sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Conheça as melhores cidades brasileiras para investir em imóveis
O mercado imobiliário brasileiro apresenta uma dinâmica complexa e diversificada, com variações significativas entre diferentes regiões e segmentos. Recentemente, um levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) destacou as cidades com maior potencial de vendas, especialmente nos mercados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Este estudo, conhecido como Índice de Demanda Imobiliária (IDI-Brasil), avaliou 61 municípios, considerando fatores como demanda por imóveis, dinamismo econômico e saturação de mercado.
Entre os segmentos analisados, o de alto padrão mostrou-se imune às flutuações da taxa de juros, com São Paulo, Goiânia e Florianópolis liderando o ranking. No segmento de médio padrão, Goiânia se destacou, seguida por São Paulo e Florianópolis. Já no segmento econmico, Curitiba, Fortaleza e São Paulo foram as cidades com maior demanda.
Por que São Paulo lidera no segmento de alto padrão?
São Paulo se consolidou como um dos principais mercados de alto padrão no Brasil. A cidade é um polo econômico e cultural, atraindo tanto moradores quanto investidores. Empresas como Cyrela, Eztec e Lavvi têm intensificado seus lançamentos na capital paulista, com projetos que combinam luxo e inovação. O Vista Cyrela by Armani/Casa e o Eden Park by Dror são exemplos de empreendimentos que têm atraído compradores dispostos a investir em imóveis de alto valor.
Além disso, a localização privilegiada em bairros nobres, como Itaim Bibi e Jardins, contribui para a valorização dos imóveis. Os compradores estão cada vez mais exigentes, buscando não apenas localização, mas também características como segurança, tecnologia e sustentabilidade.
Goiânia: um mercado em expansão
Goiânia tem se destacado no mercado imobiliário de alto padrão, impulsionada por um crescimento econômico consistente e uma localização estratégica para o agronegócio. A cidade passou por uma transformação significativa desde 2007, com a revisão do plano diretor que favoreceu o adensamento urbano. Empresas locais, como a construtora Sousa Andrade, têm dominado o mercado, oferecendo empreendimentos únicos que atraem compradores exigentes.
Os projetos em Goiânia são conhecidos por suas plantas amplas e personalizadas, com preços que variam de R$ 3 milhões a R$ 6 milhões. A busca por exclusividade e inovação tem sido um diferencial importante para o sucesso dos empreendimentos na região.
Florianópolis: valorização e investimento
Florianópolis tem visto uma valorização significativa no mercado imobiliário, em parte devido aos altos preços de imóveis em Balneário Camboriú. A cidade atrai tanto moradores locais quanto investidores nacionais e internacionais, interessados em lucrar com locações de curto, médio e longo prazo. A ARV, uma empresa especializada em gestão de obras de alto padrão, tem se destacado na região, oferecendo projetos que valorizam cerca de 40% entre o lançamento e a entrega.
Os empreendimentos em Florianópolis são projetados para atender a um público exigente, com unidades que variam de estúdios a apartamentos de luxo de frente para o mar. A cidade continua a atrair investidores, com planos de expansão que visam aumentar o número de prédios incorporados até 2030.
Quais fatores influenciam a demanda imobiliária?
A demanda por imóveis no Brasil é influenciada por diversos fatores, incluindo a economia local, a oferta de financiamento e as características específicas de cada cidade. No segmento de alto padrão, a estabilidade econômica e a busca por exclusividade são fatores determinantes. Já no segmento econômico, programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida desempenham um papel crucial, oferecendo condições de financiamento acessíveis.
Em tempos de juros altos, a classe média tende a ser mais afetada, com uma maior propensão a optar pelo aluguel. No entanto, a diversidade do mercado imobiliário brasileiro oferece oportunidades para diferentes perfis de compradores e investidores, refletindo a complexidade e a riqueza do setor.
IstoÉ, 28/fev
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Os 10 bairros do Rio mais procurados para compra e venda de imóveis
Em 2024, a Tijuca foi o bairro mais procurado no Rio de Janeiro para compra e venda de imóveis, segundo o relatório da imobiliária online Quinto Andar. Em segundo lugar, ficou a Barra da Tijuca, seguida por Copacabana, que se manteve entre os três mais procurados, ocupando a terceira posição.
Botafogo, que subiu uma posição em relação ao ano passado, aparece em quarto lugar, enquanto o Recreio dos Bandeirantes completa os cinco bairros mais procurados. O ranking dos 10 bairros mais procurados permaneceu praticamente o mesmo de 2023, com algumas variações: o Méier avançou da décima para a oitava posição, enquanto a Freguesia caiu de oitavo para nono. Jacarepaguá, como um todo, também teve queda, indo para a décima posição.
Veja a lista dos 10 mais procurados:
1. Tijuca
2. Barra da Tijuca
3. Copacabana
4. Botafogo
5. Recreio
6. Flamengo
7. Ipanema
8. Méier
9. Freguesia
10. Jacarepaguá
O Globo, Miriam Leitão, 27/fev
Número de transações com imóveis no Rio cresce 15,2%
Reflexo do ’boom’ experimentado pelo setor, o número de transações imobiliárias no Rio cresceu 15,2% em 2024, embora os preços dos imóveis, na capital fluminense, tenham declinado, em igual período. De acordo com levantamento da plataforma RioM², ao todo, foram negociados 60.887 imóveis no ano passado, volume superior aos 52.813 vendidos em 2023, o que atesta a resiliência da demanda, mesmo ante um cenário de juros elevados.
Em contrapartida, os valores imobiliários da cidade recuaram 2,95%, no comparativo anual, conforme informa o relatório da imobiliária online paulista Quinto Andar, o que corresponde a um valor médio do metro quadrado de R$ 5 mil no Rio, que ficou aquém de Belo Horizonte (R$ 5.032) e mais ainda de São Paulo (R$ 7.315).
A pressão pela queda dos preços dos imóveis, acentua o estudo, teria ligação com a dificuldade de acesso ao crédito imobiliário, o que levou os bancos a elevarem as taxas de financiamento, e aos compradores em potencial, a adiarem a decisão de aquisição do bem.
Segundo o gerente de dados do Quinto Andar, Thiago Reis "a dificuldade de obtenção de crédito tem obrigado muitos a adiar o sonho do imóvel próprio", ao acrescentar que "a perspectiva para os valores de negociação é de uma desvalorização real ainda mais significativa nos próximos meses".
Outra conclusão relevante do levantamento da imobiliária bandeirante é que, pela primeira vez em décadas, o Centro foi um dos cinco bairros campeões de venda de imóveis no município. Ao garantir tal posição, avaliam especialistas, a região central dá sinais claros de recuperação, não somente do ponto de vista cultural, mas igualmente de reafirmação de sua importância para o mercado imobiliário. Exemplos dessa atratividade podem ser dados pelos edifícios A Noite, no centro, e o Cyrela, na Avenida Beira Mar, vendidos (ou lambidos, no jargão dos corretores), em questão de horas.
Correio da Manhã, 27/fev
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Onde estão os imóveis de até R$ 482 mil no Rio?
Pesquisa revela que a Rua General Luiz Mendes Moraes, no Santo Cristo, foi a que teve mais transações com este valor.
Para quem está procurando um imóvel de até R$ 482 mil, pesquisa da plataforma Loft, em parceria com a Offerwise, traz um mapeamento de ruas onde é possível encontrar um novo lar com este preço. A Rua General Luiz Mendes Morares, no Santo Cristo, foi a campeã, com 1.007 negociações entre julho e dezembro de 2024. Em seguida, apareceram a Rua Melo e Souza, em São Cristóvão, com 331, e a Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, com 220. Já a via mais valorizada nessa amostra é a Rua São Salvador, no Flamengo, com tíquete médio de R$ 479.477. “As ruas com mais transações tendem ser aquelas onde houve lançamento relevante de novos apartamentos, como é o caso da rua no Santo Cristo”, explica Fábio Takahashi, gerente de Dados da Loft.
De acordo com ele, o valor de R$ 482 mil foi apontado pelos moradores do Rio como o preço médio para uma aquisição, sendo o menor entre as cidades pesquisadas, ficando abaixo dos R$ 728.600 de São Paulo, dos R$ 730.400 de Porto Alegre e dos R$ 616 mil de Belo Horizonte.
E no recorte que mostra os bairros que mais tiveram imóveis vendidos com tíquete médio de até R$ 482 mil, a Barra da Tijuca ficou na liderança: foram 1.930 transações no período analisado; Copacabana ficou em segundo lugar com 1.671 e Recreio dos Bandeirantes em terceiro com 1.649 negócios fechados. Os dados tiveram como base o pagamento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) da Prefeitura do Rio. Confira as tabelas com as 20 ruas com mais transações de até R$ 482 mil e as 20 mais valorizadas com tíquete médio de até R$ 482 mil:
O Dia, 25/fev
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Dificuldade para comprar imóvel pode incentivar medidas de controle de aluguel, afirma executivo
Para CEO de clube de incorporadores, competição com aluguel de temporada deve se acirrar e piorar acessibilidade à casa própria; pesquisador sugere “pool” de imóveis públicos.
Em poucos anos o Brasil estará discutindo medidas de intervenção do Estado no setor imobiliário, como o controle dos preços dos aluguéis. Isso será uma resposta à crise de habitação que se avizinha. A previsão é de Gustavo Favaron, presidente do GRI Club, organização internacional que reúne 17 mil executivos do setor imobiliário, de 103 países.
A dificuldade crescente para comprar imóveis, motivada hoje pelo aumento da taxa de juros do financiamento imobiliário, os recursos mais escassos para dar suporte a essa modalidade de crédito e o esforço necessário para alcançar o valor de entrada — em novembro, a Caixa a elevou de 20% para 30% do valor do imóvel na modalidade SAC e de 30% para 50% na Price —, vão empurrar cada vez mais os brasileiros para o aluguel, analisa.
De 2010 para 2022, a parcela da população que mora de aluguel no país subiu de 16,4% para 20,9%, de acordo com o Censo do IBGE. “A oferta não vai acompanhar a demanda, por causa da dificuldade da aquisição da casa própria”. Essa demanda maior por locação deve ter o efeito de fazer subir o preço do aluguel.
Em coletiva de imprensa no dia 5, Ely Wertheim, presidente-executivo do Secovi-SP, sindicato do setor imobiliário, afirmou que os aluguéis devem ganhar força em 2025, mas discordou sobre a relação com a dificuldade para obter o financiamento da casa própria. “Ainda é o financiamento mais barato que tem, está na faixa de 12% ao ano, enquanto a Selic está em 13,25%”, disse.
Favaron aponta que a locação residencial tradicional, de contratos de 30 meses, ainda vai enfrentar mais competição com modalidades de aluguel de temporada, como a oferecida pelo Airbnb, o que pode fazer o preço pedido subir mais, a exemplo do que já acontece em capitais europeias. “[Locação por temporada] ainda é uma parcela muito pequena no Brasil, mas estou pensando em onde vamos estar em cinco anos”, diz.
Na divulgação dos resultados do terceiro trimestre do Airbnb, a CFO Ellie Mertz destacou que o número de noites reservadas por meio da plataforma quase triplicou no país de 2019 para 2024. O CEO, Brian Chensky, citou o Brasil como um dos nove países no qual o Airbnb enxerga “oportunidades enormes”.
Para Favaron, tentar limitar a oferta de imóveis para locação por temporada, como tem sido feito na Espanha, na Holanda e em Nova York, por exemplo, não é a melhor saída, mas é a saída mais popular. Nem tentar controlar os reajustes que proprietários podem exigir dos inquilinos. Com visão liberal, ele afirma que esse tipo de limitação imposta pelo Estado atrapalha o andamento da economia e piora a própria crise habitacional.
Segundo ele, diante de um valor limite para o aluguel, o empreendedor que faz apartamentos para renda vai se questionar se o negócio vale a pena, já que a inflação pode corroer sua margem. Em locais onde isso aconteceu, como Berlim, afirma, o resultado foi um deslocamento dos construtores para outras cidades. “E proprietários de imóveis, se estão limitados a um teto de valor [de aluguel], param de investir no imóvel”, diz, o que tornaria mais precária a oferta imobiliária para locação.
Sua saída é facilitar a construção de mais moradias, onde elas já são viáveis, e criar infraestrutura para viabilizar áreas que hoje não são consideradas propícias para habitação. “Aprovações mais eficientes, incentivo ao retrofit [reforma de prédios antigos], isso deveria ser feito”, diz.
Favaron advoga, também, por programas que facilitem a aquisição da primeira casa própria, com condições especiais para quem ainda não tem um imóvel. Hoje, esse tipo de condição ocorre no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que, no entanto, atende famílias com renda mensal de até R$ 8 mil. Aumentar a faixa de renda do MCMV poderia ajudar, segundo ele.
Hoje, porém, nem no setor imobiliário há apoio para um aumento das faixas de renda, já que os recursos do FGTS, que sustentam as condições mais favoráveis do programa, estão ficando escassos até para atender a demanda atual, quanto mais novas famílias, e que comprariam imóveis mais caros.
Para Favaron, há alternativas, como negociar parcerias com fundos soberanos de outros países. “Tem muito capital no mundo, o que falta é o agente público ser mais engenhoso, empreendedor”.
Alternativas via locação
Já Rodger Campos, consultor da RBA&Associados e pesquisador-líder do laboratório Insper Cidades, considera que a melhor solução para a questão habitacional do país é simplesmente o aumento de renda da população, “mas temos muitos problemas no Brasil que dificultam aumentar a produtividade do trabalho”, pondera, o que impede uma elevação de forma sistemática.
Nesse caso, outra saída, e que poderia segurar o aumento dos aluguéis, seria oferecer um “pool” de imóveis públicos para locação. Essa política seria diferente do que se faz atualmente em habitação por não se concentrar na posse do imóvel e não depender exclusivamente de imóveis novos, que levam anos para serem construídos. “O preço do aluguel de mercado tenderá a convergir ao preço do imóvel público”, diz. “Mas, para isso, precisa de escala”.
Em vez do poder público ter a posse dos imóveis, também poderia incentivar a compra de unidades que só pudessem ser locadas para famílias com renda de até três salários mínimos, por exemplo.
É em parte o que está sendo feito em São Paulo, onde imóveis de categoria Habitação de Interesse Social (HIS) 1 só podem ser vendidos ou alugados para quem tem renda de até três salários mínimos — em teoria. Na prática, o Ministério Público investiga incorporadoras que teriam burlado o limite de renda na hora de vender as unidades.
Valor Econômico, 24/fev
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil acelera para 0,51% em janeiro
Custo nacional da construção por metro quadrado em janeiro foi de R$ 1.798,48, sendo R$ 1036,90 relativos aos materiais e R$ 763,02 à mão de obra.
A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,51% em janeiro, ante 0,21% em dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o indicador alcançou 4,31% no resultado acumulado em 12 meses, ante 3,98% no ano fechado de 2024.
Os preços de construção começaram 2025 em ritmo de alta maior que o do ano passado: o índice de janeiro de 2024 foi de 0,19%.
O custo nacional da construção por metro quadrado em janeiro foi de R$ 1.798,48, sendo R$ 1036,90 relativos aos materiais e R$ 763,02 à mão de obra. Em dezembro, esse custo totalizava R$ 1.790,66, sendo R$ 1.034,95 relativos aos materiais e R$ 755,71 à mão de obra.
Valor Econômico, 21/fev
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Por que o crédito imobiliário não cairá 20% neste ano, segundo a Abrainc
Associação que representa as incorporadoras brasileiras afirma que número de pessoas em busca da casa própria aumentou, mesmo com juros mais altos.
No fim de janeiro, a Abecip, que reúne as entidades que operam o crédito imobiliário no Brasil, estimou que a piora do cenário econômico levará a uma queda de 15% a 20% no volume de financiamentos bancados por recursos da poupança. Com isso, o montante recuaria dos 187 bilhões de reais registrados no ano passado para cerca de 155 bilhões de reais. A previsão, contudo, não é compartilhada por todo o setor. “Não acredito em uma queda tão abrupta”, afirma Luiz França, presidente da Abrainc, associação que representa as incorporadoras brasileiras. “As pessoas continuam com a intenção de comprar imóveis.“
Segundo França, o desejo de adquirir a casa própria, pelo contrário, cresceu. Uma pesquisa da Abrainc mostra que, no terceiro trimestre do ano passado, 46% dos entrevistados declararam ter a intenção de comprar um imóvel. A fatia é 10 pontos percentuais maior que os 36% que disseram a mesma coisa doze meses antes. O presidente da Abrainc lembra que, em setembro passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou um novo ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic. Estacionada em 10,5% ao ano desde maio, a Selic subiu para 10,75% em setembro, uma decisão amplamente antecipada pelo mercado e pela imprensa.
“Nossa pesquisa prova que aumentou a intenção de compra, mesmo no cenário do terceiro trimestre, em que os juros já voltavam a subir”, diz França. O presidente da Abrainc admite que juros maiores dificultam a vida das incorporadoras e dos potenciais clientes, mas não a ponto de derrubar tanto o mercado.
A mesma pesquisa da Abrainc mostra que, entre aqueles que desejavam comprar uma casa em setembro, 37% queriam sair do aluguel; outros 17% buscavam uma residência maior; e 11% planejavam sair da casa dos pais para morarem sozinhos. França observa que, mantendo-se a fatia dos que desejam fugir do aluguel, mesmo que as demais caiam pela metade devido às próximas altas de juros e à piora econômica, 51% dos potenciais clientes ainda permaneceriam no mercado. “Essas pessoas comprarão um imóvel, independentemente da alta dos juros.”
França também lembra que, mesmo que a Selic termine 2024 na casa dos 15%, como prevê a maioria dos analistas de mercado, os juros cobrados no crédito imobiliário não chegarão a tanto. Primeiro, porque a principal fonte de recursos do setor é a poupança, que rende pouco mais de 6% ao ano. É verdade que a captação líquida da poupança está negativa desde 2021, reduzindo o saldo total de 790,1 bilhões de reais para 773,5 bilhões de reais entre aquele ano e 2024.
A queda do saldo da poupança levou a Caixa Econômica Federal, principal operadora de crédito imobiliário do país, a impor regras mais rigorosas para a concessão em novembro passado, como a exigência de maiores entradas e o estabelecimento de um teto para os financiamentos bancados pela poupança — o valor do imóvel não pode ultrapassar 1,5 milhão de reais.
Para França, contudo, o mercado seguirá buscando fontes alternativas para financiar a produção e a venda, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que contam com benefício fiscal. Mesmo que precisem oferecer uma remuneração próxima ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) para atrair investidores, esses papéis apenas complementam o funding do setor, que ainda é majoritariamente composto de poupança. Por isso, esse mix permite que as taxas finais ao comprador não se equiparem à Selic. Há ainda uma trava legal: por lei, os juros do financiamento com recursos da poupança é limitado a 12% ao ano, mais TR (Taxa Referencial).
Além disso, mesmo que o banco queira elevar os juros mais que a concorrência, resta a possibilidade de o tomador requisitar a portabilidade de seu financiamento para outra instituição que ofereça condições melhores. A portabilidade de crédito, aliás, é uma agenda que o Banco Central promete intensificar neste ano. “Ninguém precisa travar a taxa de juros do financiamento por trinta anos”, diz França. “A portabilidade serve para isso.”
Veja Negócios, 20/fev
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Sofisticação com alma carioca: Ipanema Almar redefine o conceito de morar na Zona Sul
Com unidades de até 437 m² e áreas comuns de luxo, empreendimento promete ser o mais desejado da Zona Sul em 2025.
O mercado imobiliário de luxo no Rio de Janeiro vive um momento de expansão, impulsionado pela demanda por residências que unam sofisticação, sustentabilidade e tecnologia. De acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (ADEMI-RJ), os lançamentos na cidade cresceram mais de 50% de 2024 em relação a 2023, com o volume de transações ultrapassando a marca dos R$ 30 bilhões. Esse crescimento é liderado pelo segmento de alto padrão, que atrai investidores e compradores em busca de refúgios urbanos que ofereçam conforto, segurança e integração com o meio ambiente.
Nesse cenário, a Balassiano Engenharia apresenta o Ipanema Almar, um residencial de alto padrão que promete se tornar um novo marco na Zona Sul carioca. Localizado na Rua Prudente de Morais, 331, um dos endereços mais cobiçados de Ipanema, o empreendimento se destaca por seu design escalonado, que oferece múltiplas coberturas e penthouses com amplas áreas externas. Esse conceito arquitetônico eleva o padrão do imóvel, atendendo à crescente demanda por coberturas, um dos segmentos mais aquecidos do mercado imobiliário de luxo.
O Ipanema Almar terá 61 unidades, distribuídas em apartamentos de três e quatro suítes, penthouses e coberturas dúplex, com áreas que variam de 153 m² a 437 m². Diferente dos prédios convencionais, que costumam ter apenas algumas coberturas nos últimos andares, o projeto escalonado do Ipanema Almar cria várias “quase coberturas”, com penthouses que funcionam como verdadeiras coberturas intermediárias. Essas unidades, localizadas em andares altos e com amplas varandas, oferecem privacidade, vistas deslumbrantes e um estilo de vida exclusivo, tornando-se objeto de desejo para quem busca o melhor do mercado de alto padrão.
O lançamento está previsto para este mês de fevereiro, com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em mais de R$ 500 milhões. “Este é um projeto único, que não poderá ser replicado em Ipanema. Oferecemos plantas bem planejadas, lazer diferenciado e uma localização privilegiada, tudo isso aliado à tecnologia e à sustentabilidade”, afirma Thiago Balassiano, diretor da construtora.
Mercado de Luxo em Alta na Zona Sul
A Zona Sul do Rio de Janeiro, especialmente Ipanema, continua sendo um dos destinos mais desejados por cariocas e estrangeiros. O bairro reúne moda, cultura, gastronomia e uma paisagem deslumbrante, fatores que justificam a valorização imobiliária na região. A Praia de Ipanema, recentemente eleita a segunda melhor do mundo pelo guia Lonely Planet, é um dos principais atrativos.
Na orla, os prédios que mais chamam atenção são justamente aqueles que se valorizam e mantêm seu valor ao longo do tempo. O Ipanema Almar, localizado de frente para a praia, surge como um empreendimento que promete se destacar nesse cenário privilegiado. Com uma das fachadas voltadas diretamente para o mar, o residencial oferece não apenas vistas deslumbrantes, mas também a garantia de um investimento que valoriza e consolida seu espaço no mercado de luxo.
Desde a pandemia, o perfil de compra do público de alto padrão mudou significativamente, e o Ipanema Almar atende a essa nova demanda com áreas comuns equipadas e mobiliadas, como uma piscina semiolímpica aquecida com raia de 25 metros, complexo fitness assinado e equipado pela marca italiana Technogym, pilates, sauna a vapor com repouso e hidromassagem, espaço gourmet, brinquedoteca, sala de reunião, entre outros.
Experiência Única no Estande de Vendas
Um dos diferenciais do novo prédio é o estande de vendas, que oferece uma experiência imersiva aos potenciais compradores. O espaço conta com um apartamento decorado, onde os clientes podem reunir familiares e amigos para desfrutar de um jantar elaborado por um chef renomado. “Queremos que os clientes sintam-se em casa desde o primeiro contato. Por isso, criamos um ambiente acolhedor e funcional, onde eles podem vivenciar o lifestyle que o empreendimento oferece”, explica Balassiano.
Design Inspirado na Alma de Ipanema
O projeto arquitetônico do Ipanema Almar foi desenvolvido pelo escritório Cité Arquitetura, que se inspirou na leveza e na fluidez da moda, da música e das artes que marcaram a história do bairro. “A arquitetura usa o tecido como elemento matriz, simbolizando a moda e o design. As varandas têm movimentos sutis, como se fossem repuxadas por linhas invisíveis, trazendo leveza e dinamismo à estrutura”, explica o arquiteto Celso Rayol.
Já o projeto de interiores, assinado pela renomada arquiteta paulista Patrícia Martinez, prioriza a funcionalidade e a sofisticação. “Criamos espaços agradáveis e sensoriais, com uma base neutra e texturas que valorizam a beleza natural da cidade. O objetivo é oferecer uma atmosfera descontraída, alinhada ao estilo de vida carioca”, destaca a arquiteta.
Tecnologia e Segurança de Ponta
O Ipanema Almar também se destaca pela infraestrutura tecnológica e de segurança. O projeto inclui sistemas de automação residencial, infraestrutura para carros elétricos, wi-fi nas áreas comuns e um aplicativo para gestão condominial. A segurança é garantida por soluções da Haganá, como guarita blindada, monitoramento digital e controle de acesso por sistemas digitais.
Balassiano Engenharia: 45 Anos de Tradição
Fundada em 1979, a Balassiano Engenharia é uma das incorporadoras mais tradicionais e respeitadas do Rio de Janeiro. Com mais de 10 projetos lançados em Ipanema, a empresa consolida sua expertise no mercado de alto padrão. Atualmente, a construtora tem um volume sob incorporação que ultrapassa R$ 1,5 bilhão em VGV, reforçando sua posição como uma das maiores no setor imobiliário carioca e a maior em Ipanema.
Diário do Rio, 19/fev
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Aluguel residencial no Rio de Janeiro cresce acima da inflação
Mesmo com preços em alta, demanda segue intensa, especialmente em bairros como Copacabana, Grajaú e Botafogo.
O mercado de aluguel residencial no Rio de Janeiro registrou um crescimento de 13% em 2024, segundo o estudo mensal da administradora de imóveis APSA. O aumento foi bem acima da inflação do período, que ficou em 4,83%.
Em dezembro, o valor médio do metro quadrado para locação chegou a R$ 49,79, representando um avanço de 2,73% em relação ao mês anterior. O levantamento analisou aproximadamente 6 mil ofertas de apartamentos de 1 a 3 dormitórios em 17 bairros da cidade.
Dos bairros estudados, 10 apresentaram alta no preço do metro quadrado em dezembro, com destaque para Copacabana e Botafogo, que registraram os maiores acréscimos, de 3,96% e 2,47%, respectivamente.
No mês de janeiro, o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, divulgado nesta segunda-feira, apontou que os novos contratos tiveram um aumento de 2,59% em janeiro, em comparação com dezembro. Com isso, o preço médio do metro quadrado na capital fluminense chegou a R$ 43,31, registrando o maior crescimento para um mês de janeiro desde 2020.
Alta demanda e cenário econômico impulsionam mercado
O mercado de locação no Brasil vive um período de aquecimento, resultado de fatores econômicos, demográficos e culturais que influenciam o comportamento dos brasileiros em relação à moradia. Segundo o Secovi Rio, a demanda por imóveis para aluguel aumentou 61% desde a pandemia, enquanto a oferta disponível caiu 44%.
A elevação da taxa Selic, que dificulta o financiamento imobiliário, também impulsiona a busca por aluguéis. Com juros elevados, muitas pessoas optam por manter seus recursos aplicados em fundos de renda fixa em vez de investir na compra de um imóvel.
“Em um ambiente de juros altos, muitos preferem manter seus recursos aplicados em investimentos mais rentáveis, como fundos de renda fixa, em vez de comprometer capital na aquisição de imóveis. Além do contexto econômico, as mudanças nos arranjos familiares e nas preferências de estilo de vida também têm impulsionado a demanda por aluguéis. Nesse contexto, o aluguel deixa de ser uma opção temporária e passa a ser visto como uma escolha estratégica, mais alinhada com as novas prioridades de vida”, explica Flávio Olimpio, gerente de locações da APSA.
Diário do Rio, 18/fev
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
"O primeiro trimestre é o Natal do mercado imobiliário", diz executiva de marketing do QuintoAndar
Empresa aposta em campanha multicanal, com investimento 46% maior em marketing em relação ao ano passado.
Com dados que indicam uma busca por imóveis 35% maior no primeiro trimestre do ano na plataforma, resultando em uma alta de 20% no número de contratos de aluguel assinados e 18% nos contratos de compra e venda, o QuintoAndar está ampliando investimentos em diversas frentes para atrair consumidores que planejam uma mudança em 2025.
Entre as iniciativas recentes, lançou novas ferramentas de inteligência artificial (IA) para otimizar a busca de imóveis, conforme publicado pelo Valor no dia 30 de janeiro, e intensificou sua estratégia de marketing, com o lançamento de campanha publicitária e investimento 46% superior ao do mesmo período do ano passado.
Atualmente, a companhia gerencia mais de R$ 170 bilhões em ativos e opera em 75 cidades brasileiras. “O primeiro trimestre para o mercado imobiliário é o que o Natal representa para o varejo. Nossa campanha busca reforçar a proposta de valor da plataforma, destacando a experiência de busca aprimorada e fortalecendo a conexão com o público. O setor imobiliário no Brasil é complexo, e nosso foco é tornar essa jornada mais simples e satisfatória”, afirmou a diretora de marketing do QuintoAndar, Flávia Mussalem.
A campanha, que está sendo veiculada em todos os canais, como TV, rádio, mídia externa ("out-of-home"), digital e no Spotify, foi desenvolvida pela equipe interna. Assista aqui ao vídeo. Outras ações incluem divulgação de vídeos educativos no Youtube, que detalham os recursos da plataforma; e o projeto InfluCorretor de capacitação para corretores, voltado ao uso estratégico das redes sociais para captação de clientes.
Com mais de 5 mil corretores credenciados, a empresa também pretende fortalecer sua presença no TikTok, plataforma considerada estratégica para o engajamento com o público-alvo. Mussalem observou ainda que, apesar da tendência de alta nos preços dos imóveis nos próximos anos, a demanda deve acompanhar esse movimento. “Vemos um grande espaço para o crescimento do mercado.”
Executivo-chefe (CEO) e fundador da plataforma, Gabriel Braga, disse, em entrevista coletiva recente, que a alta da taxa básica de juros e o cenário macroeconômico “de mais incerteza”, tem o efeito de postergar a decisão de comprar imóvel, mas leva mais pessoas ao aluguel. “É uma das vantagens de estar nos dois [mercados]”, indicou.
O QuintoAndar não possui capital aberto e não divulga faturamento. Ao longo dos anos, por meio de rodadas de investimentos, recebeu aportes da Kaszek Venture, Angels, RuaneCunniff, QED, Qualcomm Ventures, General Atlantic, SoftBank, Dragoneer, Ribbit, LTS, Maverick, Alta Park, Dragoneer, Kevin Efrusy, Greenoaks e Tencent.
Além do Brasil, a empresa atua no México, Argentina, Peru, Equador e Panamá, operando nesses mercados com classificados de imóveis sob diferentes marcas, sem intermediação de transações. A expansão internacional começou em dezembro de 2021, com a aquisição das operações imobiliárias do Grupo Navent, incorporando plataformas como Zonaprop (Argentina), Imovelweb, Wimoveis e Union Softwares (Brasil), Plusvalia (Equador), Compreoalquile (Panamá), Adondevivir e Urbania (Peru), Inmuebles24 (México) e Tokko Broker Software.
Valor Econômico, 17/fev
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Em Ipanema, Opportunity vai preservar casarão tombado em novo residencial com R$ 80 milhões em ‘estúdios’
Endereço foi a casa do ‘monumento do Direito’ Pontes de Miranda por cinco décadas.
Os herdeiros do jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda — membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) morto em 1979 — finalmente venderam o casarão onde o intelectual viveu por cinco décadas em Ipanema, Zona Sul do Rio. Tombado, o imóvel do número 1.356 da Rua Prudente de Morais será preservado e vai ancorar um novo projeto residencial do Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário.
Com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em cerca de R$ 80 milhões, o empreendimento terá mais de 40 “estúdios”, em mais uma aposta dos incorporadores da região mais turística do Rio na demanda aquecida por apartamentos do tipo, destinados tanto à moradia como ao aluguel de curta duração. O projeto é uma sociedade com o Brix Fundo de Investimento Imobiliário e será o sexto com o selo Be.in.Rio, que reúne prédios com unidades compactas.
Já em 2014, O GLOBO noticiava que a família de Pontes de Miranda queria se desfazer do casarão de estilo eclético, que ocupa terreno de 750 metros quadrados quase na esquina da Rua Garcia D’Ávila e se divide em dois andares, com quatro quartos e duas salas. À época, porém, a estratégia era tentar o destombamento do imóvel. Desde 2003, a casa é tombada como parte da Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) de Ipanema.
— Nós fomos por outro caminho. Nosso projeto não toca no tombamento. A gente vai unir passado e presente. A casa será preservada com as características de sempre — diz Marcelo Naidich, co-gestor do fundo imobiliário do Opportunity, acrescentando que a gestora negociava o imóvel desde a pandemia.
Parte do casarão será transformada em três unidades residenciais, sendo duas de dois quartos e uma com um dormitório. A parte restante será dividida em espaços de uso comum, com áreas de coworking, espaço fitness, minimercado e lounge. O jardim que fica em frente ao casarão ganhará uma piscina.
— O empreendimento em si ficará nos fundos do terreno. Será um novo prédio com dez andares e arquitetura contemporânea — explica Naidich, acrescentando que o edifício será erguido com potencial construtivo obtido por meio do programa municipal Reviver Centro, que incentiva moradias na região central da cidade.
O prédio terá 42 unidades. As plantas terão de 34 a 114 metros quadrados. Com exceção das duas coberturas, todos os apartamentos serão “estúdios”, sendo quatro deles duplos. O lançamento será feito este mês, e a expectativa é entregar as chaves aos compradores no fim de 2027.
Descrito por seus pares como “monumento do Direito brasileiro”, o alagoano Pontes de Miranda foi um dos intelectuais mais respeitados do país no século XX. Polímata, além de direito, sociologia e filosofia, Pontes de Miranda era versado em matemática e física — por pouco não foi a Oxford estudar a disciplina de Newton —, a ponto de ter sido interlocutor frequente de Albert Einstein tanto em correspondências quanto em jantares no Rio e em Nova York. Isso tudo em alemão fluente, Das ist doch klar.
O Globo, 14/fev
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Começa a revitalização do Edifício ’A Noite’, mais um a virar um residencial no Centro do Rio
Fases de execução das obras têm duração prevista de 30 meses.
Tiveram início, agora em fevereiro, as obras de revitalização do Edifício ‘A Noite’, no Centro do Rio. Antiga sede da Rádio Nacional e marco da cultura brasileira, o primeiro arranha-céu da América Latina passará por um retrofit que irá preservar suas características principais, como fachada e estrutura.
As fases de execução das obras, que envolvem estrutura, instalações, fachada e acabamento, têm duração prevista de 30 meses e serão cumpridas de acordo com as liberações e licenças dos órgãos competentes de patrimônio e preservação histórica.
Construção tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com seus 23 andares e 102 metros de altura, o novo ‘A Noite’ vai se transformar num residencial de estúdios.
O prédio será mais uma das atrações turísticas na Praça Mauá, no coração do Centro do Rio de Janeiro, e terá espaços abertos ao público: restaurantes no térreo, e no rooftop, além de um local aberto à visitação, com memorial da Rádio Nacional e da história da cidade.
O projeto é assinado pelo arquiteto Duda Porto, em parceria com o especialista em recuperação de patrimônios, André Alvarenga. A obra é da AZO Inc, incorporadora.
O Globo, 13/fev
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
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