segunda-feira, 31 de março de 2025

Casa 3 Suítes em Natal - R$ 1.150.000,00


Chegada de novos moradores muda o perfil do Centro

Foram 13 empreendimentos lançados na região desde o início do Reviver Centro, o que significa mais de 2,8 mil novas unidades residenciais.

Passados quatro anos do lançamento do programa Reviver Centro, a região central do Rio continua ganhando novos empreendimentos residenciais e já recebe os primeiros moradores, transformando sua ocupação. Nos próximos 12 meses, seis mil pessoas passarão a viver ali e, até 2027, a previsão é que esse número seja duplicado, segundo dados do Sinduscon-Rio.

Desde a implementação da segunda fase do programa, em 2023, 47 projetos foram licenciados ou estão em processo de aprovação. Ao todo, 13 já foram lançados, o que significa mais de 2,8 mil novas unidades residenciais. De lá para cá, foram vendidas 2,24 mil unidades — 65% para moradores finais e 35% para investidores.

— A requalificação da região vai contribuir para reduzir os deslocamentos de 3,6 mil pessoas, com impacto no trânsito e no transporte público, promovendo uma cidade mais acessível e equilibrada — destaca o presidente do SindusconRio, Claudio Hermolin.

Segundo ele, a previsão é que sejam lançados no Centro cinco novos projetos até dezembro deste ano, totalizando mais de 1,8 mil unidades que levarão cerca de 9,5 mil moradores à região — que é a terceira da cidade com maior volume de lançamentos e vendas.

— Antes da pandemia, o sindicato identificou cerca de quatro mil imóveis vazios ou abandonados na região central, que tinha recebido apenas dois lançamentos residenciais nos cinco anos anteriores ao Reviver Centro, de maio de 2021. A região não figurava sequer entre os 15 bairros da cidade com mais lançamentos — informa.

Um dos cases de sucesso do Centro foi o Bueno Studios Lifestyle, na Rua Buenos Aires, que teve as 121 unidades vendidas em apenas 24 horas no ano passado. O projeto é um retrofit da Calçada Empreendimentos Imobiliários.

— A velocidade das vendas demonstra o sucesso dessas ações e reforça a crescente demanda por imóveis bem localizados e alinhados com a nova dinâmica urbana do Centro do Rio — ressalta João Paulo Mattos, presidente da construtora.

O retrofit do Sal Residencial é outro caso bem sucedido: está com 90% das unidades já comercializadas. O projeto é o primeiro da CTV na região, que pretende lançar, no segundo semestre, um condomínio de estúdios na planta, na Rua do Acre.

— Lançar projetos na planta no Centro do Rio é um desafio em função da escassez e do custo dos terrenos, além das restrições legais. Mas há espaço para soluções criativas com planejamento estratégico e inovador — explica Guilherme Mororó, diretor Comercial e de Marketing do Grupo CTV.

Pioneira no processo de reocupação do Centro, a Cury deve concluir neste ano as obras do Vargas 1140, na Avenida Presidente Vargas, segundo Leonardo Mesquita, vice-presidente da construtora, que apostou forte na Região Portuária nos últimos anos.

— Continuamos estudando novas áreas no Centro, mas é um desafio encontrar terrenos disponíveis com dimensões para comportar residenciais de médio ou grande porte e que não tenham impedimentos judiciais.

A Construtora Calper entrou na região por meio do programa Reviver Centro 2 e, no segundo semestre, deve lançar um projeto na Avenida Presidente Vargas e outra em Santo Cristo.

— O maior avanço do programa foi liberar a construção de unidades compactas, o que não era possível em mais de 40 anos — diz Ricardo Ranauro, CEO da Calper.

No final de abril, a RJDI Desenvolvedora e a W3 Engenharia vão lançar um residencial com estúdios e apartamentos de dois quartos no Bairro de Fátima. A empresa continua a estudar oportunidades na região, segundo o sócio Jomar Monnerat.

— O Centro tem atraído investidores, além de moradores finais. É possível que nos próximos anos a região tenha mais moradores que investidores — diz.

Legislação impulsionou os novos lançamentos

Para o mercado, ainda há espaço para melhorar a lei e dar novo impulso à região

O programa Reviver Centro e o novo Plano Diretor do Rio foram fundamentais para o avanço de novos empreendimentos na região central da cidade, segundo construtoras que têm negócios no bairro. No entanto, ainda há espaço para melhorias na legislação, de modo a impulsionar ainda mais a revitalização da área.

Guilherme Mororó, diretor Comercial e de Marketing do Grupo CTV — uma das construtoras que têm investido na região —, afirma que a região precisa contar com incentivos fiscais mais sedutores para atrair pequenos e inovadores negócios e se tornar um verdadeiro hub de empreendedorismo.

— É hora de expandir as oportunidades tanto comerciais quanto habitacionais, garantindo lares modernos e acessíveis para todos — defende.

Para o CEO da Calper, Ricardo Ranauro, há espaço para ajustes na legislação, especialmente em relação à metragem mínima das unidades residenciais. Segundo ele, o objetivo é atender uma gama maior de pessoas. Ele destaca que a legislação carioca determina o limite de 25 metros quadrados, enquanto a de São Paulo permite projetos com área de 15 metros quadrados.

— Flexibilizar esses parâmetros permitiria oferecer opções mais acessíveis para a população e alinhadas às novas tendências de moradia urbana — explica.

Extra, Morar Bem, 31/mar

sexta-feira, 28 de março de 2025

Cobertura 4 Quartos, 2 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 5.800.000,00



Projetos com ‘pegada rural’ conectam o carioca à natureza


A Região Serrana do Rio tem sido um refúgio para quem busca experiências diferenciadas no campo e quer ter um estilo de vida mais desacelerado.

O mercado imobiliário do Rio tem desenvolvido projetos com uma pegada rural para melhorar os níveis de integração dos cariocas com a natureza. São condomínios na Região Serrana do estado que oferecem uma "experiência no campo", incorporando práticas de plantio, colheita e produção de alimentos de forma artesanal à rotina dos residenciais. Todos ainda têm unidades disponíveis.

No Fazendas Secretário - que fica no bairro homônimo de Petrópolis e integra cinco fazendas -, a vivência no campo inclui desde passeios a cavalo até o acompanhamento do processo de produção de queijos, passando ainda pela colheita de frutas em um pomar com mais de 350 árvores e pela ordenha de vacas.

Desenvolvido em uma área de cerca de dez milhões de metros quadrados, o empreendimento será formado por sítios, chácaras, condomínios residenciais, hotel-fazenda, pousadas, clube de campo, centro esportivo, spa, horto-mercado, escola, centro cultural e de eventos, restaurantes e área comercial. O projeto foi desenhado antes da pandemia, mas foi justamente no período de isolamento social que o empreendimento deslanchou.

– O impacto desse tipo de experiência na rotina das crianças é incrível. Elas vão à horta e descobrem que a cenoura sai da terra e que o petit-pois não nasce em uma lata - brinca o arquiteto Mauro Otero, um dos idealizados do projeto.

O Vale do Douro, uma das mais famosas regiões vinícolas de Portugal, foi a inspiração para o Grupo STN criar o Quinta Portuguesa, que fica no município de Areal, a cerca de 100km da capital. O projeto é focado em um vinhedo, mas a experiência "mão na terra" passa pela plantação de oliveiras, outro segmento que os portugueses dominam.

–  Os moradores poderão colher as azeitonas e produzir seu azeite caseiro. O projeto fica em uma região de natureza exuberante, que possibilita adotar um ritmo de vida desacelerado, com hortas em casa e frutas que podem ser colhidas no pé - conta o sócio do Grupo STN Danilo Santinon.

O empreendimento é formado por 121 lotes de 500 a três mil metros quadrados, com infraestrutura pronta, restaurante temático português com vista panorâmica de 360°, dois lagos " um para contemplação e outro para pesca " e paisagismo.

Cinco sentdos

O Quinta das Amoras, em Teresópolis, da incorporadora AreaUm, é outro condomínio que nasceu com a ideia de conquistar os clientes pelos cinco sentidos, buscando resgatar a conexão perdida com a natureza. Desde o lançamento do projeto, há ações no pomar com mais de cem espécies frutíferas, que objetivam levar o comprador a perceber texturas, sentir cheiros, apreciar gostos ou observar formas de frutas, além de ouvir o canto dos pássaros.

–  Ali entendemos o valor de dar oportunidade às pessoas de estar em meio à natureza, mas também de colocar a mão na massa: plantar, colher, sentir o cheiro de terra molhada… Os clientes têm valorizado cada vez mais esses momentos - conta o sócio da AreaUm Victorio Abreu.

O empreendimento soma 204,4 mil metros quadrados, com 406 unidades de lotes e dez sítios. A infraestrutura de lazer inclui piscinas, sauna, quadras para múltiplos esportes, academia, pomar e espaços gastronômico e de convivência.

Um diferencial do Quinta das Amoras é o projeto Trilha dos Vaga-Lumes, que promove parcerias com agricultores locais e escolas do Vale Alpino, para fortalecer a herança rural, o espírito de comunidade e melhorar as condições de vida da população local.

O Globo, 28/mar

quinta-feira, 27 de março de 2025

Cobertura Duplex, 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 3.800.000,00


Pro­je­tos das facha­das unem beleza e eco­no­mia

No seg­mento eco­nô­mico, as cons­tru­to­ras pro­cu­ram aliar pro­pos­tas este­ti­ca­mente boni­tas à via­bi­li­dade finan­ceira.

Dos pro­je­tos sim­ples e sem bossa para um design moderno e uso de mate­ri­ais alter­na­ti­vos e mais sofis­ti­ca­dos. As facha­das dos empre­en­di­men­tos enqua­dra­dos no pro­grama Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tor­na­ram-se um dife­ren­cial com­pe­ti­tivo das cons­tru­to­ras, acom­pa­nhando as deman­das do mer­cado e as nor­mas téc­ni­cas que regem o setor. O obje­tivo é apre­sen­tar algo este­ti­ca­mente bonito para o cli­ente sem com­pro­me­ter a via­bi­li­dade finan­ceira dos pro­je­tos.

A estra­té­gia da Cury para as facha­das de seus pro­je­tos passa pelos reves­ti­men­tos cerâ­mi­cos, pelas cha­pas metá­li­cas per­fu­ra­das e pela madeira eco­ló­gica. As volu­me­trias dife­ren­ci­a­das, tex­tu­ras e cores con­tras­tan­tes criam facha­das mais atra­en­tes sem aumen­tar sig­ni­fi­ca­ti­va­mente os cus­tos, segundo Clé­ber Augusto, gerente de Pro­duto da cons­tru­tora, que ainda des­taca a ilu­mi­na­ção cênica como ten­dên­cia. Em alguns pré­dios do Porto Mara­vi­lha, a empresa con­tra­tou gra­fi­tei­ros para fazer inter­ven­ções artís­ti­cas em par­tes das facha­das.

— Ao usar ele­men­tos mais sofis­ti­ca­dos ape­nas no emba­sa­mento das facha­das, con­se­gui­mos redu­zir a quan­ti­dade de mate­rial uti­li­zado, tor­nando a solu­ção mais viá­vel finan­cei­ra­mente. Isso per­mite valo­ri­zar a esté­tica do empre­en­di­mento sem ele­var o custo da obra.

Bruno Camargo, dire­tor Comer­cial do Grupo CTV, diz que a empresa tem tra­di­ção em lan­çar empre­en­di­men­tos com facha­das dife­ren­ci­a­das e usa ele­men­tos nobres na com­po­si­ção. Para cada pro­jeto, a empresa con­trata um pro­fis­si­o­nal espe­ci­a­li­zado para fazer o pro­jeto cri­a­tivo e de design da fachada.

— A fachada do Sal, na Região Por­tu­á­ria, une ele­men­tos art déco e con­tem­po­râ­neos; o Nobel, em Irajá, tem varan­das em alu­mí­nio e vidro; e no Sunny, pró­ximo lan­ça­mento no Enge­nho de Den­tro, 100% enqua­drado no MCMV, a fachada não terá cara de seg­mento eco­nô­mica — adi­anta Camargo.

Leo­nardo Lau­ren­tino, dire­tor da Nivo Cons­tru­tora, aposta no design con­tem­po­râ­neo e mini­ma­lista para pro­je­tos eco­nô­mi­cos: facha­das sim­ples, mas ele­gan­tes, que uti­li­zem mate­ri­ais mais aces­sí­veis.

— Na linha eco­nô­mica, a solu­ção mais uti­li­zada ainda é a tex­tura. Acho difí­cil o uso em grande escala de outros mate­ri­ais como reves­ti­mento em alu­mí­nio, vidro e madeira.

A Novo­lar pro­cura fazer as facha­das de seus resi­den­ci­ais com pale­tas de cores estra­té­gi­cas, que se ali­nham às ten­dên­cias arqui­te­tô­ni­cas atu­ais. Segundo Fla­via Camêlo Freire, gerente de Pro­je­tos Exe­cu­ti­vos da cons­tru­tora, as facha­das bem tra­ba­lha­das impac­tam dire­ta­mente a valo­ri­za­ção do pro­duto e a expe­ri­ên­cia do mora­dor.

— A fachada causa a pri­meira impres­são do empre­en­di­mento e, mui­tas vezes, é asso­ci­ada à qua­li­dade e ao cui­dado com o pro­jeto. Por­tanto, é um fator de deci­são de com­pra. Nos pro­je­tos eco­nô­mi­cos, que em geral têm as áreas inter­nas padro­ni­za­das, a per­cep­ção de valor vem do exte­rior. A fachada, vista como a iden­ti­dade do empre­en­di­mento, é fun­da­men­tal para criar uma cone­xão com o público — afirma.

Fla­via explica que, mesmo com orça­mento limi­tado, é pos­sí­vel usar cores, tex­tu­ras e for­mas que refli­tam a pro­posta do pro­jeto, dando um ar de moder­ni­dade e des­per­tando con­fi­ança no público. Ela cita o exem­plo do Green Life, em Nite­rói, cuja fachada tem for­mas geo­mé­tri­cas, esqua­drias e gra­dis, ele­men­tos que tor­nam a fachada ele­gante a pre­ços aces­sí­veis.

A esco­lha das cores, segundo a gerente, deve pri­vi­le­giar aque­las que com­bi­nem com qual­quer entorno, como cinza claro e bege, ou os tons ter­ro­sos sua­ves, que dão um aspecto aco­lhe­dor e conec­tado à natu­reza. Já o branco e o off-white, com­bi­na­dos com deta­lhes con­tras­tan­tes, ampliam visu­al­mente o empre­en­di­mento. Tex­tu­ras acrí­li­cas, gra­dis metá­li­cos e con­creto apa­rente são muito uti­li­za­dos, em sin­to­nia com a ten­dên­cia forte do design mini­ma­lista.

— O equi­lí­brio entre esté­tica e fun­ci­o­na­li­dade garante um pro­duto mais qua­li­fi­cado sem one­rar a manu­ten­ção futura — diz Fla­via.

Extra, 27/mar

Cobertura Duplex no Recreio dos Bandeirantes - R$ 1.600.000,00



Um passo além na escala da mor­do­mia: con­do­mí­nios terão cen­tral de ser­vi­ços

Por meio de um apli­ca­tivo, mora­do­res pode­rão soli­ci­tar de reserva em res­tau­rante a aten­di­mento em pet shop.

Resi­den­ci­ais que ofe­re­cem ser­vi­ços vari­a­dos, a par­tir da loca­ção de seus espa­ços ou em par­ce­ria com empre­sas ou mar­cas, já fazem parte da pai­sa­gem de bair­ros como Barra da Tijuca e Recreio dos Ban­dei­ran­tes, assim como aque­les que têm seu pró­prio polo comer­cial. Mas uma cen­tral reu­nindo deze­nas de ser­vi­ços, aces­sí­veis sem que se pre­cise con­ta­tar dife­ren­tes for­ne­ce­do­res, um por vez, pro­mete criar um nível a mais na escala da como­di­dade. Dois novos empre­en­di­men­tos em cons­tru­ção no Ilha Pura con­ta­rão com essa mor­do­mia: bas­tará o mora­dor abrir um apli­ca­tivo para con­tra­tar ser­vi­ços como aten­di­mento de beleza em domi­cí­lio ou pedir a um con­ci­erge que faça reserva num res­tau­rante bada­lado.

A ideia é faci­li­tar o acesso a ins­ta­la­ções que já cons­tam da planta do con­do­mí­nio e ir além, con­cen­trando ser­vi­ços de ter­cei­ros cadas­tra­dos. O pri­meiro con­do­mí­nio a ofe­re­cer a cha­mada cen­tral pay-per-use será o Elos, com pre­vi­são de entrega este mês. A data da implan­ta­ção do sis­tema, porém, ainda será anun­ci­ada. O Astra, resi­den­cial que está sendo lan­çado neste fim de semana no Ilha Pura, com pre­vi­são para ocu­pa­ção no pri­meiro semes­tre de 2026, tam­bém terá uma cen­tral pay­-per-use. Os pedi­dos deve­rão ser fei­tos por meio de um apli­ca­tivo cri­ado para tanto em cada um deles. O paga­mento tam­bém será feito por lá.

O plano é esten­der a mor­do­mia a outros con­do­mí­nios do Ilha Pura. Talitha Ribeiro, gerente de incor­po­ra­ção do bairro pla­ne­jado, diz que o obje­tivo é inves­tir em todos os aspec­tos da vida do mora­dor.

— O con­do­mí­nio já tem uma boa gama de equi­pa­men­tos, então como pode­rí­a­mos ir além, agre­gando con­forto e segu­rança? Pen­sa­mos no cui­dado com­pleto, no que se refere a qua­li­dade de vida, lifestyle e segu­rança —diz.

No rol de faci­li­da­des, as cen­trais ofe­re­ce­rão ser­vi­ços como alu­guel de carro direto na gara­gem, lava­gem do veí­culo a seco, faz­tudo, pet shop, lim­peza do apar­ta­mento, con­ci­erge para reser­vas em res­tau­ran­tes, soli­ci­ta­ção de trans­fer, rece­bi­mento de enco­men­das, bufê para even­tos, beleza em casa (cabelo, unha e maqui­a­gem) e spa com mas­sa­gem. Outros podem ser inclu­í­dos, como enco­menda de flo­res e ces­tas e com­pra de ingres­sos para shows.

O con­do­mí­nio Elos tem 680 uni­da­des, sendo 40 delas duplex, com entre 86 metros qua­dra­dos e 126 metros qua­dra­dos, além de cinema, pet place, praça teen, mini­ci­dade, espaço pique­ni­que, play kid, solá­rio, wet play, chur­ras­queira, pis­cina de adulto, pis­cina infan­til, bar na pis­cina, salão de beleza e spa com pis­cina indoor. Já o Astra terá 544 uni­da­des, todas de dois quar­tos com suíte ou dou­ble suí­tes, vari­ando entre 86 metros qua­dra­dos e 93 metros qua­dra­dos, além de ins­ta­la­ções como cowor­king, aca­de­mia, wine bar, brin­que­do­teca, lavan­de­ria, mini­mer­cado, spa e pran­chá­rio.

O Globo, 27/mar

terça-feira, 25 de março de 2025

Casa 4 Quartos na Barra da Tijuca - R$ 1.700.000,00



Pri­va­ci­dade ame­a­çada

Condomínios começam a discutir o uso de drones em suas dependências; invasão de intimidade é a maior preocupação.

Mora­dor de um imó­vel de três anda­res no con­do­mí­nio de casas Vil­lage do Maciço, em Var­gem Pequena, o apo­sen­tado Mar­lon Brito, de 62 anos, tem uma pis­cina na cober­tura e, como o espaço fica fora do campo de visão da vizi­nhança, cos­tuma apro­vei­tar no local, sem pre­o­cu­pa­ção, momen­tos com a mulher, a enge­nheira Andrea Lima, de 56. Num deles, no fim do ano pas­sado, o casal foi sur­pre­en­dido por um voo de drone sobre a área e se sen­tiu vio­lado. Ele, então, fez o alerta no grupo do resi­den­cial e recla­mou dire­ta­mente com o vizi­nho dono do equi­pa­mento. Con­fli­tos do gênero, prin­ci­pal­mente pela pre­o­cu­pa­ção com a inva­são de pri­va­ci­dade, têm se tor­nado comuns na região, sobre­tudo após a reper­cus­são de um caso em São Vicente, no lito­ral pau­lista, onde uma empre­sá­ria denun­ciou, em feve­reiro, ter sido fil­mada por um drone quando estava nua, em casa.

— A prin­cí­pio, esse mora­dor come­çou fil­mando a natu­reza do bairro e colo­cando as ima­gens no grupo. Nin­guém via mal­dade. Depois, come­çou a sobre­voar as casas, com a jus­ti­fi­ca­tiva de que estava em busca de focos de den­gue, com a auto­ri­za­ção do sín­dico, quando isso não é o cor­reto: se fosse o caso, deve­riam ir às resi­dên­cias fazer essa fis­ca­li­za­ção.

Até que fui sur­pre­en­dido por esse drone enquanto estava na pis­cina. Corri até o meu celu­lar, mirei para regis­trar e ele foi embora numa velo­ci­dade alta, sinal de que o dono sabe da ile­ga­li­dade que está come­tendo. Disse no grupo que não con­cordo com a prá­tica e fui até a casa do dono dizer o mesmo, numa boa. Não sobre a minha casa. Se acon­te­cer de novo, vou bater na porta dele com a polí­cia —diz Brito.

O apo­sen­tado des­con­fia das inten­ções do vizi­nho.

— É uma inva­são muito grande —observa. —Caso o drone dele tenha visto uma mulher pelada em alguma casa, como vamos ter garan­tia de que não fil­mou? Quan­tas famí­lias ele deve ter visto? O momento em que você está no seu lar é muito íntimo. Tenho para mim que ele guarda ima­gens muito par­ti­cu­la­res. No meu caso, detec­tei rápido, e o drone foi embora.

Mora­dor do con­do­mí­nio há dois anos, o ser­vi­dor público esta­dual Domingo Cun­di­nes, de 54 anos, conta já ter sido impor­tu­nado pela aero­nave ao menos três vezes.

— Em todas as oca­si­ões, eu e minha mulher está­va­mos na pis­cina e nosso lazer foi inter­rom­pido pelo baru­lho ensur­de­ce­dor de um drone pla­nando logo acima da nossa casa —narra. —Essa situ­a­ção causa muita indig­na­ção nos mora­do­res, que têm os seus direi­tos à inti­mi­dade e à pri­va­ci­dade viola­dos. Alguns pen­sam até em recor­rer à Jus­tiça.

Para ope­rar dro­nes, o con­du­tor pre­cisa cadas­trar o equi­pa­mento na Agên­cia Naci­o­nal de Avi­a­ção Civil (Anac). O órgão esta­be­lece que a dis­tân­cia do apa­re­lho não poderá ser infe­rior a 30 metros hori­zon­tais de pes­soas não envol­vi­das e não anu­en­tes com a ope­ra­ção. E que devem ser obser­va­das outras regu­la­men­ta­ções, como as refe­ren­tes à invi­o­la­bi­li­dade da inti­mi­dade, da vida pri­vada, da honra e da ima­gem das pes­soas.

Espe­ci­a­lista em con­do­mí­nios, a advo­gada Fátima Gomes de Souza, tam­bém mora­dora do Vil­lage do Maciço, explica que os resi­den­ci­ais têm auto­no­mia para per­mi­tir ou não o uso de dro­nes e que o assunto deve ser deba­tido em assem­bleia:

— O sín­dico não pode dar auto­ri­za­ção para um mora­dor ope­rar drone, por­que isso envolve direi­tos alheios e indi­vi­du­ais, pro­te­gi­dos por lei. Aqui, o sín­dico não só disse no What­sApp que deu auto­ri­za­ção ao dono do drone como o defen­deu quando parte dos mora­do­res se colo­cou con­tra o uso. A prá­tica tem que ser apro­vada em assem­bleia, para usos espe­cí­fi­cos. Se é uma vis­to­ria, por exem­plo, no mínimo os mora­do­res devem ser avi­sa­dos pre­vi­a­mente sobre data e horá­rio. E, ainda que o uso seja deba­tido e apro­vado, é ques­ti­o­ná­vel, por­que versa sobre o par­ti­cu­lar da pes­soa. Se uma não con­cor­dar, pode pro­ces­sar.

A advo­gada ava­lia tam­bém que as regras atu­ais da Anac são gene­ra­lis­tas e, por isso, o tema ainda vai gerar muito debate:

— As deter­mi­na­ções é da dis­tân­cia mínima, mas não dizem que não se pode foto­gra­far, por exem­plo. As regras são mais para garan­tir a segu­rança, não para pro­te­ger a pri­va­ci­dade. Pre­ci­sa­mos de uma legis­la­ção pró­pria e mais robusta em rela­ção aos con­do­mí­nios, que estão se adap­tando à medida em que vão sur­gindo os pro­ble­mas.

O sín­dico do resi­den­cial, Fábio Bar­roso, nega ter auto­ri­zado o mora­dor a ope­rar o drone. Diz ainda que, por causa do con­flito, vai con­vo­car uma assem­bleia.

— Ele come­çou a fazer ron­das para iden­ti­fi­car pos­sí­veis focos de den­gue por conta pró­pria. Não pedi nada. Depois de algu­mas vis­to­rias, falou que encon­trou algu­mas pis­ci­nas escu­ras.

Autorização prévia passa a ser exigida

Em janeiro, sobre­voos de drone tam­bém foram alvo de recla­ma­ção de mora­do­res no Rivi­era dei Fiori, na Barra, pre­o­cu­pa­dos tanto com aci­den­tes quanto com a pre­ser­va­ção da pri­va­ci­dade. De acordo com Már­cia Bata­lha, mem­bro do con­se­lho de sín­di­cos, a pes­soa res­pon­sá­vel pela ope­ra­ção, que não foi iden­ti­fi­cada, insis­tiu com a prá­tica ao longo de uma semana, até que a admi­nis­tra­ção come­çou a divul­gar nos gru­pos do con­do­mí­nio que o uso do equi­pa­mento é proi­bido den­tro do resi­den­cial. Um aviso com a deter­mi­na­ção tam­bém foi afi­xado nos murais do empre­en­di­mento.

— Dis­far­ça­da­mente, do nada, apa­re­cia um drone ron­dando por aqui. Inclu­sive, uma vez eu quase dei uma vas­sou­rada em um que estava voando perto. Isso come­çou a inco­mo­dar muito, até por­que não con­se­gui­mos des­co­brir de qual apar­ta­mento o apa­re­lho estava deco­lando, embora exis­tam algu­mas sus­pei­tas — conta Már­cia. — Aqui é um con­junto de sete tor­res: três de um lado e qua­tro de outro. E esse drone em ques­tão estava deco­lando de algum des­ses qua­tro pré­dios, ia para o meio dos demais, pas­sando perto das varan­das, e depois ia para a área comum, onde há a pis­cina. É uma situ­a­ção bem desa­gra­dá­vel, e todos fica­ram bem ner­vo­sos. Depois dos avi­sos, a pes­soa parou.

A Cipa Sín­dica, que admi­nis­tra cerca de 1.300 con­do­mí­nios no Rio, inclu­indo o Union Square, na Barra; o Ver­nis­sage, na Fre­gue­sia; e o Estre­las, em Curi­cica, come­çou a dis­pa­rar para todos os mora­do­res, na semana pas­sada, por meio de seus canais digi­tais, um comu­ni­cado com as regras sobre o uso de dro­nes nos resi­den­ci­ais, visando a segu­rança, pri­va­ci­dade e bem-estar, jus­ti­fica. Os inte­res­sa­dos em manu­sear o equi­pa­mento den­tro dos con­do­mí­nios pre­ci­sa­rão de auto­ri­za­ção pré­via da admi­nis­tra­ção, devendo for­ma­li­zar a soli­ci­ta­ção com ante­ce­dên­cia mínima de 48 horas, infor­mando data e horá­rio. A ope­ra­ção só será per­mi­tida das 9h às 17h e em áreas deter­mi­na­das no pro­cesso de auto­ri­za­ção. O regu­la­mento pro­íbe expres­sa­mente a cap­tura de ima­gens de áreas pri­va­ti­vas, como varan­das e jane­las.

A regu­la­men­ta­ção veio após dois casos envol­vendo dro­nes em seus con­do­mí­nios, ambos em dezem­bro pas­sado. Num deles, no Vila Cari­oca, na Tijuca, um mora­dor se sen­tiu lesado ao ver o apa­re­lho sobre­vo­ando a fachada sem saber ao certo o que o apa­re­lho estava regis­trando. Ele, então, for­ma­li­zou uma recla­ma­ção, ale­gando não se sen­tir con­for­tá­vel com os sobre­voos e pedindo pro­vi­dên­cias da admi­nis­tra­ção. No outro, no Union Square, a pró­pria Cipa iden­ti­fi­cou um drone sobre­vo­ando e, ante­ci­pando-se aos con­fli­tos, fez uma cam­pa­nha para infor­mar os mora­do­res sobre as regras.

— Essa regra de auto­ri­za­ção pré­via é nova e foi cri­ada a par­tir de con­fli­tos que acon­te­ce­ram. Esse con­trole é uma forma de saber­mos deta­lhes da ope­ra­ção e infor­ma­mos aos demais mora­do­res que, em deter­mi­nado perí­odo, haverá um drone sobre­vo­ando — pon­tua Bruno Gou­vea, coor­de­na­dor da Cipa Sín­dica. — Essa é uma situ­a­ção recente, e os con­do­mí­nios pre­ci­sam come­çar a se res­guar­dar.

Dire­tor da Admi­nis­tra­dora Naci­o­nal, que tem sob seu guarda-chuva resi­den­ci­ais como o Ven­ta­nas Nature Resort e o Villa do Golfe, ambos na Barra; e o Pon­tal Qua­lity Green, o Praia Nova Ser­nam­be­tiba e o Resi­den­ci­ais da Praia, no Recreio, Vic­tor Tulli diz que o assunto tem sur­gido com mais fre­quên­cia nas assem­bleias.

— É algo que come­çou a gerar mobi­li­za­ção no fim do ano pas­sado e vem numa cres­cente desde o iní­cio do ano, com as pes­soas pro­cu­rando saber mais a esse res­peito nas reu­ni­ões de con­do­mí­nio. Isso se deve muito ao fato de os dro­nes esta­rem se popu­la­ri­zando, tor­nando-se cada vez mais bara­tos e meno­res —ana­lisa. —Em geral, os con­do­mí­nios ainda não estão pre­pa­ra­dos, por­que é um tema que exige conhe­ci­mento das nor­mas, o que mui­tos sín­di­cos não têm, mas a ten­dên­cia é que fiquem cada vez mais capa­ci­ta­dos para os pro­ble­mas que pos­sam sur­gir rela­ci­o­na­dos ao uso de dro­nes.

O Globo, 25/mar

segunda-feira, 24 de março de 2025

Casa 4 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 6.000.000,00



Senna Tower: prédio residencial mais alto do mundo terá apartamentos de até R$ 200 milhões, em Balneário Camboriú

Construção terá 18 mansões suspensas e sistema para reduzir balanço causado pelo vento.

O Senna Tower, planejado para ser o prédio residencial mais alto do mundo com 500 metros, será erguido na orla de Balneário Camboriú. Com 228 unidades, incluindo mansões suspensas e apartamentos de até R$ 200 milhões, a construção contará com um sistema para reduzir o balanço do vento. A obra, que homenageia Ayrton Senna, deve ser concluída em 7 anos.

Planejado para chegar aos 500 metros de altura, o Senna Tower, que será erguido na orla de Balneário Camboriú, promete ser o maior prédio residencial do mundo. A obra só ficará pronta daqui há 7 ou 10 anos, mas os 228 apartamentos e mansões suspensas do arranha-céu já estão sendo negociados. Segundo divulgado pela construtura responsável pelo projeto, as unidades podem chegar a R$ 200 milhões.

"No total, serão 228, contando com 18 mansões suspensas de 420 a 563 m², 204 apartamentos de até 400 m², 4 coberturas duplex de 600 m², 2 mega coberturas triplex de 903 m² e 8 elevadores de ultravelocidade", acrescenta a construtora FG. A construção contará com um sistema chamado Mass Damper, que servirá para reduzir o balanço do prédio causado pelo vento.

Piscinas, academia, centro de bem estar, quadras, área de lazer e um observatório também farão parte do prédio, que contará com espaços abertos ao público. Inicialmente, a previsão da construtora era a de que a obra demoraria 10 para ser concluída. No entanto, com avanços tecnológicos no campo da construção civil, a empresa acredita que 7 anos serão suficientes para erguer o arranha-céu.

O nome do imóvel irá homenagear o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna. O empreendimento é fruto de uma parceria da família de Senna com a FG Empreendimento e o Grupo Hang, dono da rede de lojas Havan.

Segundo Lalalli Senna, sobrinha do automobilista e responsável pelo projeto, o prédio "é inspirado na trajetória de superação de Ayrton Senna, simbolizando a ’Jornada do Herói’, a superação dos limites e a busca pelo ideal". A obra começou a ser idealizada em 2019.

Atualmente, o maior prédio residencial do Brasil também está localizado em Balneário Camboriú: o Yachthouse by Pininfarina Tower 2, com 294,1 metros. A cidade tem 8 dos 10 prédios mais altos do país. Atualmente, o edifício residencial mais alto do mundo é o Steinway Tower, em Nova York, com 435,3 metros, conforme o ranking internacional The Skyscrapper Center.

O Globo, 24/mar

sexta-feira, 21 de março de 2025

Cobertura Duplex, 5 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 3.290.000,00



Preço foi o aspecto mais importante para quem buscou comprar imóveis, diz estudo

Viver em um bairro que seja seguro é o principal quesito quando o tema é localização para os compradores.

Se o preço do imóvel residencial no Brasil bateu recorte no ano passado, com a maior alta em 11 anos, os interessados em comprar propriedades avaliam como aspecto mais importante a faixa de preço acessível, sendo apontado como aspecto mais relevante para 98% das pessoas que pesquisaram por imóveis para compra em 2024, de acordo com pesquisa da 3ª edição do Anuário DataZAP, do Grupo OLX.

Entre as formas de pagamento, o financiamento imobiliário foi citado como principal (51%) forma de pagamento, sendo destaque entre as gerações Z e Y (77%), solteiros (60%) e indivíduos da classe B (57%). De acordo com o estudo, 42% dos entrevistados considerariam adquirir um imóvel enquadrado em programas habitacionais como Minha Casa Minha Vida e similares, mesma porcentagem daqueles que têm a intenção de pagar 100% do valor à vista.

A tipologia mais procurada, segundo o anuário, foi o apartamento padrão (43%), sendo mais comum entre compradores da classe A (58%) e moradores das capitais (50%). Na sequência estão as casas de rua (34%), preferência entre as gerações Z e Y (41%), aqueles que têm filhos (37%) e tutores de animais de estimação (41%).

Sobre o tamanho do imóvel, as unidades mais procuradas (41%) possuem tamanho entre 61 a 90 m², se destacando entre os mais jovens (48%) e interessados em apartamento padrão (50%). Já a metragem de 46 a 60 m² agrada mais compradores da classe C (37%).

As propriedades com 2 ou 3 quartos lideraram o ranking da quantidade de dormitórios, com 60% e 54% das escolhas, respectivamente. Unidades com uma vaga de garagem foram as mais procuradas, representando 54% das respostas, seguidas pelas que têm duas vagas (32%)

As características do imóvel (32%) foram a principal motivação de compra de unidades no ano passado, segundo o estudo, seguido de segurança da região (31%) e estrutura do imóvel (28%). Viver em um bairro que seja seguro é o principal quesito (97%) quando o tema é localização, além de ter a facilidade de comércios próximos à futura moradia (77%) e mobilidade (65%).

Perfil dos compradores

O Anuário aponta que, em 2024, o perfil médio da maioria das pessoas que buscaram por imóveis no ano passado foi de mulher, geração X (41 a 60 anos), casada, com filhos, classe B e tutora de pet.

Entre os que pesquisaram por imóveis à venda, 52% são mulheres e 48% homens, com destaque para a geração X, que representa a maior parte do público entrevistado, com 51%.

A maioria dos entrevistados (60%) é casado, mora junto ou têm união estável, e 65% têm filhos. O estudo também aponta que 59% pertencem à classe B, cuja renda domiciliar mensal tem mediana de R$ 7.512,54. O levantamento ainda mapeou a presença de pets nos lares, com 61% tendo animais, sendo 48% cães e 23% gatos.

Valor Investe, 21/mar

quinta-feira, 20 de março de 2025

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 2.450.000,00

 


Mercado financeiro americano atravessa momento que lembra 2008

 

O Brasil saiu rapidamente da crise de 2008, mas as lições que ela deixou deveriam ser levadas em conta.

Uma reportagem de The Wall Street Journal mostrou que o mercado americano de produtos financeiros lastreados em empréstimos, dívidas e financiamentos está em expansão. Vejo isso com preocupação, pois foram operações deste tipo os vetores da crise de 2008, uma das mais graves do nosso tempo e com consequências catastróficas.

Segundo o WSJ, o mercado destes títulos totalizou US$ 335 bilhões no ano passado. A reportagem foi a um evento de investidores e confirmou que a maioria deles acha que desta vez será diferente e continua a tomar este tipo de risco.

Em 2008, os EUA vinham de anos de juros baixos. Os bancos concediam financiamentos imobiliários a taxas baixas e sem exigir comprovação de renda, operações que ficaram conhecidas como empréstimos subprime. Resultado: os americanos passaram a financiar cada vez mais casas e o mercado imobiliário se expandiu.

Os bancos – muitas vezes sem o conhecimento de seus conselhos – criaram títulos lastreados nestas carteiras de empréstimos imobiliários. Investidores compravam estes títulos, confiando na força do mercado imobiliário.

Como contei em meu livro, Calma sob pressão, percebi algo errado quando fui a Nova York em 2007, como presidente do Banco Central. A motorista do carro que me apanhou no aeroporto era brasileira e contou que tinha duas hipotecas: usava o aluguel de uma casa para pagar as prestações da outra. Pensei: “Não tem como isso dar certo”. Pesquisas com os bancos confirmaram minha impressão.

Apesar de o Fed ter elevado os juros no último ano, manteve as taxas baixas durante alguns anos devido à pandemia.

Em 2008, os preços do mercado imobiliário estagnaram, a inadimplência cresceu e os títulos viraram pó. Alguns dos maiores bancos, como o Lehman Brothers, quebraram. O governo americano teve de injetar cerca de US$ 1 trilhão para salvar o mercado mundial.

Hoje, a situação tem certa similaridade. Apesar de o Fed ter elevado os juros no último ano, manteve as taxas baixas durante alguns anos devido à pandemia, o que levou ao ressurgimento deste tipo de investimento.

O Brasil foi afetado pela crise de 2008 porque os bancos americanos fecharam os canais de crédito internacionais que representavam cerca de 30% do total. Empresas brasileiras que apostaram que o dólar não subiria sofreram prejuízos enormes e provocaram uma crise quando o dólar disparou.

O mercado brasileiro só se acalmou quando, depois de mapear o tamanho do problema com bancos centrais de outros países, avisei que o Banco Central venderia até US$ 50 bilhões no mercado de derivativos naquele dia. O Brasil saiu rapidamente da crise de 2008, mas as lições que ela deixou deveriam ser levadas em conta.

Estadão, 20/mar

quarta-feira, 19 de março de 2025

Casa 4 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 4.850.000,00



Nos imóveis de médio padrão, sofisticação e sustentabilidade

Tijolos ecológicos e materiais sustentáveis e reciclados valorizam os empreendimentos.

No seg­mento de médio padrão, as facha­das tam­bém cami­nham rumo à sofis­ti­ca­ção e à sus­ten­ta­bi­li­dade. Bruno Oli­veira, dire­tor Comer­cial e de Incor­po­ra­ção da Cal­çada, diz que o uso de mate­ri­ais sus­ten­tá­veis, como tijo­los eco­ló­gi­cos e reves­ti­men­tos reci­cla­dos, além da imple­men­ta­ção de facha­das ven­ti­la­das, con­tri­bui para a valo­ri­za­ção do empre­en­di­mento e atrai os con­su­mi­do­res mais cons­ci­en­tes.

— A via­bi­li­dade finan­ceira des­sas ino­va­ções exige pla­ne­ja­mento estra­té­gico e esco­lha inte­li­gente de mate­ri­ais e téc­ni­cas. O inves­ti­mento em facha­das dife­ren­ci­a­das agrega valor ao imó­vel, melhora a per­cep­ção do com­pra­dor e pode gerar uma van­ta­gem com­pe­ti­tiva no mer­cado sem com­pro­me­ter a ren­ta­bi­li­dade do pro­jeto.

Moni­que Nunes, arqui­teta da Avanço Rea­li­za­ções Imo­bi­li­á­rias, diz que a busca dos cli­en­tes é por algo ino­va­dor, dife­rente e exclu­sivo. Segundo ela, a empresa aposta em facha­das que unam mini­ma­lismo e per­so­na­li­dade.

— A ten­dên­cia do momento é o uso de mate­ri­ais que expres­sem refi­na­mento, moder­ni­dade, acon­chego e equi­lí­brio per­feito com os outros ele­men­tos que com­põem as facha­das. E sem­pre se des­ta­cam aque­las solu­ções que cor­ro­bo­rem com a pre­o­cu­pa­ção glo­bal com o meio ambi­ente e a sus­ten­ta­bi­li­dade.

Extra, 19/mar

terça-feira, 18 de março de 2025

Cobertura Duplex na Barra da Tijuca - R$ 7.000.000,00


Opinião: Retrofit é a chave para o futuro do imobiliário e das cidades

Elisa Rosenthal é diretora-presidente do Instituto Mulheres no Imobiliário.

O retrofit surge como uma estratégia eficaz para promover a modernização de construções antigas e obsoletas, sem comprometer suas características originais. É uma resposta possível para a revitalização dos centros urbanos brasileiros, que hoje enfrentam desafios significativos, como a degradação e ociosidade de edifícios históricos e a necessidade de soluções sustentáveis.

A prática combina sustentabilidade e valorização imobiliária, sem se desalinhar das demandas contemporâneas. Afinal, a modernização sustentável de edificações é crucial para atingir metas globais de redução de carbono.

Segundo o relatório Navigating Sustainable Retrofit in Real Estate, publicado pelo Barclays e pela consultoria Baringa, 80% dos edifícios que existirão em 2050 já estão construídos hoje. Portanto, adaptar essas estruturas aos padrões atuais de eficiência energética é essencial para diminuir a pegada de carbono do setor imobiliário.

O retrofit reduz a necessidade de novas construções, economizando recursos naturais e minimizando resíduos, além de permitir a implementação de tecnologias mais avançadas.

No Brasil, o retrofit tem ganhado impulso graças a iniciativas governamentais e incentivos financeiros. A Caixa Econômica Federal lançou recentemente uma linha de crédito específica para projetos de retrofit, facilitando o financiamento tanto da aquisição do imóvel quanto das obras necessárias.

Uma vantagem significativa dessa linha de crédito é a possibilidade de antecipação de até 50% do valor financiado, tornando viáveis projetos de grande porte.

Além disso, programas municipais, como o Requalifica Centro em São Paulo, oferecem incentivos fiscais e regulamentares para estimular a requalificação de prédios antigos.

Essas iniciativas buscam revitalizar áreas centrais, promovendo a ocupação desses espaços e atraindo novos moradores e empreendimentos.Edifícios obsoletos são transformados em espaços modernos e funcionais, como residências, escritórios e estabelecimentos comerciais, tornando os centros urbanos mais atrativos e vibrantes.

Entre alguns exemplos práticos deste movimento se destacam o Basílio 177, o Edifício Virgínia e o Edifício Renata.

Portanto, é notório que o retrofit contribui para a preservação do patrimônio arquitetônico e cultural das cidades, reduz a vacância imobiliária, melhora a segurança e dinamiza a economia local.

Apesar dos desafios técnicos e burocráticos, as oportunidades de valorização, sustentabilidade e rentabilidade tornam essa prática uma estratégia altamente atrativa para incorporadoras, construtoras e investidores.

É uma tendência que reflete a nova abordagem no desenvolvimento urbano: menos desperdício, mais eficiência e melhor aproveitamento das estruturas existentes. Com o apoio de iniciativas como as linhas de crédito da Caixa e programas municipais de revitalização, o retrofit se consolida como um pilar fundamental para o futuro das cidades brasileiras.

Estadão Imóveis, 18/mar

segunda-feira, 17 de março de 2025

Sala Comercial no Recreio dos Bandeirantes - R$ 300.000,00 - R$ 700,00



Mesmo com juros altos, financiamento é primeira opção de compradores de imóveis

Pesquisa mostra que programas habitacionais, FGTS e recursos próprios também se destacam como instrumentos de acesso a casa própria.

O financiamento bancário é a modalidade preferida para quem sonha em comprar um imóvel no Brasil. Segundo um relatório da Loft, a opção foi citada por 36% dos entrevistados, logo à frente de programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida (35%).

De acordo com a pesquisa, o uso do FGTS (21%) e de recursos próprios (21%) também se destacam como opções relevantes para quem deseja comprar o próprio imóvel.

Entre as alternativas citadas pelos participantes estão ainda os empréstimos bancários (19%) e os consórcios imobiliários (16%).

A expectativa de Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, é que essas outras opções ganhem mais espaço em 2025, uma tendência justificada pelo aumento da taxa de juros no País.

Perspectiva de mudança

De fato, o ano de 2024 chegou ao fim com a Selic ajustada em 13,25% e a estimativa de chegar a até 15% em 2025. A Selic está atrelada às taxas cobradas pelos bancos em empréstimos, financiamentos imobiliários e até em fundos imobiliários.

“A sensibilidade do consumidor em relação ao juros é muito alta e mesmo que ele queira se endividar, em um momento de alta, os bancos costumam fechar a torneira do crédito”, observa Carlos Honorato, professor de economia da FIA Business School.

Desta forma, ele acredita que todos os segmentos devem sofrer as consequências do ambiente macroeconômico, não apenas o financiamento bancário. “Os juros altos, o risco de inadimplência e redução do acesso ao FGTS e Minha Casa, Minha Vida criam um cenário de dificuldades para quem pensa em comprar um imóvel”, acredita.

Desenvolvido em parceria com a Offerwise, o Índice de Confiança da Loft ouviu pessoas em Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Os entrevistados poderiam responder mais de uma resposta.

Estadão Imóveis, 17/mar

sexta-feira, 14 de março de 2025

Apartamento 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 4.200.000,00


Condomínios de luxo perdem tração, mas preços seguem firmes

Setor ganhou impulso com isolamento social e segue aquecido no pós-pandemia.

O setor de condomínios e loteamentos no interior ganhou impulso na pandemia, quando ter uma casa de campo era uma forma de ter uma vida mais livre, mas ainda relativamente protegida, e tudo indicava que o trabalho em escritório não voltaria a ser tão presencial quanto antes.

Passados cinco anos do início da pandemia, o estoque de lotes disponíveis para venda, em loteamentos abertos e fechados, no país caiu de 243,8 mil no terceiro trimestre de 2020 para 157,6 mil no terceiro trimestre de 2024, dado mais recente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo).

No mercado de luxo, os quatro principais condomínios próximos à São Paulo - Fazenda Boa Vista, Quinta da Baroneza, Fazenda da Grama e Haras Larissa - tiveram alta de procura e de preço, tanto por lotes quanto por casas prontas, afirma Marco Túlio, CEO da imobiliária Esquema Imóveis.

Ele explica que a pandemia igualou a liquidez entre os condomínios de alto padrão, favorecendo a venda daqueles que eram menos requisitados. “Cada um no seu valor, claro”. O Fazenda da Grama, por exemplo, era mais difícil de vender, segundo ele, mas se transformou com a pandemia e a piscina para surfe inaugurada em 2021. O mesmo vale para o Haras Larissa. “A pandemia reviveu esses condomínios”, diz. Boa Vista e Baroneza, já muito procurados, só subiram.

A situação não é mais a mesma. Embora o preço não tenha caído na mesma proporção que subiu, as vendas estão mais lentas e novos competidores nesse mercado de condomínios de luxo podem ter dificuldades. “Começou uma febre de inaugurar outros condomínios, que agora têm dificuldade para vender”, diz Túlio. “Esse mercado não é tão gigantesco assim.”

Irapuã Dantas, responsável pela área de ‘real estate’ da gestora CVPar, que também desenvolve casas em condomínios paulistas e em bairros ricos de São Paulo, afirma que houve o “efeito de manada” tão comum na construção civil. “Fazer casa no Boa Vista, no Baroneza, era o que dava dinheiro, aí começa uma superoferta”, afirma. Segundo ele, houve queda do preço do terreno - lotes que chegaram a R$ 2,5 mil m2 no Baroneza hoje custam R$ 1,7 mil m2, mas o valor das casas estagnou.

O trabalho híbrido ainda permite o movimento pêndulo entre casas no interior e na capital. Segundo a CCRCotação de CCR, que tem a concessão das rodovias Castello Branco, Bandeirantes e Anhanguera, principais ligações da capital com o interior, a pandemia e o trabalho híbrido, “bem como a migração de população para municípios do interior do Estado, alterou o comportamento dos clientes nas rodovias”.

Dados da empresa mostram que o horário de pico do trânsito na chegada à capital agora é mais longo de quarta e quinta-feira, dias mais intensos de trabalho presencial, do que de segunda e terça-feira. De quarta e quinta, vai das 6h às 12h, contra das 6h às 10h no início da semana. Às sextas, o movimento é similar ao de quarta e quinta, mas com “horário de maior movimento ligeiramente menor”, diz a empresa, em nota.

Para Beto Horst, sócio-diretor da loteadora Lote5, os empreendimentos no interior surgiram como um escape à sensação de violência e à poluição da capital, ao mesmo tempo em que têm logística melhor do que os destinos de praia, por causa do trânsito para entrar e sair da cidade.

Sua empresa se concentra em projetos para a classe média, para quem já vive nessas cidades do interior paulista ou deseja migrar para lá. Segundo ele, os preços de lotes para condomínios e loteamentos desse padrão ficaram mais “perenes” durante a pandemia e depois dela, diferentemente do setor de luxo. “Foi um momento de desespero da pandemia”, diz. “Aquilo não foi normal e criou preços artificiais”.

A velocidade de venda dos projetos da empresa tem respondido bem. Foram 14 loteamentos lançados desde o fim de 2020, que estão 79% vendidos, em média.

Caio Portugal, presidente da Aelo, afirma que a maior região em produção de loteamentos tem sido a de Campinas (interior de São Paulo). A cidade, de 1,1 milhão de habitantes, esteve com a aprovação de novos condomínios “engessada” por questões da prefeitura, o que estimulou esse mercado nos municípios no seu entorno. “Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Sumaré, Monte Mor, Paulínia, Indaiatuba, todas tiveram crescimento horizontal, em detrimento de Campinas”, diz.

O setor ainda atrai novos competidores, de olho no desejo de fuga da cidade da classe média alta. A construtora Libercon, que faz projetos comerciais e residenciais, está estruturando uma área de loteamentos. Caio Rocha, diretor de incorporação, diz que há terrenos em tratativas avançadas. A empresa quer atuar nas regiões de Campinas, Bragança Paulista e Sorocaba, com foco em clientes com renda a partir de R$ 35 mil mensais.

Para ele, a concorrência no setor não é um problema, por ser muito pulverizada. “Têm poucos ‘players’ grandes e muitos pequenos, que vivem de dois loteamentos”, diz, e a demanda segue aquecida. “Todo fim de semana, formam-se grandes avenidas nas estradas, e o paulistano sai [da cidade]”, diz Paulo Liberatore, diretor administrativo da empresa.

Companhia por trás do Fazenda Boa Vista, a JHSFCotação de JHSF continua investindo no segmento, via expansões do seu complexo, que fica em Porto Feliz (110 km de São Paulo). “A procura por empreendimentos de campo não arrefeceu com o fim da pandemia”, disse, em nota, o CEO Augusto Martins.

O Fazenda, lançado em 2007, foi sucedido pelo Boa Vista Village, em 2019, e Boa Vista Estates, em 2021. Na pandemia, a empresa também começou a investir em casas prontas para locação, nesses condomínios. “As residências são entregues mobiliadas, decoradas e com enxoval completo e contam com concierge 24 horas por dia”, disse o executivo. Essa vertical, que também inclui o clube do grupo, gerou R$ 67,9 milhões em receita para a JHSF de janeiro a setembro de 2024, quase 9% da receita líquida consolidada no período.

Túlio, da Esquema Imóveis, ressalta que pessoas que nunca haviam morado em uma casa, ou pelo menos não após deixar a casa dos pais, e experimentaram isso na pandemia não querem voltar para apartamentos, ainda que tenham de viver nos grandes centros. Por isso, a procura por casas em São Paulo também cresceu, em bairros como Jardim Guedala e Cidade Jardim.

Valor Econômico, 14/mar