quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Caixa reduz juro do crédito imobiliário para 6,75%, menor do mercado


A Caixa Econômica Federal anunciou, pela segunda vez neste mês, a redução das taxas de juros para o crédito imobiliário. A partir do próximo dia 6 de novembro, a taxa máxima cairá de 9,5% para 8,5% ao ano, para imóveis residenciais enquadrados nos sistemas Financeiro de Habitação (SFH) e Financeiro Imobiliário (SFI). Já a taxa mínima de 7,5% passará a ser de 6,75% ao ano, a menor praticada no mercado.

- Essa taxa de juros possui custos inferiores ao Minha Casa Minha Vida na faixa 3( famílias com renda bruta de até R$ 7 mil) -enfatizou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

A medida abrange contratos de financiamento atualizados pela Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada, mas não atinge as modalidades corrigidas pela variação do IPCA. A mudança vale para todos os tipos de imóveis.

As novas taxas serão aplicadas apenas em novas operações. Para quem já tem financiamento na Caixa, os valores continuarão com os mesmos da época da contratação. Não é possível migrar para um crédito mais barato.

BOM PARA A CONSTRUÇÃO

Já clientes de outros bancos que tenham saldos devedores corrigidos pela TR poderão transferir seus contratos para a Caixa, com base no princípio da portabilidade.
Entre os maiores bancos do país, a menor taxa é cobrada pelo Bradesco, com percentual mínimo de 7,3% ao ano mais a TR. A instituição é seguida por Banco do Brasil (7,4% mais TR) e Itaú (7,45% mais TR). O Santander tem, atualmente, a taxa mínima de 7,99% ao ano mais a TR.

-Por se tratar de financiamentos de alto valore em prazos muito longos, qualquer redução de juros, por menor que seja, sempre vai trazer enormes benefícios ao consumidor. Com a maior fatia, a Caixa sempre ditou as regras deste mercado. Mas, depois de reduções mais agressivas de juros por bancos privados, ela voltou ao jogo concorrencial - analisa Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac).

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins, a medida poderá ajudar o setor.

- Baixar juro é sempre uma medida boa. Imaginamos que, daqui para frente, isso será uma rotina. Novas reduções devem vir.

Newton Marques, membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal e professor da Universidade de Brasília (UnB), concorda que essas medidas podem aquecer a economia, mas questiona o uso de bancos públicos:

- Isso já foi feito no passado. Tanto a Caixa como o Banco do Brasil têm estruturas de custos administrativos mais elevadas do que os bancos privados. Os salários são maiores, os planos de saúde são mais caros, há planos de carreira vantajosos. A redução dos juros nos financiamentos imobiliários pode ajudar o setor da construção civil, mas será que a Caixa teria fôlego para tanto?

Ontem, a Caixa também lançou o aplicativo "CAIXA tem", voltado a clientes de baixa renda e beneficiários de programas sociais. Nele, é possível pagar contas, realizar transferências e fazer consultas relacionadas ao FGTS e ao Bolsa Família.



O Globo, Eliane Oliveira e Pollyana Brêtas, 31/out