quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Cobertura Duplex, 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 3.800.000,00


Turismo e luxo: Brasil atrai investidores de 20 países para o setor imobiliário


Congresso em São Paulo reúne executivos de 20 países e reforça o país como destino estratégico para real estate e hospitalidade.

Um dos principais encontros internacionais do mercado imobiliário, o CIMI360, movimentou a capital paulista nesta semana ao reunir investidores, incorporadoras e redes hoteleiras de mais de 20 países. O evento, considerado o principal fórum de real estate da América Latina, discutiu temas como inovação, sustentabilidade e o avanço de modelos que integram turismo e moradia de alto padrão,segundo reportagem da Jovem Pan.

Entre os debates mais acompanhados, o projeto Maraey, em Maricá (RJ), foi citado como exemplo de empreendimento que conecta essas frentes. O CEO do projeto, Emilio Izquierdo, participou de painéis sobre sustentabilidade e destacou o momento de retomada do Brasil no cenário global. “O país está se reposicionando como mercado estratégico. Existe demanda internacional por destinos sustentáveis, e o Brasil possui ativos naturais e sociais únicos para isso”, afirmou.

Izquierdo ressaltou ainda que o crescimento do setor deve estar aliado à responsabilidade ambiental e social. “Todo projeto precisa ser regenerativo. Em Maraey buscamos conciliar retorno econômico, preservação ambiental e inclusão social. Essa é a nova lógica dos investimentos de longo prazo”, completou.

O segmento de imóveis residenciais de alto padrão deve movimentar cerca de US$ 30 bilhões no Brasil em 2024, com crescimento médio de 6,5% ao ano até o fim da década, segundo dados do mercado. No cenário global, o modelo de residências de marca (branded residences) — propriedades associadas a redes hoteleiras — cresceu 150% nos últimos dez anos, impulsionado pela busca de investidores por ativos que combinam localização, experiência e valorização.

Diário do Acre, Economia, 05/nov

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Cobertura Duplex no Recreio dos Bandeirantes - R$ 1.600.000,00


Setor de construção está perto de bater recorde de empregos, diz CBIC


Em agosto, mais de 3 milhões de pessoas estavam empregadas com carteira assinada.

A construção civil atingiu a marca de 3,051 milhões de pessoas empregadas com carteira de trabalho em agosto, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, e está perto de bater o recorde histórico, que foi registrado em outubro de 2013, quando eram 3,074 milhões. “O setor está perto de bater recorde de empregos”, destacou a economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, durante apresentação à imprensa.

Ela estimou que o recorde pode ser atingindo ainda este ano.

Entretanto, os últimos meses de cada ano costumam ser marcados por uma desaceleração das atividades da construção e perda de empregos. Desse modo, o setor deve ficar acima do recorde atual de maneira mais duradoura só em 2026. “Há sinalização de continuidade do crescimento do emprego para o ano que vem”, destacou.

Todos os três segmentos do setor aumentaram o número de trabalhadores na comparação entre agosto deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. O incremento foi observado na construção de edifícios (3,02%), nas obras de infraestrutura (1,75%) e nos serviços especializados (3,98%).

Nos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2025, o setor criou 89 mil novos empregos. Apesar de positivo, houve uma perda de fôlego no ritmo de contratações. O montante foi menor do que nos 12 meses anteriores a agosto de 2024, quando foram criadas 148,5 mil vagas. Essa desaceleração reflete o efeito do juro alto, que inibe o desenvolvimento de novos projetos e as contratações.

Tarifas dos EUA

A sinalização de entendimentos entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, abrindo caminho para se discutir uma possível reversão das tarifas sobre as exportações locais, são boas notícias, na avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia.

O tarifaço não afeta diretamente a construção civil, disse Correia, mas abala a economia brasileira como um todo. “Com a possível reversão do tarifaço, o ritmo da economia se fortalece e teremos mais demanda e mais impulso para o setor da construção”, afirmou, em apresentação à imprensa sobre os dados econômicos do setor.

Correia citou que o tarifaço dos EUA foi aplicado a diversos países, que passaram a buscar novos mercados para suas exportações. Isso aumentou as importações brasileiras de bens de capital. Em paralelo, a maior dificuldade de exportação afetou várias cadeias produtivas locais, enfraquecendo a economia.

“Se os esforços que estamos vendo forem revertido em corte dos tarifaços, tende a fortalecer a indústria e a construção”, previu o presidente da CBIC.

Mercado & Consumo, 04/nov

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Casa 4 Quartos na Barrinha - R$ 1.700.000,00


BTG compra hotéis no Rio: MGallery Santa Teresa e Mama Shelter entram no portfólio

 

O BTHR11, fundo do BTG Pactual, comprou 14 hotéis em SP e RJ por R$ 297,96 milhões. No Rio, entram o MGallery Santa Teresa e o Mama Shelter Rio de Janeiro, com potencial de elevar a receita via exploração hoteleira.

O FII BTG Pactual Hospitalidade Retorno Total (BTHR11) anunciou a compra de 14 imóveis hoteleiros em São Paulo e no Rio de Janeiro por R$ 297.959.863,77, pagos à vista. No Rio, entram o MGallery Santa Teresa e o Mama Shelter Rio de Janeiro, reforçando a presença do fundo em um dos polos mais charmosos da cidade, Santa Teresa.

O portfólio adquirido inclui bandeiras Ibis, Novotel, Pullman, MGallery e Mama Shelter. Segundo o fato relevante, todos os ativos estão com situação fiscal regular e com documentação registrada. “A operação tem potencial de contribuir para o aumento da receita do fundo por meio da exploração hoteleira dos imóveis”, informa o fato relevante do BTHR11.

O contrato prevê ainda um prêmio de performance a ser avaliado em março de 2027, condicionado ao desempenho do fundo e dos hotéis. “O pagamento adicional dependerá da performance consolidada dos ativos adquiridos”, destaca o fato relevante do BTHR11.

Diário do Rio, 03/nov

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Casa 4 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 6.000.000,00

 


Em 2h, prédio modernista de Lúcio Costa na Candelária tem 90% das unidades residenciais vendidas


Construído no final dos anos 60, o empreendimento passará por um retrofit completo de dois anos e terá mais de 150 unidades residenciais.

O mercado imobiliário do Centro do Rio não perdeu tempo (mais uma vez). Em apenas duas horas, 90% das unidades do Brise Studios Design foram vendidas. É o primeiro retrofit residencial da região da Candelária, tradicionalmente dominada por escritórios e bancos, agora abrindo espaço para moradia compacta de alto padrão. Um edifício que fora retrofitado nos anos 2000 para escritórios foi convertido em residencial, depois de ser adquirido pela CIX Capital. Teve disputa pelas melhores unidades, segundo informações de corretores.

O edifício João Úrsulo Ribeiro Coutinho, projetado por Lúcio Costa, fica bem em frente à Igreja da Candelária e vai passar por dois anos de retrofit. São 154 apartamentos distribuídos em 11 andares, com unidades de até 44 metros quadrados. O nome faz referência aos brises, marca registrada dos projetos modernistas do arquiteto, que adornam a fachada e que serão preservados: são artefatos que funcionam como uma espécie de persiana externa, facilitando o manejo da luz e do calor.

O sucesso das vendas já era esperado pela incorporadora Fator Realty, que junto com a CIX Capital vai transformar o prédio em um endereço residencial moderno. Parte da estratégia inclui a “casa do corretor”, espaço dentro do próprio empreendimento que oferece estrutura completa para profissionais e já recebeu 1.200 corretores desde setembro, uma média de 80 por dia. Segundo a superintendente de vendas da Sergio Castro Imóveis, maior corretora da região, não houve surpresa: “temos feito a venda de diversos antigos prédios de escritórios para construtoras e redes hoteleiras, num ritmo bem acelerado. Não existe mais dúvidas de que o Reviver Centro é um sucesso e que as pessoas consideram que a região é perfeita para se morar, com transporte, cultura e gastronomia muito fartos, preço competitivo e distância do problema da criminalidade nas favelas“, explica a profissional, que tem mais de 30 anos de mercado. Ela nota que já foram quase 15 mil apartamentos vendidos no Grande Centro, contando a região portuária.

Construído no final dos anos 60 pela família Ribeiro Coutinho e vendido em 2012 à São Carlos, o prédio terá terraço reformado, com piscina, área de lazer, co-working, lavanderia e mini-mercado. O retrofit deve ser entregue em 2027 e faz parte de uma onda de revitalização da Candelária, que os novos compradores do empreendimento já apelidaram de “Zona Sul do Centro”. Dobbin explica que a Fecomércio e o SESC fizeram enormes investimentos na região, onde haverá um hotel-escola e a famosa Escola do Saber, que vão se dedicar ao aprendizado de ofícios ligados ao trabalho nas mais variadas áreas comerciais.

A poucos metros dali, foram vendidos recentemente pela própria Sergio Castro dois edifícios inteiros, totalizando 20.000m2, à Rede de Hotéis Atlântico, que deve construir um gigantesco complexo hoteleiro, para concorrer com o Hotel Windsor Guanabara, cujas diárias não raro ultrapassam os mil e cem reais.

Diário do Rio, 31/out

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Cobertura Duplex, 5 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 3.290.000,00

 


Crédito com garantia de imóvel cresce e ganha novas regras

 

Modalidade financeira permite que proprietários utilizem seus imóveis como garantia para acessar linhas de crédito com custos menores e prazos alongados, impulsionando o setor.

A carteira de crédito com garantia de imóvel (CGI) atingiu a marca de R$ 842 milhões em maio de 2025, consolidando a trajetória de expansão desta modalidade no mercado financeiro. No acumulado de janeiro a maio deste ano, o setor já registra um crescimento de 2,7% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho recente dá sequência ao salto significativo de 24% verificado no saldo da carteira entre 2023 e 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP).

Diferentemente do crédito imobiliário tradicional, cujo objetivo é a aquisição de um imóvel, o CGI é uma linha de crédito estruturada na qual o imóvel do cliente, seja residencial, comercial ou terreno, serve como garantia real para um empréstimo de livre utilização. Essa estrutura permite que as instituições financeiras ofereçam taxas de juros inferiores às cobradas em empréstimos pessoais sem garantia e prazos de pagamento mais longos.

As condições médias destas operações em 2025 ilustram suas vantagens: o valor médio do empréstimo é de R$ 240 mil, com um Loan-to-Value (LTV) - percentual do valor do imóvel liberado como crédito - médio de 35%. Os contratos têm prazo médio de 13 anos para quitação.

Em uma coletiva de imprensa realizada em agosto, o presidente da Abecip, Sandro Gamba, destacou o potencial de expansão do setor. "O empréstimo com garantia de imóveis está se desenvolvendo, tem muito mercado. Há muito espaço e viabilidade para estes produtos", afirmou Gamba.

Vantagens, cuidados e pluralidade de usos

A principal vantagem do CGI é a sua flexibilidade. Os recursos obtidos podem ser destinados a uma variedade de finalidades, sem a necessidade de comprovação de destino específico. Entre as aplicações mais comuns, especialistas listam a consolidação de dívidas caras (como cartão de crédito e cheque especial), investimentos em negócios próprios, reformas ou ampliações do imóvel, custeio de estudos e o atendimento a despesas emergenciais.

Jefferson Floriano, especialista em investimentos para Alavancagem Patrimonial, analisa a modalidade como uma ferramenta estratégica. "O crédito com garantia de imóvel pode ser um instrumento eficaz para a reorganização financeira e para investimentos de alto retorno, desde que utilizado com planejamento. Ao substituir dívidas onerosas ou financiar um projeto que gere valor, o custo-benefício se torna bastante atraente para o consumidor", avalia Floriano.

Por outro lado, é necessário cautela. Como o imóvel é oferecido como garantia, o não pagamento das parcelas pode levar à sua perda. "É fundamental que o contrato seja celebrado dentro da capacidade de pagamento do solicitante e que os recursos sejam alocados de forma consciente", alerta.

Novo marco regulatório fortalece o mercado

Um fator recente que contribui para a dinamização deste mercado foi a normativa aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2023, que passou a vigorar em 1º de julho de 2025. A medida regulamenta a utilização de um mesmo imóvel como garantia em mais de uma operação de crédito, criando instrumentos como a extensão da alienação fiduciária e da hipoteca.

O propósito da nova regra, conforme divulgado pelo CMN, é "possibilitar o melhor aproveitamento das garantias imobiliárias por parte de tomadores de crédito e credores, preservando-se ao mesmo tempo a solidez do mercado de crédito imobiliário". A norma oferece maior segurança jurídica para operações de crédito compartilhadas, potencialmente ampliando o acesso a essa modalidade financeira.

"O cenário atual, com condições favoráveis, marco regulatório consolidado e a versatilidade do produto, posiciona o crédito com garantia de imóvel como uma opção relevante no mercado financeiro brasileiro", analisa Jefferson Floriano, especialista em investimentos para Alavancagem Patrimonial.

Terra, Agora, 30/out

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 2.450.000,00

  


ESG na construção civil: oportunidade para transformar e gerar valor


A construção civil é responsável por cerca de 30% das emissões globais de CO₂ e pela geração de milhões de toneladas de resíduos todos os anos. Esses números mostram a dimensão do impacto do setor, mas também revelam o enorme potencial de transformação que as construtoras carregam. Incorporar práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) deixou de ser tendência e tornou-se uma exigência do mercado e da sociedade.

O pilar ambiental é talvez o mais evidente para o setor. O uso racional de energia, a adoção de tecnologias mais limpas e a gestão eficiente de resíduos podem reduzir custos operacionais, aumentar a eficiência dos projetos e, ao mesmo tempo, diminuir a pegada de carbono das obras. Além disso, cada vez mais investidores e consumidores valorizam empreendimentos que demonstram responsabilidade ambiental.

No aspecto social, o setor tem grandes oportunidades de impacto positivo. Garantir segurança no canteiro de obras, investir na capacitação de equipes e promover a diversidade entre colaboradores e fornecedores não são apenas boas práticas: são fatores que aumentam a produtividade, reduzem acidentes e fortalecem a reputação da empresa. Projetos que geram benefícios diretos para comunidades locais também reforçam o papel da construção civil como agente de desenvolvimento.

A governança é outro ponto central. Em um setor frequentemente desafiado por questões como burocracia, atrasos e falta de transparência, adotar práticas sólidas de governança pode ser um diferencial competitivo decisivo. Compliance, ética nos processos e prestação de contas clara aumentam a confiança de investidores, parceiros e clientes, além de facilitar o acesso a linhas de crédito e financiamentos.

Mais do que atender a uma demanda regulatória ou de mercado, as práticas de ESG trazem benefícios tangíveis. Estudos mostram que empresas alinhadas a esses princípios são mais resilientes a crises, conseguem captar investimentos com maior facilidade e conquistam diferenciais no relacionamento com clientes e fornecedores. No caso da construção civil, isso pode significar desde a valorização de imóveis até a conquista de novos contratos.

A pressão por mudanças não vem apenas de investidores, mas também da sociedade. Consumidores e órgãos públicos estão cada vez mais atentos à origem dos materiais, ao impacto ambiental das obras e às condições de trabalho oferecidas. Construtoras que se antecipam e investem em soluções sustentáveis conquistam não só vantagem competitiva, mas também a confiança de um público mais exigente.

Cidades sustentáveis, inclusivas e resilientes dependem de uma construção civil engajada com os princípios de ESG. Cada decisão — desde o planejamento até a execução da obra — representa uma oportunidade de transformar desafios em soluções que atendam às necessidades atuais sem comprometer o futuro. O setor tem um papel estratégico na criação de ambientes urbanos mais inteligentes, saudáveis e equilibrados.

O ESG, nesse contexto, não deve ser visto como uma obrigação externa, mas como o caminho para alinhar competitividade com propósito. Construtoras que adotam essa visão saem na frente: ganham eficiência, fortalecem sua imagem no mercado e contribuem de forma real para a construção de um futuro mais sustentável. O momento de agir é agora, e quem liderar essa transformação terá nas mãos não apenas resultados melhores, mas também um legado duradouro.

ESG inside, 29/out

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Cobertura Duplex na Barra da Tijuca - R$ 6.000.000,00


IA no mercado de locação: oportunidade estratégica ou armadilha de hype?

 

O investimento global em IA alcança US$ 400 bilhões em 2025, mas boa parte ainda não gera resultados concretos. No mercado de locação, a tecnologia promete eficiência, redução da inadimplência e automação, porém muitos projetos falham por falta de estratégia e integração. Segundo a Alpop, o segredo é adotar a IA com foco, métricas claras e alinhamento operacional. Com prudência e gestão orientada a resultados, a IA pode se tornar vantagem competitiva real — não apenas hype.

Nos últimos anos, um tsunami de investimentos em Inteligência Artificial mudou o debate sobre tecnologia. Só em 2025, US$ 400 bilhões foram destinados à infraestrutura para IA, com projeções de US$ 3 trilhões até 2028. Números impressionantes, mas nem sempre traduzidos em resultados concretos. Em levantamento realizado pela Alpop, integrando dados de diversas fontes, emerge um quadro preocupante: há estudos apontando que a bolha atual da IA já é 17 vezes maior que a das “dot-com” e quatro vezes a do subprime.

Para se ter uma ideia, a revista britânica The Economist reportou que 40% do crescimento do PIB americano foi impulsionado pelos investimentos robustos realizados em infraestrutura para operar a IA.

Para as imobiliárias de aluguel, essa história não é abstrata. O setor começou a experimentar IAs autônomas para atendimento, análise de crédito, precificação dinâmica, avaliação de risco e automação de contratos. A promessa é sedutora: mais eficiência, menos inadimplência, mais velocidade.

Mas é fundamental manter-se atento. Estudos recentes do MIT apontam que 95% dos projetos customizados para empresas ainda não entregam os resultados esperados. A adoção é alta; a transformação, baixa. Outro indicador importante, que tem passado despercebido pelos gestores do mercado imobiliário, deriva da seguinte pergunta: quantas ações um sistema autônomo é capaz de realizar com 99% de confiabilidade antes que seja necessária intervenção humana?

Longe de desaconselhar a adoção, a intenção desse levantamento feito pela Alpop é oferecer um framework decisório para que gestores de locação tirem o máximo resultado de suas estratégias de IA — adotando tecnologias de forma criteriosa, integrada e orientada a resultados.

O risco do “mais do mesmo”

A corrida para implementar IA sem planejamento estratégico pode gerar sistemas desconectados, dados mal integrados e processos mais lentos — exatamente o oposto do ganho prometido. Ferramentas que não conversam com o fluxo operacional da imobiliária acabam consumindo tempo e orçamento, sem melhorar o desempenho. Isso vale para análises de crédito automatizadas, chatbots de atendimento ou algoritmos de precificação: sem integração e alinhamento com objetivos claros, o hype vira custo fixo.

Não é raro gestores imobiliários relatarem que adotaram ferramentas de IA com a mesma velocidade com que precisaram descontinuá-las. Por isso, é essencial que a estrutura de gestão esteja preparada para acompanhar a evolução da iniciativa, monitorar indicadores de sucesso e entender os processos que serão transformados. Somente desta maneira a IA deixa de ser modismo e passa a ser vantagem competitiva.

Uma oportunidade real — com disciplina

Isso não significa descartar a IA. Pelo contrário: as tecnologias atuais oferecem meios concretos para que imobiliárias reduzam a inadimplência, acelerem o onboarding de inquilinos e aumentem a produtividade da equipe. Mas a chave é separar marketing de valor real. Projetos-piloto bem desenhados, métricas claras e integração profunda com os processos da empresa são os fatores que distinguem iniciativas bem-sucedidas das que entram para a estatística do fracasso.

Para nortear um investimento em IA no setor imobiliário, alguns princípios são essenciais:

- Começar pequeno e com hiperfoco: escolher um processo do negócio, bem definido e mensurável antes e depois da adoção da IA.

- Métrica fundamental de confiabilidade: quantas ações o sistema consegue executar com 99% de confiabilidade antes de precisar de intervenção humana.

- Métrica fundamental de transformação: houve aumento no número de negócios fechados? Margens ampliadas? Algum processo transformado com retorno de investimento sólido?

- Integração real: o projeto está conectado aos sistemas e fluxos da imobiliária, ou opera em paralelo?

Sem esse arcabouço, a tendência é que os investimentos em IA se percam em soluções pontuais ou gerem apenas reduções de custos operacionais, sem impacto verdadeiro na transformação do modelo de negócios.

Conclusão: prudência estratégica

A história das bolhas mostra que quando as expectativas se descolam da realidade, a correção vem — e dói. Para as imobiliárias de aluguel, adotar IA não deve ser um movimento impulsivo, mas estratégico, focado em resultados mensuráveis e alinhado à realidade do negócio. Com prudência e visão de longo prazo, a IA pode se tornar um diferencial competitivo genuíno, em vez de mais um modismo caro.

Imobi Report, 28/out

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Apartamento 1 Suíte na praia da Barra da Tijuca - R$ 4.200.000,00


Morar no estacionamento do shopping ou do supermercado? Projeto no Rio pode permitir prédios nesses espaços; entenda

 

Proposta estabelece contrapartida financeira. Iniciativa do Rio também prevê que hospitais existentes ganhem mais dois andares.

Projeto de lei complementar do Executivo, que deve ser votado nesta quarta-feira pela Câmara Municipal do Rio, abre caminho para novas construções em estacionamentos de shoppings, supermercados e hipermercados — mediante pagamento de contrapartida à prefeitura. Os terrenos poderão ser aproveitados para erguer edifícios residenciais ou comerciais. A proposta também se estende a hospitais e clínicas, que conseguirão levantar até mais dois andares sobre a cobertura, compensando financeiramente o município.

Prevista inicialmente para esta terça-feira, a votação do novo “mais valerá” acabou não acontecendo. A sessão ordinária caiu por falta de quórum.

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento, Gustavo Guerrante, estima uma arrecadação de cerca de R$ 300 milhões, nos próximos quatro ou cinco anos, com contrapartidas que permitam a realização das obras de expansão dos estabelecimentos, após a aprovação e a sanção do projeto.

No caso de shoppings, supermercados e hipermercados, o projeto autoriza aumentar a taxa de ocupação horizontal do terreno em até 20%. Esse espaço poderia ser usado para ampliar o estabelecimento, com a altura do novo imóvel semelhante ao existente, sem exceder a área total edificável permitida.

Gabarito da área é limite

Mas será possível aumentar o gabarito. Para a verticalização, explica Guerrante, o interessado teria que adquirir potencial construtivo de uma das três Operações Urbanas Consorciadas (OUC) em curso — do Autódromo Parque Guaratiba, do Estádio São Januário ou do Parque Legado Olímpico. Os metros quadrados comprados poderiam ser usados em setores receptores localizados em Barra, Recreio, Jacarepaguá e trecho da Zona Norte.

— O limite da verticalização é o gabarito de cada local. Será preciso obedecer à legislação local, basicamente o gabarito — explica o secretário.

Entre os espaços que poderiam ser receptores, uma apresentação da prefeitura cita shoppings como Barra Shopping, New York Center, Via Park, VillageMall, Barra Garden e Rio Design Barra. Entre os supermercados, estão Carrefour, Supermarket Barra, Atacadão Barra, Assaí Atacadista e Mundial Recreio.

— Vamos usar o exemplo do Carrefour. Ele aumenta em 20% o que tem hoje. Compra também potencial de alguma OUC e vende para ter um residencial em cima. Os moradores desse prédio certamente usarão o supermercado. Há algumas vantagens — acrescenta Guerrante.

O Carrefour ocupa atualmente 30% de seu terreno de 107 mil metros quadrados. Portanto, os 20% em que poderia construir teriam 21.400 metros quadrados.

‘Vagas ociosas’

Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio (Sinduscon-Rio), Cláudio Hermolin diz que o setor vê com bons olhos o projeto:

— Conceitualmente, somos a favor de um projeto que possibilite principalmente o crescimento horizontal de empreendimentos comerciais. Hoje, alguns deles ficaram com uma taxa de ocupação baixa dos terrenos. Terrenos que se tornaram estacionamento acabaram ociosos. Com os aplicativos de transporte, você não precisa mais de tantas vagas. Também ao se construir uma ampliação do shopping com mais quatro andares, por exemplo, ele pode ser tornar improdutivo.

Vice-presidente da Multiplan — empresa de investimentos imobiliários, sobretudo em shoppings, com 18 mil funcionários —, Vander Giordano aprova a iniciativa. Durante a realização de audiência pública, no início deste mês, ele afirmou que todo projeto de lei que estimula o desenvolvimento e o crescimento da atividade privada é sempre bem-vindo:

— A sociedade carioca e fluminense é carente de novos investimentos e oportunidades, em particular o setor imobiliário. É necessário que não só a Casa, mas também o Executivo olhe para o desenvolvimento da atividade.

Para o vereador Pedro Duarte (Novo), o projeto tem um aspecto positivo: facilitar a locomoção ao permitir a construção de moradias próximas ao comércio. Mas ele também faz críticas:

— O que eu acho ruim é essa dinâmica constante da prefeitura de só atualizar a legislação quando interessa ao caixa. Tudo é mediante arrecadação, mediante contrapartida. Em vez de cobrar para permitir algo, o que deveríamos ter é uma legislação de longo prazo. Caso se encontre falhas nessa legislação, que se corrija. E, se você vai construir dentro da legislação, não precisa pagar a contrapartida. Paga só a licença — diz.

O Globo, 27/out

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Cobertura Comercial na Barra da Tijuca - R$ 425.000,00 - R$ 1.000,00


Compradora do Edifício A Noite aposta na Gávea com conversão de prédio corporativo em residencial

 

Tradicionalmente residencial e de alto IDH, a Gávea volta a atrair incorporadoras com a retomada das obras do metrô.

A Azo Inc., compradora de 97% do Edifício à Noite, no Centro do Rio, está agora concentrando esforços em um novo projeto na Gávea. A incorporadora, em parceria com a Aros Inc., transformará um antigo prédio corporativo em um empreendimento residencial, lançado oficialmente em setembro.

Tradicionalmente residencial e com o maior IDH da Zona Sul, a Gávea voltou a atrair incorporadoras que, por um período, reduziram os investimentos na região. Entre os atrativos, a retomada das obras da futura estação de metrô é vista como a cereja do bolo para a recuperação do mercado imobiliário no bairro.

O empreendimento, chamado Gávea 99, será erguido na Marquês de São Vicente, a poucos metros do Shopping da Gávea e da PUC. O projeto, com financiamento do Banco de Atacado XP, terá valor geral de vendas estimado em R$ 80 milhões e contará com 52 unidades, incluindo estúdios, apartamentos de um quarto, gardens e coberturas lineares. O térreo terá fachadas ativas com lojas, integrando o edifício ao bairro.

Segundo Bruno Mota, superintendente de Negócios e Finanças da Azo Inc., “o Banco de Atacado XP é parceiro na estruturação e captação de recursos para trazermos o projeto ao mercado. A chancela do crédito agrega confiança ao projeto e à marca”.

O edifício terá lazer completo, incluindo piscina com borda infinita, sauna, academia, co-working, espaço gourmet e rooftop — uma tendência em lançamentos recentes no Rio. Uma espécie de praça central interna também será criada, buscando oferecer integração entre os moradores.

Valorização e liquidez atraem incorporadoras

Dados do SECOVI-RJ apontam que a locação residencial na Gávea registrou alta de quase 20% nos últimos 12 meses. “A escassez de imóveis modernos e compactos na região cria uma oportunidade tanto para moradores quanto para investidores. A tendência observada em grandes centros urbanos é que empreendimentos próximos a estações de metrô ganham liquidez e valorização mais rápida, e aqui não será diferente”, afirma Mota.

Diário do Rio, 24/out

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Cobertura Comercial na Barra da Tijuca - R$ 2.900.000,00

 



Casas feitas de contêiner estão desafiando o mercado imobiliário em 2025 e provando que luxo, conforto e sustentabilidade cabem dentro de aço reciclado


De solução compacta a arquitetura de alto padrão, casas feitas de contêiner unem aço reciclado, obra rápida e custo controlado e ganham força no Brasil e no mundo.

As casas feitas de contêiner deixaram de ser nicho alternativo para disputar espaço com a construção tradicional em 2025. O motivo é claro: prazo curto, preço previsível e baixa geração de resíduos, sem abrir mão de estética e desempenho.

Mais que tendência, o contêiner convertido em residência é um manifesto de sustentabilidade aplicada. A lógica é reaproveitar aço marítimo de alta resistência, modularizar ambientes e turbinar conforto térmico e acústico com soluções modernas.

O que mudou em 2025: padrão, propósito e percepção

A virada deste ano passa por três fatores. Primeiro, padronização: o mercado amadureceu processos de reforço estrutural, cortes e vedações, o que reduz improviso e encurta cronogramas.

Segundo, propósito: famílias e investidores buscam pegada ambiental menor, obra limpa e possibilidade de ampliação futura. Terceiro, percepção: a cobertura mostra que o contêiner deixou a imagem de “solução provisória” para firmar-se como arquitetura autoral e replicável.

Esse reposicionamento também conversa com a cidade: lotes pequenos, regras urbanas mais rígidas e custo de mão de obra exigem previsibilidade.

A modularidade atende bem a esses cenários planeja-se agora e expande-se depois, com menos ruptura e mais controle.

Quanto custa, em quanto tempo e quem está comprando

O custo médio fica entre R$ 2.000 e R$ 3.500/m², uma economia que pode chegar a 30% frente à alvenaria, a depender do padrão de acabamento.

Prazo de obra? De 60 a 90 dias, contra até um ano na construção convencional vantagem decisiva para quem financia ou precisa ocupar rápido.

Quem compra? Jovens casais e investidores de aluguel por temporada, além de famílias em busca de segundas residências modulares.

Empresas especializadas, como a citada pela Revista Casa e Jardim (Sette Casas), destacam que o modelo “preço fechado, chave na mão” reduz surpresas e inclui garantias, o que pesa no comparativo final.

Do porto ao quintal: como nasce uma casa contêiner

O processo começa com a seleção do módulo (novo ou reaproveitado), passa por vistoria e testes conforme a NR-18 (para afastar contaminação e riscos) e segue com reforços estruturais, aberturas para portas/janelas e proteção anticorrosiva. Fundação leve (sapatas, radier ou blocos) apoia e descola o aço do solo, reduzindo umidade.

No conforto, o combo inclui lã de PET, lã de vidro ou de rocha, além de posicionamento solar, beirais e ventilação cruzada.

Elétrica e hidráulica seguem a lógica de uma casa convencional, e tudo passa por licenciamento municipal ponto que a Revista Casa e Jardim enfatiza ao mostrar bastidores de obras na Costa Rica, São Paulo e interior do Brasil.

Luxo compactado: design que eleva a experiência

Projetos publicados revelam integração entre módulos, pé-direito estratégico em áreas sociais e marcenaria sob medida para multiplicar centímetros.

Paisagismo autoral e pátios sombreados controlam microclima, enquanto telhados adicionais e brises protegem o invólucro metálico.

Quando o briefing pede alto padrão, entram painéis termoacústicos, esquadrias de alta performance, energia solar e automação.

O aço vira estrutura-cenário: estética industrial do lado de fora, interior de hotel-boutique por dentro uma dualidade que o público abraçou.

Vantagens e desafios: decisão com dados na mesa

Entre as vantagens, destacam-se obra seca (menos água e entulho), modularidade (empilhar, unir em L, U ou volumes independentes) e mobilidade (relocalizar quando necessário).

Para aluguel por temporada, a fórmula tem sido particularmente rentável: acesse o terreno, instale, opere — e expanda conforme a demanda.

Nos desafios, o principal é o isolamento térmico (o aço potencializa calor e frio). Isso exige projeto térmico sério: isolantes corretos, barreiras de vapor, sombreamento e ventilação.

Há ainda a largura fixa de 2,44 m dos módulos resolvida com junções e vãos integrados e a legislação desigual entre municípios. A Revista Casa e Jardim sugere arquitetos com experiência específica para navegar normas e otimizar custo/benefício.

Onde isso já funciona e por que vai escalar

O mapeamento mostra casos bem-sucedidos na Costa Rica, EUA, Europa e Brasil: de moradia social a casas de campo e conjuntos estudantis.

No Brasil, escritórios como SuperLimão, Andrade Morettin e Jorge Siemsen já demonstraram escalabilidade, linguagem contemporânea e adequação climática.

A curva de adoção deve acelerar porque municípios avançam em regulamentação, a cadeia ganha mão de obra especializada e o consumidor valoriza previsibilidade.

Quando prazo e preço são claros, a decisão fica objetiva e o contêiner tende a ganhar.

Guia rápido para decidir sem tropeços

Planeje o conforto: simule cargas térmicas e defina isolantes antes do corte do aço. Água é prioridade: telhados extras, calhas e sapatas elevadas estendem a vida útil. Legalize cedo: alinhe uso do solo, taxa de ocupação e afastamentos.

E pense na segunda fase: deixe passagem para ampliações futuras sem quebradeira.

No contrato, prefira escopo fechado (materiais, prazos, garantia e assistência). E, como a Revista Casa e Jardim vem frisando, arquitetura integrada é o que separa o “ok” do uau especialmente quando o objetivo é luxo compacto.

As casas feitas de contêiner provaram em 2025 que luxo, conforto e sustentabilidade cabem dentro do aço reciclado com custo controlado e obra ágil.

Quando o projeto olha para clima, norma e ampliação, o resultado entrega valor real para quem mora e para quem investe.

Click Petróleo e Gás, 23/out

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Apartamento 2 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 1.000.000,00


O calor é agora: a urgência do retrofit climático nas cidades

 

Com o aumento permanente das temperaturas urbanas, imóveis despreparados diante do calor extremo começam a se desvalorizar. Casas sem isolamento, prédios que funcionam como fornos, contas de luz infladas já influenciam decisões de compra, locação e investimento. A modernização energética, processo de adaptar edificações antigas ao novo regime térmico, deixou de ser pauta técnica, convertendo-se em critério de valorização patrimonial. Ignorar essa transformação não é apenas um risco social: é um mau negócio.

Enquanto novas construções seguem padrões atualizados — incluindo ventilação cruzada, fachadas inteligentes e materiais térmicos —, a maior parte do estoque habitacional brasileiro permanece hermético, mal ventilado e incapaz de suportar dias quentes. A Organização Meteorológica Mundial prevê que o verão de 2026 poderá ser o mais quente já registrado. Essa notícia circula em ambientes climatizados, mas seu impacto real será sentido onde o ar-condicionado não chega: dentro das casas mais vulneráveis. O calor extremo deixa de ser desconforto, transformando-se em fator de risco sanitário e marcador de desigualdade.

Nas periferias, a situação é particularmente crítica. Autoconstruções sem isolamento adequado aprisionam calor, obrigando famílias a usar ventiladores ineficientes que elevam a conta de energia e comprometem o orçamento doméstico. São justamente as populações que menos contribuíram para a crise climática as mais expostas aos seus efeitos.

O Brasil dispõe de base legal capaz de enfrentar esse desafio. A Lei 10.295/2001 estabeleceu diretrizes de eficiência energética, e a Resolução CGIEE nº 4/2025 consolidou essa política ao tornar obrigatórias normas técnicas que regem novas construções. Contudo, a regulação sozinha não basta. O grande desafio está no imenso patrimônio construído existente, que permanece fora do alcance das novas normas e consome energia excessiva como forma de compensar sua ineficiência.

É nesse contexto que a modernização energética surge como caminho estratégico. Intervenções como telhados frios, janelas eficientes, isolamento térmico e sistemas solares de aquecimento podem transformar construções antigas em ambientes confortáveis e economicamente viáveis.

Essa transformação exige políticas públicas robustas e cooperação entre Estado e iniciativa privada. Programas de modernização energética acessíveis, crédito a juros baixos e assistência técnica voltada a famílias de baixa renda são medidas urgentes. Empresas de energia também devem assumir corresponsabilidade, investindo em eficiência e requalificação, não apenas na expansão da oferta.

Da mesma forma, soluções baseadas na natureza que integram áreas verdes e corpos d’água, funcionam como reguladores térmicos eficazes e sustentáveis, complementando as intervenções tecnológicas. O verão de 2026 será um teste decisivo. Requalificar o que já está construído é tão essencial quanto erguer novas construções. Só assim nossas casas deixarão de ser armadilhas térmicas, convertendo-se em espaços de vida digna em um planeta em aquecimento.

Jovem Pan, 22/out

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 640.000,00

 


Aluguel de temporada cresce no Brasil: vale a pena investir nesse tipo de imóvel?

 

As plataformas se expandem e a modalidade já chama atenção de incorporadoras, fintechs e investidores pela rentabilidade maior do que o aluguel tradicional.

Comprar imóveis para alugar é uma forma de geração de renda passiva que vive no imaginário dos brasileiros. E, agora, além do modelo de aluguel tradicional, a versão por temporada deixou de ser restrita aos litorais e cresceu com a expansão do trabalho remoto e a busca por experiências diferentes da hotelaria tradicional.

Um levantamento da Brain Inteligência Estratégica mostra que o aluguel por temporada já representa 7% das moradias em Florianópolis, 6,3% em Curitiba, 5,6% em Porto Alegre, 3,7% em São Paulo e 2,8% em Recife. A tendência acompanha o movimento global puxado por plataformas digitais. Só o Airbnb contabiliza 5 milhões de anfitriões no mundo, mais de 2 bilhões de hóspedes atendidos e US$ 300 bilhões pagos a proprietários, além de US$ 13 bilhões em impostos recolhidos. O Brasil ocupa o 3º lugar no ranking mundial de anfitriões. Mas, para quem está pensando em investir agora, comprar um imóvel para alugar por temporada vale a pena?

Rentabilidade

Dados recentes reforçam por que o aluguel, seja tradicional ou por temporada, está no radar de investidores. Um estudo do FGV IBRE em parceria com o QuintoAndar mostrou que a rentabilidade média do aluguel residencial chegou a 19,1% ao ano em regiões metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, somando valorização do imóvel (12,9%) e ganhos com aluguel (6,2%).

Em um exemplo prático, um apartamento de 50 metros quadrados comprado por R$ 365 mil no início de 2024 teria rendido quase R$ 70 mil no ano passado, considerando a soma entre aluguel recebido e valorização patrimonial. O levantamento foi feito a partir de contratos do QuintoAndar e do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), elaborado pelo FGV IBRE e Abecip com base em dados de financiamentos imobiliários.

O estudo indica que, com os juros elevados encarecendo o crédito e dificultando o acesso à casa própria, a demanda por aluguel cresce. A volta ao trabalho presencial e a revitalização de áreas centrais também vêm impulsionando a procura, criando terreno fértil para modelos alternativos, como o aluguel de temporada.

De olho na tendência

De olho nesse mercado, incorporadoras começam a lançar empreendimentos voltados ao aluguel de curta e média duração. A Parkside, com sede em Florianópolis, opera hoje três edifícios voltados ao modelo – no Cacupé, no Sapiens e na Carvoeira – todos com ocupação de 90%.

“O modelo híbrido, que combina o short stay e o long stay, é uma tendência irreversível”, afirma Alexandre Victor Muller Filho, CEO da Parkside. Para Bárbara Bonfim Leal, diretora da empresa, trata-se de “um futuro da moradia urbana”, que une a rentabilidade do aluguel de temporada à segurança de contratos mais longos. A companhia prepara novos lançamentos no Itacorubi (Florianópolis) e em Itajaí, com aporte de R$ 120 milhões de investidores.

Financiamento

Apesar do avanço, o financiamento para esse tipo de empreendimento ainda não é amplamente oferecido por bancos tradicionais. Quem vem ocupando esse espaço são as fintechs como a Makasí, especializada em imóveis para alugar. Ela analisa não apenas o histórico da incorporadora, mas a viabilidade econômica do projeto.

Segundo o CEO da fintech, Caio Bonatto, o modelo de aluguel de temporada é mais rentável e oferece retorno mais rápido ao investidor. “É possível usar dados e tecnologia construtiva para acelerar a entrega dos projetos e garantir payback em prazos menores”, explica. Hoje, cerca de 5% da carteira da Makasí já é voltada a esse segmento, com expectativa de chegar a 10% até o fim do ano. O movimento é estratégico: estima-se que quase 80% das pequenas e médias incorporadoras não conseguem crédito em bancos convencionais.

Conectando pequenos e médios construtores a soluções financeiras, a Makasí está presente em 15 estados e já originou mais de R$ 350 milhões em crédito.

Vale a pena investir?

Se para incorporadoras e fintechs o aluguel de temporada abre novas avenidas de negócio, para o investidor individual ele representa uma alternativa mais rentável, porém mais arriscada, em comparação ao aluguel tradicional.

O empresário Rômulo Villela, do Canal do Anfitrião, começou alugando um quarto em seu apartamento e hoje administra 80 imóveis voltados à temporada, criando uma verdadeira “imobiliária de imóveis por temporada”. Para ele, a diferença é clara e ele mostra isso aos interessados que acessam seu canal. “O aluguel tradicional é como a renda fixa, seguro e previsível, mas com ganhos menores. Já o de temporada é como a renda variável: oferece rentabilidade maior, mas tem mais riscos, além de exigir mais gestão”, afirma o empreendedor.

Segundo ele, esse modelo demanda atenção a fatores que não existem no aluguel convencional. Isso porque nesse caso os imóveis devem ser bem mobiliados e equipados e ainda têm os custos recorrentes de condomínio, IPTU, internet, somados ao da limpeza e manutenção a cada saída de hóspedes. Isso sem falar das taxas cobradas por plataformas de aluguel e de impostos.

Há ainda riscos ligados à localização. Enquanto cidades como Florianópolis vivem alta demanda, em regiões como São Paulo já há sinais de saturação de oferta, de acordo com os especialistas. “Tudo se resolve na compra bem feita”, reforça Villela. A escolha de regiões com demanda consistente e diversificação do portfólio ajudam a reduzir riscos. Outra estratégia usada por investidores é adotar o modelo híbrido: disponibilizar o imóvel para temporada até fechar um contrato de longo prazo.

Questões legais

A disparada do mercado de alugueis por temporada trouxe, porém, problemas em condomínios por todo o país. O advogado Marcos Vinicius Poliszezuk, sócio do Poliszezuk Advogados, explica que a própria Lei do Inquilinato (8.245/91) prevê expressamente a modalidade de locação por temporada, permitindo contratos de até 90 dias.

Essa prática é considerada legítima e compatível com a destinação residencial do imóvel. “O embate se concentra no ponto de equilíbrio entre o direito de propriedade – que garante ao dono a liberdade de usar e explorar economicamente seu imóvel – e o poder normativo dos condomínios, que buscam resguardar segurança, sossego e a convivência coletiva”, disse. A questão ainda está sendo avaliada pela Justiça.

Perspectivas

Especialistas avaliam que a expansão do aluguel de temporada deve continuar, mas com ajustes naturais de oferta e demanda. O segmento, que até poucos anos atrás era visto como alternativa marginal, já se consolidou como parte relevante do portfólio imobiliário brasileiro.

“O setor ainda vai amadurecer, mas a perspectiva é de estabilização da oferta e mais opções de financiamento”, diz Bonatto, da Makasí. Para investidores, a mensagem é clara: o aluguel de temporada pode ser altamente rentável, desde que a gestão seja profissional e a análise de localização, criteriosa.

InfoMoney, Mercado Imobiliário, 21/out