Capitaneada pela Prefeitura do Rio, a região central e a Zona Sul da cidade tem experimentado novo ciclo de renascimento imobiliário, a julgar pelo lançamento, em série, de diversos empreendimentos.
Somente o novo residencial, a ser erguido em uma grande área, no Centro Metropolitano - deverá oferecer 1.400 unidades compactas, correspondentes as 90% do total previsto no empreendimento. Outro exemplo da ’pujança’ do setor é a perspectiva de disponibilização de 3 mil novos ’studios’, no centro e na Zona Sul, sem contar outras 1 mil unidades compactas na Barra da Tijuca.
A renovação do setor fica patente, ante à constatação de que a região central carioca se constituirá no novo polo de lançamentos imobiliários, enquanto a Zona Sul, a renovação do setor se mantém acelerada.
Pela estimativa do Secovi-Rio (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais do Rio de Janeiro), ao menos 3,4 mil novas unidades residenciais, chamadas "studios" foram ou vêm sendo construídas nessas regiões. Para melhor entendimento, essas novas unidades equivalem ao conceito tradicional das antigas kitnets, de grande sucesso nas décadas de 50 e 60, em especial, em bairros de alta densidade demográfica, como Copacabana, apelidados, na época, de ’apartamentos JK’, talvez, em referência a Juscelino Kubitschek, também chamado de presidente ’bossa nova’.
O forte surto recente de studios pode ser explicado, em parte, pela combinação de falta de terrenos e a crescente demanda por moradias compactas, aliado ao fato de as construtoras priorizarem, como estratégia do ’negócio’, obter o maior valor por metro quadrado. Nesse sentido, pequenos apartamentos se tornaram a ’solução’ ideal - sobretudo para as construtoras e incorporadoras, em detrimento da clientela - para ’frear’ a elevação do preço dos imóveis na Zona Sul.
Dessa forma, passados mais de 60 anos, este conceito de viver em espaços compactos ressurge com força na Capital Fluminense, a exemplo de novos residenciais construídos na região Portuária, a partir de unidades com dimensões entre 35 e 50 metros quadrados (m²)m embora também haja espaço para empreendimentos de alto padrão, que servem para ’revitalizar’ Copacabana.
O número de unidades compactas lançadas no Rio pode ser considerado pequeno, de 5,5 mil, desde 2013, ante os 145 mil de São Paulo. Ou seja, ’há um longo caminho a trilhar’.
Correio da Manhã, 23/set