Em fevereiro, IPCA ficou em 0,86%, maior taxa para o mês desde 2016. Em 12 meses, taxa foi a 5,20%, a maior variação desde janeiro de 2017.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,86% em fevereiro, depois de ter subido 0,25% em janeiro, segundo divulgou nesta quinta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior para o mês desde 2016, quando ficou em 0,9%.
A principal influência de alta veio da gasolina, que subiu 7,11% no período: o item foi responsável por 42% da inflação de fevereiro, segundo o IBGE.
Alta em 12 meses é a maior desde janeiro de 2017
Com o resultado do mês, a inflação acumula alta de 5,2% em 12 meses – acima da taxa de 4,56% em janeiro, na mesma comparação. A taxa também é a maior para um acumulado em 12 meses desde janeiro de 2017, quando ficou em 5,35%.
A taxa também fica próximo ao limite superior da meta de inflação estabelecida para este ano – centro da meta é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
No ano, a alta é de 1,11%.
Gasolina, álcool, diesel e gás
Os combustíveis tiveram forte peso na alta da inflação do mês passado. Além da alta de 7,11% da gasolina, registraram forte alta os preços do etanol (8,06%), do óleo diesel (5,40%) e do gás veicular (0,69%) também subiram.
Com isso, os combustíveis acumulam alta de 28,44% nos últimos nove meses, aponta o IBGE.
Só a gasolina foi responsável por 0,36 ponto percentual da inflação de fevereiro. No acumulado em 12 meses, 0,46 p.p. vieram deste item.
Alta em 8 dos 9 grupos pesquisados
Com a forte alta registrada nos combustíveis, a maior pressão entre os grupos veio dos transportes, de 2,28%.
Educação, por sua vez, subiu 2,48%, puxada pela alta de 3,08% dos cursos regulares.
Juntos, os dois grupos foram responsáveis por 70% da inflação do mês passado. Apenas o grupo educação teve redução nos preços.
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 tiveram avanço nos preços em fevereiro.
Confira:
Alimentação e bebidas: 0,27%
Habitação: 0,40%
Artigos de residência: 0,66%
Vestuário: 0,38%
Transportes: 2,28%
Saúde e cuidados pessoais: 0,6%
Despesas pessoais: 0,17%
Educação: 2,48%
Comunicação: -0,13%
Alta de alimentos e bebidas desacelera
Pelo terceiro mês seguido, a alta de alimentação e bebidas perdeu força: após 2,4% em novembro e 1,74% em dezembro, ficou em 1,02% no mês passado. De acordo com o gerente da pesquisa, o fim do Auxílio Emergencial pode ter contribuído para a menor alta desses itens.
Na alimentação no domicílio (0,28%), contribuíram para essa desaceleração as quedas da batata-inglesa (-14,70%), do tomate (-8,55%), do leite longa vida (-3,30%), do óleo de soja (-3,15%) e do arroz (-1,52%). Por outro lado, os preços da cebola (15,59%) seguem em alta e as carnes, que haviam apresentado queda de 0,08% em janeiro, subiram 1,72% em fevereiro.
Preços subiram em todas as regiões
Todas as 16 áreas pesquisadas pelo IBGE tiveram alta nos preços. O maior resultado ficou com Fortaleza (1,48%), puxado pela alta de 8,86% nos cursos regulares. Já o Rio de Janeiro teve a menor inflação no mês, de 0,38%, influenciada pela queda de 10,73% nas passagens aéreas e de 16,50% em transporte por aplicativo.
Veja as taxas de cada local:
Fortaleza: 1,48%
Belém: 1,41%
Brasília: 1,18%
Rio Branco: 1,05%
Aracaju: 1,05%
Vitória: 1,00%
Salvador: 0,26%
Curitiba: 0,92%
Campo Grande: 0,92%
Porto Alegre: 0,86%
São Luís: 0,83%
São Paulo: 0,83%
Recife: 0,77%
Goiânia: 0,76%
Belo Horizonte: 0,73%
Rio de Janeiro: 0,38%
INPC varia 0,82% em fevereiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, usado como referência para o reajuste dos benefícios previdenciários, teve alta de 0,82% em fevereiro, contra 0,27% em janeiro. Em 12 meses, o índice acumula alta de 6,22%, acima dos 5,53% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Laura Naime, G1, 11/mar