quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Corrupção descoberta pela Lava Jato foi a pior crise da história da Petrobras, diz Ivan Monteiro


Corrupção descoberta pela Lava Jato foi a pior crise da história da Petrobras, diz Ivan Monteiro
Presidente da estatal disse em seminário sobre 'Ética na Gestão', em Brasília, que a crise causou 'grandes estragos' nas finanças e na imagem da empresa.
O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, disse nesta quinta-feira (22) que a crise enfretada pela empresa depois das denúncias de corrupção investigadas na Operação Lava Jato foi a pior em 60 anos de história.
Ivan Monteiro participou da conferência de abertura do seminário 'Ética na Gestão', promovido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, em Brasília.
"Como é conhecimento de todos, a Petrobras enfrentou várias dificuldades nos últimos anos. Essa foi a pior crise da companhia em seus 60 anos de história. O principal motivo foi a fragilidade de seus controles internos, admitido pela própria companhia quando publicou seus balanços de 2014, 2015 e 2016. Sendo que no último balanço, publicado em 2017, todas as chamadas fraquezas materiais foram remediadas", declarou.
Cotado para a presidência do Banco do Brasil (BB), Monteiro não quis comentar o assunto ao ser questionado pela reportagem do G1.
O executivo avaliou que a corrupção na Petrobras, investigada na operação Lava Jato, foi uma "ação orquestrada por ex-empregados, que atuaram em conluio com agentes externos para deliberadamente transpor esses controles [da empresa] e, assim, tomar decisões nocivas, e em série, contra os interesses da própria companhia".
Afirmou ainda que a Petrobras percorreu um "longo caminho para superar os danos causados por esses ex-executivos". "Uns poucos que, desprovidos de ética, e qualquer compromisso para o bem da Petrobras, fizeram grandes estragos na empresa, nas suas finanças e, principalmente, na sua imagem", acrescentou ele.
Ivan Monteiro disse que, somente com "muito suor", a Petrobras está conseguindo superar o ocorrido. "Colaboramos com as autoridades. Somos assistentes de acusação de 54 ações penais e atuamos em outras de improbidade administrativa. Estamos recuperando na justiça recursos que foram desviados da empresa. Já obtivemos restituição de mais de R$ 3 bilhões", declarou.
O presidente da Petrobras informou que foi instituída a diretoria de Governança e Conformidade, com poder de vetar negócios que firam leis ou regramentos éticos; que houve fortalecimento dos processos decisórios (negociações grandes têm de passar por mais instâncias e serem assinadas por vários executivos); centralização da área de contratações; pesquisa sobre os nomes indicados para a diretoria; e treinamento da força de trabalho para prevenir corrupção e estabelecimento de um canal externo de denúncias, entre outros.
G1, Alexandro Martello, 22/nov