sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Multiuso ganha espaço rio mercado


O Rio de Janeiro vive um boom de empreendimentos que apontam para algumas das principais tendências no mercado imobiliário: projetos de concepção multiuso, distritos corporativos e clubes condomínio. Os empreendimentos multiuso atendem a uma mudança de comportamento de moradores das grandes cidades, que consideram o fato de trabalhar próximo ao local de moradia como ganho na qualidade de vida.

Com essa forte tendência, os multiusos estão entre as melhores opções de investimento, pois têm como apelo justamente a possibilidade de evitar os transtornos cada vez mais comuns nos centros urbanos, como trânsito congestionado, que chega a consumir até 25% do tempo das pessoas.

Isso porque, nesses empreendimentos, o comprador precisará se deslocar menos pela cidade, já que centros de compras, restaurantes, consultórios, salas comerciais e torres corporativas farão parte do mesmo espaço em que ficam os prédios residenciais. 

A aposta das incorporadoras em complexos multiuso deve atrair investidores que veem nesses empreendimentos uma forma de conseguir renda com aluguel ou lucro com uma revenda. Além disso, a maior parte desses complexos multiuso está sendo construída em regiões com grande potencial de valorização.

Cláudio Tavares de Alencar, professor do departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP e João da Rocha Lima Jr, professor titular de Real Estate da Poli USP - autores do livro "Real State: fundamentos para análise de investimentos" - alertam que o investidor deve levar em conta o potencial de cada edifício em que vai investir - entre os que são oferecidos nos multiuso - e se há sinergia entre eles, como, por exemplo, o shopping contar com lojas de alta conveniência e atender ao público que trabalha ou reside, e os hotéis poderem contar com salas de reuniões e eventos. Empreendimentos desse tipo espalham-se pela cidade, em áreas como o Porto e a Barra da Tijuca, acompanhando o ritmo de expansão e valorização dessas regiões.



O Globo, Especial Mercado Imobiliário, 28/nov

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pesquisa aponta preferências do carioca


Pesquisa realizada pela Lopes Imobiliária entre mais de 46 mil clientes revela que o mercado imobiliário do Rio continua em alta. Apenas 5,2% dos compradores residentes no Rio adquirem imóveis fora do estado. Os outros 94,8% preferem permanecer na cidade, mesmo que tenham oportunidade de comprar um imóvel em outra região do estado. 

Luigi Gaino, diretor da Lopes Imobiliária - empresa que tem área de pesquisa sobre perfil e preferências dos compradores de imóveis - revela que a cidadê tem, hoje, vários vetores de crescimento.

Depois da consolidação da região de Jacarepaguá, principalmente dos bairros de Freguesia a Taquara, o Rio se expande para a Zona Norte e até para o subúrbio de Deodoro, onde será instalado um complexo desportivo destinado a formação, ensino e treinamento de atletas.

"A cidade não tem um único vetor de crescimento, em todos os lugares há lançamentos imobiliários. Só estão parados os bairros onde não é possível fazer mais nada", disse, acrescentando que a cidade começa a expandir seus horizontes, com a construção de imóveis multiusos e produtos hoteleiros, para Campo Grande, Santa Cruz, Macaé e Rio das Ostras.

Na avaliação do diretor da Lopes, a expansão na região metropolitana vem se dando pela confiança nos anúncios do novo modelo de transporte. O corredor expresso da Transolímpica, por exemplo, com seus 23 Km de extensão, está unindo a Barra da Tijuca a Deodoro. Já o economista Eduardo Moreira diz que a isso se soma ao aumento da percepção de segurança e ao fato de a demanda ser muito maior do que a oferta de moradia. 

BAIRROS COBIÇADOS 

O ranking da Ademi dos bairros campeões em vendas de imóveis comprova a tese dos especialistas da área de Inteligência da Lopes. Jacarepaguá ainda lide ra a lista dos bairros mais cobiçados da cidade, com 1.658 unidades vendidas no primeiro semestre deste ano. Mas, os bairros de Santo Cristo, Pilares, Penha, São Cristovão e Vila da Penha já ocupam lugar de destaque nos dez mais vendidos da cidade. Com 837 unidades vendidas, Santo Cristo ficou com o segundo lugar (837), seguido de perto pela Penha, bairro onde foram comprados 789 unidades residenciais. O sexto lugar foi de Campo Grande, com 522 imóveis vendidos, e o sétimo o bairro de Pilares, com 392. Pavuna, São Cristóvão e Vila da Penha completam a lista dos mais procurados, com 295, 284 e 268 unidades vendidas, respectivamente. 

Mas há muitos outros bairros do subúrbio carioca que estão renascendo, acompanhando a rota do metrô e dos corredores expressos (BRTs) que a Prefeitura começou a inaugurar, assim como a de melhorias nos contornos urbanos, caso do Parque Madureira.

Del Costilho, por exemplo, vendeu 182 imóveis no primeiro semestre de 2013; Tomás Coelho, 178; Cachambi, 148; Engenho da Rainha, 121; Rocha Miranda, 114; Madureira, 95; Engenho Novo, 56; e Vila Valqueire, 26.

No total de bairros que foram objeto da pesquisa, 73% da oferta foi de unidades residenciais; 23% comercia Ls e 4% hoteleiras. Entre as vendidas, 76% eram compostas por imóveis para moradia, 18% para atividades comerciais e 6% para hotelaria. A grande maioria das unidades residenciais vendidas foi de dois e três quartos. No primeiro semestre de 2013, foram comercializadas 1.289 salas comerciais e 112 lojas.



O Globo, Especial Mercado Imobiliário, 28/nov

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Com pré-sal, Rio recebe R$ 2 bilhões em investimentos


Uma das principais apostas do país, o pré-sal pode mudar o mapa da energia e inserir o Brasil entre os maiores do mundo. E, nesse contexto, o Rio de Janeiro está recebendo grande volume de investimentos: nos últimos três anos, pelo menos R$ 2 bilhões vieram para cá com a construção de 16 novas fábricas para o setor. De acordo com mapeamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado a pedido do GLOBO, foram geradas, no mínimo, 3,3 mil vagas.
Das 16 novas unidades fabris, dez estão no Norte Fluminense, com destaque para São João da Barra, que concentra seis desses investimentos no Porto do Açu. Apesar dos desafios em torno do projeto - que passa por uma reestruturação, com a entrada da empresa de energia americana EIG, que comprou as ações do empresário Eike Batista -, o setor ainda investe no aumento da qualificação, que vai exigir profissionais mais especializados.
Segundo especialistas do setor, o Rio deve atrair novos investimentos ao longo dos próximos anos, quando começarem a ser sentidos os preparativos para a exploração da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, que foi leiloado em outubro, e tem reservas estimadas entre oito bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. Em setembro, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o pré-sal brasileiro já produzia cerca de 397 mil barris de petróleo equivalente (boe) por dia em 13 campos, a maior parte na de Santos.
- A área de Libra vai demandar de 12 a 18 plataformas de produção, além de 60 a 90 embarcações de apoio. E, com a política de conteúdo local, que, em média é de 55%, as empresas terão de se organizar, com unidades no Brasil e, sobretudo, no Rio, que hoje responde por 71% da produção de petróleo no Brasil - disse Carlos Eduardo Ribeiro, professor da Uerj, lembrando que a área de Libra fica na altura de Cabo Frio, no Estado do Rio
Caxias ganhará novo polo
Um dos mais importantes investimentos que estão sendo feitos para atender a novas empresas é a construção de um condomínio empresarial, em Duque de Caxias. O local, às margens da Baía de Guanabara, tem dois milhões de metros quadrados e deve receber investimentos de R$ 1,5 bilhão. O objetivo é abrigar empresas do setor de navipeças (setor naval) e de equipamentos submarinos (chamado de subsea). Segundo Alexandre Gurgel, diretor de Política Industrial da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio (Codin), o local está prestes a receber a licença de instalação.
- O foco desse condomínio será a instalação de empresas do setor de óleo e gás. Esse é um empreendimento que tem potencial para gerar cinco milhões de empregos. Já temos hoje companhias com consultas para se instalarem no local. O setor de petróleo é muito importante e está impulsionando diferentes investimentos em todo o Estado. Hoje, metade das 300 consultas que o governo estadual recebe por ano é do setor de óleo e gás - diz Gurgel.
A Wärtsilä, por exemplo, está investindo R$ 75 milhões na construção de uma fábrica de propulsores para sondas de exploração em São João da Barra e um centro de serviços em Niterói. Robson Campos, presidente da empresa, diz que o aumento dos investimentos está ligado às novas oportunidades do setor. Campos lembra que a fábrica em São João da Barra, que vai ficar pronta em julho de 2014, vai construir os equipamentos de propulsão para dez das 29 sondas da Sete Brasil, empresa contratada pela Petrobras para construir as sondas para o pré-sal.
- Essa fábrica também vai produzir gerador de energia elétrica. Hoje, a companhia conta com 540 funcionários. Até 2014, a empresa terá 800 funcionários. Como nossa fábrica é no Porto do Açu, tomamos uma série de cuidados. Quando decidimos pelo investimento, em dezembro de 2012, optamos por uma área já habitada por outras companhias, devido ao momento de transição por que passava a LLX - afirma Campos.
Assim como a Wärtsilä, a GE Óleo & Gas também está investindo milhões na construção de uma nova base logística em Niterói para atender à Petrobras. Já a Schulz, que fabrica tubos e conexões em aço, investiu R$ 60 milhões para a construção de uma nova unidade em sua fábrica, em Campos, no Norte do Estado, que vai produzir tubos metálicos para o pré-sal. A meta é que em 2014 a empresa fabrique 70 quilômetros de tubos por ano.
A própria Petrobras vem investindo pesado no Rio. Na lista da estatal está a construção de sete grandes empreendimentos no Estado. São quatro gasodutos, para escoar o gás, sobretudo do pré-sal. Só a área de Libra tem potencial de 120 bilhões de metros cúbicos. Hoje, a reserva do país é de 434 bilhões de metros cúbicos.
Destaque ainda para a construção da Usina Termelétrica Baixada Fluminense, localizada no município de Seropédica, que entrará em operação comercial em março de 2014. Além disso, haverá a nova Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Terminal de Cabiúnas, em Macaé, e outra UPGN que será instalada no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. Os investimentos fazem parte do Plano de Negócios da estatal 2013/2017, de US$ 236,7 bilhões.
Especialistas destacam os investimentos em Macaé. Na cidade está sendo criado um terminal portuário, hoje em fase de licenciamento ambiental e que deve receber recursos de R$ 600 milhões.
- Com isso, vamos pular de seis para 23 pontos de atracamento de navios na cidade. Há um grande desafio quando se fala de barcos de apoio hoje no país. Hoje, são mais de 200 embarcações. Até 2020, com o avanço do pré-sal, esse número vai mais que dobrar. Por isso, já começamos a ver importantes investimentos na área portuária - diz Gurgel.
Como o pré-sal vai demandar mais empregos qualificados, o Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai) corre contra o tempo para treinar mão de obra a tempo: está investindo R$ 3 bilhões para conseguir dobrar sua quantidade de alunos até 2014.
- O Senai conta com 580 centros de formação profissional no país. Estamos dobrando a capacidade de 251 dessas escolas e construindo mais 100 unidades. O pré-sal é uma fronteira tecnológica, que vai exigir mais conhecimento e rigor dos trabalhadores. A margem de erro tem de ser menor, pois os investimentos são maiores - disse Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai.



O Globo, Bruno Rosa, 27/nov

Terra Encantada


O mercado imobiliário aguarda a confirmação da compra do terreno do finado Parque Terra Encantada por uma grande construtora baseada no Rio e em São Paulo. O negócio será concretizado até o fim do ano. Interessado na área, o empresário Eike Batista chegou a anunciar que ergueria um empreendimento no local, mas as conversas não prosperaram.



Jornal do Commercio, Marcia Peltier, 26/nov

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Apartamentos de um quarto estão em alta no Rio


Os imóveis de um quarto estão voltando à cena no Rio de Janeiro. O modelo atrai recém-casados, jovens, idosos e também investidores de olho no retorno com a locação do espaço. Neste último caso, segundo Edison Parente, vice-presidente comercial da Renascença Administradora, o retorno com o aluguel varia de 0,5% a 0,6% ao mês. "Um apartamento de um quarto com 50 metros quadrados na Barra da Tijuca, por exemplo, tem valor de metro quadrado em torno de R$ 10 mil. O proprietário alugando este imóvel pode obter de 0,5% a 0,6% de retorno ao mês. Já o metro quadrado de um dois quartos no mesmo bairro pode chegar a 20% a menos que o de um quarto, podendo ter retorno de 0,4% ao mês", explica Parente.

Eventos Esportivos

Alexandre Reznik, diretor da Mega 18 Construtora, reforça que a tendência também é puxada pelo crescimento de acomodações no Rio para os grandes e ventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. "Com isso, os empresários voltam a investir na tipologia, que apresenta liquidez tanto para revenda quanto para locação", destaca Reznik. Ele adianta que a construtora prevê lançar no primeiro semestre de 2014 um residencial com unidades de quar t o e s al a em Copacabana.

Recém-lançado na Zona Norte, o Dom Condominium Club, da PDG, teve todas as 434 unidades vendidas em 24 horas após o lançamento, das quais 224 são de um quarto. Em Jacarepaguá, o Genesis, da Leduca, também oferece o conceito. Atualmente, há apenas oito unidades das 140 de um quarto disponíveis para venda, com preços a partir de R$ 330 mil.

Opções no Rio de Janeiro e em Duque de Caxias

A João Fortes Engenharia investe no modelo em dois lançamentos no Recreio dos Bandeirantes. O West Vintage, inspirado no estilo de vida dos moradores de São Francisco, Califórnia (EUA), será um residencial com serviços payper-use (pague somente se usar) e entre as 204 unidades haverá também apartamentos de um quarto.

No Mares de Goa Residence, dos 234 imóveis, 118 serão de um quarto, com tamanhos a partir de 54 metros quadrados. Além disso, os apartamentos serão entregues com enxoval completo, de toalhas de banho à geladeira e televisão. O condomínio servirá como vila de mídia para os jogos olímpicos de 2016. "Haverá fogão, geladeira, televisão, sofá, mesa de jantar, além de itens como tapetes, ferro de passar roupa, cabides, entre outros", afirma Luiz Henrique Rimes, diretor de Negócios da João Fortes Engenharia.

Na Estrada dos Bandeirantes, na Zona Oeste, o conceito pode ser encontrado no Midas e no Grand Midas, ambos da Calçada e já 100% vendidos, e no Studio 6677, da MDL. Desti nado a investidores, o Studio terá 90 unidades de um quarto com suíte.



O Dia, Cristiane Campos, 24/nov

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Prefeitura fará novo mapa cartográfico da Zona Oeste


A Barra da Tijuca e outros 21 bairros da Zona Oeste vão passar por atualização cartográfica. No trabalho, feito pelo Instituto Pereira Passos (IPP), prédios, casas, imóveis comerciais, ruas e terrenos que surgiram desde o último cadastro, há 13 anos, vão ser incluídos no novo mapa, que ficará pronto no fim do ano que vem e incluirá uma extensão de 822 quilômetros. 

A prefeitura garantiu que o objetivo não é revisar dados para o IPTU e que o trabalho será realizado em três etapas, sendo a primeira a restituição cartográfica. Nela, serão identificadas, e representadas no mapa, as formas físicas encontradas no terreno.

A segunda parte será a análise em campo das informações. Nela, especialistas vão até às áreas para confirmar os dados, como número de portas, nomes de rua, etc. "Por fim, um grupo de edição ficará responsável por traduzir esse material coletado e torná-lo algo visual e prático de usar", explicou o geógrafo do IPP Fabrício Fusco.

O trabalho será feito com uso da técnica conhecida como aerofotogrametria - câmeras acopladas a uma aeronave fazem o registro fotográfico do território. Segundo o gerente de Cartografia da Diretoria de Informações da Cidade (DIC), do IPP, Marco Zambelli, não é possível saber detalhes do imóvel, mas, dependendo da altura da casa, é possível identificar quantos pavimentos ela tem.

Zambelli explica, no entanto, que o objetivo principal é mapear hospitais, escolas, comércio, shopping e todas as grandes atividades comerciais e industriais da área. "Vamos identificar se certas ruas existentes são de loteamento particular ou de logradouro público", explicou. 
De acordo com o IPP, depois da Zona Oeste, há previsão de fazer trabalho semelhante em outras áreas do Rio que passaram por grandes transformações.

Acompanhamento é frequente em favelas
O recadastramento na Zona Oeste não deve trazer novidades em relação ao crescimento das favelas. O acompanhamento da ampliação do território delas na cidade é feito periodicamente pelo IPP. "Isso já é acompanhado pela equipe do instituto através de ortofotos (fotos com projeção ortogonal, que permitem ver os ângulos da imagem)", explicou o o gerente de Cartografia da Diretoria de Informações da Cidade, do IPP, Marco Zambelli. 

A nova base de dados sobre a Barra e outros bairros da Zona Oeste servirá para as próximas intervenções da Prefeitura e suas políticas públicas. Foi dessa maneira, por exemplo, que foram escolhidos os locais para as Escolas do Amanhã - programa do município que oferece estudo diferenciado para moradores de áreas de risco.

Um dia para conhecer o que a Prefeitura do Rio faz

O IPP vai promover nesta terça-feira o Dia dos Sistemas de Informação Geográfica, mundialmente conhecido como GISDay. Aberto ao público, o evento vai ser na sede do Instituto, em Laranjeiras, a partir das 14h.

No local, será possível conhecer ações da prefeitura para a disseminação de informações geográficas e sistemas de gestão fiscal e avaliação imobiliária que a Secretaria Municipal de Fazenda usa. Para os mais curiosos, a dica é assistir a uma demonstração online de mapas da cidade do Rio. 

O responsável pela apresentação, Luiz Roberto Arueira, explica que a importância para a sociedade é o compartilhamento de conhecimento junto ao corpo técnico da Prefeitura e a publicação das informações no Armazém de Dados, o portal de acesso às informações sobre a cidade.



O Dia, Christina Nascimento, 19/nov

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Cobertura com preço de seis castelos na França


Procura-se comprador para uma luxuosa cobertura com vista para a Praia da Barra e a Lagoa de Marapendi, na Avenida Sernambetiba, em uma das áreas mais nobres do Rio de Janeiro. Quem levar o apartamento de 1.040 metros quadrados poderá guardar até 16 carros na garagem. A cobertura, próxima à Praia da Reserva, é para poucos. A unidade mais cara do Grand Hyatt Residences, com quatro suítes e piscina semiolímpica dentro de casa, custa nada menos do que R$ 55,8 milhões.

A venda pode ser facilitada. O candidato tem a opção de dar uma entrada de R$ 11,1 milhões e continuar pagando mensais de R$ 697,5 mil durante dois anos. Por esse valor, é possível comprar duas suntuosas mansões avaliadas em R$ 20 milhões, como a da modelo Gisele Bundchen em Los Angeles, nos Estados Unidos, ou seis castelos no interior da França. Também daria para adquirir 280 apartamentos de classe média em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, ao custo de R$ 200 mil cada imóvel. 

Há opções 'mais em conta'. A unidade mais barata (91m²) está sendo oferecida por R$ 2,38 milhões. Desde o lançamento, corretores de imóveis estão em polvorosa para ver quem receberá a comissão de quase R$ 1,4 milhão. "Com esse dinheiro eu compraria um apartamento. Mas em outro lugar. No Grand Hyatt, teria que vender muito imóvel para pagar o condomínio, que deve ficar em torno de R$ 6 mil", sonha a corretora Sueli Souza, de 51 anos. 

Até agora não apareceu comprador para a cobertura. Para as demais, a maior parte dos interessados são empresários de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. "O carioca até olha, mas quando vê os valores desiste", diz Sueli. 

O futuro morador da exclusiva Penthouse, apelido dado à cobertura, poderá usufruir todas as comunidades do hotel Hyatt, um cinco estrelas que fará parte do resort localizado em um terreno de 45 mil m². "É para quem deseja o glamour de viver em um hotel cinco estrelas 365 dias por ano", disse o empresário Rubem Vasconcellos, da Patrimóvel, que negocia os apartamentos residenciais. O proprietário terá até uma barca exclusiva para levá-lo ao campo de golfe, que servirá para as competições olímpicas. 

Moradores da Barra da Tijuca temem que o novo empreendimento, com mais de 400 apartamentos, piore ainda mais o trânsito da região. "Se não tiver helicóptero, vai ser um mortal como qualquer um que enfrenta os congestionamentos na Barra", ironiza a engenheira Renata Crespo, 52 anos. Apostador da Mega Sena, o marido, o funcionário público, Gilberto Santana, 59, não se interessou pelo lançamento. "Precisamos de muito pouco para ser feliz. Se ganhasse o prêmio da virada, de R$ 200 milhões, bancaria projetos sociais para reduzir essas desigualdades", diz.

Terreno em área protegida

O terreno onde o resort será erguido já pertenceu à Área de Preservação Ambiental (APA) de Marapendi. A Câmara de Vereadores, no entanto, aprovou, em tempo recorde, projeto de lei retirando o terreno da APA. A nova lei dobrou a área de construção, gerando protestos de moradores. O Grand Hyatt prometeu recuperar 24 mil m² de vegetação nativa, usada pelas empreiteiras no canteiro de obras na duplicação da Sernambetiba. A obra ficará pronta em 2015.

Leblon e Ipanema têm m² mais caro

Sem contar o novo empreendimento na Barra, no luxuoso mercado imobiliário carioca, coberturas em Ipanema e Leblon ocupam o topo do ranking de preços. Em nenhum outro lugar do Brasil, bairros reúnem tantas belezas naturais à beira-mar e o glamour do metro quadrado mais caro do país. Levantamento da Bolsa de Imóveis do Rio revela que os apartamentos mais caros são os do edifício Cap Ferrat, na Vieira Souto. Cada unidade de 600 m² (um por andar) custa R$ 40 milhões. Pelo mesmo valor, pode-se comprar casas de 1.040 m² no Jardim Pernambuco, no Leblon. Em terceiro lugar, os apartamentos mais caros são os do Juan Les Pins, na Delfim Moreira, por R$ 35 milhões. Na Joatinga, as casas com 500m² não saem por menos de R$ 27 milhões.

Privilégio para poucos, os top de linha são chamados pelo mercado de "imóveis gargalhada", pois só quem pode pagar é a classe AAAA. Para especialistas, os valores chegaram à estratosfera devido à escassez de imóveis de alto padrão. "Há muita procura por empresários e funcionários de alto escalão, em função do reaquecimento da economia fluminense" diz Eduardo Pompéia, da Bolsa de Imóveis.



O Dia, Maria Luisa Barros, 17/nov

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Prefeitura desiste de mudanças no IPTU em 2014


Depois de anunciar, no final de 2012, mudanças nos critérios de cobrança do IPTU em 2014, o prefeito Eduardo Paes desistiu e o imposto será reajustado com base no Índice Nacional e Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), assim como no ano passado, quando o índice foi de 5,78%. O percentual que será aplicado em 2014 só será definido em dezembro. Na época, Paes disse que enviaria à Câmara dos Vereadores propostas que iriam causar um aumento na arrecadação, mas desistiu. Este ano, o prefeito enviaria novamente o projeto, mas recuou. Livrou-se do desgaste político que o prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, está enfrentando por ter aumentado o IPTU. Lá, a Justiça determinou a suspensão do reajuste. No Rio, a prefeitura não quis comentar o recuo de Paes.

Ao deixar de enviar às mudanças para Câmara, o prefeito abriu mão de engordar os cofres públicos com cifras entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões já em 2014. Isso, porque as novas regras fariam com que, em 2014 e nos anos seguintes, 97% dos contribuintes passariam a pagar IPTU em lugar dos atuais 40%.

Em números, isso significa que 1,1 milhão de contribuintes isentos desde 2000, principalmente das zonas Norte e Oeste, passariam a pagar o imposto, ainda que pouco. Outros 728 mil que nunca deixaram de ser cobrados teriam um aumento real que poderá chegar a 30% dos valores devidos em 2013, além da correção pela inflação.

Na época em que foi anunciado, o projeto provocou uma chiadeira geral de moradores e também de parlamentares. Vereadores da oposição se articularam e firmaram posição de que o projeto não seria aprovado pela Câmara. Um deles, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que era um parlamentar recém-eleito, chegou a dizer que seria um massacre com o contribuinte.

O pacote de medidas incluía o fim da isenção no pagamento do imposto, redutores que foram implementados pelo ex-prefeito Luiz Paulo Conde, em 1999, concessões que, segundo declarou Eduardo Paes em 2012, foram viciadas pelo processo eleitoral. De acordo com a avaliação feita por Paes, na época, a legislação tributária do Rio está defasada desde a década de 1990.

Conforme o projeto, que foi engavetado, que não paga o IPTU teria que arcar com uma despesa de 10% a 20% do salário mínimo (R$ 80,25 e R$ 160,50), segundo cálculos da prefeitura realizados em 2012. Pela projeção, o reajuste maior deveria incidir sobre imóveis da Zona Sul, de bairros como Ipanema, Copacabana e Leblon, que estariam com os valores do imposto mais defasados em relação ao mercado, se comparado, por exemplo, com a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes. Pelo projeto, a maioria dos imóveis em favelas continuariam fora da cobrança. As isenções previstas em lei são para imóveis tombados, para os que pertencem a aposentados e pensionistas com renda mensal de até dois salários mínimos, entre outros.

A prefeitura informou ainda que nenhuma outra alteração será feita na base de cálculo. Nem a atualização da chamada planta de valores, que estava prevista, será realizada. É com base nessa tabela que o preço do metro quadrado é estimado. A base atual vem sendo empregada desde 1997 e não reflete mudanças como, por exemplo, a valorização imobiliária de imóveis das zonas Sul e Norte e de Santa Teresa, vizinhos de favelas que foram pacificadas.

Supervalorização de imóveis

Para a vereadora Teresa Bergher (PSDB), um dos parlamentares que foram contrários ao reajuste, este não é o momento adequado para rever a planta de valores, considerando que houve uma supervalorização dos imóveis e até já se fala em bolha.

- De fato, o IPTU tem sérios problemas, que estão na base. Poucos pagam e já pagam bastante. É um vespeiro que precisa ser modificado, é preciso fazer uma revisão. Se mais gente pagasse, os poucos que pagam talvez não fossem tão sacrificados. O problema é que o prefeito não planejava alargar esta base. Planejava aumentar o imposto dos que já pagam. Não podemos aceitar que ele penalize quem já paga, aumentando o IPTU acima da inflação - disse a vereadora.

Já para o vereador Eliomar Coelho (PSOL), acha que o recuo de Eduardo Paes em relação ao IPTU é mais um reflexo das manifestações que começaram em junho.

- Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad está enfrentando uma insatisfação dentro da base do governo. Acredito que o Eduardo Paes não queira passar por isso - disse o vereador.

No entanto, assim como Teresa Bergher, Eliomar Coelho ressalta a necessidade de mudanças na cobrança do imposto:

- É preciso fazer a atualização da planta de valores e não sei por que a prefeitura não faz. A cidade está perdendo receita e seria uma forma de colocar em prática a justiça fiscal. Tem muita gente que é isenta e deveria estar pagando IPTU.



O Globo, Célia Costa, 13/nov

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Apple divulga imagens da futura sede 'disco voador'


Nesta semana, foram divulgadas novas imagens que mostram como será a nova sede da Apple na cidade de Cupertino (EUA). O prédio principal, apelidado de "disco voador", abrigará cerca de 12 mil funcionários. O custo total da obra será de cerca de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões), segundo a revista BusinessWeek , a construção deve começar no ano que vem.

Criação de Steve Jobs

Steve Jobs supervisionou de perto a criação da nova sede. Em sua última aparição pública, em junho de 2011, Jobs apresentou o projeto pessoalmente em sessão de debates organizada pela prefeitura de Cupertino.

Seguindo a obsessão de Jobs por materiais e formas, a parte exterior do prédio será praticamente inteira de vidro curvado. Em sua apresentação, Jobs se orgulhou do novo projeto é observou que "não haverá um centímetro de vidro reto em todo o prédio". Outra característica interessante do prédio é que praticamente não haverá componentes de plástico no interior do prédio. Mesmo detalhes como maçanetas ou corrimões serão de madeira ou metal.

A nova sede se destaca ainda por sua preocupação ecológica. Em torno dos prédios a Apple plantará mais de 7 mil árvores de 300 espécies. Ainda segundo a reportagem da Bloomberg, o consumo de energia será equivalente ao de 4 mil casas. A empresa usará painéis solares e outras tecnologias sustentáveis para reduzir o impacto ambiental da construção.

Estacionamento no subsolo

Lobby de um dos pavilhões do campus, que terá um auditório no subsolo para 1.000 pessoas

Visão externa do pavilhão

Caminhos bucólicos dentro do campus

 Corredores internos

Corredores internos

Café para os funcionários

Área interna do prédio circular, com espaços abertos para trabalhar ou fazer um descanso

Entrada para funcionários




O Dia, 12/nov e Blog do iPhone

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Construção ecológica


As construtoras têm cada vez mais se voltado para sustentabilidade em seus empreendimentos. A Even acaba de lançar o RG Personal Residences, no Recreio dos Bandeirantes, que conquistou certificado Aqua. 

Entre as iniciativas de qualidade ambiental estão aumento dos vãos para melhor circulação natural; uso de plantas para reduzir o calor dentro do imóvel; além de varandas projetadas para atenuar temperaturas internas. 

Também foram utilizadas lâmpadas de alta eficiência energética, sistema de medição de água individualizado, cozinhas inteligentes com espaços para coleta de lixo e sistemas de aproveitamento de água da chuva.



O Dia, Conta Social 10/nov

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Revitalização da Zona Norte agora pode atrair turistas


Por muitos anos sem o prestígio das tradicionais áreas turísticas da cidade, a Zona Norte vive um presente promissor. Além de obras de revitalização que estão mudando o cenário urbano, a região ganha cada vez mais destaque entre os cariocas. Atrações não faltam, como citou inclusive uma reportagem do "New York Times", que aponta o caminho das pedras para os turistas.

Programas como frequentar o baile de charme do Viaduto de Madureira são algumas das opções. Outra é passear no Parque Madureira, que passará de 1,3km para 5km, sendo expandido para os bairros de Turiaçu, Oswaldo Cruz, Rocha Miranda, Bento Ribeiro, Honório Gurgel, Marechal Hermes, Coelho Neto e Guadalupe, num investimento de R$ 187,2 milhões, que inclui até pista de esqui. A região, que está sendo redescoberta, começa a ter tudo para ser visitada não só por brasileiros como estrangeiros. A começar por hotéis: segundo dados da Rio Negócios, agência responsável por atrair e facilitar novos negócios na cidade, apenas na área que abrange bairros da Leopoldina, Ilha e Grande Tijuca, o número de quartos de hotéis, motéis, pousadas e apart hotéis está prestes a subir dos atuais 3.351 para 4.175, com a construção de cinco novos empreendimentos, entre eles dois da rede Ibis, em Del Castilho, e um Best Western, na Tijuca.

- Toda hora a gente recebe demanda de gente querendo investir na região. A grande alavanca disso foi o processo de pacificação, que provocou um aumento absurdo de preço de metro quadrado de áreas como a Tijuca, seguida da inserção do Rio no calendário dos grandes eventos internacionais, a começar pelos Jogos Pan-Americanos, em 2007 - explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ), Alfredo Lopes. - O turismo na Zona Norte também está sendo muito impulsionado por setores como os de petróleo e construção naval. As pessoas que vêm de fora para trabalhar preferem ficar próximas aos bairros onde ficam as empresas. E 64% da ocupação hoteleira está ligada a negócios.

Mercado imobiliário aquecido

Antes dos turistas, chegam os cariocas. E para ficar, a reboque de vias como a Transcarioca e a Transolímpica e do projeto Bairro Maravilha, da prefeitura. Segundo dados da Ademi, após anos sem receber novos empreendimentos, a Penha somou, em apenas três lançamentos imobiliários, 966 novas unidades, o que representou 12% do total lançado no município no primeiro semestre de 2013, ficando em terceiro lugar no ranking de lançamentos, atrás de Recreio e Jacarepaguá. O quarto lugar ficou com Santo Cristo (11% dos lançamentos), que recebeu 884 novas unidades em um empreendimento misto de salas, lojas, salas corporativas e unidades hoteleiras. Já o quinto lugar ficou com Pilares (5% dos lançamentos), que, como Penha e Santo Cristo, há anos estava fora do roteiro das construtoras e recebeu 442 novas unidades em apenas um empreendimento comercial.

Nos primeiros seis meses de 2013, a Zona Norte totalizou 2.683 novas unidades (número 12% superior ao total lançado no mesmo período do ano anterior), sendo 2.233 residenciais e 450 comerciais. A região só ficou atrás da Zona Oeste, com 4.287 unidades (19% inferior ao total lançado no primeiro semestre de 2012). Na Zona Sul, por exemplo, foram apenas novas cinco unidades (87% a menos). Não por acaso, segundo dados do Secovi-Rio, o sindicato da habitação, no Panorama do Mercado Imobiliário 2012, que foi lançado este ano, o Méier registrou o maior índice de valorização do ano passado: 48,1% no metro quadrado dos imóveis de quatro quartos. Já Vila Isabel teve a maior taxa de rentabilidade no ano, 0,47%.

Quem chega tem cada vez mais onde gastar e se divertir. Com a expansão de shoppings como o NorteShopping, no Cachambi (primeiro empreendimento comercial de grande porte inaugurado na região, em 1986, ele ganhará mais 18,8% de área até 2016), cada vez mais hotéis e condomínios são construídos nas imediações dos centros comerciais. Em Del Castilho, onde o Shopping Nova América passa por sua segunda expansão, um dos novos vizinhos é um condomínio-bairro, o Rio Parque, nos moldes dos da Barra. Também ali, dois hotéis da Rede Accor, voltados para o turismo corporativo, estão sendo erguidos.

- Durante anos, o Rio não podia crescer para a Zona Norte porque no meio do caminho estavam os engenhos velho e novo, terras dos jesuítas, que só foram incorporadas à coroa portuguesa e vendidas com a expulsão da ordem em 1759 - conta o historiador Nireu Cavalcanti. - E, ao contrário do que se pensa, o desenvolvimento daqueles bairros foi bem mais organizado que os da Zona Sul.

A prefeitura - que entre 2009 e 2102 investiu R$ 3,5 bilhões na região (dentro de um orçamento de R$ 10 bilhões) - vai investir R$ 6,5 bilhões entre 2013 e 2016 (considerando um orçamento de R$ 19 bilhões). Hoje, o município lança o Instituto EixoRio, uma plataforma de articulação cujo objetivo é acelerar o desenvolvimento social, econômico e cultural não só da Zona Norte, mas também da Oeste, a partir de sugestões dos cariocas para melhorar a cidade.



O Globo, Paula Autran, 07/nov

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sam Zell mostra otimismo com o Brasil


O segmento residencial do mercado brasileiro não preocupa o megainvestidor americano Sam Zell, ao menos no longo prazo. O ex-acionista da incorporadora Gafisa acredita que há uma sobreoferta de imóveis no país, mas que esse é um risco que afetará os negócios só no curto prazo.

Ontem, o empresário participou de evento organizado pelo Global Real Estate Institute (GRI), onde deu a dica de uma alternativa para esse problema: o aluguel de pequenos edifícios populares. Enquanto empresas tentam lançar novos projetos por meio do "Minha Casa, Minha Vida", o comprometimento do brasileiro com financiamento de longo prazo diminui. Isso afeta as aquisições de casas, mas abre espaço também para a locação das residências.

"Esse é um negócio ótimo, mas precisamos voltar com o financiamento de longo prazo. Por causa dessa falta, muitas companhias estão conseguindo lucrar com o aluguel de pequenos edifícios, para múltiplas famílias", disse.

O investidor acredita que os jovens dão cada vez menos sinais de vontade em se comprometer com empréstimos longos e que, como há muitos imóveis disponíveis no mercado, a qualquer momento um bom negócio pode ser fechado. Pagar aluguel parece mais interessante aos clientes porque os prazos são mais curtos.

Em palestra, Zell citou o segmento de shopping centers como possibilidade de bons investimentos. Mas o desafio nessa área é que a consolidação do mercado vai eliminar as pequenas administradoras. "Há de se tomar como exemplo o caso dos Estados Unidos. Lá, os shoppings dominantes foram se tornando cada vez mais fortes e não vejo por que isso não vai ocorrer aqui no Brasil também."

O empresário alertou para a possibilidade de hotéis no país sofrerem após a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. De acordo com ele, grandes grupos como o Hyatt e o Hilton se aproximaram da Equity Group Investments, sua firma de investimentos, para entender como consolidar novas bandeiras de seus negócios por aqui.

Mas Zell cita o ocorrido em outras cidades, como Sidney - sede da Olimpíada de 2000 - para demonstrar sua preocupação com o setor de hospitalidade. Ele lembra que durante o evento os hotéis ficaram com ocupação lotada, mas que em apenas seis meses essa taxa despencou, junto com os preços.

"A euforia é ótima agora para aumentar os preços de estadia, mas não acredito que isso se sustente e, por isso, não acho atrativa a relação entre risco e retorno", comentou. "Os retornos serão enormes por quanto tempo? Um mês, no máximo? Não se justifica."

O empresário também aproveitou para contar que uma área que lhe tem rendido ganhos é a de aluguel de armazéns. Zell disse que a demanda nesse segmento está "enorme", o que pode se explicar pelas reclamações das empresas no Brasil quanto às dificuldades de entrega por causa de problemas de infraestrutura. Essa é a mesma pedra no sapato que o investidor menciona ao afirmar que o setor de logística no país tem ótimas oportunidades, mas que são barradas pela infraestrutura.

"Levantamos alguns centros de distribuição e descobrimos que só é interessante investir em logística quando o foco é uma só empresa. Quando os clientes começam a ser divididos, começamos a ver perda de eficiência e o negócio não se sustenta", explicou o americano.

Questionado pelo Valor sobre quais segmentos tem focado mais quando olha o Brasil, ele foi evasivo e respondeu "todos". Sobre negociar com empresas específicas para adquirir participação e auxiliar na gestão, como ocorreu com a Gafisa, o empresário disse que "sim, eu negocio".

O investidor garantiu que aportar recursos aqui continua interessante e não demonstrou preocupação quanto à recente saída de capitais do Brasil. Segundo ele, o movimento até é bom, pois "o dólar vale mais e posso pagar mais barato pelos empreendimentos".

Na América Latina, Zell aponta a Colômbia como o país mais interessante. Ele prevê que em pouco mais de um ano os mercados colombiano, chileno e peruano estarão tão integrados e poderão ganhar escala, amadurecendo o setor imobiliário.



Valor Econômico, Renato Rostás, 07/nov

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Executivos 'in' Rio


Botafogo e Flamengo são os bairros mais procurados por grandes companhias estrangeiras que querem abrir escritórios na cidade, dada a proximidade do Centro e do Aeroporto Santos Dumont. Os dados são do Informov, grupo português que se estabeleceu no Rio no final de 2012 e é especializado na oferta de escritórios completos a empresas. A projeção para 2014 é boa: alta de 50% no valor dos negócios.
 
Quem vem   

Paulo Estêvão, diretor do Informov Rio, revela que um gigante europeu do setor de beleza e um americano da área de comunicação estão procurando espaços no Rio para abrirem seus QGs na América Latina até março de 2014. Antes disso, será concluída a sede do grupo australiano Karoon, do segmento de óleo e gás, no Leblon. O espaço, de 700 m2, precisou de 60 dias para ser finalizado.



Jornal do Commercio, Marcia Peltier, 06/nov

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Via Binário revela construções do Rio antigo


A nova Via Binário guiará motoristas e pedestres por um pedaço do Rio antigo que muitos cariocas desconheciam. Ou só tinham visto por fotos. Ao longo dos 3.500 metros da nova via, paralela à Avenida Rodrigues Alves, nos bairros da Saúde e da Gamboa, encontra-se uma expressiva concentração de armazéns, duas igrejas, uma praça e dezenas de sobrados e construções do séculos XVIII, XIX e XX. Entre os preciosos exemplares da arquitetura que podem ser vistos na região, está, por exemplo, a Igreja de Nossa Senhora da Saúde, de influência barroca, uma das mais antigas da cidade, fundada entre 1742 e 1750 como capela de uma chácara que existiu por lá. Também fica naquela rota a capela Santo Cristo dos Milagres, erguida em 1850 como pagamento a uma graça alcançada por marinheiros portugueses que sobreviveram a um naufrágio na Ilha Terceira dos Açores. Duas belezas arquitetônicas que poderão ser admiradas no vaivém - ou no para e anda - do trânsito na área do Porto

Pela imponência e localização, os cinco prédios do Moinho Fluminense, de 1887, também se destacam. O percurso revela ainda a Praça da Harmonia e o batalhão da polícia, além de sobrados e casas do Morro da Saúde.

- É uma região da cidade onde há muitas construções interessantes, que valem a pena ser vistas. Além do Moinho Fluminense, temos ali o prédio do Albergue da Boa Vontade, a primeira obra modernista do Rio, de Affonso E. Reidy, de 1930. Também vale a pena conhecer o Centro Cultural José Bonifácio, do século XIX, construído a pedido de Dom Pedro II pelo arquiteto Francisco Bittencourt da Silva para abrigar uma escola - cita o arquiteto e urbanista José Pessôa, do programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFF.

Testes já revelaram imagens

O presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, compara o impacto urbanístico da abertura da Via Binário ao da construção da Avenida Central, atual Rio Branco, no século XX.

- Vai permitir a redescoberta de um patrimônio da cidade que as pessoas não viam.

E até construções mais recentes, como a Cidade do Samba, inaugurada em 2006. Algumas imagens da nova via já vêm circulando na internet desde que a prefeitura abriu a Via Binário para testes. Algumas mostram os túneis e outras, paisagens descortinadas pela nova rota. Na segunda-feira, no primeiro dia sem Perimetral, os cariocas foram às redes sociais para despedidas. Um dos posts sintetiza o sentimento de parte dos moradores da cidade, embora a demolição seja polêmica: "Vá com Deus Perimetral. E que venha o novo".



O Globo, Simone Candida, 05/nov