sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Leilões podem ser alternativa para jovens conquistarem a casa própria
Os leilões de imóveis emergem como uma alternativa viável para jovens adultos que buscam adquirir sua primeira residência.
O mercado imobiliário brasileiro em 2025 atravessa um momento complexo, impulsionado por tendências econômicas, políticas e comportamentais. Ficou cada vez mais comum as pessoas, principalmente os mais novos, recorrerem ao aluguel ao invés da compra de um imóvel. Porém, nos últimos dois anos um novo fenômeno tem tomado força: pessoas atrás de residências compram em leilões.
Nesse contexto, os leilões de imóveis emergem como uma alternativa viável para jovens adultos que buscam adquirir sua primeira residência. Antes voltada aos investidores, quem comprava para revender mais caro, essa modalidade de venda tem atraído outro público. Imóveis leiloados frequentemente apresentam preços abaixo do valor de mercado - podendo chegar até 50% de redução - permitindo que compradores economizem significativamente no preço final. Além disso, plataformas digitais especializadas em leilões oferecem acesso facilitado a uma variedade de propriedades em diferentes regiões do país.
"É uma boa alternativa para aquele jovem que tem um dinheiro guardado e quer comprar o imóvel próprio, mas não quer pagar os valores praticados por corretoras ou direto com o proprietário. Realmente o preço para comprar um imóveis subiu, mas ter um patrimônio segue sendo muito importante e o leilão possibilita isso", disse André Zalcman, CEO da plataforma digital Leilão Eletrônico.
A participação em leilões online tem se tornado mais simples e segura, graças à regulamentação e à transparência dos processos. Os interessados encontram nessas plataformas uma oportunidade de investir em imóveis de forma ágil e eficiente. A possibilidade de financiamento de até 100% do valor do ativo em alguns casos torna essa opção ainda mais atrativa.
"Os leilões eletrônicos democratizam o acesso ao mercado imobiliário, especialmente para os jovens que buscam a casa própria. Oferecemos uma plataforma intuitiva e segura, onde é possível encontrar imóveis com descontos significativos e condições de pagamento facilitadas", reafirma Zalcman.
Com a combinação de um mercado imobiliário aquecido e a acessibilidade proporcionada pelos leilões digitais, os jovens adultos têm à disposição uma alternativa promissora para realizar o sonho da casa própria de maneira mais acessível.
Valor Econômico, 31/jan
Opinião: Como navegar o mercado imobiliário turbulento em 2025
O mercado imobiliário observa o início de 2025 com apreensão. A Taxa Selic em 12,25%, com sinalização de alta, somada à pressão inflacionária impulsionada por um dólar forte (acima de R$6,18 no fechamento de 2024) e incertezas sobre a política fiscal, desenha um cenário macroeconômico desafiador para o setor.
Tudo indica que, enquanto não houver uma sinalização clara pelo governo de uma política fiscal responsável que controle o crescimento da dívida pública, o Banco Central continuará sem margem para reduzir os juros.
O consenso dos especialistas é que 2025 será marcado por juros altos, um fator que impacta diretamente o mercado imobiliário, especialmente em um momento em que o juro real brasileiro está entre os mais elevados do mundo. Em Janeiro, por exemplo, o Tesouro negociava o título IPCA+ 2029 a impressionantes 7,82% mais IPCA, elevando significativamente o custo de capital dos investidores.
O Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX), que reflete o desempenho dos 100 maiores fundos imobiliários listados na bolsa, registrou queda de -5,89% em 2024, sinalizando as dificuldades enfrentadas pelo setor no atual ambiente de juros elevados.
Além disso, um ambiente de alta da Selic também afeta as carteiras de crédito, gerando possíveis impactos na saúde financeira das empresas do setor. No mercado imobiliário, isso pode se traduzir em aumento da sinistralidade tanto nas carteiras de crédito das construtoras e dos bancos quanto nos portfólios de aluguéis gerenciados por imobiliárias, exigindo maior rigor no gerenciamento de riscos.
Apesar do cenário desafiador, nem todos os segmentos do mercado imobiliário são afetados de forma homogênea.
Na venda de imóveis, aqueles enquadrados em modalidades como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e financiamentos vinculados ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) ou ao limite máximo do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), devem se manter relativamente competitivos apesar de restrições de acesso ao crédito anunciadas pela Caixa em dezembro.
Por outro lado, a venda de imóveis em dinheiro ou que dependem de linha de crédito tradicional deverão ser afetadas uma vez que o custo de capital dos compradores será elevado e muitos ficarão de fora do mercado.
Consequentemente, a demanda por aluguéis, que já apresentava uma tendência de crescimento de longo prazo, deverá se acelerar ainda mais em 2025. O número de domicílios alugados no Brasil cresceu, em média, 5% ao ano nos últimos 12 anos, um ritmo muito superior ao crescimento populacional.
Essa tendência reflete mudanças no perfil de consumo e deve se intensificar, especialmente em um cenário de juros elevados, que dificulta o acesso ao crédito para compra de imóveis.
Existe espaço para o otimismo? Certamente! Apesar de ser mais fácil navegar águas calmas e com ventos a favor, períodos turbulentos criam oportunidades para empresas e investidores que compreendem os ciclos do mercado imobiliário e sabem se posicionar para o longo prazo.
Momentos desafiadores, como devemos presenciar em 2025, favorecem negócios estáveis, com boa gestão de custos, baixa alavancagem, carteiras de crédito saudáveis e marcas consolidadas.
Como sempre, após a tempestade vem a bonança. E os anos imediatamente posteriores a períodos turbulentos são historicamente os mais promissores para aqueles que mantêm uma visão estratégica e de longo prazo e sabem navegar os ciclos do mercado imobiliário.
Estadão, 31/jan
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
A ‘startup de soluções urbanas’ que recria o Jardim de Alah e vai do luxo ao público
“Não tem mercado imobiliário de alto padrão no Rio”, polemiza Miguel Pinto Guimarães, um dos arquitetos mais requisitados da cidade. A provocação é também posicionamento de negócio, já que, ao lado dos sócios Sergio Conde Caldas e João Sousa Machado, Guimarães criou o que chama de “startup de soluções urbanas” justamente para “elevar a barra” dos projetos residenciais de luxo — colocando, claro, a arquitetura no centro.
Lançada pouco antes da pandemia, a Opy vem ganhando notoriedade com a evolução de projetos importantes do seu portfólio, do novo Jardim de Alah (em consórcio com Alexandre Accioly e outros empresários) à Vila Carnaúba, complexo multibilionário erguido pelo ex-sócio da XP Julio Capua na região de Jericoacoara (CE). Mas o foco é no segmento de casas que custam vários milhões.
— Digo que não há luxo no Rio porque tudo o que era feito vendia. Agora não é mais assim, é preciso ter um projeto pensado. E a vida inteira montamos projetos e entregamos de bandeja para o incorporador. A Opy muda essa lógica — observa Guimarães.
Verticalizado
Conde Caldas explica que o diferencial do modelo é concentrar todas as etapas: a Opy vende o projeto e cuida da evolução da obra junto à construtora. Com 12 pessoas na equipe, a startup otimiza custos usando a estrutura dos escritórios de Guimarães e Conde Caldas.
— No mercado de altíssimo padrão, construir uma casa leva anos, e o comprador nunca sabe quanto vai custar, o projeto sempre muda no meio do caminho… A gente vende um pacote completo, encurtando o tempo e mantendo o custo —afirma.
Desde 2019, foram 12 projetos, além do Jardim de Alah. Excluído o Vila Carnaúba, que desequilibra a conta, o Valor Geral de Vendas (VGV) somou cerca de R$ 400 milhões.
— Seria o mesmo que dois prédios na Zona Sul, mas é tudo casa exclusiva — diz Machado.
Agora, a startup está prestes a dar um novo passo, se tornando uma espécie de grife para projetos de incorporadoras, com a marca “by Opy”. Em paralelo, já definiu a lista de projetos para 2025. Um deles é o de duas casas no Jardim Pernambuco, no Leblon. Vizinhos à casa mais cara já vendida no Brasil — que era anunciada por R$ 220 milhões e foi comprada pela Mozak —, os imóveis estão sendo oferecidos por R$ 25 milhões cada. Há ainda um projeto de 14 casas de madeira engenheirada na Gávea, além de um complexo com piscinas de ondas no interior de São Paulo (sem data).
Longe do meu quintal
Em alguns casos, a Opy enfrentou o chamado NIMBY, sigla em inglês para “não no meu quintal” — a postura de moradores combativos e organizados contra mudanças em suas vizinhanças. De longe, a maior dor de cabeça se deu no Jardim de Alah, que contou com a oposição ferrenha de uma associação de moradores recém criada. Os sócios da Opy se envolvem diretamente nos debates, e Miguel Pinto Guimarães chegou a ligar para a tia de um ator que se opunha ao projeto.
— Vou um a um para “vender” o projeto do Jardim de Alah. A ideia foi nossa, ainda em 2015. Vamos continuar confrontando NIMBYs e provocando o poder público. Estudamos a concessão de parques por BNDES e prefeitura — diz.
O Globo, 29/jan
terça-feira, 28 de janeiro de 2025
Leblon domina ranking das ruas mais caras do Rio
Nove das 20 vias com os maiores valores de imóveis estão no bairro, aponta levantamento da Loft.
Um estudo da Loft, empresa de tecnologia para o mercado imobiliário, revelou quais as ruas mais valorizadas do Rio de Janeiro em 2024. O levantamento, que analisou dados de transações imobiliárias registradas no Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), mostrou que a Avenida Vieira Souto, em Ipanema, lidera o ranking, com o preço médio de um imóvel vendido chegando a R$ 8,1 milhões.
Em seguida, aparecem a Avenida Prefeito Mendes de Morais, em São Conrado, e a Avenida 1 PAA 12019, na Barra da Tijuca, com os imóveis custando em média R$ 4,9 milhões.
O Leblon se destaca com nove ruas entre as 20 mais caras da cidade. A Rua General Artigas é a mais bem colocada do bairro no ranking, com os imóveis vendidos por lá custando, em média, R$ 4,9 milhões.
Completam o top 10 das ruas mais caras: Rua Barão de Jaguaripe (Ipanema), Avenida Visconde de Albuquerque (Leblon), Avenida Jardins de Santa Mônica (Barra da Tijuca), Rua João Lira (Leblon), Avenida Borges de Medeiros (Lagoa) e Rua Aristides Espinola (Leblon).
O estudo considerou imóveis efetivamente transacionados em 250 ruas entre janeiro e novembro de 2024, utilizando os valores reais das transações.
Diário do Rio, 28/jan
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Imóveis na Serra e no litoral atraem moradores do Rio
Maioria compra para usar como segunda residência, mas com planos de morar depois da aposentadoria.
Imóveis em áreas montanhosas ou no litoral fluminense são objetos de desejo de quem busca mais qualidade de vida, proximidade com a natureza, espaço e clima ameno. Atentas a esse movimento que vem crescendo desde a pandemia, as construtoras apostam suas fichas em lançamentos nas regiões Serrana, dos Lagos e da Costa Verde. Os projetos têm em comum alta liquidez e um público que não necessariamente quer um segundo imóvel para fins de semana, mas, sim, para morar.
O Grupo STN, empresa familiar com atuação no setor elétrico que vem dando atenção também ao mercado imobiliário, lançou, em outubro passado, um condomínio de lotes e casas na pequena cidade de Areal, na Região Serrana do Rio. O Quinta Portuguesa é um projeto temático que segue uma tendência já observada na cidade: a de empreendimentos com traços característicos de países europeus — já há um com perfil italiano e outro, germânico.
A arquitetura da área de lazer será toda inspirada na estética portuguesa clássica, com seus famosos azulejos e vidros coloniais. A cultura lusitana também estará presente na culinária: o condomínio terá um típico restaurante português e plantação de oliveiras, cujo plantio já foi iniciado. A ideia é que, no futuro, a propriedade produza azeite de oliva com rótulo próprio.
O projeto tem sete casas e 124 lotes de 500 a três mil metros quadrados de área, com valores a partir de R$ 250 mil, 50% já vendidos. O público comprador é formado, em sua maioria, por pessoas que têm a intenção de morar no condomínio. A previsão é que esteja pronto em 2026. Cerca de metade dos clientes vem da capital: da Barra da Tijuca e do Recreio e de bairros da Zona Sul.
— Areal está a cerca de 80km do Centro do Rio, e essa proximidade tem contribuído para atrair a quem quer manter o trabalho de forma híbrida e viver em uma cidade tranquila, com mais qualidade de vida. O condomínio hoje está totalmente legalizado, e a construção das casas já foi liberada. A expectativa é que todas as unidades sejam vendidas até meados deste ano — estima Danilo Santinon, sócio do Grupo STN.
A The INC também tem um case de sucesso fora do Rio. O Porto Mangará, lançado em fevereiro do ano passado, que teve 71% das 128 unidades vendidas no primeiro dia de lançamento. O condomínio de lotes que fica na Praia de Santo Antônio, em Mangaratiba, abriga 120 mil metros quadrados de mata nativa preservada e praia praticamente exclusiva para os moradores, além de espaço de lazer com piscina, sauna, churrasqueira e marina. A previsão é lançar a segunda fase do empreendimento em breve.
— O projeto atrai pessoas das classes média e alta de bairros da Zona Oeste, que ficam mais próximos da Costa Verde, como Campo Grande e Recreio. A maioria dos clientes hoje busca uma casa de veraneio, mas com o objetivo de morar no futuro próximo, depois da aposentadoria. O projeto é totalmente integrado à natureza, e a empresa vem incentivando os clientes a investir na preservação do local: quem compra um lote ganha um projeto arquitetônico que prima pela sustentabilidade — afirma Felipe Lemos, gerente Comercial da construtora.
O Porto Mangará terá três fases de lançamentos. Os lotes da primeira etapa começaram a ser vendidos a partir de R$ 99 mil, mas hoje só há opções acima de R$ 200 mil. Segundo Lemos, é a primeira vez que a The INC investe no nicho de lotes, decisão que levou em conta a demanda crescente impulsionada pelas mudanças de hábito e comportamento do pós-pandemia.
— Espaços mais amplos que permitam reunir a família e os amigos ficaram mais valorizados, e muitas pessoas não querem apenas comprar uma casa já pronta e apenas decorar. Construir a residência do zero também faz parte do sonho — afirma.
Projetos ‘pé na areia’ seduzem o comprador
Na Região dos Lagos, a proximidade da praia é fator decisivo na compra do imóvel
Um projeto com conceito “pé na areia” também tem atraído novos moradores à Região dos Lagos. O Flag Residences, em Cabo Frio, lançado em novembro do ano passado, já está com 60% das 104 unidades vendidas. O projeto oferece apartamentos tipo estúdio, gardens e cobertura, e vem chamando a atenção sobretudo de investidores, informa Leonardo Laurentino, diretor da Nivo Construtora.
— O terreno de 11 mil metros quadrados está localizado a 70 metros da areia da Praia do Forte e é o último da região com essa característica. Isso faz do projeto uma raridade na história imobiliária de Cabo Frio. Além disso, é uma das áreas mais procuradas da cidade, porque oferece diversas opções de lazer, comércio e serviços — enfatiza.
O Flag Residences terá infraestrutura completa de lazer e conveniências que incluem fitness externo, praça, redário, pranchário, play kids, piscina com bar, spa, lavanderia e Wi-Fi nas áreas comuns. O valor dos imóveis parte de R$ 600 mil.
— Os investidores são maioria entre os interessados. Eles compram para usufruir e para alugar quando não estiverem usando. O pagamento é parcelado em até 60 vezes, e a previsão é entregar o empreendimento em 30 meses. Ou seja, nos 30 meses que restarem para quitar o imóvel, o comprador pode usar a rentabilidade do aluguel para pagar as prestações — ressalta Laurentino.
Extra, Morar Bem, 27/jan
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Fuga do calor de verão agita mercado na Serra
Busca crescente por imóveis na região fez surgir vários projetos em cidades com temperaturas mais amenas.
Verão no Rio de Janeiro é sinônimo de mar, areia, praia e água de coco, certo? Não necessariamente. Desde a pandemia, mais e mais cariocas vêm subindo a Serra para escapar do calor — alguns para morar, outros para veranear. Esse movimento fez brotar na região vários condomínios de casas e de apartamentos de alto padrão, que oferecem infraestrutura completa e lazer diferenciado.
A busca de refúgios na Região Serrana vem desde os anos 1950 e 1960, quando a fina flor da sociedade carioca desfrutava de temperaturas mais amenas em cidades como Petrópolis e Teresópolis, entre dezembro e fevereiro, meses de calor intenso na capital. O tempo passou, e a casa de campo perdeu prestígio para os imóveis de férias nas regiões dos Lagos ou da Costa Verde — até que a pandemia de Covid virou o mundo de cabeça para baixo, e as pessoas voltaram a movimentar o mercado imobiliário nas montanhas, incluindo novos destinos em Petrópolis e na vizinha Areal.
No centrinho da badalada Itaipava, distrito de Petrópolis, o Fazenda Bela Vista oferece opções para os diversos perfis de comprador. Localizado em um endereço privilegiado, ao lado do Parque de Exposições, o projeto ocupa uma área de cinco mil metros quadrados, com casas de duas a cinco suítes e prédios de quatro pavimentos com apartamentos de dois a quatro quartos e coberturas, em meio à natureza — apenas 15% da área é usada. O condomínio tem piscinas, quadras esportivas e dois centros comerciais, além de atrativos extras: o hotel-butique que funciona no casarão da fazenda e o restaurante da grife Locanda.
— São apenas 34 terrenos, 60% deles já vendidos. Tudo na Fazenda Bela Vista é exclusivo — afirma Cláudio Leite, diretor regional da Cia Multiplataforma Imobiliária, responsável pela comercialização das unidades.
Outro sucesso de público na Região Serrana é o Quinta das Amoras, em Teresópolis, que terá sua terceira fase com 120 terrenos lançada em abril — 80% dos 97 lotes da segunda fase já têm donos. Ocupando uma área de dez milhões de metros quadrados, o empreendimento terá quatro etapas. O masterplan foi desenvolvido pela Urban System, seguindo o conceito do projeto criado pelo arquiteto Duda Porto. Um dos sócios do projeto é o ator Bruno Gagliasso.
Segundo Victorio Abreu, diretor da incorporadora Saau, responsável pelo Quinta das Amoras, a terceira fase terá atrações de entretenimento inéditas, e a última, provavelmente, lotes de grandes metragens e minifazendas.
—Quando começamos a apostar na Serra, sabíamos que os projetos passariam por um processo de maturação, pois era preciso que os cariocas voltassem a se interessar por uma casa no campo. E deu certo! Os grandes empreendimentos que vêm sendo lançados na região mostram a consolidação do mercado imobiliário local — avalia.
Exclusividade
Neste momento de vendas aquecidas, o Fazenda Marambaia, em Corrêas, distrito de Petrópolis, prepara o lançamento da segunda fase. Na primeira, em 2020, foram comercializadas 130 unidades de terrenos e lotes. Um dos condomínios mais exclusivos da região, o Marambaia tem hotel, spa e restaurante estrelado e ocupa uma área de mais de um milhão de metros quadrados, com reserva de Mata Atlântica e jardins projetados pelo Escritório Burle Marx — que também assina o paisagismo da próxima etapa, com cerca de 60 unidades.
— O Marambaia tornou-se um sucesso porque oferece qualidade de vida para quem quer morar em meio à natureza sem estar isolado. O projeto sempre foi marcado pela exclusividade, pela elegância e pelo luxo — destaca Marcelo Pacheco de Oliveira, sócio-diretor da Pilar Engenharia, que desenvolve o Fazenda Marambaia.
O Globo, 24/jan
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Centro está entre os 5 bairros campeões de venda de imóveis no Rio
O bairro histórico renasceu para o mercado imobiliário carioca chegando ao topo das vendas de imóveis no Rio, provando o sucesso do programa Reviver Centro.
Pela primeira vez em décadas, o Centro do Rio deu as caras no ranking dos bairros campeões de venda de imóveis no município. E ser o quinto colocado na lista, é um sinal da recuperação que a Região Central como um todo vem passando: se no quesito cultural sempre manteve sólida importância, é a volta da “Cidade” – como os antigos chamavam o bairro – ao centro das atenções do mercado imobiliário. No finalzinho de 2024, lançamentos como o do Edifício A Noite e o da Cyrela na Avenida Beira Mar “lamberam” em questão de horas, como diz o jargão dos corretores: foram totalmente vendidos.
O levantamento, que põe em destaque os números do ano passado, foi organizado pela RioM², um aplicativo de transparência de dados para o mercado imobiliário, com base em dados oficiais. O bairro vem renascendo no mercado carioca desde que retornou ao mercado de imóveis novos no Rio após os incentivos criados pela Prefeitura do Rio em programas como o Reviver Centro e o Reviver Cultural, e do empenho de ações privadas inéditas como as da Aliança Centro Rio, uma entidade privada que promove, suplementa e controla a boa zeladoria da região.
Já foram lançados mais de 10.000 unidades residenciais novas na região desde o lançamento do Reviver Centro. A tendência, segundo o mercado imobiliário, é de que os números deslanchem ainda mais fortemente, se depender dos novos lançamentos residenciais que a Região Portuária vem ganhando — a área teve mais 2 empreendimentos anunciados agora em janeiro.
Alguns projetos são mais polêmicos, como o mega espigão de quitinetes que está para ser licenciado para ser construído no lugar do espaço arborizado do Buraco do Lume, junto ao Terminal Menezes Côrtes, combatido por urbanistas por conta do enorme paredão que surgirá num terreno que é remanescente do Morro do Castelo. Mas a maioria dos projetos tem aprovação de toda a sociedade cicil, que quer ver a região novamente pujante e com uso misto. Recentemente, um terreno de quase 20.000m2 foi vendido e deve gerar muitas centenas de apartamentos, sem contar a venda de diversos prédios para retrofit no fim de 2024. Além disso, para o mercado corporativo, a escassez de escritórios na região conhecida como Orla (Glória/Flamengo/Botafogo), que, segundo especialistas do ramo, acende um sinal verde para a ocupação dos inúmeros escritórios AAA de que o Centro dispõe.
As comodidades exclusivas do bairro e já conhecidas, como proximidade dos aeroportos, das vias expressas de transbordo, infraestrutura urbana, estacionamentos subterrâneos, aliado à proximidade de multinacionais, sede de bancos, estatais e repartições públicas, aumentam os atrativos da área, que centraliza a maior parte dos equipamentos culturais e históricos da cidade. O Centro também ganha por ser pouco afetado por favelas, e por seus lançamentos serem ainda precificados abaixo do mercado da Zona Sul.
A região tem recuperado sua efervescência gastronômica e cultural, puxada especialmente pelo grande desenvolvimento comercial atingido por regiões como a Praça XV, a Escadaria do Selarón, o Largo da Prainha, a Cinelândia, o Beco das Sardinhas, e agora a rua da Carioca, que passa por uma grande transformação. Às sextas e sábados é difícil transitar pela rua nas imediações do Arco do Teles é perto das ruas do Senado e Lavradio, que voltaram a efervescer com cariocas e turistas em busca de diversão. O turismo religioso também tem crescido e não raro os passeios de rua pelas igrejas e museus ficam lotados, com Missas cheias até nos templos que passaram a abrir aos domingos.
Além do Centro, a listagem da RioM2 também selecionou como estrelas do mercado outros bairros como Barra, Recreio, Copacabana e Campo Grande. Na Zona Oeste, como todos já sabem, a quantidade de novos lançamentos, em bairros ainda não consolidados, ajuda a inflar os dados. Já Copacabana, tem recebido muitos lançamentos de imóveis destinados aos investidores de Airbnb e locação por temporada, e bairro se mostra evidente e pujante em todos os dados divulgados, apesar dos problemas de zeladoria. A surpresa, porém, foi a Tijuca não ter aparecido na lista, já que lidera os números de transações na Zona Norte do Rio.
Diário do Rio, 23/jan
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Morar na Cinelândia: Conheça o projeto que vai reinventar um dos prédios mais charmosos do Centro
O histórico Edifício Glória será convertido em residencial após ser adquirido pela Brookfield. O projeto será o primeiro na área com as diretrizes do Reviver Centro.
Já imaginou morar em um dos prédios mais charmosos do Centro do Rio e, de quebra, ter ícones da arquitetura carioca como o Theatro Municipal, Museu de Belas Artes e a Biblioteca Nacional, como vizinhos? Ou quem sabe poder descer e ter no quintal um dos mais tradicionais bares do Rio? Tomar um chopp geladinho ou se deliciar nas tradicionais empadinhas do clássico? Tudo isso na cara do maior estacionamento subterrâneo do Centro, do Metrô e do VLT. Bem, boa notícia para os investidores e apaixonados pela região central. Muito em breve, um novo empreendimento residencial deve ser lançado na Cinelândia — o primeiro na área com as diretrizes do Reviver Centro.
O charmoso Edifício Glória, que abriga a Caixa Econômica Federal, bem em frente à Praça Floriano, será convertido em residencial após ser adquirido pela Brookfield (mesma compradora do Edifício A Noite). A incorporadora de capital canadense, com sede na Barra da Tijuca, segue apostando no Centro do Rio. O DIÁRIO DO RIO conversou com exclusividade com o arquiteto que está à frente do projeto do empreendimento. Ao todo, a AC Arquitetura segue liderando cerca de 9 projetos, todos na Região Central, em prédios que serão retrofitados, o que é o caso do Glória. As obras já foram iniciadas, inclusive, após a aprovação da Prefeitura do Rio. Serão 119 apartamentos, focados na locação, em um conceito que é novidade aqui no Brasil. Será um prédio “multifamily”, ou seja, cheio de programações e instalações no uso comum do prédio voltados para os moradores, promovendo festinhas particulares e eventos, zelando pela interação dos condôminos. O prédio será o primeiro do país a receber esse conceito, que vem gerando muito retorno a investidores no mundo todo.
No topo do prédio construído em estilo neoclássico, uma área de lazer deve ser o grande protagonista do empreendimento. O rooftop terá visão privilegiada para toda a Cinelândia, Pão de Açúcar e a área do Aterro, contando com deck e até mesmo uma cafeteria. A proximidade do Cine Odeon é outro atrativo. Para especialistas, prédios antigos com fachadas históricas trazem atratividade extra para novos empreendimentos residenciais.
Transformação no Centro do Rio
O edifício, que completa 100 anos agora em 2025, está com seus andares desocupados em um período de quase dez anos. Ao todo, são 10 pavimentos e mais de 7.000 m² de área útil. Foi durante muitos anos sede do departamento jurídico da Caixa Econômica Federal, que continuará com uma agência no térreo. A transformação faz parte da estratégia da construtora de investir no Centro do Rio, que tem ganhado cada vez mais atenção com projetos voltados para a revitalização e ocupação de espaços urbanos. “Muitos edifícios de um dono só começam a serem convertidos para residencial nos últimos meses, através de projetos de retrofit”, conta Cláudio André de Castro, Presidente do Conselho de Renovação do Centro do Rio da ACRJ e provedor da histórica Irmandade dos Mercadores, fundada em 1747. Castro explica que há uma dificuldade de se converter edifícios de salas, com muitos donos, por conta dos interesses diferentes, e também dos custos de uma perfeita conversão. Vender dezenas de unidades de donos diferentes ao mesmo tempo também é um problema: “cada um quer um preço, outros trabalham no prédio, é uma dificuldade”, lamenta.
Segundo Henock de Almeida, arquiteto responsável pelo projeto, a reforma será cuidadosa para garantir que a fachada histórica e as características originais do edifício, tombado pelo município desde 1987, sejam preservadas. A AC Arquitetura também aproveitou o gancho e deu um “spoiler” do mais novo empreendimento que será lançado na Rua Senador Pompeu, nas proximidades da Central do Brasil – um minha casa minha vida. O arquiteto afirmou que segue trabalhando nos lançamentos na região e se diz um apaixonado pelo Centro. “O fato de trazer moradia para o Centro da cidade vai transformar o bairro. Isso altera completamente a forma como as pessoas se relacionam. Vai trazer muitos tipos de comércio específicos para esse tipo de uso. Em breve, teremos mercadinhos, lojas de conveniência e muitos outros tipos de comércio que hoje não existem na região. Estamos muito entusiasmados em poder colaborar com essa transformação do Centro.”
Para Lucy Dobbin, da Sérgio Castro Imóveis, o empreendimento será um sucesso. A empresa intermediou a venda do SAL, edifício na rua Sacadura Cabral 103 que sediou a CEDAE, o INEA e os Diários Associados: o prédio comercial de 9.000m2 foi vendido a uma construtora que, no lançamento, varreu o mercado vendendo quase todas as unidades em questão de horas. “Estamos agora fechando um outro edifício que será convertido em residencial, agora nas imediações da rua do Acre. A procura dos empreendedores pelo Centro tem aumentado conforme os valores de metro quadrado da venda pro consumidor final tem aumentado. Um outro mega lançamento vai surgir num terreno de quase 20.000m2 vendido por nós na região portuária. O Centro com ocupação mista é uma realidade”.
Diário do Rio, 22/jan
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
O impacto do protagonismo feminino no mercado imobiliário em 2025
Nos últimos anos, o mercado imobiliário brasileiro vivenciou transformações significativas, e 2025 promete ser mais um marco nesse processo. Em meio a cenários econômicos desafiadores, as mulheres emergem como peças-chave para a sustentação e evolução do setor. E este protagonismo, antes impulsionado pela necessidade, agora se consolida por escolha e estratégia.
Em 2021, os financiamentos imobiliários assinados exclusivamente por mulheres representavam 29,7% do total, enquanto outros 24,2% contavam com a composição de renda feminina em conjunto com cônjuges. Esses números, mesmo em meio a uma pandemia e altas taxas de desemprego, são um reflexo de como as mulheres estavam redefinindo seu papel econômico e social.
Hoje, com a taxa de desocupação feminina em um dos níveis mais baixos da série histórica (6,4% no último trimestre de 2024), a tendência é que essa influência cresça exponencialmente.
Com a alta esperada nos juros, que torna o crédito imobiliário mais caro e seletivo, a composição de renda familiar será fundamental para a viabilização de financiamentos. Aqui, as mulheres se destacam. Chefes de mais de 50% dos lares brasileiros, elas demonstram não apenas estabilidade financeira, mas também uma visão estratégica na busca pela casa própria .
Como escrevi em “Proprietárias”, “quando a mulher constrói seu patrimônio, vislumbra não só a independência financeira, como também a independência de vida”. Essa frase encapsula o impacto cultural e social do protagonismo feminino no setor imobiliário, ao destacar que a aquisição de imóveis transcende a economia, simbolizando autonomia e liberdade.
Historicamente, as mulheres influenciam mais de 60% das decisões de compra de imóveis, um dado que ressoa ainda mais em 2025. A aquisição de um imóvel, antes associada exclusivamente ao sustento masculino, hoje é parte do protagonismo feminino na economia.
Esse fenômeno não se limita à compra de imóveis. O setor também vivencia uma transformação em suas lideranças, com mulheres ocupando posições estratégicas que impulsionam práticas mais inovadoras e alinhadas às demandas do mercado.
Embora o cenário econômico atual apresente barreiras, como os altos juros e a inflação, as mulheres têm mostrado resiliência e adaptabilidade. Ao consolidar sua presença como principais compradoras e investidoras, elas se tornaram agentes de estabilidade em um setor que depende de confiança e planejamento a longo prazo.
Uma pesquisa da ANBIMA mostrou que 35% do público feminino tinha uma aplicação financeira em 2023, contra 33% em 2022 e 28% em 2021. O principal destino para o dinheiro é a compra da casa própria (34%), esta tendência de alta deve se manter para 2025. Nesse sentido, é essencial que o mercado imobiliário reconheça e incentive ainda mais essa participação.
Empresas que valorizam a diversidade e a liderança feminina geram maior engajamento e tornam-se mais preparadas para lidar com crises e mudanças. Estudos mostram que ambientes diversos são até seis vezes mais inovadores, um diferencial competitivo crucial em tempos de incerteza econômica.
As mulheres continuam a transformar o mercado imobiliário, seja como compradoras, líderes ou investidoras. Com isso, 2025 tem tudo para ser o ano em que o protagonismo feminino no imobiliário se consolidará como um pilar fundamental para a construção de um futuro mais inclusivo e resiliente.
Estadão, 21/jan
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
O mercado de capitais e o panorama imobiliário no Sul
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são um território ainda pouco explorado pelo mercado de capitais, apresentando boas oportunidades para investidores.
O mercado imobiliário da região Sul do Brasil tem se destacado significativamente no cenário nacional, apresentando uma evolução que chama a atenção dos olhares mais atentos. Com uma participação que saltou de 18% para 24% no volume total de lançamentos imobiliários entre 2020 e 2024, os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul revelam-se como um território ainda pouco explorado pelo mercado de capitais, apresentando boas oportunidades para investidores.
O volume de negócios na região, que movimentou aproximadamente R$ 45 bilhões em 2023 no mercado imobiliário formal, considerando apenas vendas primárias de empreendimentos residenciais, comerciais e industriais, evidencia a robustez do mercado local. Este montante, quando analisado sob a ótica dos fundos de investimento imobiliários (FIIs), demonstra o potencial significativo para estruturação de produtos financeiros voltados tanto para o desenvolvimento de novos projetos quanto para a aquisição de ativos maduros.
O setor residencial, tradicionalmente menos presente nos FIIs, apresenta a região características particulares que podem viabilizar produtos financeiros inovadores. O segmento de loteamentos planejados, que registrou um aumento de 45% em área útil desenvolvida nos últimos três anos, oferece oportunidades interessantes para FIIs de desenvolvimento, especialmente considerando as margens atrativas e o ciclo mais curto de execução destes projetos.
Os empreendimentos verticais nas capitais e cidades médias da região também chamam atenção. A escassez de bons terrenos e a busca por maior densidade habitacional têm impulsionado projetos de alta qualidade, que poderiam ser excelentes alvos para FIIs voltados ao mercado residencial, seguindo tendências já consolidadas em mercados mais maduros globalmente.
No setor comercial e industrial, em que os FIIs tradicionalmente têm maior penetração, observa-se um movimento particularmente interessante de descentralização. O mercado de galpões logísticos e condomínios industriais cresceu 28% em área construída desde 2020, impulsionado pelo e-commerce e pela reorganização das cadeias produtivas. Esse movimento oferece oportunidades para FIIs focados em ativos logísticos e industriais, com “yields” potencialmente mais atrativos que os encontrados nos mercados mais disputados do Sudeste.
As dificuldades do setor, como a carga tributária elevada e a burocracia excessiva, podem ser parcialmente mitigadas por meio da estruturação adequada dos FIIs, que oferecem benefícios fiscais tanto para desenvolvedores quanto para investidores. Essa característica torna-os veículos especialmente interessantes para o desenvolvimento do mercado imobiliário regional.
A região, ainda pouco explorada pelas alternativas aos “bancões” e às modalidades convencionais de financiamento à construção e produção, especialmente quando comparado a mercados mais maduros, como São Paulo e Rio de Janeiro, tem solo fértil para o mercado de capitais, desde que bem estruturados e embasados por componentes que conheçam as regionalidades e particularidades da porção Sul do país. Como já se vê em outras regiões, a abertura do mercado imobiliário às fontes de “funding” alternativas traz mais profissionalização e transparência da cadeia produtiva e de financiamento, mais flexibilidade e opções para o empreendedor e, consequentemente, acelera o desenvolvimento habitacional e do mercado de trabalho.
A combinação de fundamentos econômicos sólidos, demanda consistente e baixa penetração atual de FIIs cria um cenário único para o desenvolvimento de produtos que possam capturar o potencial de valorização desse mercado em desenvolvimento.
A perspectiva para esse mercado, embora promissora, está intrinsecamente ligada não apenas à capacidade de estruturação de produtos adequados, mas sobretudo à estabilidade macroeconômica do país, à segurança jurídica dos negócios e ao ambiente regulatório. O desenvolvimento sustentável do mercado de FIIs na região dependerá da capacidade dos gestores em criar produtos que atendam tanto às necessidades dos desenvolvedores locais quanto às expectativas dos investidores por retornos ajustados ao risco.
Valor Econômico, 17/jan
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Inflação da construção civil fecha 2024 em 3,98%, diz IBGE
O aumento foi mais intenso do que o observado pelo mesmo indicador em 2023.
A inflação da construção civil apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) encerrou o ano passado em 3,98%, na ótica do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), veiculado nesta sexta-feira (10) pelo instituto. O aumento foi mais intenso do que o observado pelo mesmo indicador em 2023 (2,55%).
No entanto, na evolução mensal, o Sinapi desacelerou de 0,24% para 0,21% entre novembro e dezembro do ano passado. Em dezembro de 2023, o indicador subiu 0,26%.
Também na evolução mensal, o IBGE informou ainda que subiu o custo nacional da construção, por metro quadrado, que em novembro fechou em R$ 1.786,82 e, em dezembro, passou para R$ 1.790,66. Nesse último valor, referente a dezembro, R$ 1.034,95 foram relativos aos materiais, e R$ 755,71 à mão de obra.
Ainda em dezembro, a parcela de variação de preços dos materiais apresentou variação de 0,33%, 0,08 ponto percentual (p.p.) a menos ante novembro (0,41%). Entretanto, a considerar o resultado de dezembro de 2023 (0,27%), houve alta de 0,06 ponto percentual, na inflação dos materiais, em dezembro de 2024.
Por fim, a mão de obra teve alta de 0,06% em dezembro, 0,05 p.p. a mais em relação ao mês anterior (0,01%). Considerando o índice de dezembro de 2023 (0,24%), houve queda de 0,18 p.p..
Assim, em 2024, na construção, os acumulados de inflação apurados pelo IBGE foram de 3,32% para os materiais; e de 4,90% para a mão de obra. Em 2023, a parcela dos materiais fechou em 0,06% e a mão de obra, em 6,22%, informou ainda o instituto.
“A diferença de 3,26 pontos percentuais entre as taxas acumuladas obtidas em 2023 e 2024 na parcela dos materiais teve influência muito forte das variações obtidas no segundo semestre de 2024, quando comparadas com taxas do mesmo período de 2023, que apresentaram em alguns meses deflação”, informou Augusto Oliveira, pesquisador do IBGE.
"Já o acumulado da parcela da mão de obra ficou 1,32 p.p. menor do que a registrada no ano de 2023. Mas, com uma taxa de 4,90%, contribuiu para o resultado do acumulado do ano no agregado, que ficou 1,43 p.p. acima do registrado em 2023”, complementou o gerente.
Valor Econômico, 16/jan
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Bairros ‘esquecidos’ entram no radar do mercado
Endereços do Rio que têm muita demanda e poucos espaços disponíveis ganham novos empreendimentos residenciais.
Basta circular pelas ruas do Rio para ver que o mercado imobiliário tem seus bairros favoritos. Botafogo, Ipanema, Barra da Tijuca estampam placas de novos residenciais para onde quer que se olhe. Mas, de vez em quando, outros cantinhos da cidade ganham os holofotes das incorporadoras. Nos últimos anos, Fonte da Saudade, Gávea, Glória e Humaitá, e até recantos exclusivos, como Urca e São Conrado, receberam lançamentos. Agora chegou a vez de o Bairro Peixoto e o Catete ganharem residenciais de alto padrão, enquanto o Flamengo continua surfando na onda dos preferidos pelas construtoras.
O Aqua Village Residence Club, da incorporadora Newview, talvez seja o mais surpreendente na lista de novidades deste início de ano. O empreendimento de casas e apartamentos no Catete, bairro que não recebia um residencial novo havia décadas, é vizinho do Palácio do Catete, antiga sede da Presidência da República.
A ausência de novos prédios no bairro tem justificativa: a escassez de terrenos que comportem prédios de médio/alto padrão, com todas as comodidades e infraestrutura de lazer para os moradores, com preço atrativo. À parte isso, o Catete transborda qualidades: comércio e serviços variados, três estações de metrô nas redondezas, Aterro do Flamengo a cinco minutos de caminhada, bons colégios e uma vida noturna com opções de boa gastronomia que começa a crescer.
— Quem mora no Catete não quer sair, mas não encontra prédios novos para dar um upgrade na moradia. A maioria dos compradores do Aqua são pessoas que já vivem no bairro e até mesmo na própria rua do residencial, a Silveira Martins. Sempre procuramos terrenos em áreas semelhantes, como Laranjeiras e Flamengo, de onde os moradores não querem sair, mas desejam viver em um edifício moderno e com infraestrutura de lazer completa — observa Guili Chor, diretor da Newview .
Campeões de venda
Bairro de pouca oferta e muita demanda, o Flamengo caiu nas graças da Piimo Empreendimentos Imobiliários, que vem se firmando como a dona do pedaço. Já são seis residenciais no bairro, com destaque para o Paysandu 23, retrofit do antigo Hotel Paysandu, cuja fachada é tombada pelo Patrimônio Histórico, e mais dois campeões de vendas: o Taman, na Rua Almirante Tamandaré, de cara para o Aterro do Flamengo; e o Euzébio Flamengo Contemporâneo, na Rua Senador Euzébio.
— Lançamos um produto moderno de um e dois quartos, com lazer raro na região, em uma localização especial. Isso despertou o desejo de quem compra tanto para morar quanto para investir, e o resultado é que 95% do Euzébio foi vendido em menos de dez dias — destaca o CEO da Piimo, Marcos Saceanu.
Até o discretíssimo Bairro Peixoto, um oásis em meio ao burburinho de Copacabana, tem novidades. O Hotel Santa Clara, que serviu de cenário para novelas e filmes, passou por retrofit e ressurgiu como o Residencial Villares, um edifício-butique de estúdios, que homenageia o artista plástico Décio Villares, ilustre morador da área. Empreendimento da Imóvel Vazio, grupo de investimento imobiliário, o residencial será administrado pela Lobie.
— A ideia é oferecer uma taxa condominial enxuta e uma rentabilidade competitiva para o investidor — explica o CEO da Lobie, Ernesto Otero.
E os cariocas não perdem por esperar, porque vêm mais projetos por aí. A Mozak já prepara o lançamento do Estância Pernambuco, um superexclusivo condomínio de casas no ainda mais exclusivo Jardim Pernambuco, reduto privilegiado do Leblon. Sem falar que a venda do Colégio São Paulo, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, abre possibilidade para surgir um novo residencial em um dos endereços mais cobiçados do país. É esperar para ver.
O Globo, 15/jan
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Assinar:
Postagens (Atom)