Tereza Cristina afirmou que governo se preocupa especialmente com aumento desses dois itens agrícolas, que podem impactar preço de carne, leite e ovos.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou nesta quinta-feira (25) que há uma tendência de manutenção dos altos preços de commodities agrícolas como milho e soja.
"Nós não enxergamos que os preços das commodities internacionais cairão. Ou se manterão ao nível que temos hoje, ou podem até se elevar. O aumento das importações pela China e a taxa de câmbio no Brasil tem favorecido fortemente as exportações”, afirmou durante reunião da Comissão de Agricultura do Senado.
Tereza Cristina destacou que o governo se preocupa especialmente com a alta no preço do milho e da soja, que tem forte impacto nos preços de carnes, ovos e leite.
A alta no mercado externo impacta o preço interno, o que acaba gerando uma alta da inflação desses alimentos nas gôndolas dos supermercados brasileiros.
Desde o ano passado, o preço dos alimentos vem pressionando a inflação. Em 2020, a inflação oficial foi de 4,52% – maior índice anual desde 2016. Os gêneros alimentícios foram os "vilões" da inflação no último ano, com alta acumulada de 14,09% de janeiro a dezembro.
Milho
A ministra da Agricultura afirmou que o Brasil precisa elevar sua produção de milho. O cereal tem impacto direto na produção de carnes, ovos e leites já que o produto é usado como alimento para animais.
Segundo Tereza Cristina, a China está recuperando o nível de produção de carne suína e, por isso, elevou muito a importação de milho.
Apesar do aumento da demanda internacional, a ministra afirmou ao Senado que não prevê nenhum problema de abastecimento, mas sim, um choque de demanda que pode apertar os estoques.
O Brasil, destacou a ministra, deve produzir 23,5 milhões de toneladas na safra de verão e 84,6 milhões de toneladas na safra de inverno. Atualmente, explicou, o país exporta cerca de 33% da produção.
Outras altas
Soja: a taxa de câmbio e a forte demanda chinesa têm elevado a exportação brasileira. Além disso, há um aumento no consumo interno do produto por causa do aumento na produção de proteína animal.
Carne bovina: a ministra afirmou que a alta no preço da carne bovina está relacionada ao baixo preço do boi nos anos anteriores, o que levou ao abate de matrizes e redução da oferta de bezerros. Além disso, no ano passado houve uma queda no abate de animais e um aumento na exportação, puxada pela alta do dólar.
Carne suína: a alta do preço está relacionada ao aumento do preço da ração e ao crescimento da demanda, principalmente da China.
Laís Lis, G1, 25/mar