sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Cbic eleva para 3,5% projeção de crescimento da construção civil

Mercado de trabalho aquecido e o bom desempenho nos imóveis de padrão foram os principais motivadores da revisão, aliados ao “crescimento mais robusto da economia”.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) revisou para cima a sua projeção de crescimento para o setor neste ano, e pela segunda vez. A entidade agora projeta uma alta de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, ante previsão anterior de 3%. Até julho, a previsão era fechar o ano com 2,3% de aumento.

De acordo com a entidade, o mercado de trabalho aquecido e o bom desempenho das empresas que atuam com imóveis de padrão econômico foram os principais motivadores da revisão, aliados ao “crescimento mais robusto da economia” neste ano é esperado para o início de 2025.

“O saldo de novas vagas geradas continua positivo e os empresários mantêm expectativas otimistas para o nível de atividade nos próximos seis meses”, afirmou, em nota, o presidente da Cbic, Renato Correia.

O número de trabalhadores formais na construção civil cresceu 5,2% nos últimos 12 meses, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, para 2,91 milhões de pessoas. Há obstáculos ao cenário positivo, no entanto.

Um deles é a perspectiva de aumento de juros no país, que pode afetar investimentos, e a disponibilidade mais apertada de crédito imobiliário. Também pesam a falta de mão de obra qualificada e o custo da construção, que avança 5,72% no últimos 12 meses até outubro, ante 3,37% no período anterior, de acordo com o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), divulgado pela FGV.

Ieda Vasconcelos, economista da Cbic responsável pelas projeções, ressalta que a meta de 3,5% supera as previsões de crescimento do PIB do país, atualmente em 3,05% para o ano. “Os resultados do segundo trimestre foram mais positivos, o que acabou, então, influenciando a nova projeção”, disse.

Em 2023, o PIB da construção recuou 0,5%, após ter crescido 6,8% em 2022 e 12,6% em 2021.

Valor Econômico, 01/nov