio ou grande porte e que não tenham impedimentos judiciais.
A Construtora Calper entrou na região por meio do programa Reviver Centro 2 e, no segundo semestre, deve lançar um projeto na Avenida Presidente Vargas e outra em Santo Cristo.
— O maior avanço do programa foi liberar a construção de unidades compactas, o que não era possível em mais de 40 anos — diz Ricardo Ranauro, CEO da Calper.
No final de abril, a RJDI Desenvolvedora e a W3 Engenharia vão lançar um residencial com estúdios e apartamentos de dois quartos no Bairro de Fátima. A empresa continua a estudar oportunidades na região, segundo o sócio Jomar Monnerat.
— O Centro tem atraído investidores, além de moradores finais. É possível que nos próximos anos a região tenha mais moradores que investidores — diz.
Legislação impulsionou os novos lançamentos
Para o mercado, ainda há espaço para melhorar a lei e dar novo impulso à região
O programa Reviver Centro e o novo Plano Diretor do Rio foram fundamentais para o avanço de novos empreendimentos na região central da cidade, segundo construtoras que têm negócios no bairro. No entanto, ainda há espaço para melhorias na legislação, de modo a impulsionar ainda mais a revitalização da área.
Guilherme Mororó, diretor Comercial e de Marketing do Grupo CTV — uma das construtoras que têm investido na região —, afirma que a região precisa contar com incentivos fiscais mais sedutores para atrair pequenos e inovadores negócios e se tornar um verdadeiro hub de empreendedorismo.
— É hora de expandir as oportunidades tanto comerciais quanto habitacionais, garantindo lares modernos e acessíveis para todos — defende.
Para o CEO da Calper, Ricardo Ranauro, há espaço para ajustes na legislação, especialmente em relação à metragem mínima das unidades residenciais. Segundo ele, o objetivo é atender uma gama maior de pessoas. Ele destaca que a legislação carioca determina o limite de 25 metros quadrados, enquanto a de São Paulo permite projetos com área de 15 metros quadrados.
— Flexibilizar esses parâmetros permitiria oferecer opções mais acessíveis para a população e alinhadas às novas tendências de moradia urbana — explica.
Extra, Morar Bem, 31/mar
sexta-feira, 28 de março de 2025
Projetos com ‘pegada rural’ conectam o carioca à natureza
A Região Serrana do Rio tem sido um refúgio para quem busca experiências diferenciadas no campo e quer ter um estilo de vida mais desacelerado.
O mercado imobiliário do Rio tem desenvolvido projetos com uma pegada rural para melhorar os níveis de integração dos cariocas com a natureza. São condomínios na Região Serrana do estado que oferecem uma "experiência no campo", incorporando práticas de plantio, colheita e produção de alimentos de forma artesanal à rotina dos residenciais. Todos ainda têm unidades disponíveis.
No Fazendas Secretário - que fica no bairro homônimo de Petrópolis e integra cinco fazendas -, a vivência no campo inclui desde passeios a cavalo até o acompanhamento do processo de produção de queijos, passando ainda pela colheita de frutas em um pomar com mais de 350 árvores e pela ordenha de vacas.
Desenvolvido em uma área de cerca de dez milhões de metros quadrados, o empreendimento será formado por sítios, chácaras, condomínios residenciais, hotel-fazenda, pousadas, clube de campo, centro esportivo, spa, horto-mercado, escola, centro cultural e de eventos, restaurantes e área comercial. O projeto foi desenhado antes da pandemia, mas foi justamente no período de isolamento social que o empreendimento deslanchou.
– O impacto desse tipo de experiência na rotina das crianças é incrível. Elas vão à horta e descobrem que a cenoura sai da terra e que o petit-pois não nasce em uma lata - brinca o arquiteto Mauro Otero, um dos idealizados do projeto.
O Vale do Douro, uma das mais famosas regiões vinícolas de Portugal, foi a inspiração para o Grupo STN criar o Quinta Portuguesa, que fica no município de Areal, a cerca de 100km da capital. O projeto é focado em um vinhedo, mas a experiência "mão na terra" passa pela plantação de oliveiras, outro segmento que os portugueses dominam.
– Os moradores poderão colher as azeitonas e produzir seu azeite caseiro. O projeto fica em uma região de natureza exuberante, que possibilita adotar um ritmo de vida desacelerado, com hortas em casa e frutas que podem ser colhidas no pé - conta o sócio do Grupo STN Danilo Santinon.
O empreendimento é formado por 121 lotes de 500 a três mil metros quadrados, com infraestrutura pronta, restaurante temático português com vista panorâmica de 360°, dois lagos " um para contemplação e outro para pesca " e paisagismo.
Cinco sentdos
O Quinta das Amoras, em Teresópolis, da incorporadora AreaUm, é outro condomínio que nasceu com a ideia de conquistar os clientes pelos cinco sentidos, buscando resgatar a conexão perdida com a natureza. Desde o lançamento do projeto, há ações no pomar com mais de cem espécies frutíferas, que objetivam levar o comprador a perceber texturas, sentir cheiros, apreciar gostos ou observar formas de frutas, além de ouvir o canto dos pássaros.
– Ali entendemos o valor de dar oportunidade às pessoas de estar em meio à natureza, mas também de colocar a mão na massa: plantar, colher, sentir o cheiro de terra molhada… Os clientes têm valorizado cada vez mais esses momentos - conta o sócio da AreaUm Victorio Abreu.
O empreendimento soma 204,4 mil metros quadrados, com 406 unidades de lotes e dez sítios. A infraestrutura de lazer inclui piscinas, sauna, quadras para múltiplos esportes, academia, pomar e espaços gastronômico e de convivência.
Um diferencial do Quinta das Amoras é o projeto Trilha dos Vaga-Lumes, que promove parcerias com agricultores locais e escolas do Vale Alpino, para fortalecer a herança rural, o espírito de comunidade e melhorar as condições de vida da população local.
O Globo, 28/mar
quinta-feira, 27 de março de 2025
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