As tendências de evolução da construção civil seguem, aos poucos, para o campo positivo. Há otimismo de grandes incorporadoras com mercados residenciais, como o paulistano, o que vem acompanhado do aumento do valor das cotações das ações negociadas em Bolsa. Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram mais confiança, mas constatam que a situação presente ainda não é satisfatória.
A Sondagem Indústria da Construção da CNI mostra que a produção deixa a desejar, mas as expectativas são favoráveis. O Índice de Confiança da Construção (ICST) da FGV revela estabilidade entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019 e percepção melhor quanto ao futuro.
A Sondagem da CNI indica que no último trimestre de 2018 registrou-se queda do nível de atividade e do emprego, bem como aumento da capacidade ociosa, que chegou a níveis inferiores aos do último trimestre de 2017. A margem de lucro operacional melhorou, mas ainda está bem abaixo da média histórica, o mesmo ocorrendo com o acesso ao crédito. O maior problema é a carga tributária, seguida de demanda interna insuficiente, burocracia excessiva, juros elevados e falta de capital de giro.
Já as expectativas são muito favoráveis, tanto em relação ao nível de atividade como a novos empreendimentos e serviços, compra de insumos e matérias-primas e número de empregados. As grandes empresas são as mais otimistas.
No ICST da FGV, a prudência marca a análise da coordenadora de Projetos da Construção da FGV, economista Ana Maria Castelo: "As expectativas empresariais retornaram ao patamar de janeiro do ano passado, indicando uma posição cautelosa dos empresários em relação à evolução da demanda nos próximos meses". Em contraste com a cautela, houve melhora da carteira de contratos das companhias ao longo do ano passado, justificando a expectativa de "números positivos para o setor ao longo de 2019", segundo a economista.
A FGV constatou um crescimento nos lançamentos e nas vendas nos últimos meses, "mas nada que possa ser comparado ao boom do período 2007 a 2012", diz Ana Maria.
Se a reação do mercado imobiliário é lenta, como se vê nos indicadores de evolução de preços de imóveis, espera-se que seja sustentável.