quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Consumo e construção devem se destacar mais em cenário de retomada
A melhora da confiança nos mercados deve favorecer um cenário de retomada econômica e, consequentemente, mais valorização da bolsa. Esse esperado movimento positivo tende a ser liderado por setores que estavam "represados", caso de, segundo analistas, ações ligadas à economia doméstica, em especial consumo, construção e infraestrutura. Ontem, papéis representantes desses segmentos já deram o tom que pode ditar as performances daqui para frente: ficaram entre os destaques do pregão e subiram em bloco. Tal movimento ajudou a dar impulso ao Ibovespa, que foi aos 86.886 pontos, em alta de 3,69%. Com a trégua no exterior para favorecer o movimento, o índice ficou a cerca de 800 pontos do recorde de fevereiro, de 87.653 pontos. "Consumo está represado e o balanço dos bancos está bem conservador então, com a retomada da confiança, o consumo tem condições de se recuperar mais rapidamente", diz Marcelo Faria, gestor de fundos de renda variável da Porto Seguro Investimentos.
Valor Econômico, Juliana Machado e Victor Aguiar, 31/out
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Paulo Guedes nega intenção de usar reservas internacionais, a não ser em caso de 'ataque especulativo'
Indicado para ser o ministro da Fazenda disse que reforma da Previdência é prioridade. Ele defendeu permanência de Ilan Goldfajn à frente do BC.
O economista Paulo Guedes, indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para ser ministro da Fazenda, negou nesta terça-feira (30) que planeje usar as reservas internacionais do país, a não ser no caso de um "ataque especulativo" que faça o dólar atingir o patamar de R$ 5.
Reportagem publicada pelo Valor Econômico afirma que, em reuniões internas da equipe do presidente eleito, Guedes teria proposto reduzir as reservas para reduzir o tamanho da dívida pública. Segundo Guedes, a reportagem do Valor trata de uma conversa de um mês atrás, quando o dólar estava ao redor de R$ 4,10, e que foi vazada.
Previdência
Em declarações dadas na chegada à reunião com a equipe do presidente eleito, o indicado para liderar a economia no próximo governo ainda reiterou que realizar a reforma da Previdência é uma prioridade, lembrando que controlar os gastos públicos é uma necessidade para o país. Segundo ele, será proposta a criação de um novo regime previdenciário no modelo da capitalização, mas também é necessário corrigir erros do regime atual.
“Temos que controlar os gastos públicos, e o déficit está galopante... eu digo: aprovem a reforma da Previdência“, afirmou. “Nós vamos criar uma nova Previdência com regime de capitalização, mas tem um Previdência antiga que está aí e é preciso consertar e corrigir os problemas da atual. Nossa Previdência é um avião com cinco bombas a bordo a explodir a qualquer momento.“
Guedes indicou que é a favor da votação da reforma da Previdência atualmente travada no Congresso, apresentada pelo governo Temer. Em entrevista, ele afirmou que passou dois anos afirmando que a reforma deveria ser votada, e que agora não pode dizer que não aprovem. O presidente eleito Jair Bolsonaro já havia afirmado que quer aprovar parte do texto que já está no Congresso.
Paulo Guedes aproveitou, ainda, para esclarecer declarações do futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que disse não ver necessidade de pressa para aprovar uma reforma da Previdência.
“Vocês estão assustados porque é político falando de economia, é o mesmo que eu sair falando de política. Não vai dar certo“, disse.
Banco Central
O economista, segundo a Reuters, também defendeu a permanência de Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central, dizendo que seria algo natural, mas acrescentou que essa possibilidade ainda não está definida.
"Isso aí tem que combinar com os russos. Tem que combinar com a nossa equipe aqui dentro, tem que combinar com o Ilan", disse.
Guedes também afirmou que o BC deve ser independente e ter mandato não coincidente com o do presidente da República. Segundo ele, a independência do BC será formal, de modo que a discussão sobre a permanência do presidente do órgão durante outras trocas de governo não irá existir. "É a última vez que vai existir essa incerteza durante uma eleição", disse.
Mercosul
O economista também falou sobre o episódio de segunda-feira, quando respondeu com rispidez a uma jornalista argentina afirmando que o Mercosul e a Argentina "não são prioridade" para a futura gestão do Brasil. Guedes afirmou que "em nenhum momento quis desmerecer a Argentina". "Nosso foco, nosso principal problema hoje são os desequilíbrios internos", disse.
Privatização
Guedes também voltou a defender a privatização de empresas estatais como parte de uma 'transformação do estado'. De acordo com ele, as estatais "viraram ativos mal geridos e focos de corrupção". "Elas perderam a capacidade de investimento", afirmou. "E são empresas que estão aparelhadas politicamente, são mal geridas".
G1, Economia, 30/out
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Crédito imobiliário com recursos da poupança salta 44% em setembro, diz Abecip
A concessão de financiamento imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em setembro cresceu 44 por cento ante igual mês de 2017, para 4,91 bilhões de reais, informou nesta quinta-feira a Abecip, instituição que representa as financiadoras de imóveis.
No acumulado de janeiro a setembro, o volume de crédito para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança subiu 25 por cento ano a ano, para 40,8 bilhões de reais.
Extra online, Economia, 25/out
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Setor da construção defende 'trégua' para eleito
Líder nas pesquisas, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) "precisa de uma trégua a partir de segunda-feira" caso saia vitorioso das urnas no dia anterior, diz o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. O que o empresário pede é uma chance de o novo governo dar certo. "Bolsonaro, se acontecer o que estamos prevendo, virá com a bênção de dezenas de milhões de votos que precisam ser respeitados. O pior que pode existir é essa expectativa se transformar em frustração." Ao mesmo tempo, o presidente eleito terá que agir como "um técnico de futebol assumindo o time na zona do rebaixamento", diante da necessidade de atacar com urgência os problemas da economia. Martins, integrante do grupo de lideranças do setor privado que esteve com Bolsonaro no início desta semana, vê o capitão reformando ciente disso.
Valor Econômico, Daniel Rittner, 26/out
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Aluguel de sala comercial cai até 42,5% em cinco anos
O mercado de locação e de compra e venda de imóveis comerciais continua no vermelho, apesar de a economia brasileira ter tecnicamente saído da recessão. Em 12 meses até setembro, o valor dos aluguéis e os preços de venda de salas comerciais de até 200 metros quadrados caíram cerca de 7%, já descontada a inflação do período, aponta o índice FipeZap. Nos últimos anos, desde setembro de 2013, o tombo foi ainda maior. Os aluguéis comerciais caíram 42,5% em termos reais e os preços de compra e venda recuaram 31,6%, também descontada a inflação.
"A recuperação da economia é lenta e frágil e pesam negativamente sobre o mercado imobiliário alguns fatores, como a falta de confiança, por exemplo", diz o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Bruno Oliva. O indicador FipeZap é calculado com base em 50 mil anúncios coletados na internet para quatro cidades: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS).
No mês passado, os preços de venda das saletas comerciais caíram, em média, 0,54%, superando a inflação oficial do País para o período, que foi de 0,48%, de acordo com o IPCA do IBGE. Das quatro cidades pesquisadas, apenas em Porto Alegre houve um ligeiro aumento, de 0,13%, no preço de venda, e ainda sem descontar a inflação.
Nos aluguéis, o quadro de retração do mercado de compra e venda se repetiu. Em setembro, o valor nominal da locação, isto é sem descontar a inflação, caiu, em média, 0,57%. E o recuo ocorreu em todas as praças pesquisadas.
Não é de hoje que o mercado imobiliário comercial patina. Desde 2013, o valor dos aluguéis em 12 meses corre abaixo da inflação. No caso de compra e venda, essa situação ocorre desde 2014. Para um período mais longo, o economista da Fipe explica que, num primeiro momento, uma grande oferta de saletas comerciais depreciou os preços dos imóveis comerciais, tanto para locação como para compra e venda. Com a recessão, a crise no setor se acentuou.
O momento atual, que é de retomada, geralmente é mais demorado para o setor imobiliário comparado a outros setores, diz o economista. "O setor imobiliário normalmente é o último da fila: primeiro os empresários precisam ver uma reação na demanda, para depois disso começar a contratar funcionários e finalmente ampliar as instalações", diz Oliva.
Ele acredita que a incerteza do quadro político atual certamente tem retardado a retomada do mercado imobiliário. E a perspectiva, segundo o economista, é que esse cenário continue no ano que vem. "Talvez os preços parem de cair, mas não estou tão otimista. Haverá muita incerteza em 2019."
Preços. No mês passado, o valor médio do metro quadrado para compra e venda nos quatro municípios monitorados pelo Índice FipeZap foi de R$ 9.486. Para locação, o valor médio do aluguel ficou em R$ 39,31 por metro quadrado. O Rio de Janeiro se manteve como a cidade com o maior preço médio de venda (R$ 10.272 por metro quadrado). Já São Paulo se destacou como o maior preço médio de locação, com R$ 42,45 por metro quadrado.
Com o recuo nos preços de venda e de locação, a pesquisa mostra também que o investimento em imóveis comerciais deixou de ser um bom negócio nos últimos anos. Desde 2014, o retorno oferecido pelo imóveis foi inferior à rentabilidade do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), diferencial que se acentuou desde 2015. Nos últimos 12 meses, a rentabilidade média do CDI foi 6,7%, enquanto a renda dos imóveis comerciais (aluguel e valorização do ativo) foi de 1,8%, em média, no mesmo período, aponta a Fipe.
O Estado e S. Paulo, Economia, 23/out
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Vale a pena financiar?
O consórcio imobiliário tem atraído cada vez mais os consumidores em busca da casa própria. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) apontou que essa alternativa de negócio cresceu 6,6% de janeiro a julho deste ano. O índice total desse tipo de negócio representa o equivalente a 30,2% dos imóveis financiados no país. Em meio a esse cenário, especialistas ouvidos pelo MEIA HORA explicam as vantagens e desvantagens da aquisição.
Para participar do consórcio, o interessado precisa depositar mensalmente uma quantia em um fundo comum onde sairá o dinheiro para cartas de crédito que serão sorteadas a cada mês entre os participantes. A modalidade pode ser interessante, pois não há um valor fixo a ser pago. A pessoa pode ofertar até mesmo R$ 1 mil que estará participando. Mas é contemplado mais rápido quem pagar o maior percentual. "Antes da contratação, é sempre recomendado que o consumidor verifique se o consórcio está autorizado pelo Banco Central", explica o advogado Leandro Sender.
A principal vantagem do consórcio é não cobrar juros tão altos, como os financiamentos imobiliários. E não exigir valor de entrada ou parcelas intermediárias. Para Lízia Jacintho, presidente da Associação de Mutuários do Rio (AmuRio), o consórcio é como uma poupança forçada. "Se o consumidor não consegue guardar dinheiro, a modalidade é uma possibilidade viável para ele".
Sem pressa
Por outro lado, Lízia explica que a aquisição do imóvel através do consórcio é indicada apenas para as pessoas que não têm pressa em adquirir o imóvel. Não há como precisar quando o consorciado será contemplado. "É uma compra de imóvel a longo prazo. Isso pode ser uma desvantagem para quem tem urgência", explica.
Além disso, caso o consorciado demore a ser sorteado, ele pode não ter o dinheiro necessário para comprar o imóvel que deseja, pois pode ocorrer uma grande valorização.
Meia Hora, Imóveis, 20/out
terça-feira, 23 de outubro de 2018
Novos tempos de corretagem de imóveis
O mercado imobiliário começa a enfrentar os mesmos desafios que os táxis, hotéis e restaurantes tiveram com a chegada de plataformas, como o Uber, o Airbnb e o iFood, que conectam os serviços ao cliente final por meio de tecnologia (aplicativos, em especial). A passos lentos, mas que tendem a acelerar, novas empresas baseadas em tecnologia oferecem agilidade no processo de locação ou venda.
Cada qual com suas especificidades, a proposta geral dessas plataformas é ser um espaço que una as duas pontas finais da transação imobiliária. Os modelos já são usados em outros países, mas há algumas peculiaridades. A mais óbvia é que há uma grande diferença entre comprar um lanche e comprar ou alugar um imóvel.
Além disso, o mercado imobiliário no Brasil é bem tradicional, e há dúvidas sobre o suporte prestado por estas empresas aos clientes. Mesmo assim, os novos modelos, bem como a tecnologia, têm obrigado os corretores a mudar a forma tradicional de fechar negócios. Entre os novos modelos que existem hoje, há o UpEstate e a Quinto Andar, que conectam inquilino a locador sem a necessidade de garantias locatícias nem da formalização no cartório.
Já o Appzinho tem anúncios para compartilhamento de casas, além do tradicional aluguel de imóveis e quartos. Outra agência imobiliária nessa linha é a Livima, cuja proposta é o pagamento de um taxa única para anunciar a unidade, sem cobrança de comissão. O sócio-fundador da Livima, Felipe Bogoricin Braga, diz que vê potencial no Brasil, onde o uso de aplicativos é grande. Ele acredita que isso inclui uma abertura para o mercado imobiliário.
- Nossa equipe vem de um mercado imobiliário tradicional e sentia dificuldade em burocracias que eram ineficientes. O serviço de corretor é muito caro e nem sempre o atendimento tem qualidade - afirma.
SEM COMISSÃO
Como não há comissão nas vendas (que varia de 4% a 6%), nem na locação (de dois aluguéis, geralmente), a equipe dele recebe um salário e o desafio é vender ou alugar o quanto antes o imóvel. Na agência virtual, o anunciante paga uma cota única, a partir de R$ 594 - pode aumentar, conforme os serviços solicitados. A empresa se compromete a fazer negócio em até 24 meses. Segundo Bogoricin, a média de tempo é de três a nove meses.
'CONCORRÊNCIA DESLEAL'
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis no Rio (Creci-RJ), Manoel da Silveira Maia, afirma que o novo modelo não chega a preocupar as corretoras e imobiliárias, mas critica o que considera uma concorrência desleal, e a insegurança para o cliente.
- Este tipo de negociação pode prejudicar o mercado e o comprador. Não se pode lançar um preço vil e prejudicar o mercado de uma forma geral. E, se essa empresa quebrar, o cliente não sabe nem onde fica para cobrar. É preciso criar um mercado que tenha solidez. Pode ser comum nos Estados Unidos, mas, aqui não é.
Já o presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), Carlos Samuel de Oliveira Freitas, acredita que os novos modelos digitais fazem parte de uma mudança natural de vários setores e, no caso do imobiliário, obriga as empresas tradicionais a se adequarem e a oferecerem um serviço mais aprimorado. Isso é bom para o cliente.
- Ainda não sabemos o sucesso que estes aplicativos terão, mas o que acontece é que boa parte dos proprietários não quer ter uma relação direta com o inquilino. Há lugar para todo mundo no mercado imobiliário: as tradicionais e as startups - pondera Freitas. Um outro ponto, segundo ele, é que, embora existam muitos novos modelos aparecendo, estes não têm a expertise para dar assistência durante o tempo de contrato ou para lidar com problemas na locação ou pós-venda:
- Por mais simplificado que seja o aplicativo, em um contrato de locação, há o fechamento do negócio, o decorrer do contrato e a devolução. É esse conhecimento da resolução de conflitos que as imobiliárias têm a oferecer.
Assim como Freitas e Maia, o professor do MBA em Negócios Imobiliários da FGV, Paulo Porto, acredita que a intermediação em contratos imobiliários nessas plataformas digitais ainda é imatura. Mas ele acredita que as empresas precisam se atualizar, especialmente em relação à tecnologia.
- A tecnologia vai substituir o trabalho do corretor. Isso é para mais de 15 anos, mas já vemos alguns sinais, como atendimentos primários feitos por máquinas ou filtro de imóveis realizado por um sistema nas próprias imobiliárias. Antes, isso era feito pelo corretor.
A saída para o profissional é se reinventar. Porto destaca que os sistemas podem substituir processos burocráticos, mas não a inteligência. Ou seja, para se manter no mercado, os profissionais imobiliários terão que oferecer cada vez mais um atendimento mais refinado e completo. Segundo ele, isso significa deixar de ser apenas um vendedor, ou "empurrar" um imóvel, para ser uma espécie de consultor de negócios imobiliário que traz a solução para o cliente.
- Isso inclui ajudar a achar imóvel, pensar no orçamento, fazer a ponte com banco ou agente financeiro, com escritório de arquitetura e com lojas de decoração, por exemplo, assim como passar informações sobre documentação e cartório - diz ele, que completa: - Hoje, infelizmente, há muitos corretores mal preparados. Eles precisam buscar aperfeiçoar as técnicas de atendimento ao cliente e vender uma solução, não apenas o imóvel.
Uma tendência nas plataformas digitais é a do modelo de compartilhamento colaborativo para o aluguel. Isso significa tanto parcerias como a que a Livima faz com cartórios e corretoras, por exemplo, como também usar o espaço digital para reunir interessados por nichos bem específicos, como o Facebook já faz há algum tempo.
A partir desse espírito colaborativo, surgiu o Appzinho. Esse site nasceu do Apezinho, um blog criado há cinco anos por Daniela Pereira e sua filha Fernanda. A página reúne dicas para quem vai morar sozinho pela primeira vez. Segundo Daniela, a ideia de reunir pedidos para locação e venda veio da demanda dos próprios clientes, que são em sua maioria de jovens e usam estas comunidades virtuais.
A diferença é que, além do tradicional imóvel inteiro e do quarto para alugar, a plataforma conecta moradores que queiram dividir um apartamento. Nessas buscas, os interessados normalmente apelavam para as redes sociais.
Outro ponto são os filtros específicos que selecionam imóveis a partir da vista, do verde no entorno, da permissão para se ter animais de estimação ou da proximidade de áreas de "agito". Para quem vai dividir, há até filtro de busca por casas com moradores veganos ou vegetarianos.
- É cada vez mais comum romper a intermediação em um serviço de uma pessoa física para outra. É uma forma de se adequar a uma nova realidade financeira e tornar o processo mais acessível a todos - diz Daniela.
Ela tem parceria com corretoras também, que usam seu espaço para anunciar. Segundo ela, até o final do ano não haverá cobrança para pessoas físicas. A ideia é entrar primeiro no mercado para depois cobrar um percentual sobre o valor da oferta.
O Globo, Raphaela Ribas, 21/out
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Pela 6ª semana seguida, mercado sobe expectativa de inflação para 2018
Previsão de inflação para este ano passou de 4,43% para 4,44%. Estimativa de alta do PIB de 2018 continuou em 1,34%. Pesquisa foi divulgada pelo BC nesta segunda (15).
Os analistas das instituições financeiras subiram a estimativa de inflação para este ano pela sexta semana consecutiva e também passaram a prever uma alta maior dos preços em 2019.
As expectativas constam no boletim de mercado, também conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Banco Central. O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o mercado financeiro elevou a previsão de 4,43% para 4,44% para este ano.
Mesmo assim, a expectativa do mercado ainda segue pouco abaixo da meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema. A meta terá sido cumprida se o IPCA ficar entre 3% e 6% em 2018.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2019, os economistas das instituições financeiras aumentaram sua expectativa de inflação de 4,21% para 4,22%. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerência do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do PIB deste ano, a previsão do mercado financeiro permaneceu em 1,34% na semana passada.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para o ano que vem, a expectativa do mercado para expansão da economia foi reduzida de 2,50% para 2,49%.
Os economistas dos bancos não alteraram, porém, a previsão de expansão da economia para 2020 e para 2021 – que continuou em 2,5% para esses anos.
Outras estimativas
Taxa de juros - O mercado manteve estável em 6,50% ao ano a estimativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, ao final de 2018 – atual patamar e piso histórico. Para o fim de 2019, a expectativa do mercado financeiro para a Selic continuou em 8% ao ano. Deste modo, os analistas seguem prevendo alta dos juros no ano que vem.
Dólar - A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 recuou de R$ 3,81 para R$ 3,75 por dólar. Para o fechamento de 2019, permaneceu estável em R$ 3,80 por dólar.
Balança comercial - Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2018 ficou estável em cerca de US$ 55 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit subiu de US$ 45,5 bilhões para US$ 46 bilhões.
Investimento estrangeiro - A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, caiu de US$ 68 bilhões para US$ 67 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas recuou de US$ 75,65 bilhões para US$ 70 bilhões.
G1, Alexandro Martello, 22/out
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
China registra o menor crescimento trimestral em 9 anos
PIB da China sobe 6,5% no terceiro trimestre, numa clara desaceleração em relação aos dois primeiros trimestres.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China subiu 6,5% no terceiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou nesta sexta-feira (19) o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) do país.
Apesar do crescimento estar em linha com a meta de crescimento estabelecida pelo governo para o ano, trata-se do pior resultado trimestral em nove anos. Foi o crescimento mais frágil registrado pelo país asiático desde o primeiro trimestre de 2009, quando a crise financeira atingiu os mercados mundiais, segundo a agência France Presse.
O crescimento da segunda maior economia mundial foi 0,2% menor que o registrado no segundo trimestre, e também desacelerou em relação ao resultado do 1º trimestre (6,8%).
Durante os três primeiros trimestres de 2018, o PIB da China acumulou um crescimento do 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento anual de 3,4% no setor primário, de 5,8% no secundário ou industrial e de 6,5% no setor terciário ou serviços.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o crescimento desacelerou para 1,6%, ante 1,7% no segundo trimestre.
Outros dados divulgados simultaneamente pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China também mostraram perda de ritmo da economia chinesa. A produção industrial votou a desacelerar em setembro a 5,8% em ritmo anual.
A única boa notícia foi o aumento das vendas no varejo, reflexo do consumo, com uma aceleração surpreendente de 9,2% em ritmo anual em setembro, dois décimos a mais que em agosto.
Efeitos da guerra comercial
A atividade chinesa sofre os efeitos da guerra comercial entre Pequim e Washington. O governo de Donald Trump adotou desde julho tarifas de importação para produtos chineses que alcançam 250 bilhões de dólares por ano, o que provocou represálias de Pequim sobre US$ 110 bilhões em bens americanos.
As exportações, no entanto, permanecem como um dos motores da economia chinesa e as taxas sobre automóveis, máquinas e eletrodomésticos chineses levaram diversas empresas a transferir a produção ou congelar os investimentos na China.
A guerra comercial, acompanha de uma grande tensão política entre as duas potências, piora uma conjuntura já muito delicada, afetada pelos esforços do regime comunista para reduzir a dívida.
Com a meta de conter o aumento da dívida do país (mais de 250% do PIB), o governo se esforça desde o ano passado para endurecer as condições de crédito e pressiona as autoridades locais para reduzir os gastos públicos e os investimentos a crédito, destaca a agência France Presse.
Isto penaliza diretamente as grandes obras de infraestrutura e o setor imobiliário - pilares do PIB chinês - e complica o financiamento das empresas.
Sinal do esfriamento, os investimentos em capital fixo, termômetro dos gastos em infraestruturas, permanecem estagnados. Registraram um leve e inesperado crescimento, a 5,4% nos três primeiros meses do ano, depois de um aumento de 5,3% no período janeiro-agosto, mas permanecem perto do nível de alta mais frágil já registrado.
China busca aumentar confiança de investidores
Em um movimento para tentar aumentar a confiança dos investidores, o presidente do Banco do Povo da China disse nesta sexta-feira que os valores atuais das ações da China não estão alinhadas com fundamentos econômicos sólidos e que o banco promulgará medidas direcionadas para ajudar a aliviar os problemas financeiros das empresas e encorajar bancos comerciais a aumentar os empréstimos à empresas privadas.
G1, 19/out
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Fundo imobiliário ganha investidor e é boa opção
Os fundos imobiliários vêm ganhando maior destaque entre os brasileiros, mostrando-se uma boa opção de investimento no mercado financeiro, inclusive em cenários turbulentos, como o atual período eleitoral. De acordo com os dados mais recentes, em agosto de 2018, foram registrados 159 fundos na B3, avanço de 2,30% ante o mesmo período de 2017, que contabilizou 130 fundos.
DCI, Investimentos, 11/out
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Mercado imobiliário de Portugal procura clientes no Brasil para oferecer imóveis de alto luxo
Empresários do ramo imobiliário de Portugal estão de olho no Brasil. E eles desembarcam aqui em busca de clientes de alto poder aquisitivo. É o caso do grupo Belas Clube de Campo, empreendimento de maior sucesso e pioneiro entre os brasileiros nas terras do poeta Fernando Pessoa, que faz um 'roadshow' (reunião itinerante com investidores) pelo país ibérico, a exemplo do que ocorreu no Rio, nos dias 8 e 9.
Bons argumentos não faltam aos líderes do grupo, os cariocas André e Gilberto Jordan. Só de 2016 para 2017, segundo a União Europeia, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF, que emite títulos de residência a estrangeiros) concedeu quatro mil novas autorizações residenciais a nascidos no Brasil. Atualmente, 85.426 brasileiros moram em terras portuguesas, formando a maior comunidade estrangeira lá.
Os interessados em migrar para Portugal recebem apoio jurídico e financeiro. Conforme a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), em Lisboa, os brasileiros já são responsáveis por 27% das compras de imóveis, o maior índice entre estrangeiros.
"Portugal oferece segurança, qualidade de vida, moeda forte (Euro), língua comum, relação histórica entre os países, boa educação e saúde, e é porta de entrada para a Europa. Regimes fiscais facilitam a obtenção de vistos de residência", enumera Gilberto.
Novos módulos do Belas Clube, como o Lisbon Green Valley, estão sendo ofertados. "Atualmente, no Lisbon Green Valley, 45% de suas unidades já são de brasileiros", completa André.
O engenheiro aposentado João Alcântara Cruz, de 59 anos, estuda a aquisição de uma unidade. "Os imóveis ficam entre a cidade e o campo. São perfeitos", elogia, ressaltando que a filha, Margareth, 23, está estudando em Portugal. "Nos cansamos da violência. Vamos morar todos lá", adianta, ao lado da esposa, Cecília, 55. Os detalhes do empreendimentos estão em www. belasclubedecampo.pt.
O grupo também se prepara para vender mais 16 apartamentos (1 a 3 dormitórios), 15 'townhouses' (de 4 dormitórios) e um conjunto de 8 'townhouses' (de 3 dormitórios), além de terrenos (1.000 m²). Os valores podem chegar a 1,2 milhão de euros (R$ 5,3 milhões).
Com 31 famílias brasileiras, o Belas Clube, no Parque Florestal da Serra da Carregueira, se destaca pela valorização ao meio ambiente e diversão (incluindo um dos melhores campos de golfe do país), a 15 minutos do Centro de Lisboa.
Outra aposta do grupo é conceito 'chave na mão', com casas prontas, mobiliadas, equipadas com eletrodomésticos e eletroeletrônicos. As unidades destacam-se pelas premiadas eficiência energética e sustentabilidade, com diversos prêmios na Europa.
A jornalista carioca Vanessa Asturiano, abandonou o emprego em uma TV e se mudou para Lisboa, onde criou o blog trippertalks.wordpress.com. "Me tornei empreendedora, com experiência em processos imobiliários, dando dicas também de costumes, hábitos, curiosidades e riquezas de Portugal", conta.
O Dia, Rio de Janeiro, 14/out
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Volume de empréstimo avança, mas custo segue alto
O volume de crédito ofertado na economia brasileira quase dobrou na última década. Além de mais dinheiro, quem tomou empréstimo teve mais prazo para pagar. Mas o custo das operações continuou elevado, segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
De acordo com o levantamento, o total de recursos oferecidos em crédito nos últimos dez anos saltou de R$ 1,8 trilhão para R$ 3,1 trilhões. Os juros médios cobrados na ponta, por sua vez, estão atualmente em 38,5% ao ano, ante 38%.
- A crise econômica interrompeu a trajetória de queda dos juros e do crescimento da oferta de crédito. Há cinco anos, o total de empréstimos equivalia a 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e caminhava para 80%. Hoje, com os bancos mais seletivos, o total de crédito representa apenas 46,8% do PIB. Os juros ao consumidor, mesmo com a Selic no menor patamar histórico, de 6,5% ao ano, estão quase no mesmo nível de uma década atrás, até um pouco mais altos - comenta Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Anefac e autor do levantamento.
Segundo ele, o desemprego e a perda de renda das famílias elevaram o risco de inadimplência, e os bancos subiram as taxas de juros e o spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e as taxas de juros cobradas dos clientes). O levantamento mostra que o spread avançou de 24,5% para 29,4% ao ano. Já a inadimplência, medida por atrasos superiores a 90 dias, subiu de 4% para 4,4%.
MAIS RISCO
O especialista lembra que, neste ano, mesmo com a economia mostrando sinais de recuperação, o quadro eleitoral incerto trouxe mais risco, impedindo que os juros na ponta caíssem.
Se o custo não foi alterado, o brasileiro ganhou mais prazo para pagar os empréstimos. O número de prestações subiu de uma média de 12 meses para 40,6 meses.
Além desses fatores, Oliveira observa que a concentração bancária contribui para a cobrança de juros mais altos. Atualmente, os cinco maiores bancos do país respondem por mais de 80% do crédito oferecido.
As chamadas fintechs, startups do ramo financeiro, que estão crescendo como alternativa de crédito, começam a ocupar a brecha deixada pelos bancos na seletividade de crédito. Mas elas ainda representam um volume muito pequeno da oferta, algo em torno de 0,5% do total de crédito.
- O fato é que temos maior concentração de bancos do que as principais economias do mundo. As fintechs e as cooperativas ainda representam muito pouco da oferta de crédito, mas começam a incomodar com taxas de juros mais baixas, menos burocracia e abertura de conta sem cobrança de tarifas - diz Oliveira.
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou, em nota, que o aumento da inadimplência, em razão da crise, tem impacto tanto sobre o spread quanto sobre os juros. Mas, apesar do cenário adverso nos últimos anos, as taxas de juros vêm caindo no país.
A entidade diz ainda que não reconhece análises que apontam a concentração bancária como causa dos juros elevados. Segundo um estudo feito pela consultoria Accenture, encomendado pela própria Febraban, a razão principal do spread mais alto no Brasil está nos custos elevados da intermediação financeira.
"Os custos associados a inadimplência, tributação, depósitos compulsórios e outros elementos do sistema de regulação são bem mais altos no Brasil que em países emergentes relevantes, como Chile e Turquia", diz a entidade na nota.
O Globo, Economia, 14/out
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