terça-feira, 30 de junho de 2015

Vendas pendentes de casas nos EUA têm maior avanço em nove anos


Mais americanos assinaram contratos de compra de casas em maio, apontou a Associação Nacional de Corretores de Imóveis do país (NAR, na sigla em ingês). As vendas pendentes de imóveis residenciais registraram no período o maior nível em mais de nove anos - o índice de vendas pendentes subiu 0,9% para 112,6 no quinto mês deste ano e avançou 10,4% nos últimos 12 meses, colocando-o abaixo apenas da marca de abril de 2006.

O crescimento firme do emprego junto com as ainda baixas taxas de hipotecas criaram uma urgência para a compra do imóvel. Os ganhos refletem tanto uma economia mais forte como as pressões para comprar uma casa antes de os preços e os custos dos empréstimos se tornarem proibitivos.

As vendas pendentes são um indicativo das compras futuras. Geralmente, há uma diferença de um ou dois meses entre o contrato e a venda completa.



Valor Econômico Online, Internacional, 29/jun

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Uma nova estação


Você acorda e quer ler o jornal enquanto come um pão quentinho. Simples. Desce do seu prédio e caminha até a padaria e a banca de jornal. De quebra, na volta, ainda dá uma olhadinha para ver como o mar está hoje. Falando assim, nem parece a rotina de um morador de cidade grande, não é mesmo? Mas é assim uma típica manhã de domingo para os moradores do Jardim Oceânico, um sub-bairro privilegiado que fica no começo da Zona Oeste, logo após São Conrado.

A Barra é conhecida por seus condomínios-bairros e altos edifícios, em que o carro é necessário para se fazer quase tudo, de comprar um pão a ir à academia. E, no meio desse estilo de vida, essa pontinha se difere. Prédios baixos, comércio na porta de casa, ruas arborizadas, praia logo ali e, em breve, uma reorganização na mobilidade local - principalmente por causa da chegada da Linha 4 do metrô e do BRT - são as principais vantagens do Jardim Oceânico. Os prédios têm, no máximo, três andares devido ao gabarito da área, que estabelece tal limite. Há algumas exceções na beira da praia que permitem construções um pouco mais altas, mas são pontuais.

- O Jardim Oceânico oferece grande qualidade de vida. As pessoas se conhecem, e você pode fazer várias coisas a pé. Quando cheguei aqui, há 38 anos, não tinha nada. As ruas eram de barro, e quando chovia era problemático. Era preciso ir "ao miolo" da Barra para fazer tudo. Isso mudou e, hoje, há farmácias, bancos e todo tipo de serviço disponível - lembra Solange Portela de Andrade, que comanda a JB Andrade Consultoria de Imóveis junto com o marido, João Batista de Andrade, fundador da empresa, que está há quase quatro décadas na região.

Fernando Brandão, dono de uma imobiliária que leva o seu nome, atua no Jardim Oceânico há 21 anos e ressalta, entre as transformações do sub-bairro, o pólo gastronômico que se consolidou no entorno da Avenida Olegário Maciel. Segundo ele, até então, a área mais valorizada sempre havia sido a mais próxima da Praça São Perpétuo, conhecida como Praça do "Ó". Mas outras ruas, desta vez perto do metrô, começam a se destacar, afirma.

- As pessoas não querem ficar grudadas, mas querem ir até o metrô sem carro. Esta mobilidade só o Jardim Oceânico terá. Ter a praia perto, daqui a pouco o metrô, e poder ir comprar pão a pé são fatores de qualidade de vida que pesam - diz Brandão.

A CHEGADA DO METRÔ

A Linha 4 do metrô está prevista para começar a operar a partir de 2016. A estação do Jardim Oceânico ficará na Avenida Armando Lombardi, na altura do Shopping Barra Point, onde haverá também uma parada do BRT. As estações serão interligadas por escadas rolantes. A obra inclui a urbanização do entorno, com ciclovia e calçadas, explica o subprefeito da Barra e Jacarepaguá, Alex Costa.

- O metrô vai trazer mais desenvolvimento, mas não só pelo aspecto da mobilidade. A cultura do morador da Barra é a de usar o carro. Talvez, com o metrô chegando ali, esta cultura vá mudar - diz Costa, que completa: - A valorização dos imóveis da região começou assim que as obras foram anunciadas.

Sendo uma área diferenciada, com poucos terrenos para se construir e com o impacto das obras de transporte, a demanda é bem superior à oferta. Os especialistas do mercado concordam que essa valorização será contínua e gradativa, resultado das transformações passadas e melhorias futuras, mesmo com um mercado atualmente mais acomodado, em ano de crise.

Hoje, o valor do metro quadrado para venda na região varia entre R$ 10 mil e R$ 14 mil. No restante da Barra, o preço médio é de R$ 10.462. O aluguel, segundo Brandão, está em torno de R$ 4.500 - considerando um imóvel de metragem média do sub-bairro, de 150 metros quadrados.

- Houve valorização desde quando as Olimpíadas foram confirmadas. Não sei ainda se vai valorizar mais, pois o mercado está mais acomodado. A tendência é que ocorra uma migração para o Jardim Oceânico, especialmente com a facilidade do transporte público. Vai acontecer naturalmente - acredita Brandão.

- O Jardim Oceânico é um sub-bairro contemporâneo que vai ser valorizado. Será como um oásis, uma ilha dentro da Barra. Tem boa arquitetura, qualidade de vida, um gabarito que faz a diferença, com pouco adensamento. Outra coisa é que os apartamentos têm estruturas amplas, com varandas espaçosas. Vai ser valorizado, principalmente por causa da lei da oferta e da procura - completa Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel.

PERFIL E GABARITO

O que poderia soar como um empecilho, o gabarito - que permite construções de até três pavimentos somente -, é tido como uma carta na manga por quem entende do assunto. Tanto para Solange quanto para Brandão, a limitação não atrapalha. Pelo contrário, é um valor agregado, que ajuda a manter o ar bucólico da região.

Segundo Brandão, o imóvel típico do Jardim Oceânico é o de três quartos. O perfil dos moradores, conta ele, é bem variado, com boa parte migrando da Zona Sul, inclusive artistas, que podem ficar entre os estúdios da Zona Oeste e os teatros dos bairros vizinhos.

Solange explica que, apesar de poucos terrenos e da limitação vertical, ainda há espaços para construção. Isso porque algumas casas, que pertenciam a famílias grandes, hoje são vendidas para dar lugar a unidade menores. Segundo ela, atualmente a demanda está mais voltada para os imóveis de dois quartos. Tanto que sua empresa já entregou um empreendimento com esse perfil recentemente, e vai lançar outro até o fim do ano.



O Globo, 29/jun

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pezão diz que lançará 10 PPPs no segundo semestre


O governador do Rio de Janeiro. Luiz Fernando Pezão, disse na quinta-feira que o governo do estado lançará dez editais de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para diversas obras de infraestrutura no estado. A declaração foi dada durante o Encontro Regional de Desenvolvimento Econômico do Sul Fluminense, promovido pela Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em Barra Mansa.

"Vamos lançar quase 10 PPPs para levar saneamento para a Baixada Fluminense, fazer o metrô da linha 2 ligando o Estácio à Carioca e à Praça XV e levar banda larga para todo o estado. E vamos terminar a Rodovia do Contorno até novembro", disse Pezão.

Na abertura do encontro, dedicado a discutir os investimentos prioritários de infraestrutura na região e ações em prol do desenvolvimento sustentável e geração de empregos, o governador ressaltou que a superação da crise atual precisa passar por criatividade e muito trabalho.

"Tenho esperanças na retomada do emprego, de poder trazer atividades econômicas que gerem oportunidades, e esse é o fórum adequado para discutirmos a economia. Precisamos ser criativos, ver oportunidades e descobrir novos caminhos. Crise só se vence com trabalho. Precisamos atrair novas empresas e queremos ajudar os empresários. O diálogo, portanto, é fundamental. Quero aliviar multas e juros das empresas porque entendo que não tem desenvolvimento econômico sem emprego", afirmou Pezão.

Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, fóruns como este são importantes para debater propostas que alavanquem a economia da região. "O momento é de crise econômica nacional, mas é necessário garantir a realização de investimentos prioritários para melhorar a competitividade das empresas e garantir o crescimento dos municípios", disse o presidente da entidade.

O prefeito de Barra Mansa, Jonas Marins, disse que os municípios da região precisam se unir em busca de uma agencia de desenvolvimento comum. "Precisam se unir para buscar saída para a crise econômica, para trocar experiências, trazer mais atividades econômicas para a região e manter as empresas que já existem aqui. Essa é uma região vocacionada ao aço, metal-mecânica e automotiva e essas atividades podem contribuir para o desenvolvimento dessas cidades", disse.

Convidado do painel Gargalos ao desenvolvimento - enfrentamento e oportunidades, o secretário de Estado de Transportes, Carlos Roberto Osorio, ressaltou a importância estratégica da logística da região para o desenvolvimento do estado. De acordo com ele, o transporte é um dos obstáculos que emperram um desenvolvimento maior ao setor produtivo.

"Queremos resolver isso e fazer o Sul Fluminense ainda mais produtivo, atraindo mais empresas e gerando mais empregos", completou Osorio.

Contorno

Pezão anunciou para novembro a conclusão das obras na Rodovia do Contorno, em Volta Redonda. Com 13.5 quilômetros, a pista vai ligar a BR-119 (Via Dutra) à Rodovia Lúcio Meira (BR-393), formando um corredor de tráfego de carga entre o Sul e o Norte/Nordeste do País, beneficiando o transporte de produtos de indústrias das regiões do Médio Paraíba e Centro-Sul Fluminense.



Jornal do Commercio, 26/jun

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Os preços de imóveis com até 36 metros quadrados pelo Brasil


Apartamentos compactos são uma opção mais econômica para quem busca morar perto do local de trabalho e ter mais acesso a estabelecimentos comerciais e serviços, regiões nas quais o metro quadrado é cada vez mais valorizado.   

Além de o custo para construir ser cada vez maior, faltam espaços em áreas centrais ou que concentrem empresas para o lançamento de novos empreendimentos. A valorização dessas regiões é ainda maior em cidades que sofrem com problemas de transporte, nas quais mais pessoas buscam diminuir o deslocamento entre casa, trabalho e lazer. 
Nesse cenário, a solução encontrada pelas construtoras para viabilizar empreendimentos é construir unidades menores - na verdade, minúsculos. Mas um imóvel compacto não é, necessariamente, uma pechincha. 
De acordo com um levantamento feito pelo site de classificados imobiliários VivaReal, a pedido de EXAME.com, o valor dos imóveis pequenos em oito cidades brasileiras pode atingir até 800 mil reais. Esse é o preço de um apartamento com 30 metros quadrados em Copacabana, no Rio de Janeiro. Ou seja, cada metro quadrado da unidade custa 26.666 reais. 
A lista inclui apartamentos com até 36 metros quadrados em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e Salvador.


Exame Online, 25/jun

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um palácio em Beverly Hills


O condado de Beverly Hills, na Califórnia, é um reduto de luxo e fama, povoado pelas cinematográficas mansões de artistas consagrados de Hollywood. Um endinheirado, porém, poderá comprar um imóvel que deixaria as casas de atores como Tom Cruise e George Clooney parecendo humildes bangalôs. É o caso da mansão de 8,5 mil metros quadrados, localizada na charmosa Rua North Alpine, que está à venda. Escadas de mármore, colunas adornadas com ouro, garagem para 16 veículos e piscina inspirada nos balneários gregos são apenas alguns dos detalhes da construção, que poderá ser a mais cara comercializada na famosa alameda. O recorde atual pertence ao imóvel vizinho, negociado por US$ 34,5 milhões, em 2012.


IstoÉ Dinheiro, 24/jun

terça-feira, 23 de junho de 2015

Aos 91 anos, Carvalho projeta a Barra da Tijuca dos próximos 50


Aos 91 anos, o carioca Carlos Fernando de Carvalho tem planos para os próximos 50 anos. É o tempo que ele acredita que a Barra da Tijuca, bairro que saiu em grande medida de seu empreendedorismo, levará para se tornar maduro. Nem a idade nem a perspectiva de longo prazo o afastam dos negócios. Apesar do desaquecimento do mercado, visita todos os fins de semana - sábados e domingos - seus estandes de vendas e terrenos para novos empreendimentos. Leva junto os diretores da Carvalho Hosken, empresa que criou há 64 anos para tocar obras públicas, mas que acabou migrando para o mercado imobiliário.



Valor Econômico, 23/jun

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Avenida das Américas terá mergulhão para carros


A Barra da Tijuca vai ganhar mais um mergulhão - desta vez exclusivo para a passagem de carros de passeio - criando uma nova ligação para quem vem do Recreio e precisa seguir da Avenida das Américas para a Ayrton Senna sentido Linha Amarela/ Jacarepaguá. A obra faz parte de um pacote de intervenções em mobilidade que a prefeitura precisa concluir antes das Olimpíadas e inclui ampliação da capacidade do Terminal Alvorada para receber ônibus articulados dos BRTs. A obra obrigará a transferência do posto do Detran no Cebolão - um dos maiores do Rio, onde são realizadas cerca de 2 mil vistorias de veículos por dia - inicialmente de forma provisória para a Avenida Ayrton Senna e, posteriormente, para o Recreio.

O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, explicou que a ampliação do terminal Alvorada tem o objetivo de criar mais uma plataforma para os ônibus dos BRTs, cujos serviços serão ampliados no ano que vem. Até o fim do primeiro semestre de 2016, o Terminal Alvorada abrigará novas linhas que farão a ligação com o futuro terminal integrado do BRT/metrô no Jardim Oceânico e os ônibus articulados do BRT Transolímpico (entre a Barra e Deodoro).

Meta é desafogar o trânsito

O novo mergulhão, que terá 300 metros de extensão, começará na pista central da Avenida das Américas (sentido São Conrado), na altura da Cidade das Artes, e sairá na pista central da Avenida Ayrton Senna, nas imediações do Hospital Lourenço Jorge. Um dos objetivos da obra, que vai aproveitar uma antiga passagem de pedestres subutilizada da Cidade das Artes, é reduzir os congestionamentos no entorno do Cebolão e na própria Avenida das Américas. Hoje, as retenções no entorno do Cebolão são frequentes principalmente pela manhã. Isso porque, para chegar à Ayrton Senna, as opções existentes hoje são contornar o Cebolão ou seguir até um retorno na Avenida das Américas em frente ao Barra Shopping.

Hoje, para vencer esse trecho de pouco menos de dois quilômetros, o motorista costuma perder meia hora ou mais no horário do rush. Às vezes, os reflexos chegam ao trecho da praia da Reserva, na Avenida Lúcio Costa, no sentido Barra. Até mesmo os ônibus de linhas comuns que param no Terminal Alvorada ficam presos nos engarrafamentos.

Para o presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck, a prefeitura poderia aproveitar as intervenções para tirar do papel um outro projeto de mergulhão. Delair lembrou que, há cerca de dez anos, empresários da região ofereceram R$ 48 milhões para cobrir parte dos custos da nova via, entre o Barra Shopping e o Village Mall. Mas, segundo a prefeitura, não há previsão para a obra.

- Ali é um gargalo imenso da Américas. Se, no futuro, o outro mergulhão for realizado, as pistas do BRT terão que ser quebradas - disse Delair.

Obras devem começar ainda no mês de julho

A expectativa do secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, é que as obras comecem ainda em julho. A licitação foi concluída na última sexta- feira: a empresa EIT Engenharia ganhou a concorrência se comprometendo a fazer todos os serviços por R$ 30,6 milhões. A prefeitura diz, no entanto, que precisa do espaço ocupado pelo Detran o mais breve possível para início das intervenções. O órgão, por sua vez, diz que ainda não há prazo para sair do Cebolão. Em nota, afirmou que não fechou o contrato de locação das instalações provisórias na Avenida Ayrton Senna, mas não informou a exata localização do terreno. Disse ainda que não há risco de interrupção dos trabalhos de vistoria no bairro.

Um ônibus a cada 20 segundos

A prefeitura se comprometeu a ceder ao estado um terreno entre a Estrada Vereador Alceu Carvalho e a Avenida das Américas, no Recreio, e arcar com os custos de terraplanagem do espaço. A obra, estimada em R$ 6,1 milhões, ainda está sendo licitada. Já o Detran arcaria com os custos de instalação. Segundo o órgão, tanto a área da Ayrton Senna quanto a do Recreio terão a mesma capacidade da instalação da Barra.

Com a ampliação dos serviços do Terminal Alvorada, a estimativa da Secretaria municipal de Transportes é que um ônibus articulado entre no local a cada 20 segundos nos horários de pico. A expectativa é concluir tudo em nove meses.

- A expansão do Alvorada, bem como o início da operação do Transolímpico, deverá ajudar a resolver alguns problemas do sistema como a superlotação do terminal do BRT do Mato Alto. Usuários que moram em Bangu e bairros vizinhos poderão chegar à Barra em menos tempo fazendo uso dos serviços do Transolímpico, desafogando o Transoeste - disse Carlos Eduardo Maiolino, assessor da subsecretaria de Planejamento da Secretaria municipal de Transportes.

A porta-voz do Consórcio Operacional BRT, Suzy Baloussier, estimou que até 50 mil usuários pagantes usem o terminal diariamente. A quantidade de passageiros não deve sofrer alterações com a ampliação. Isso porque, com a expansão dos serviços de BRTs, algumas linhas que hoje fazem os mesmos percursos não vão mais parar no Alvorada. Algumas serão eliminadas e outras terão itinerários alterados.



O Globo, 22/jun

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O design mais descomplicado


Os clientes que compareceram à segunda edição da Temporada Design, evento realizado pelo Casa & Gourmet Shopping na última quinta-feira, acompanharam um bate-papo descontraído entre especialistas do ramo com o tema "Design Prático". Mediado pela editora do GLOBO-Zona Sul, Elisa Torres, o encontro teve a participação da jornalista Simone Candida, da coluna "Design Rio", do GLOBO; do designer Rodrigo Calixto, da Oficina Ethos; e da blogueira e publicitária Thalita Carvalho, do Casa de Colorir.

- É muito comum vermos coisas bonitas que não são práticas. O que eu faço é um veículo de comunicação com as pessoas. Ninguém melhor do que você mesmo para saber de suas necessidades, e o designer precisa saber disso - resumiu Rodrigo.

Em seu blog, Thalita dá dicas de decoração sustentável e ensina a dar cara nova a objetos que seriam descartados. Para a coordenadora de marketing do Casa e Gourmet, Nathalia Vinhas, o evento, um dos dois encontros realizados em parceria com o GLOBO-Zona Sul, visa a aproximação do público:

- Queremos envolver o público final, rompendo a distância entre consumidor e design. Queremos mostrar os benefícios de uma casa agradável.

Hoje, às 19h, Elisa Torres volta a receber especialistas, com o tema "Tendências do Design". Participarão o arquiteto e urbanista Leonardo Lattavo; a jornalista Suzete Aché, do Caderno "Ela", do GLOBO; e o designer Guto Índio da Costa.

Sócios do Clube Sou+ Rio O Globo podem resgatar inscrições para participar das palestras da Temporada Design, que vai até amanhã. Além disso, apresentando a carteirinha do Clube Sou+ Rio podem ter benefícios no estacionamento do shopping em restaurantes durante o evento. Mais informações em clubesoumaisrio.com.br. O endereço é Rua General Severiano 97, Botafogo. Inscrições e informações pelo 25425693 ou pelo site www.casaegourmetshopping.com.br.



O Globo, Zona Sul, 18/jun

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O desenhista do futuro


A principal obra cultural em construção no Brasil nasceu bem longe daqui. O Museu do Amanhã, o mais extravagante edifício da região portuária do Rio, em fase final de execução, começou a tomar forma nos Alpes suíços. Foi em um chalé plantado em meio à paisagem bucólica e arrematada por montanhas cobertas de neve que o arquiteto espanhol Santiago Calatrava, munido de sua inseparável maleta com pincéis, tintas e cadernos em branco, concebeu os primeiros traços do projeto, orçado em 215 milhões de reais. Uma vez definidas as linhas gerais, os demais desenhos foram feitos em outra paisagem, pelo próprio Calatrava: sentado à beira do Píer Mauá, no exato local onde o prédio de 18 000 metros quadrados está sendo erguido. Um dos mais brilhantes expoentes da chamada arquitetura-espetáculo, com mais de 100 projetos espalhados pelo mundo, Calatrava levanta prédios que mais parecem imensas obras de arte. Para sua estreia carioca, produziu mais de 400 esboços coloridos com aquarela até chegar à forma final. "Foi uma honra projetar esse museu, porque não se trata apenas de erguer um prédio, e sim de criar um marco da revitalização de uma região importante da cidade. Ele será, ao lado do belo Museu de Arte do Rio, uma âncora cultural na Praça Mauá", explicou o arquiteto de 63 anos durante sua última visita à capital, há duas semanas. Na ocasião, conferiu os detalhes finais da arrojada construção, que tem previsão de abrir as portas ao público no segundo semestre de 2015, com um acervo dedicado à tecnologia e ao futuro da humanidade.

Desde que foi contratado para erguer o prédio no píer, em 2010, o arquiteto já esteve pelo menos dez vezes no Rio. Nos últimos cinco meses foram duas visitas. A construção é fruto de uma parceria público-privada entre a prefeitura e a Fundação Roberto Marinho, com o patrocínio de um banco. "Calatrava tem traços muito originais, e o projeto é diferente de tudo o que temos na cidade. Era o ícone de que precisávamos para a nova Zona Portuária", justifica o prefeito Eduardo Paes, que se encantou com o trabalho do arquiteto depois de visitar a Cidade das Artes e da Ciência, em Valência, na Espanha, construída por ele entre 1996 e 2009. O complexo cultural e de entretenimento, uma das obras mais audaciosas de Calatrava, reúne museu, planetário, aquário, teatro e outros prédios, que consumiram ao todo 1 bilhão de euros. O resultado foi magnífico, e não só do ponto de vista arquitetônico: fez com que a cidade espanhola, onde o arquiteto nasceu, ganhasse relevância no concorrido mapa turístico do país, impulsionando a realização de eventos internacionais e servindo até de cenário para grandes produções de Hollywood. Em cartaz nos cinemas, o filme Tomorrowland, dos estúdios da Disney, por exemplo, tem cenas em que o astro George Clooney passeia entre as formas calatravianas.

Dono de uma respeitável empresa de projetos e construção com sede em Zurique, na Suíça, Calatrava estava na Itália quando soube do interesse de Eduar­­­­do Paes em contratar seus serviços. Prontamente, embarcou em um jatinho e voou de Roma até Lausanne, na Suíça, onde o prefeito participava de uma reunião com o Comitê Olímpico Internacional, em 2009. Desde então, o Rio foi incorporado a seus deslocamentos pelo planeta (sua empresa tem filiais em Nova York e em Doha, no Catar). A cada visita, ele acompanha as obras do museu e aprofunda sua pesquisa sobre a cidade. "Não gosto de dizer que estudei muito. Prefiro falar que estudei delicadamente, porque o que fiz foi entender a alma do Rio", explica o arquiteto, pai de quatro filhos, que também é formado em engenharia, fala sete línguas e costuma se dedicar a poucos projetos por vez, porque faz questão de acompanhá-los pessoalmente. Sua primeira experiência carioca foi o desfile de Carnaval na Sapucaí, que o deixou boquiaberto. Ele se encantou com o Real Gabinete Português, as ladeiras do Morro da Conceição, o Jardim Botânico e o Sítio Burle Marx. Mas o momento mais marcante do arquiteto pop star na capital fluminense se deu há três anos, quando conheceu seu ídolo desde os tempos de estudante: Oscar Niemeyer. "Ele era um mestre e foi responsável por uma contribuição histórica à arquitetura moderna e contemporânea. Niemeyer era um artista. Para mim, é muito mais do que uma inspiração", elogia. Calatrava é fã, ainda, do pianista Nelson Freire, de Heitor Villa-Lobos e da animação Rio, de Carlos Saldanha. Com um sorriso infantil nos lábios, confidenciou que estava levando duas pelúcias da arara Blue na mala (uma Louis Vuitton velha e surrada).

A figura de Calatrava em nada se assemelha à modernidade de seus projetos. Com gestos contidos, voz baixa, quase inaudível, e um olhar tranquilo emoldurado por sobrancelhas grossas e óculos de aro arredondado, ele ocupa uma sala sem nenhum luxo, montada dentro de um contêiner no canteiro de obras da Praça Mauá, em suas passagens pelo Rio. Foi dali que saiu na tarde do último dia 3, horas antes de embarcar para a Europa, para guiar a reportagem de VEJA RIO pela construção. A empolgação ao falar de seu trabalho era tamanha que, por vezes, o levava a tropeçar nos entulhos acumulados no chão, enquanto apontava para os detalhes do prédio principal. Ali, 1 200 operários suam para finalizar o edifício, hoje com 90% das obras concluídas. No atual estágio, os maiores desafios são a instalação do teto solar, a quantidade absurda de soldas exigidas na montagem da estrutura de 4 000 toneladas de aço e ainda as curvas tridimensionais de concreto, que requerem moldagem especial. Ainda assim, nada se comparou à epopeia de construir a fundação do prédio, que dá a impressão de flutuar na água. Mergulhadores especializados precisaram instalar 30 000 metros de pilares submersos, invisíveis, para suportar o peso do gigante. "Acredito que o futuro da arquitetura é a virtualidade. Teremos cada vez mais coisas flutuantes, ou que voam", diz Calatrava.

Com uma legião de admiradores espalhados por todo o planeta, Calatrava também arrebanha críticos de seu trabalho em proporção semelhante. Detratores de língua afiada costumam dizer que ele contabiliza mais queixas e processos judiciais do que prêmios. Os ataques dizem respeito, principalmente, aos atrasos, aos estouros de orçamento e às deficiências estruturais e funcionais dos monumentos depois de concluídos. Uma das maiores polêmicas no currículo do espanhol envolve, paradoxalmente, o ícone que o consagrou, em Valência. Lá, sua Cidade das Artes e da Ciência custou quatro vezes mais do que o previsto, e a sala de ópera do complexo, batizada de Palácio das Artes Rainha Sofia, precisou ser restaurada poucos anos após a inauguração. Na época, um político local lançou um site chamado Calatrava Te la Clava, algo como Calatrava te apunhala, denunciando os gastos excessivos e os altos honorários do mandachuva, que faturou 300 milhões de euros com o projeto. Em Oviedo, também na Espanha, Calatrava foi condenado, no ano passado, a pagar cerca de 3 milhões de euros para reparar erros na execução do Palácio de Congressos da cidade. E, em Nova York, a estação de trens Path, projetada por ele para a região do antigo World Trade Center, destruído no atentado de 2001, está sete anos atrasada e deverá custar 4 bilhões de dólares aos cofres públicos, o dobro do que foi acertado. "Projetos muito inovadores às vezes trazem consigo controvérsias. Mas construir em Manhattan é muito caro, porque o acesso é difícil. Não sou o único a onerar as obras na ilha", defende-se o arquiteto, que, no entanto, muda de assunto quando questionado sobre as polêmicas em seu país natal.  

Sob a pressão do prazo exíguo e das limitações orçamentárias, a prefeitura tem acompanhado de perto a obra, que conta com consultores especializados em detalhes como acústica, iluminação e impermeabilização. Mas, em sua última visita ao local, Calatrava encasquetou que um dos materiais empregados na construção deveria ter qualidade superior. "Expliquei que a troca significava elevar o custo. E, desde o nosso primeiro encontro, eu disse que não aumentaria um centavo do orçamento", revela Paes. Ainda assim, o museu assinado pelo arquiteto custará três vezes mais que a instalação original, bem mais simples, cuja previsão era que ocupasse dois antigos armazéns do porto. A decisão de contratar o espanhol para desenhar o museu continua provocando ciumeira. "O processo não foi aberto a outros profissionais nem deu margem a discussões sobre o projeto", reclama o presidente da seção fluminense do Instituto de Arquitetos do Brasil, Pedro da Luz Moreira. "A quantidade de concreto utilizada, por exemplo, não me agrada", ataca. Alheio às críticas, Calatrava desdobra-se em elogios à cidade que abrigará sua mais nova criação. "Veja só esse pôr do sol dourado! Este lugar é inacreditável", exclamava à beira da baía, prestes a embarcar de volta para casa.



Veja Rio, 17/jun

terça-feira, 16 de junho de 2015

Nova lei transforma mercado imobiliário


O mercado imobiliário está passando por um processo de transformação e inovação com as regras introduzidas pela recente Lei 13.097/15. Entre as principais mudanças estão: a possibilidade de resolução extrajudicial do compromisso de compra e venda em razão do inadimplemento do comprador, sem necessidade de ação judicial; a concentração na matrícula de informações acerca de dívidas relacionadas ao imóvel ; e a proteção especial aos adquirentes de unidades autônomas de empreendimentos imobiliários contra dívidas da incorporadora ou loteadora e seus antecessores.

No primeiro aspecto, a Lei, em seu artigo 62, sem correspondência na Medida Provisória 656/2014, dispensa a necessidade de ajuizamento de ação judicial para que se possa resolver, por inadimplência do comprador, os compromissos de venda e compra em que conste cláusula resolutiva expressa por inadimplemento. Nesses casos, o vendedor deve notificar o comprador, por meio de Cartório de Registro de Títulos e Documentos, acerca das quantias em aberto (principal, correção monetária, juros de mora, eventual multa contratual e honorários advocatícios) para que este, em 15 dias, purgue da mora, sob pena de, não havendo o pagamento, resolver-se de pleno direito o contrato.

A alteração visa dar maior celeridade e reduzir os custos do procedimento de resolução contratual de compra e venda de imóveis, que, até então, segundo o entendimento jurisprudencial, dependia de intervenção judicial. Atendendo a antiga reivindicação das incorporadoras, passa a se permitir que estas, obtendo a resolução do contrato, rapidamente alienem as unidades inadimplentes a terceiros. Desse modo, a orientação é que conste na promessa de venda e compra cláusula que especifique o procedimento e preveja expressamente a resolução do contrato para o caso de inadimplemento do adquirente.

A segunda mudança relevante encontra-se no artigo 54, referente à concentração na matrícula de informações acerca de dívidas que possam atingir o imóvel. A Lei afirma que os negócios que tenham por fim constituir, transferir ou modificar direitos reais sobre imóveis são eficazes em relação a certa dívida quando, ao tempo do negócio, não havia registro na matrícula fazendo alusão a esta.

O intuito principal é que o adquirente apenas precisa averiguar a matrícula do bem quando for comprar um imóvel, dispensando-se que, como atualmente é praxe, requisite as certidões em nome do proprietário e antecessores do foro de seus domicílios e no foro do local do imóvel, para não ser surpreendido futuramente. O objetivo legal é conferir segurança jurídica aos negócios envolvendo imóveis, fomentando o setor. O que não constar da matrícula, em regra, não poderá ameaçar a propriedade do imóvel que está sendo adquirido.

Observando a questão pelo lado do credor do proprietário do bem, a Lei impõe que aquele que quiser ver seu crédito satisfeito por meio da constrição de certo imóvel, ainda que este seja futuramente alienado ou onerado, deve fazer constar na matrícula do bem o seu direito. Isso se aplica ainda que o credor tenha meramente ajuizado uma ação judicial que, ao final de sua tramitação, possa vir a se utilizar do imóvel para satisfação do direito reivindicado. Para que os credores procedam aos registros e às averbações nas matrículas dos imóveis, a Lei confere prazo de dois anos a partir da sua entrada em vigor.

Caso o registro não seja feito, o credor corre o risco de não conseguir se utilizar do imóvel para satisfazer seus direitos creditórios na hipótese do bem ter sido alienado ou onerado, atos que permaneceram eficazes perante o credor. O dispositivo não se aplica às obrigações de caráter propter rem (relacionadas com a própria coisa, como, por exemplo, contribuições condominiais e dívidas de IPTU), ônus de caráter socioambiental, construtivo, urbanístico, cadastrais ou de licenciamento. Para esses casos, as diligências dos adquirentes para averiguação de eventual dívida ou irregularidade, ainda permanecem necessárias.

Importante frisar que a nova Lei está em consonância com a interpretação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o órgão responsável pela interpretação última da lei federal, para o reconhecimento da ineficácia do negócio por fraude à execução, é necessário o registro da penhora na matrícula do imóvel ou a comprovação da má-fé do adquirente. Vale destacar que as dívidas constantes da matrícula não têm o condão de impedir a compra, mas fazem com que o adquirente tenha que se assegurar que o proprietário pode pagá-las, impedindo a tomada do bem no futuro.

O terceiro e último aspecto relevante ao mercado imobiliário é a proteção especial conferida aos adquirentes de unidades autônomas de empreendimentos imobiliários contra dívidas da incorporadora ou loteadora e seus antecessores. Para esses casos, previstos no artigo 55, o regime jurídico é ainda mais protetivo que o analisado anteriormente (do artigo 54), prevendo o dispositivo que negócios jurídicos de alienação e oneração de imóveis em empreendimentos imobiliários, registrados na matrícula, estão blindados contra a decretação de ineficácia e contra à evicção ainda que haja registro da dívida na matrícula do bem.

Observa-se que, no tocante aos bens de empreendimentos imobiliários, é assegurada não só a eficácia, mas também o âmbito da validade ao se inibir a evicção, que "é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato". Assim, a blindagem atinge até mesmo riscos decorrentes, por exemplo, de restrições convencionais à livre utilização do imóvel, da fraude contra credores ou de nulidades anteriores na cadeia dominial.

Ainda mais importante é que tal proteção aos adquirentes não comporta exceção, ou seja, é conferida ainda que haja registro de dívidas na matrícula mãe do empreendimento antes do registro da incorporação/loteamento.

Diante do exposto, verifica-se que a Lei nº 13.097/2015 veio para simplificar e incentivar a realização dos negócios imobiliários, tanto no sentido de facilitar a resolução de contratos com parcelas atrasadas, quanto para conferir alta proteção e segurança aos adquirentes de imóveis.



Monitor Mercantil, 15/jun

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Safra põe à venda prédios para milionários em área nobre de NY


No site da imobiliária de Nova York (EUA) Douglas Elliman, um anúncio publicado nesta semana chamava atenção: três pequenos prédios no Upper East Side, área nobre da ilha de Manhattan, foram colocados à venda juntos, avaliados em US$ 120 milhões (R$ 373 milhões).

A intenção é atrair milionários dispostos a pagar caro para ter a própria mansão, em uma área de 2.800 m² . "Ter uma fachada de 22 metros em Manhattan é extraordinário", diz a corretora Sabrina Saltiel.

O que ela não conta, mas o jornal "The New York Post" revelou, é que por trás do anúncio está a família brasileira de banqueiros Safra, controladora do grupo de mesmo nome.

De acordo com pessoas ouvidas pela publicação, as propriedades já estavam à venda há cerca de um ano, mas apenas em listas exclusivas. "Eles são superpreocupados com a privacidade", disse um dos corretores ao "Post".

A família Safra é a segunda mais rica do Brasil, segundo levantamento da revista "Forbes" feito em maio de 2014, com patrimônio de US$ 20,1 bilhões (R$ 62,5 bilhões).

Em 2014, o Grupo Safra adquiriu o Gherkin, um dos mais reconhecidos edifícios de Londres, no Reino Unido, por mais de 700 milhões de libras. Em Nova York, detém 40% do edifício General Motors, de 50 andares, avaliado em US$ 3,4 bilhões.

À frente dos negócios do Grupo Safra, está Joseph Safra, 76, que chegou ao Brasil com pouco mais de 20 anos, imigrante do Líbano. Discreto, ele nunca dá entrevistas e é retratado como silencioso por pessoas próximas.

Os prédios à venda em Nova York, localizados na rua 62, entre a Quinta Avenida e a Madison, têm seis andares cada um e, hoje, estão divididos em 13 apartamentos. Segundo Saltiel, no entanto, podem ser entregues vazios.

A corretora afirma que, reformados em 2011, têm a vantagem de ter tetos e pisos alinhados, o que facilitaria a união de todos em uma única mansão. "É uma situação bastante única", disse.

Juntos, os prédios têm 23 lareiras, 11 terraços e dois decks nas coberturas. Esses anúncios têm se tornado mais comuns em Nova York, para tentar atender clientes milionários em busca de mais espaço em Manhattan, conhecida pelos apartamentos pequenos e estúdios.

O proprietário, segundo a corretora, colocou à venda um quarto edifício, na mesma rua, por US$ 35 milhões.



Folha de São Paulo, 12/jun

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Sustentabilidade olímpica


A Vila dos Atletas para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 está sendo erguida na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Terminado o evento, que deve receber em torno de 18 mil atletas, a Vila dará lugar ao bairro Ilha Pura, cujas características de sustentabilidade já se destacam no canteiro de obras.

Quando finalizado, o empreendimento se estenderá por 870 mil m², dos quais 247 mil m² são destinados à Vila. Os apartamentos dos 31 prédios distribuídos em sete condomínios serão vendidos e entregues aos compradores em até um ano depois das competições.

O projeto do bairro planejado, e em construção pelas incorporadoras Carvalho Hosken e Odebrecht Realizações Imobiliárias, inclui um parque público de 72 mil m²; um viveiro de 20 mil in² para atender ao paisagismo, a cargo do escritório Burle Marx; 5.500 m² de espelhos d'água e uma ciclovia de 1,1 km.

No canteiro de obras

No canteiro onde trabalham mais de 7 mil pessoas, uma estação de tratamento de águas cinzas capta a água de chuveiros e pias que, depois, é utilizada na umectação de vias e em sanitários.

Ainda na obra, o monitoramento online e por radiofrequência em tempo real permite gerir o consumo de água e energia. A medição é setorizada nos 15 centros de atividade que incluem os condomínios, a cozinha industrial e a sede administrativa da Ilha Pura.

Quando o bairro estiver pronto, a estação de reuso será permanente e tratará a água dos chuveiros e lavatórios que, além do uso em sanitários, servirá para irrigar áreas verdes e abastecer espelhos d'água.

Torneiras, chuveiros e descargas "inteligentes" deverão reduzir o consumo geral de água no empreendimento. As medidas de racionalização de consumo incluem a captação de água da chuva e a pressurização de bombas que levam água para os edifícios.

Duas unidades de produção de concreto no canteiro ajudaram a diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GEE). A iniciativa, aliada a outras práticas, como a coleta seletiva no local, contribuiu para uma redução de 39 mil toneladas de CO² em dois anos de obras.

Resíduos de fundações e estrutura de concreto foram britados e aplicados na obra. Os resíduos recicláveis são enviados a cooperativas de reciclagem e os orgânicos são transformados em adubo para as áreas de paisagismo. Uma caçamba-prensa reduz em 75% o volume de resíduos não recicláveis, o que limita o tráfego de caminhões e a emissão de GEE.

Formação de fornecedores

No Estado do Rio de Janeiro, apenas uma madeireira possuía todas as certificações florestais exigidas quando o empreendimento foi à busca de madeira nativa certificada. Contatos com o Conselho de Manejo Florestal (FSC) e o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor) resultaram no processo de capacitação de fornecedores.

Em parceria com a Control Union Certification, sete empresas - seis do Rio e uma de São Paulo - foram certificadas no início de 2014. Uma segunda fase, que incluiu o Sebrae, além da Control Union Certification, abriu o programa também para empresas do setor moveleiro. Dessa etapa, 10 fornecedores já foram certificados e um está em finalização do processo.

As certificações ambientais são importantes, pois dão novo impulso às técnicas construtivas. As empresas precisam se atualizar e capacitar os trabalhadores, em todos os níveis, para que a sustentabilidade vislumbrada em projeto se transforme em realidade.

No caso da Vila Olímpica de 2016, e futuro bairro planejado Ilha Pura, há duas certificações em curso: a LEED for Neighborhood Development (LEED para Desenvolvimento de Bairros) integra princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo sustentável e edificações verdes.

Já a certificação AQUA Bairros e Loteamentos avalia um projeto segundo 17 objetivos de desempenho ambiental, como integração e coerência do bairro, recursos naturais, qualidade ambiental e sanitária do bairro, vida social e dinâmicas econômicas.



Jornal do Commercio, Social e Ética, 11/jun

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Two World Trade Center, em Nova York, será construído com projeto do BIG


O escritório dinamarquês Bjarke Ingels Group (BIG) revelou nesta terça-feira (9) o projeto de construção do edifício Two World Trade Center, que junto com o One World Trade Center, projetado pelo Skidmore, Owings and Merrill LLP (SOM), substituirá as Torres Gêmeas, derrubadas pelo atentado de 2001 em Nova York, nos Estados Unidos.
A torre terá 408 metros de altura, 260 mil m² de área e será composta por blocos empilhados de diversos tamanhos e em diferentes profundidades. A fachada irá combinar estruturas metálicas e placas de vidro reflexivo, dialogando com os edifícios adjacentes.
A torre de 80 andares deverá abrigar escritórios, salas de reuniões, salas de conferências, espaço para eventos, academia, quadra poliesportiva, praça de alimentação, lojas de varejo e áreas para convivência.
A disposição desuniforme dos volumes criará cerca de três mil m² de terraços, que receberão diversas espécies de plantas e servirão como mirantes com espaços para descanso e contemplação da cidade.
A previsão é de que as obras sejam concluídas até 2020.

Portal PINIweb, 10/jun

terça-feira, 9 de junho de 2015

O jeito certo para aproveitar o ambiente


O tamanho em desvantagem de uma casa ou um cômodo pode ser um dos maiores desafios enfrentados por arquitetos, decoradores e próprios moradores, na hora de decorar de forma desejada. Nem toda área tem o espaço amplo, por isso, algumas modificações podem ser feitas para agregar dupla função ou causar a impressão de um lugar maior. Arquitetos dão dicas de como seu imóvel pode parecer mais amplo sem precisar mudar de endereço.

O arquiteto Jones Elias fala de um dos truques mais utilizados que é a cozinha americana. Quando é embutido um painel, ela é considerada reversível, onde acontece e integração da sala com a cozinha, sem perder a privacidade e conforto.

"Usamos um painel que pode separar o ambiente quando o morador quiser. Todo o espaço da cozinha incorpora a sala e como o ambiente foi feito com mesa/bancada de vidro, mesmo com o painel aberto, não causa separação da sala", explica.
As cores também tem papel fundamental na hora de deixar o ambiente maior, por isso, Jones esclarece que os tons mais encorpados devem sempre tomar as paredes mais largas, para dar a profundidade certa.

"Com a cor mais escura você ganha profundidade no ambiente, por isso, deve ser trabalhado numa parede maior, porque em pequenas como final de corredores podem parecer mais longos. A cor clara tanto no imobiliário, no piso, ou na parede, influenciam muito, ela tem a função de ampliar", aponta.

Além disso, objetos como espelhos e vidros também devem ser posicionados em paredes mais escuras para causar profundidade, assim também deve ser feito com a iluminação, segundo o arquiteto. Já a arquiteta Manuela Guida atenta para o tamanho do mobiliário, que deve respeitar o tamanho do cômodo onde será posicionado.

"Uma coisa que as pessoas precisam ter atenção é o tamanho apropriado do mobiliário para o espaço. Colocar um sofá grande em uma sala pequena vai causar uma aparência minúscula. O ideal é colocar móveis de acordo com o tamanho, porque se você não tem circulação, seu espaço fica pequeno mesmo sendo grande. Temos feito muitas trocas de cadeiras por bancos em um dos lados das mesas das salas de jantar", orienta a profissional.

Manuela Guida ainda ressalta que os tons claros e objetos como espelhos e vidros são elementos com grande poder de ampliação, por isso, a utilização destes nos móveis já se tornou uma boa pedida.

"A utilização de espelhos nos móveis, como mesa de centro, por exemplo, você nem sente que ela está lá. O espelho também é bem-vindo em armários. Assim também é o vidro em mesas na cozinha ou copa, já que esse material traz translucidez", ressalta.

A administradora de empresas Janeceli Vieira, de 43 anos, que sempre morou em casa com a família, teve que se mudar para um apartamento há 6 anos. Seu pedido inicial para a arquiteta foi de abusar do branco em seu quarto, porque ela já sabia que a cor proporcionaria maior amplitude. Seu quarto ganhou espaço principalmente porque um dos quartos que poderia ser usado como escritório foi aproveitado para aumentar o tamanho.

"Tivemos a possibilidade de unir os dois quartos em um para aumentar o tamanho. Acredito que a cor tenha influenciado bastante porque o branco deixa o ambiente sempre mais amplo. Mesmo em cor clara, a manutenção não é difícil, mas evitar muitos objetos na decoração também ajuda a manter".



O Fluminense, 08/jun

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Uma visão realista do mercado imobiliário


A despeito das incertezas reinantes no país com a introdução de medidas rigorosas para deter a escalada inflacionária, o mercado imobiliário apresenta- se cada vez mais sólido, oferecendo a compradores e vendedores a segurança e a lucratividade nem sempre encontradas no ramo.

O momento, para o Rio de Janeiro, é ideal para a compra de imóveis, seja para investimento ou moradia. Afinal, além de o imóvel ser considerado um bem seguro até em momento de instabilidade econômica, as construtoras e incorporadoras estão com consideráveis estoques, em função da crise que o país recentemente atravessou e é do conhecimento de todos.

Os programas de financiamento de imóveis prontos passaram por um ajuste que se comprovou fino. Assim, a atual situação, se parece crítica para uns, a outros oferece a oportunidade de bons negócios, pois os preços estão na medida exata para se comprar. Em 2014, embora as vendas tenham sido menores que o esperado, a valorização dos imóveis no Rio foi acima da inflação, de acordo com o índice FipeZap.

A compra de um imóvel, seja para morar ou investir, é uma decisão a ser tomada cuidadosamente, e o preço a pagar depende, acima de tudo, da sua localização e do uso que dele se pretende fazer.

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado do Rio de Janeiro -CRECI-RJ- tem conduzido um programa de capacitação profissional envolvendo palestras, cursos e eventos para que os consultores estejam prontos a assessorar com competência, ética e profissionalismo, os interessados em negócios imobiliários, que se mostram cada vez mais exigentes e bem informados. Uma iniciativa que se desenvolve conforme a evolução do mercado.

Na cidade do Rio de Janeiro, espremida entre o mar e a montanha, o espaço para a construção é cada vez mais escasso. Já não há terrenos disponíveis nos bairros nobres da Zona Norte, como Tijuca e Grajaú; em Copacabana, o último lançamento ocorreu em 2010. Os imóveis podem parecer caros mas, como é devido à falta de terreno, pode-se prever que não haverá queda de preços.

Um bom exemplo disso é a disputa entre as redes comerciais. Elas buscam negócios na Zona Sul, mas diante da escassez começaram a descobrir a Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O bairro de Campo Grande, hoje, tem o porte de uma pequena cidade catarinense. Os grandes proprietários industriais e as grandes empresas comerciais são, em razão da dimensão de suas atividades, grandes consumidores de espaço: necessitam de terrenos amplos que satisfaçam requisitos de localização pertinentes às atividades de suas empresas - junto a portos, a vias férreas ou em regiões de ampla acessibilidade à população.

Em consequência, os promotores imobiliários - elementos que realizam, parcialmente ou totalmente, operações de incorporação, financiamento, estudos técnicos, construção ou produção física de imóveis, e sua comercialização - necessitando fazer e refazer a cidade, pressionam a administração pública para obter providências rápidas -e a região do Porto Maravilha, especialmente a Gamboa e Santo Cristo, já vem se constituindo num ponto de excepcional atração.

O fato de o Rio de Janeiro encontrar-se hoje como um canteiro de obras é outro estímulo para a compra de imóveis nos dias atuais. Quando 2016 chegar, vai encontrar uma cidade reorganizada, com um sistema de transportes reestruturado e modificado, novas áreas urbanas às quais a população nunca teve acesso, porque eram militares.

Todos reclamamos do trânsito caótico, mas já estão entrando em operação os transportes de alta capacidade, como o metrô, levando da Barra à Baixada, e o eixo do BRT, que compreenderá várias linhas alimentadoras. Todo mundo vai se locomover muito bem pela cidade e, por menos que se consiga, em termos de despoluição da Baía da Guanabara, serão beneficiados bairros e municípios do entorno, disponibilizando terrenos à construção e oferecendo mais oportunidades de negócios, dependendo apenas de uma boa política de acessibilidades, o que é promessa do Estado.



O Globo, Morar Bem, Por dentro do mercado, 07/junho