sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

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O mercado de capitais e o panorama imobiliário no Sul

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são um território ainda pouco explorado pelo mercado de capitais, apresentando boas oportunidades para investidores.

O mercado imobiliário da região Sul do Brasil tem se destacado significativamente no cenário nacional, apresentando uma evolução que chama a atenção dos olhares mais atentos. Com uma participação que saltou de 18% para 24% no volume total de lançamentos imobiliários entre 2020 e 2024, os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul revelam-se como um território ainda pouco explorado pelo mercado de capitais, apresentando boas oportunidades para investidores.

O volume de negócios na região, que movimentou aproximadamente R$ 45 bilhões em 2023 no mercado imobiliário formal, considerando apenas vendas primárias de empreendimentos residenciais, comerciais e industriais, evidencia a robustez do mercado local. Este montante, quando analisado sob a ótica dos fundos de investimento imobiliários (FIIs), demonstra o potencial significativo para estruturação de produtos financeiros voltados tanto para o desenvolvimento de novos projetos quanto para a aquisição de ativos maduros.

O setor residencial, tradicionalmente menos presente nos FIIs, apresenta a região características particulares que podem viabilizar produtos financeiros inovadores. O segmento de loteamentos planejados, que registrou um aumento de 45% em área útil desenvolvida nos últimos três anos, oferece oportunidades interessantes para FIIs de desenvolvimento, especialmente considerando as margens atrativas e o ciclo mais curto de execução destes projetos.

Os empreendimentos verticais nas capitais e cidades médias da região também chamam atenção. A escassez de bons terrenos e a busca por maior densidade habitacional têm impulsionado projetos de alta qualidade, que poderiam ser excelentes alvos para FIIs voltados ao mercado residencial, seguindo tendências já consolidadas em mercados mais maduros globalmente.

No setor comercial e industrial, em que os FIIs tradicionalmente têm maior penetração, observa-se um movimento particularmente interessante de descentralização. O mercado de galpões logísticos e condomínios industriais cresceu 28% em área construída desde 2020, impulsionado pelo e-commerce e pela reorganização das cadeias produtivas. Esse movimento oferece oportunidades para FIIs focados em ativos logísticos e industriais, com “yields” potencialmente mais atrativos que os encontrados nos mercados mais disputados do Sudeste.

As dificuldades do setor, como a carga tributária elevada e a burocracia excessiva, podem ser parcialmente mitigadas por meio da estruturação adequada dos FIIs, que oferecem benefícios fiscais tanto para desenvolvedores quanto para investidores. Essa característica torna-os veículos especialmente interessantes para o desenvolvimento do mercado imobiliário regional.

A região, ainda pouco explorada pelas alternativas aos “bancões” e às modalidades convencionais de financiamento à construção e produção, especialmente quando comparado a mercados mais maduros, como São Paulo e Rio de Janeiro, tem solo fértil para o mercado de capitais, desde que bem estruturados e embasados por componentes que conheçam as regionalidades e particularidades da porção Sul do país. Como já se vê em outras regiões, a abertura do mercado imobiliário às fontes de “funding” alternativas traz mais profissionalização e transparência da cadeia produtiva e de financiamento, mais flexibilidade e opções para o empreendedor e, consequentemente, acelera o desenvolvimento habitacional e do mercado de trabalho.

A combinação de fundamentos econômicos sólidos, demanda consistente e baixa penetração atual de FIIs cria um cenário único para o desenvolvimento de produtos que possam capturar o potencial de valorização desse mercado em desenvolvimento.

A perspectiva para esse mercado, embora promissora, está intrinsecamente ligada não apenas à capacidade de estruturação de produtos adequados, mas sobretudo à estabilidade macroeconômica do país, à segurança jurídica dos negócios e ao ambiente regulatório. O desenvolvimento sustentável do mercado de FIIs na região dependerá da capacidade dos gestores em criar produtos que atendam tanto às necessidades dos desenvolvedores locais quanto às expectativas dos investidores por retornos ajustados ao risco.

Valor Econômico, 17/jan

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Cobertura 4 Quartos, 2 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 5.800.000,00



Inflação da construção civil fecha 2024 em 3,98%, diz IBGE

O aumento foi mais intenso do que o observado pelo mesmo indicador em 2023.

A inflação da construção civil apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) encerrou o ano passado em 3,98%, na ótica do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), veiculado nesta sexta-feira (10) pelo instituto. O aumento foi mais intenso do que o observado pelo mesmo indicador em 2023 (2,55%).

No entanto, na evolução mensal, o Sinapi desacelerou de 0,24% para 0,21% entre novembro e dezembro do ano passado. Em dezembro de 2023, o indicador subiu 0,26%.

Também na evolução mensal, o IBGE informou ainda que subiu o custo nacional da construção, por metro quadrado, que em novembro fechou em R$ 1.786,82 e, em dezembro, passou para R$ 1.790,66. Nesse último valor, referente a dezembro, R$ 1.034,95 foram relativos aos materiais, e R$ 755,71 à mão de obra.

Ainda em dezembro, a parcela de variação de preços dos materiais apresentou variação de 0,33%, 0,08 ponto percentual (p.p.) a menos ante novembro (0,41%). Entretanto, a considerar o resultado de dezembro de 2023 (0,27%), houve alta de 0,06 ponto percentual, na inflação dos materiais, em dezembro de 2024.

Por fim, a mão de obra teve alta de 0,06% em dezembro, 0,05 p.p. a mais em relação ao mês anterior (0,01%). Considerando o índice de dezembro de 2023 (0,24%), houve queda de 0,18 p.p..

Assim, em 2024, na construção, os acumulados de inflação apurados pelo IBGE foram de 3,32% para os materiais; e de 4,90% para a mão de obra. Em 2023, a parcela dos materiais fechou em 0,06% e a mão de obra, em 6,22%, informou ainda o instituto.

“A diferença de 3,26 pontos percentuais entre as taxas acumuladas obtidas em 2023 e 2024 na parcela dos materiais teve influência muito forte das variações obtidas no segundo semestre de 2024, quando comparadas com taxas do mesmo período de 2023, que apresentaram em alguns meses deflação”, informou Augusto Oliveira, pesquisador do IBGE.

"Já o acumulado da parcela da mão de obra ficou 1,32 p.p. menor do que a registrada no ano de 2023. Mas, com uma taxa de 4,90%, contribuiu para o resultado do acumulado do ano no agregado, que ficou 1,43 p.p. acima do registrado em 2023”, complementou o gerente.

Valor Econômico, 16/jan

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Apartamento 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 860.000,00



Bairros ‘esquecidos’ entram no radar do mercado


Endereços do Rio que têm muita demanda e poucos espaços disponíveis ganham novos empreendimentos residenciais.

Basta circular pelas ruas do Rio para ver que o mercado imobiliário tem seus bairros favoritos. Botafogo, Ipanema, Barra da Tijuca estampam placas de novos residenciais para onde quer que se olhe. Mas, de vez em quando, outros cantinhos da cidade ganham os holofotes das incorporadoras. Nos últimos anos, Fonte da Saudade, Gávea, Glória e Humaitá, e até recantos exclusivos, como Urca e São Conrado, receberam lançamentos. Agora chegou a vez de o Bairro Peixoto e o Catete ganharem residenciais de alto padrão, enquanto o Flamengo continua surfando na onda dos preferidos pelas construtoras.

O Aqua Village Residence Club, da incorporadora Newview, talvez seja o mais surpreendente na lista de novidades deste início de ano. O empreendimento de casas e apartamentos no Catete, bairro que não recebia um residencial novo havia décadas, é vizinho do Palácio do Catete, antiga sede da Presidência da República.

A ausência de novos prédios no bairro tem justificativa: a escassez de terrenos que comportem prédios de médio/alto padrão, com todas as comodidades e infraestrutura de lazer para os moradores, com preço atrativo. À parte isso, o Catete transborda qualidades: comércio e serviços variados, três estações de metrô nas redondezas, Aterro do Flamengo a cinco minutos de caminhada, bons colégios e uma vida noturna com opções de boa gastronomia que começa a crescer.

— Quem mora no Catete não quer sair, mas não encontra prédios novos para dar um upgrade na moradia. A maioria dos compradores do Aqua são pessoas que já vivem no bairro e até mesmo na própria rua do residencial, a Silveira Martins. Sempre procuramos terrenos em áreas semelhantes, como Laranjeiras e Flamengo, de onde os moradores não querem sair, mas desejam viver em um edifício moderno e com infraestrutura de lazer completa — observa Guili Chor, diretor da Newview .

Campeões de venda

Bairro de pouca oferta e muita demanda, o Flamengo caiu nas graças da Piimo Empreendimentos Imobiliários, que vem se firmando como a dona do pedaço. Já são seis residenciais no bairro, com destaque para o Paysandu 23, retrofit do antigo Hotel Paysandu, cuja fachada é tombada pelo Patrimônio Histórico, e mais dois campeões de vendas: o Taman, na Rua Almirante Tamandaré, de cara para o Aterro do Flamengo; e o Euzébio Flamengo Contemporâneo, na Rua Senador Euzébio.

— Lançamos um produto moderno de um e dois quartos, com lazer raro na região, em uma localização especial. Isso despertou o desejo de quem compra tanto para morar quanto para investir, e o resultado é que 95% do Euzébio foi vendido em menos de dez dias — destaca o CEO da Piimo, Marcos Saceanu.

Até o discretíssimo Bairro Peixoto, um oásis em meio ao burburinho de Copacabana, tem novidades. O Hotel Santa Clara, que serviu de cenário para novelas e filmes, passou por retrofit e ressurgiu como o Residencial Villares, um edifício-butique de estúdios, que homenageia o artista plástico Décio Villares, ilustre morador da área. Empreendimento da Imóvel Vazio, grupo de investimento imobiliário, o residencial será administrado pela Lobie.

— A ideia é oferecer uma taxa condominial enxuta e uma rentabilidade competitiva para o investidor — explica o CEO da Lobie, Ernesto Otero.

E os cariocas não perdem por esperar, porque vêm mais projetos por aí. A Mozak já prepara o lançamento do Estância Pernambuco, um superexclusivo condomínio de casas no ainda mais exclusivo Jardim Pernambuco, reduto privilegiado do Leblon. Sem falar que a venda do Colégio São Paulo, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, abre possibilidade para surgir um novo residencial em um dos endereços mais cobiçados do país. É esperar para ver.

O Globo, 15/jan