terça-feira, 31 de agosto de 2021

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte no Leblon - R$ 5.300.000,00



Bovespa passa a subir, na contramão do exterior

Na segunda-feira, o principal índice da bolsa caiu 0,78%, a 119.740 pontos.

O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, passou a subir nesta terça-feira (31), na contramão dos mercados externos.

Às 11h53, o Ibovespa subia 0,01%, a 119.741 pontos. Veja mais cotações.

Na segunda-feira, a bolsa fechou em queda de 0,78%, a 119.740 pontos. Com o resultado , há queda de 1,69% no mês de agosto. No ano, o avanço é de 0,61%.

Cenário

No exterior, o dia é negativo nos mercados, com investidores avaliando a alta na inflação da zona do euro. Na véspera, a confiança na região caiu mais do que o esperado em agosto depois de chegar a uma máxima recorde em julho.

Por aqui, permaneceram as preocupações com a escalada da tensão política, com a crise hídrica e com a inflação, e os impactos nas projeções de retomada da atividade econômica e de geração de emprego e renda.

Mais cedo, o IBGE divulgou que o desemprego ficou em 14,1% no trimestre encerrado em junho.

Nesta quarta-feira, o IBGE divulga o resultado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) do 2º trimestre.

G1, 31/ago

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Apartamento 3 Quartos, 2 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 860.000,00



Inflação medida pelo IGP-M desacelera em agosto, mas acumula avanço de 31,12% em 12 meses


Índice ficou em 0,66% em agosto, ante alta de 0,78% em julho. Crise hídrica pressiona preço da energia e de produtos como milho e café.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 0,66% em agosto, ante avanço de 0,78% em julho, informou nesta segunda-feira (30) a Fundação Getulio Vargas. Com o resultado, passou a acumular alta de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses.

O IGP-M também é conhecido como 'inflação do aluguel', por servir de parâmetro para o reajuste de contratos de locação residencial. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas e dos insumos da construção civil.

Desde 2020, o índice tem subido bem acima da inflação oficial do país, medida pelo IPCA.

Em agosto de 2020, o IGP-M acumulava alta de 13,02% em 12 meses.

A pressão de energia elétrica levou a prévia da inflação oficial do Brasil a disparar para o nível mais alto para um mês de agosto em quase duas décadas, mostraram dados do IBGE na semana passada.

Composição do índice

A desaceleração do IGP-M refletiu principalmente a queda de 1,64% do grupo matérias-primas brutas, que havia avançado 0,09% no mês anterior. Os principais responsáveis por essa leitura foram os itens minério de ferro (2,70% para -15,32%), bovinos (1,73% para -0,34%) e leite in natura (5,74% para 2,32%).

Veja abaixo a composição do IGP-M:

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 0,66% em agosto, ante 0,71% em julho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais subiu 2,22% em agosto e a taxa do grupo Bens Intermediários avançou 2,11%. Já o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 1,64% em agosto. Os itens que mais pesaram no mês foram soja em grão (7,78%), milho (10,97%), café (20,98%), adubos ou fertilizantes (10,62%) e carne de aves (8,38%). Por outro lado, as quedas mais relevantes foram nos preços preços do minério de ferro (-15,32%), carne bovina (-1,42%), bovinos (-0,34%) e fios, cabos e condutores elétricos isolados (-1,10%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 0,75% em agosto, ante 0,83% em julho. Entre as maiores altas no mês, destaque para tarifa de energia residencial (3,26%), gasolina (1,55%), tomate (14,60%) e gás de bujão (3,34%).

O Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,56% em agosto, ante 1,24% no mês anterior. Os três grupos componentes do indicador registraram as seguintes variações: materiais e equipamentos (1,52% para 1,17%), serviços (0,65% para 0,78%) e mão de obra (1,12% para zero).

"Obviamente estamos num patamar elevado de inflação e esta melhora relativa não será sentida pela sociedade de maneira geral, contudo nós chama atenção a queda na aceleração dos preços ao consumidor que caiu de 0,83% para 0,75% sugerindo que há certa estabilização na margem", avaliou, em nota, o economista da Necton, André Perfeito.

G1, 30/ago

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte no Alto da Boavista - R$ 490.000,00



Crédito bancário e juros médios sobem em julho, mostra Banco Central

 

Patamar de novas concessões de empréstimos em julho foi o maior da série histórica. Juros cobrados no cheque especial têm pequena queda, mas taxa do cartão de crédito rotativo sobe.

O volume total e as novas concessões de empréstimos bancários subiram em julho, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (27).

Já a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras também avançou no período, em linha com a alta do juro básico da economia, a taxa Selic, fixada pelo BC (veja detalhes mais abaixo).

Segundo a instituição, o volume total do crédito ofertado pelos bancos subiu 1,2% no mês passado, para R$ 4,265 trilhões, na comparação com R$ 4,215 trilhões em junho.

Houve expansão de 0,8% na carteira de pessoas jurídicas (com saldo de R$ 1,83 trilhão) e aumento de 1,5% na de pessoas físicas (para R$ 2,435 trilhões).

A taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito registrou estabilidade em julho, em 2,3%.

Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência permaneceu em 2,9% no mês passado e, no caso das empresas, ficou estável em 1,3%.

Concessões em alta

Segundo o BC, as novas concessões de empréstimos cresceram 3,84% em julho, somando R$ 425,939 bilhões no período, o maior patamar da série histórica — que começa em março de 2011.

O cálculo foi feito após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.

Segundo o BC, houve uma alta de 4,7% nas concessões para empresas e de 1,8% em pessoas físicas.

Em doze meses até julho, o volume de crédito bancário registrou aumento de 16,2%, o que representa pequena desaceleração no ritmo de crescimento. Em doze meses até junho, a alta registrada foi de 16,3% no estoque dos empréstimos bancários.

Para todo este ano, o Banco Central estima uma expansão de 11,1% no crédito bancário. Em 2020, impulsionado por linhas emergenciais de crédito para o combate aos efeitos da pandemia, o crédito bancário teve alta de 15,5%.

A alta menor prevista pelo BC para o crédito neste ano acontece em um cenário de expressiva redução de linhas de crédito extraordinário para o combate aos efeitos da Covid-19.

Juros bancários

Os juros bancários médios com recursos livres (sem contar habitacional, rural e BNDES) de pessoas físicas e empresas, subiram de 28,4% ao ano, em junho, para 28,9% ao ano no mês passado - uma alta de 0,5 ponto percentual. No crédito livre, a instituição financeira tem mais liberdade para fixar a taxa de juro.

O aumento está em linha com o comportamento da taxa Selic, fixada pelo BC. Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano. Em maio, o Copom elevou o juro para 3,5% ao ano e, em junho, a taxa avançou para 4,25% ao ano. Em agosto, a taxa subiu para 5,25% ao ano.

Nas operações para pessoas físicas, o juro bancário médio passou de 39,9% ao ano, em junho, para para 39,8% ao ano em julho;

Considerando só as empresas, a taxa média de juros bancários passou de 14,5% ao ano em junho para 15,4% ao ano em julho;

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa recuou de 125,6% ao ano em junho para 123,5% ao ano em julho. Nessa linha de crédito, o BC adotou um teto para os juros;

Nas operações com cartão de crédito rotativo de pessoas físicas, os juros bancários cobrados das pessoas físicas subiram de 327,5% ao ano, em junho, para 331,5% ao ano em julho. Com isso, a taxa segue em patamar proibitivo.

O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente. Essa é uma das linhas de crédito mais caras do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

De acordo com o BC, o chamado spread bancário médio com recursos livres passou de 21,5 pontos percentuais, em junho, para 21,7 pontos percentuais em julho. O spread é a diferença entre quanto os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram dos clientes.

O spread bancário composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Nas operações com pessoas físicas, o spread caiu de 32,6 pontos em junho para 32,2 pontos em maio. Desta forma, ainda segue em patamar elevado para padrões internacionais.

Alexandro Martello, G1, 27/ago

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte no Leblon - R$ 1.890.000,00



'Big techs' prometem investimento bilionário em segurança digital após reunião com Biden

Google, Microsoft, Apple, Amazon e IBM se comprometeram com ações voltadas para cibersegurança. Presidente dos Estados Unidos disse que o 'governo não poderia enfrentar esse desafio sozinho'.

Algumas das principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos se comprometeram a investir bilhões de dólares em segurança digital e treinamento de trabalhadores após uma reunião entre seus executivos e o presidente Joe Biden na última quarta-feira (25).

O encontro aconteceu em meio a uma escalada de ataques cibernéticos sofridas por companhias e entidades governamentais nos EUA.

A reunião incluiu quatro presidentes-executivos de gigantes de tecnologia: Sundar Pichai (Google), Tim Cook (Apple), Andy Jassy (Amazon), Satya Nadella (Microsoft) e Arvind Krishna (IBM).

Após a reunião, o Google anunciou que se comprometeu a investir US$ 10 bilhões em segurança cibernética nos próximos cinco anos. Os valores serão destinados para o treinamento de cidadãos, projetos abertos de segurança, entre outros.

A Microsoft disse que investiria US$ 20 bilhões em cibersegurança nos próximos cinco anos e disponibilizaria US$ 150 milhões em serviços técnicos para ajudar os governos locais a atualizar seus sistemas de segurança e o treinamento de pessoal.

A IBM planeja treinar 150 mil pessoas durante três anos, enquanto a Apple disse que desenvolveria um novo programa para ajudar a fortalecer a cibersegurança na cadeia de fornecimento de tecnologia.

Já a Amazon disse que ofereceria ao público o mesmo treinamento de conscientização de segurança que dá aos seus funcionários.

Além das "big techs", a Casa Branca recebeu executivos de grupos empresariais, bancos, seguradoras, organizações ligadas à educação e prestadoras de serviços essenciais, como água, gás e energia elétrica.

Nos últimos meses, várias empresas sofreram ataques que levaram à paralisação momentânea de suas operações. Algumas delas relataram ter sido vítimas de ransomware, um tipo de vírus que impede o acesso às informações em um sistema e exige o pagamento de uma espécie de resgate.

Entre elas, está a Colonial Pipeline, uma operadora americana de oleodutos, e a JBS, maior empresa de processamento de carnes do mundo.

No fim de 2020, os Estados Unidos sofreram um grande ataque, que afetou os servidores de correio eletrônico da Microsoft e o programa Orion, da empresa SolarWinds. Este último é usado para administrar e monitorar as redes de computadores de grandes empresas e do governo.

Para o governo, este ataque expôs a relevância da segurança de 16 "infraestruturas-chave" de setores como energia, defesa, produção industrial e alimentação.

Alguns analistas pediram sanções firmes contra a Rússia e outros países, de onde estes hackers estariam operando. Outros especialistas defendem uma melhor regulação das criptomoedas, exigidas pelos hackers como resgate para restabelecer os serviços atacados.

Na reunião, Biden apontou para o encontro que teve com o presidente russo Vladimir Putin em junho, quando disse que esperava que a Rússia tomasse medidas para controlar os grupos de ransomware.

G1, 26/ago

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Apartamento 1 Suíte na praia da Barra da Tijuca - R$ 4.200.000,00



IPCA-15: prévia da inflação acelera a 0,89% e tem maior aumento para agosto desde 2002

 

Alta foi puxada pelo aumento de 5% na energia elétrica e de 2,05% na gasolina. No ano, índice acumula avanço de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%.

Puxado pelo aumento da energia elétrica e da gasolina, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou a alta para 0,89% em agosto, após registrar taxa de 0,72% em julho, informou nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Esse resultado é o maior para um mês de agosto desde 2002, quando atingiu 1%", informou o IBGE.

O resultado veio pior do que o esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,82% para o período.

"Este é o pior resultado anual desde maio de 2016 e deixa claro que teremos ainda preocupações inflacionárias por mais algum tempo", avaliou o economista da Necton, André Perfeito.

Energia sobe 5% no mês

Com aumento de 5%, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no IPCA-15, respondendo sozinha por 0,23 ponto percentual no índice do mês.

A alta é explicada, sobretudo, pela entrada em vigor da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, que passou a cobrar R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos, após reajuste de 52%. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. A mudança de bandeira ocorre diante da crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara.

Além disso, pesou também na inflação da energia reajustes tarifários em cidades como Belém, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Gasolina tem alta de 39,5% em 12 meses

Os preços dos combustíveis aumentaram 2,02% em agosto.

A maior pressão veio do aumento da gasolina (2,05%), cuja variação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 39,52%. A gasolina contribuiu sozinha por 0,12 p.p. do IPCA-15 de agosto.

Também subiram os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.

Os preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%) também subiram em agosto.

Preços mais caros em 8 dos 9 grupos pesquisados

Entre os grupos, as maiores pressões de alta no mês vieram dos transportes, com aumento de 1,11%, seguida por alimentação e bebidas (1,02%). A única queda em agosto foi em saúde e cuidados pessoais (-0,29%).

Veja o resultado do IPCA-15 para cada um dos grupos:

Alimentação e bebidas: 1,02%

Habitação: 1,97%

Artigos de residência: 1,05%

Vestuário: 0,94%

Transportes: 1,11%

Saúde e cuidados pessoais: -0,29%

Despesas pessoais: 0,68%

Educação: 0,30%

Comunicação: 0,19%

Segundo o IBGE, todas as áreas pesquisadas apresentaram inflação em agosto. O menor resultado ocorreu em Belo Horizonte (0,40%). Já a maior variação foi registrada em Goiânia (1,34%).

Tomate, frango e frutas sobem

O custo da alimentação no domicílio passou de 0,47% em julho para 1,29% em agosto.

Entre as altas que mais contribuíram para aceleração, segundo o IBGE, destaques para a do tomate (16,06%), do frango em pedaços (4,48%), das frutas (2,07%) e do leite longa vida (2,07%). Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-6,46%), do feijão-preto (-4,04%) do arroz (-2,39%) e do feijão-carioca (-1,52%).

Na alimentação fora do domicílio (0,35%), o movimento foi inverso, influenciado pela desaceleração da refeição (0,10%), que havia registrado alta de 0,53% em junho.

Inflação persistente e acima da meta

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5,25% ao ano.

A expectativa do mercado financeiro para a inflação de 2021 é de 7,11%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Com isso, a projeção dos analistas segue cada vez mais acima do teto do sistema de metas.

Já a expectativa dos analistas para a taxa Selic no fim do ano permanece em 7,5%, o que pressupõe novas altas nos próximos meses. Parte dos analistas já aposta em uma elevação maior do que 1 ponto percentual na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Centra.

Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,93%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%.

Darlan Alvarenga, G1, 25/ago

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Cobertura Comercial no centro empresarial Città América na Barra da Tijuca - R$ 515.000,00 - R$ 1.100,00

 


Dogecoin, a 'moeda-meme': saiba o que é e os riscos de investir

Criptomoeda-meme é mais suscetível a ataques especulativos, como os do bilionário Elon Musk; especialistas dizem que o produto tem que evoluir para ser considerado um ativo sério para a carteira de investimentos.

"Elon Musk nos acha bem legais". É assim que se apresenta a Dogecoin, uma criptomoeda que começou como piada e acabou se tornando o 7º maior ativo do tipo em valor de mercado, segundo o site Coinmarketcap.

Em 2021, a Dogecoin ganhou novo destaque justamente pelas mãos de Elon Musk. As postagens no Twitter do fundador da Tesla são os principais responsáveis pelo salto de valorização que a "criptomoeda-meme" teve em 2021.

Foi o entusiasmo do bilionário que fez a Dogecoin subir 1.100% em um mês, entre 7 de abril e 7 de maio. Musk afirmou que fez compra da moeda, acreditava em seu projeto e, dias depois do pico de valorização, chegou a dizer que passou a trabalhar com os desenvolvedores para melhorá-la.

Elon Musk: trabalhando com os desenvolvedores da Doge para melhorar a eficiência do sistema de transações. Potencialmente promissor.

Ainda assim, a Dogecoin é cercada de desconfianças. Um sistema pouco robusto, a possibilidade de emissão infinita e a concentração na mão de grandes proprietários são os principais problemas.

A seguir, o G1 responde às perguntas mais comuns sobre a moeda-meme – inclusive, se é possível levá-la à sério.

O que é Dogecoin?

A Dogecoin nasceu em 2013 para homenagear Kabosu, uma cachorra da raça japonesa Shiba Inu, que deu origem ao meme "Doge". A feição "impressionada" do animal viralizou na rede social Tumblr, para mostrar surpresa com algo de forma sarcástica.

Os desenvolvedores Jackson Palmer e Billy Markus resolveram homenagear o meme com uma criptomoeda – que, no fundo, tirava um sarro do estouro de surgimento de uma porção de moedas digitais na época. Ambos reconhecem que tudo não passava de uma brincadeira.

A moeda, portanto, podia parar por aí. Mas, assim como o meme de origem, ela se espalhou na internet e ganhou adesão.

Quais os riscos da Dogecoin?

A Dogecoin tem um código-fonte aberto e pouco complexo. Também não há lastro e os tokens são ilimitados, o que a torna inflacionária e mais difícil de cravar um preço justo.

Ao contrário do bitcoin, que tem um número de moedas limitadas no mercado, o Dogecoin pode ser minerado infinitamente. Com tudo isso em conta, a cotação depende apenas da adoção, permite ataques especulativos e torna seu valor altamente volátil.

Outro ponto importante é a concentração. Os 10 usuários mais ricos em Dogecoin detêm 45% do total em circulação, segundo o site Bitinfocharts. No caso do bitcoin, os 100 mais ricos têm apenas 6% do bolo.

Essa é uma vulnerabilidade básica para a especulação, pois uma venda considerável de algum desses grandes detentores pode levar a cotação ao chão e fazer o aporte inicial do pequeno investidor virar pó. E, por isso, as menções ao papel de alguém como Elon Musk não são triviais.

Em que posso usar a Dogecoin?

A Dogecoin não tem um uso prático disseminado, um estágio que algumas criptomoedas já atingiram. São poucos exemplos catalogados e, em geral, os usuários só adicionam à carteira e trocam entre si (peer-to-peer, ou P2P).

O código-fonte é aberto, o que permite acesso a qualquer programador. A blockchain que dá suporte é descentralizada, portanto, não há um órgão mediador na sua dinâmica.

Por ora, a moeda serve apenas como ativo para alguns investidores. Mas o sucesso de adesão criou uma forte comunidade em torno da Dogecoin, que tenta valorizá-la e ampliar a aceitação.

Essa comunidade deu demonstrações curiosas de força. Em 2014, levantaram cerca de US$ 25 mil em Dogecoin para patrocinar o time da Jamaica nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia. No mesmo ano, juntaram US$ 55 mil para patrocinar o carro de Josh Wise, piloto da Nascar.

Como comprar Dogecoin?

Sem a robustez de outras criptomoedas, há uma resistência do mercado brasileiro de listar a Dogecoin nas corretoras de criptoativos. Algumas poucas fazem venda especial para clientes de tíquete mais alto, sem oferecer ao público geral por conta dos riscos envolvidos.

"Eles prometem melhorias para ser um meio de pagamento viável. Caso isso aconteça, certamente listaríamos na corretora. Hoje, não confiamos", afirma.

Quem, ainda assim, quer ter acesso à Dogecoin, tem três alternativas.

É preciso abrir uma conta em corretoras no exterior e ver a melhor forma de troca de valores pela moeda digital (seja conversão de dólares ou de outros criptoativos). Boa parte das corretoras, contudo, só faz negócios entre moedas digitais, o que pode exigir que se abra uma conta aqui e faça antes uma compra de bitcoins, ethereuns ou outra.

Também é possível partir para a mineração. Para isso, além de instalar softwares para os cálculos computacionais, alguns upgrades podem ser necessários no equipamento, como boas placas de vídeo. Além de ser um processo complexo, é bastante custoso. O desafio é tornar o procedimento rentável.

Por fim, é possível aderir à carteira digital e fazer as trocas entre usuários, o P2P. Há aí um jogo de confiança com a pessoa que se escolhe negociar. Como não há intermediação do negócio, o remetente das Dogecoins pode simplesmente não fazer a transferência.

Por que Elon Musk é importante?

Para dar certo, as criptomoedas têm algumas batalhas a vencer. É preciso ganhar tração com a adesão de público, ter a entrada de investidores que confiem em sua viabilidade e inserção de usos práticos.

A Dogecoin ultrapassou apenas a primeira barreira. E Elon Musk se apresenta como um "patrono" deste segundo passo. É ele o primeiro grande nome a colocar uma espécie de "carimbo de credibilidade" no Dogecoin.

Acontece que muitos especialistas em criptoativos desconfiam das boas intenções do bilionário. Com alto poder aquisitivo e influência, Musk captura para si o mercado. Basta um tweet para mexer com o mercado e chacoalhar a cotação da moeda digital, o que pode lhe dar ganhos financeiros.

Os pronunciamentos do bilionário movimentaram o valor de mercado da Dogecoin neste ano e não há um regulador de mercado que possa dizer se sua atuação está dentro de padrões legais.

Elon Musk: Uma palavra: Doge

Elon Musk: Doge é subestimada

Elon Musk: Vocês querem que a Tesla aceite Doge?

Criptomoedas em alta

O ano de 2021 tem marcado uma subida de patamar das criptomoedas em todo o mundo.

Os pacotes de estímulos à economia implementados para combater a crise causada pela pandemia do coronavírus ligaram o alarme contra uma arrancada da inflação global.

Investidores que confiam na "independência do sistema tradicional" entendem que boas criptomoedas podem se tornar reserva de valor e uma boa defesa contra um descontrole de preços.

O caso do bitcoin é o mais emblemático. Já em 2020, a maior das criptomoedas havia registrado ganhos de 300% enquanto o Ibovespa fechou o ano com alta de 3%. E neste ano, a principal criptomoeda em circulação renovou recordes, chegando a um pico de US$ 63 mil (embora tenha tomado um tombo pouco depois).

O bitcoin ganhou muita força com a entrada de investidores institucionais no jogo e com a ampliação das opções de uso. São dois fatores importantes que a Dogecoin nunca alcançou.

Mas, enquanto o bitcoin tentava expandir sua adesão, dois fortes choques impactaram a cotação da moeda em 2021. Um de caráter mais especulativo envolve novamente o fundador da Tesla, Elon Musk.

Depois de dizer que aceitaria pagamentos em bitcoin pelos carros da empresa, o bilionário voltou atrás. Justificou a decisão pela falta de sustentabilidade no processo de mineração da criptomoeda.

Para fabricar os bitcoins são necessários muitos cálculos feitos em computadores e, por consequência, há muito consumo de energia. Depois da "descoberta" de Musk, a curva de cotação, que havia subido, entrou em queda forte.

O segundo choque enfrentado pelo bitcoin foi engatilhado pelo governo chinês, que restringiu a mineração da moeda. O mercado entrou em novo mergulho porque o país alimenta quase 80% do comércio mundial de criptomoedas.

Raphael Martins, G1, 24/ago

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Casa Duplex, 5 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 4.500.000,00

 


Mercado financeiro eleva para 7,11% estimativa da inflação em 2021 e vê alta menor do PIB


Expectativa de expansão do PIB recuou para 5,27%. Projeções fazem parte do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central.

Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, pela vigésima semana seguida. A expectativa para o indicador em 2021 subiu de 7,05% para 7,11%. Ao mesmo tempo, os analistas estimaram uma alta menor do Produto Interno Bruto (PIB).

As previsões do mercado constam no relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

O centro da meta de inflação, em 2020, é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto do sistema de metas.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Para 2022, o mercado financeiro subiu de 3,90% para 3,93% a estimativa de inflação. Foi a quarta alta seguida no indicador. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

PIB

No caso do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, os economistas do mercado financeiro reduziram estimativa para o crescimento de 5,28% para 5,27%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para 2022, o mercado baixou a previsão de alta do PIB de 2,04% para 2%.

Apesar de a economia ter mostrado reação no fim de 2020 e começo deste ano, a despeito da pandemia da Covid-19, tensões políticas e "riscos fiscais" (dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas) têm contido as previsões de alta da atividade nas últimas semanas.

Taxa básica de juros

O mercado financeiro também manteve em 7,50% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021. Com isso, os analistas seguem estimando alta nos juros em 2021.

Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano. Em maio, o Copom elevou o juro para 3,5% ao ano e, em junho, a taxa avançou ara 4,25% ao ano. Na semana passada, a taxa subiu para 5,25% ao ano.

Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a taxa Selic para 7,50% ao ano, o que pressupõe estabilidade do juro básico da economia no ano que vem.

Outras estimativas

Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 permaneceu em R$ 5,10. Para o fim de 2022, ficou estável em R$ 5,20 por dólar.

Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 subiu de US$ 69,70 bilhões para US$ 70 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado avançou de US$ 62,80 bilhões para US$ 63,50 bilhões de superávit.

Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 54 bilhões. Para 2022, a estimativa caiu de US$ 66,99 bilhões para US$ 66 bilhões.

Alexandro Martello, G1, 23/ago

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Cobertura Comercial na Barra da Tijuca - R$ 2.900.000,00



Crise de confiança afasta investidores do Brasil

A aversão de investidores ao país foi maior do que de outros mercados parecidos com o nosso na pandemia, mostra estudo.

Nos últimos dias, o mercado financeiro tem apresentado números ruins no Brasil, com a perda de valor das ações de empresas na Bolsa de Valores e a desvalorização do real.

Se é verdade que investidor coloca dinheiro no que acredita, na tela do mercado, assiste-se uma crise de confiança no Brasil, com o dólar e a Bolsa de Valores como personagens centrais desse drama.

A cotação da moeda americana não cansa de subir, a R$ 5,42, é um termômetro da saída de dólares do país. Outro sinal de que estamos em baixa é a instabilidade da Bolsa de Valores de São Paulo, derrapando no ano.

“O que está acontecendo no Brasil, é uma saída de capitais. Não é só capital de estrangeiros que estavam no Brasil que estão indo embora. Tanto o estrangeiro quanto o nacional estão com medo do Brasil. Como no começo do ano, a inflação estava mais baixa e a economia estava dando sinais de recuperação. Na sequência, isso melhorou as contas públicas. Então, tinha-se a ilusão de que o Brasil estava relativamente bem”, explicou Simão Davi Silber, professor do Departamento de Economia da USP.

Mas o cenário mudou, afirma o professor:

“Só que depois a inflação disparou. O governo perdendo credibilidade. Ele falseou na regra fiscal querendo parcelar precatórios e, dada a perda de popularidade do governo, a criação de uma Bolsa Brasil - que seria o novo nome do Bolsa Família de maior porte. Então, tudo isso coloca em risco o teto do gasto. Eu diria o seguinte: você tem, vamos dizer, o caldo de cultura perfeito para quem for avesso a isso fugir do Brasil”.

A pandemia trouxe um medo global, mas a aversão de investidores ao Brasil foi maior do que de outros mercados parecidos com o nosso. Um estudo recente comparou a trajetória do real com a das moedas do Chile, México, Rússia, Colômbia e África do Sul.

O teto é o limite para o crescimento do gasto da União. Uma regra para impedir a explosão da dívida pública.

A pandemia trouxe medo global, mas a fuga daqui foi maior do que de outros mercados parecidos com o nosso. Um estudo recente comparou a trajetória do real com a das moedas do Chile, México, Rússia, Colômbia e África do Sul. De janeiro de 2020 para cá, o real descola da trajetória média das moedas desses países.

A moeda brasileira teve a maior perda de valor no começo de março quando o dólar valia R$ 5,82. Depois de um breve alívio, o cenário volta a piorar - uma indicação gráfica de que o principal alvo da desconfiança dos estrangeiros é o Brasil.

“Quando a economia é parecida, a gente deveria assistir a um movimento comum. Um movimento igual. E isso não tem ocorrido. Nós começamos a gastar mais do que os nossos semelhantes. A nossa pandemia ela foi mais longa, ou pelo menos vem sendo, do que a dos nossos semelhtantes”, pontuou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Pode-se pensar que o valor do dólar só interessa para quem vai viajar. Mas nem precisa atravessas a fronteira para pagar caro por ser brasileiro. Uma viagem até a padaria mostra o efeito da alta do dólar sobre o preço do trigo; até o supermercado, sobre os alimentos; até o posto, a gasolina. A inflação é a primeira conta que a população brasileira paga pela descrença dos investidores estrangeiros. O desemprego é a segunda.

“Quando o país para de investir, ele para de crescer. E quando ele para de crescer, não cria emprego necessário para todo mundo ter para gerar sua renda. Nós estamos criando conflitos, nós estamos criando brigas, nós estamos criando ameaças que não são os problemas reais da economia. O problema real da economia é o poder de compra das pessoas, o que elas conseguem comprar, o emprego delas, o Bolsa Família. Todas essas questões que nós precisamos tratar imediatamente. Todos os outros conflitos foram criados e não precisariam estar nesse momento. As ameaças às instituições, as dúvidas quanto ao futuro, a eleição antecipada, tudo isso gera incerteza e não é necessário ”, disse Ilan Goldfajn, presidente do Conselho Credit Suisse Brasil.

Jornal Nacional, 20/ago

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Apartamento 2 Quartos, 1 Suíte no Recreio dos Bandeirantes - R$ 1.000.000,00



Facebook quer substituir as videochamadas por reuniões em realidade virtual

 

Divisão da companhia liberou versão de testes de ambiente pensado para simular encontros de trabalho.

A Oculus, divisão de realidade virtual (VR, na sigla em inglês) do Facebook, anunciou nesta quinta-feira (19) uma versão de testes de um ambiente pensado para simular reuniões presenciais.

Chamado de Horizon Workrooms, o espaço está disponível para pessoas que possuem um headset Quest 2, que custa US$ 299 (cerca de R$ 1.600, na cotação atual) e que não é vendido oficialmente no Brasil.

Ao se conectar com outros usuários, as pessoas podem configurar um avatar e interagir com elementos como lousas, blocos de anotações e tela de apresentação.

Quem não tem um headset pode se conectar por chamada de vídeo convencional e participar por meio de uma "tela" no ambiente.

O equipamento também conta com uma tecnologia chamada "áudio espacial", capaz de simular a direção de onde o som está vindo. A tentativa é simular um ambiente físico.

Essa novidade do Facebook é um passo na direção do que Mark Zuckerberg, presidente-executivo da empresa, tem chamado de "metaverso" – uma espécie de universo digital, que de certa forma se sobrepõe à realidade física.

Em entrevista recente ao site americano "The Verge", Zuckerberg disse que o "metaverso" pode vir a ser um sucessor da internet como conhecemos e substituir em parte a interação com celulares e outras telas. Essa visão é compartilhada por alguns outros executivos do setor da tecnologia.

Ao mesmo site, o chefe do Facebook afirmou que a empresa tem utilizado o Workrooms para reuniões internas há cerca de seis meses.

Apesar disso, os óculos VR ainda parecem estarem longe de conquistar o público geral – seja pelo preço ou pelo design pouco discreto e confortável.

G1, 19/ago

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 640.000,00



Novatas na B3 sofrem com momento adverso no mercado

Bolsa como um todo está sofrendo, devido ao ambiente político, com iniciativas do governo federal com potencial efeito negativo no desempenho fiscal do país, além da tensão entre os poderes.

Os últimos pregões foram particularmente dolorosos para ações de empresas que estrearam na bolsa paulista, a B3, neste ano, com a maioria trabalhando abaixo dos preços fixados nos respectivos IPOs, em meio a uma piora nos cenários político e fiscal no país e preocupações com o ritmo de crescimento mundial.

Gestores e estrategistas afirmam que o momento do mercado não favorece a manutenção de papéis com pouco histórico – boa parte divulgou apenas o seu primeiro ou segundo resultado publicamente – ou baixa liquidez em carteira. E isso não necessariamente tem a ver com a qualidade da companhia.

Mesmo que algumas das novatas sejam tidas como 'questionáveis' e que não tenham entregue o prometido nos roadshows das ofertas, a avaliação é de que há componentes conjunturais que são mais desfavoráveis a elas.

Um dos destaques negativos em agosto é a plataforma social para investidores TC, que recua cerca de 40% no mês, tendo encerrado a terça-feira a R$ 7,60, abaixo do preço fixado no IPO no mês passado, de R$ 9,50. A correção se intensificou após prejuízo no segundo trimestre, divulgado na semana passada.

A prestadora de serviços em ambiente marinho Oceanpact contabiliza baixa em torno de 14% no mês, mas a queda frente ao preço do IPO em fevereiro ronda 65%. No fim de julho, as ações chegaram a cair 27% em apenas um pregão após anuncio de acordo trabalhista.

Mercado tenso

O diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, observa que há exceções, mas que investidores tendem a ficar mais ariscos em relação a essas empresas em momentos mais tensos no mercado dado o menor histórico, menor tempo de análise, o que ajuda a explicar a queda. "Há uma certa insegurança."

Ele ressaltou, porém, que a bolsa como um todo está sofrendo, com várias companhias registrando quedas relevantes, o que é explicado pelo ambiente político, com iniciativas do governo federal com potencial efeito negativo no desempenho fiscal do país, além da tensão entre os poderes.

O cenário externo também tem endossado vendas, com o aumento de casos de Covid-19 em meio à disseminação da variante Delta, adicionando preocupações sobre a retomada econômica.

O sócio-fundador e presidente da empresa de serviços financeiros G5 Partners, Corrado Varoli, acrescentou que, com a queda dos juros, "veio um caminhão de dinheiro" buscando retorno com renda variável. "Algumas das que vieram a mercado não têm liquidez."

Quedas nos índices

O Ibovespa, referência da bolsa brasileira acumula em agosto perda de 3,2%, sendo o pior desempenho registrado por Lojas Americanas PN, com recuo de quase 24%.

O índice Small Caps, por sua vez, cede mais de 8% no mês, com Méliuz, que estreou no ano passado, respondendo pela maior baixa, de cerca de 29%, a 48,01 reais – ainda assim bem acima do preço de seu IPO de novembro, quando saiu a 10 reais.

Na visão do gestor e sócio-fundador da Trígono Capital, Werner Roger, os preços de alguns IPOs eram em grande parte absurdos em relação ao real valor das empresas e, em especial, frente a empresas listadas. "Agora, depois de ajustes de 40% a 50%, começamos a garimpar", afirmou.

No caso das estreantes, nomes como o banco de investimentos BR Partners e o grupo hospitalar Mater Dei resistem ao viés mais vendedor, com altas de 5,6% e 5,4%, respectivamente, em agosto, e desempenho forte também frente ao IPO - BR Partners sobe 58% e Mater Dei avança 12%.

Mas o principal destaque positivo entre as novatas é a Vamos, empresa de locação de caminhões e equipamentos, que mais do que dobrou o preço desde o IPO. A companhia, inclusive, anunciou neste mês desdobramento de ações de 1 para quatro. Em agosto, porém, perde cerca de 20%.

Paciência

Os reflexos desse movimentos em novas ofertas de ações ainda não está claro, segundo os gestores e estrategistas ouvidos pela Reuters, com o apetite futuro dependendo da recuperação do otimismo no mercado, de outra janela de oportunidade, que no momento está difícil de prever.

A avaliação majoritária é de que as companhias que estão na fila para listar suas ações na bolsa precisarão ter paciência e devem encontrar investidores mais exigentes e céticos, não só em relação às teses de investimentos como também com o valuation oferecido.

Apesar da volatilidade e dos problemas do Brasil, o estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, avalia que, do ponto de vista das empresas, há ainda um ambiente favorável a IPOs, dado o cenário de liquidez elevada nos mercados externos.

Mas a efetivação de uma oferta, segundo ele, dependerá de a empresa aceitar o preço que o mercado quiser dar. Muitos IPOs recentes saíram no piso ou até abaixo da faixa estimada para a operação, o que sinaliza que investidores estão buscando desconto sobre o que está sendo mostrado no roadshow.

Da perspectiva dos investidores, em particular pessoas físicas, Komura reforçou que é muito importante que eles saibam bem o que estão comprando, analisem bem as empresas e o ambiente em que elas atuam.

Reuters, 18/ago

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Casa Duplex, 4 Quartos na Barra da Tijuca - R$ 2.990.000,00



A combinação de seca e geadas no Brasil que afeta preço do café e açúcar

Extrema seca desde o ano passado e geadas no centro-sul do Brasil neste inverno fizeram fazendeiros perderem parte das lavouras de cana-de-açúcar e café; consumidor sentirá no bolso.

Em noites muito frias, quando a temperatura do ar chega a zero, uma fina camada branca de orvalho congelado recobre a relva. Geadas assim, como as vistas no Brasil recentemente, podem decidir o destino de plantas.

Para fazendeiros, não é um prognóstico bom.

"Foi difícil ir lá nos dias seguintes acompanhar o que estava acontecendo, ver como a geada havia atingido nossos canaviais", diz a produtora rural Christina Pacheco, presidente da Associação de Fornecedores de Capivari, São Paulo, onde ela é proprietária de uma fazenda de cana-de-açúcar de 320 hectares.

Foram três ondas de geadas neste inverno brasileiro logo após um longo e extremo período de seca. Péssima notícia para os plantadores de cana-de-açúcar e de café. Péssima notícia para o bolso dos consumidores também.

"A gente nunca tinha visto geada assim nos últimos 40 anos de história de cana nessa propriedade", diz Pacheco. "Com as geadas, as plantas foram para a estaca zero."

Períodos quentes e secos e eventos extremos, como este frio, fazem parte de previsões científicas do clima como consequência do aquecimento do planeta por ação humana, como se viu no relatório divulgado na semana passada pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU).

A extrema seca desde o ano passado na Bacia do Paraná - nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás - já havia afetado as plantações.

Depois, em um espaço de 30 dias em junho e julho, três ondas diferentes de geadas arremataram o que já era uma uma conjectura ruim. Plantações de cana-de-açúcar e de café no centro-sul do Brasil foram afetadas.

Para alguns produtores, o preço alto acabará compensando as perdas. Pequenos produtores que dependem só da plantação e produtores que mais tiveram plantações afetadas, contudo, terão perdas significativas.

Safras de cana-de-açúcar

A cana cresce com temperatura, umidade e calor, explica Denis Arroyo Alves, diretor executivo da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil).

"Quando você tem temperaturas baixas, o crescimento é interrompido", explica ele.

Isso significa que a cana estará menor, com menos quantidade de açúcar, algo pior para o produtor - as usinas fazem pagamento de acordo com a quantidade de açúcar que conseguem transformar da cana.

Depois de cortar a cana, com a umidade que ainda existe no solo, ela rebrota. A geada também atingiu áreas que haviam sido recém-colhidas. Significa que produtores vão precisar esperar para ver se elas vão voltar a crescer.

É como se a cana começasse do zero, perdendo meses de crescimento e afetando até a safra seguinte.

"Eu considero como se fosse um corte. Em um mês, cortou três vezes", diz Cesar Mikishi Uemura, de 57 anos, proprietário de uma fazenda de cana-de-açúcar de 500 hectares em Guaíra, interior de São Paulo.

Como Pacheco e outros fazendeiros, ele repete que nunca havia passado por situação semelhante. "Estou há mais de 30 anos na lavoura. A gente fica com medo porque nunca viu três geadas em um ano. Se não brotar, como vai ser?"

A plantação fica como se alguém tivesse "tacado um fogo lá", descreve Uemura. De fato, as fotos de sua fazenda mostram uma plantação que aparenta queimada, com o verde escurecido, seco, tostado.

O engenheiro agrônomo Fernando Paiva Oliveira, de 60 anos, proprietário de uma fazenda de cana-de-açúcar em Barretos, interior de São Paulo, também repete: "Sou engenheiro agrônomo há 38 anos. Nunca vi o efeito das geadas como esse ano. É de espantar. Nessa magnitude, nunca havia acontecido"

A conta, diz ele, não vai fechar. Ele já planeja injetar mais recursos na fazenda para compensar as perdas.

Segundo o meteorologista da Climatempo Celso Oliveira, três ondas de frio não é algo que acontece geralmente, embora elas não tenham batido as mais geladas da história.

Mas a queda de temperatura não havia sido prevista nas simulações de clima de longo prazo. "O frio começou a aparecer mais claramente nas previsões com 15, 10 dias de antecedência", diz.

Agora, diz ele, ainda há potencial para geadas, mas só para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. "A chance de geada danosa para as culturas de café e cana é menor. Estamos entrando em um período em que os dias estão ficando mais longos. Teria de haver uma onda de frio descomunal para derrubar a temperatura para um ponto de geada."

Preço do açúcar

Os contratos negociados nas bolsas de Nova York e Londres servem de referência para a precificação do açúcar no mundo inteiro.

À medida que as situações ruins foram acontecendo, o mercado foi precificando o açúcar, diz Plinio Nastari, presidente da consultoria agrícola Datagro. "Estava seco, ia ter menos oferta. Continuou seco, menos oferta ainda. Veio a geada, menos ainda."

E isso em um ano de maior demanda de combustível por causa da recuperação de consumo e mobilidade.

Até chegar ao consumidor, a saca de açúcar de 60 kg que sai da usina passa por uma cadeia com vários custos diferentes.

Para Padua, da Unica, a quebra de safra no Brasil fez com que os preços subissem, o que, aliado ao real desvalorizado, de fato trará um impacto para o consumidor.

Segundo ele, o Brasil vai passar de 605 milhões de toneladas de cana produzidas na safra passada para 530 milhões de toneladas nesta safra. O país é o maior exportador de açúcar do mundo, seguido da Índia e da Tailândia. Em relação ao etanol, fica atrás apenas dos Estados Unidos.

Oliveira, o engenheiro agrônomo dono da fazenda em Barretos, diz que "vai bater na população, queira ou não queira".

Café

Com o café, a situação tampouco foi boa. O café é colhido em meados do ano. Pouco depois da colheita, quando começam as chuvas no verão, surgem as primeiras flores, que depois vão virar os frutos.

As lavouras que foram muito atingidas perderam todas as folhas. Sem elas, não podem fazer fotossíntese e crescer. Isso quando a geada não matou a planta completamente.

De qualquer forma, só na época das chuvas, a partir de setembro, é que os produtores poderão ver como as plantas vão reagir e mensurar o tamanho do estrago.

"As lavouras estão produzindo menos. Então o mercado já prevê menor oferta de café e reflete isso."

O preço do café também é regulado pela Bolsa de Nova York. Segundo o indicador de preços de café Arábica do Cepea/Esalq, houve um crescimento de quase 70% no preço da saca de café de 60kg do ano passado para agosto deste ano, sem considerar a inflação.

"Pode ser que a indústria absorva a margem do aumento de valor do insumo, mas não vai absorver tudo. Vai repassar", diz Ribeiro.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a quebra de safra, o câmbio em alta, o aumento no custo dos insumos e as questões climáticas devem provocar um aumento de 35% a 40% no preço do produto nas prateleiras até o final de setembro - o maior registrado há 25 anos no país.

O Brasil é segundo maior consumidor de café no mundo e o principal exportador. Vietnã e Colômbia vêm atrás.

Mas com a seca e geadas no Brasil, protestos políticos na Colômbia que atrasaram exportações, além do transporte mais caro de commodities, com fluxo de navios e contêineres mais difícil por causa da pandemia de covid-19, os preços do café devem ficar lá em cima também para outros mercados consumidores do mundo.

BBC, 17/ago