A maior parte dos investimentos em infraestrutura previstos no calendário do Rio de Janeiro vão ocorrer ao longo dos próximos dois anos. Na capital fluminense, o foco das obras de mobilidade urbana e mesmo da estratégia de expansão da rede hoteleira não é a Copa do Mundo, mas a Olimpíada de 2016.
Mesmo o Maracanã não é exceção. Ao custo de R$ 1,2 bilão, o estádio foi concluído de acordo com as exigências da Fifa para sediar a final da Copa em maio de 2013. A arena e seu entorno, porém, deve voltar a sofrer intervenções para os Jogos Olímpicos.
O setor hoteleiro também deve continuar crescendo após a Copa. No torneio, o Rio terá 38 mil quartos de hotel, 14 mil a mais do que tinha há quatro anos. Em dois anos, porém, a cidade deve ganhar oito mil novos quartos para atender à demanda da Olimpíada.
Na área de mobilidade urbana só duas das quatro linhas expressas de ônibus (BRTs) devem estar prontas antes da Copa. A primeira delas, a TransOeste, com investimento de R$ 900 milhões, foi concluída em março. Até a Copa também a TransCarioca, que ligará a Barra da Tijuca ao aeroporto internacional do Galeão ao custo de R$ 1,7 bilhão, deve ser concluída.
Já a linha expressa TransOlímpica, com R$ 1,5 bilhão de orçamento, é prevista para dezembro de 2015. A TransBrasil, orçada em R$ 1,5 bilhão, teve o calendário atrasado depois que a Justiça suspendeu a licitação da obra. A extensão do metrô até a Barra da Tijuca só ficará pronta em 2016.
Na quarta-feira, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, disse que o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, está pronto para receber os turistas da Copa apesar do que chamou de "problemas pontuais". O Galeão passa por reformas que custaram R$ 800 milhões ao poder público.
O maior projeto de revitalização urbana do Brasil, o Porto Maravilha, que prevê a reforma de uma área de 5 milhões de m2 ao lado do Centro da cidade, é um exemplo do foco que a prefeitura dá aos Jogos Olímpicos. Para entregar a região revitalizada em 2016, estão sendo demolidos os 5,5 km da via às vésperas da Copa.
O próprio prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), admite seu interesse maior na Olimpíada, uma festa mais identificada com sua gestão e na qual o Rio não terá que dividir as atenções com outras cidades.