quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Imóveis em Manhattan têm o melhor desempenho desde 2008


Impulsionado pelas vendas dos apartamentos de alto luxo, o mercado de imóveis de Manhattan, uma das áreas mais nobres dos Estados Unidos, se recuperou em 2014. E isso a ponto de superar seu pico em 2008, antes da crise financeira, de acordo com Jonathan J. Miller, presidente da consultora imobiliária Miller Samuel. A economia local forte, mercado de ações de afluência e interesse estrangeiro nos imóveis foram fatores que ajudaram a movimentar a demanda por apartamentos de Manhattan. O novo preço médio de venda na região chegou ao patamar de US$ 1,7 milhão no ano passado, superando a média de 2008, de US$ 1,5 milhão, diz um relatório da Miller. Também de acordo com os relatórios das principais corretoras da cidades, o ano terminou em alta, com o mercado aquecido no quarto trimestre.

Esta alta foi puxada em especial pela compra de imóveis de alto padrão na área nobre de Nova York e, claro, pelo preço elevado que representam. Com isso, o metro quadrado médio que custava US$ 1.252 há seis anos, em 2014 chegou a US$ 1.297. O preço médio dos apartamentos em Manhattan no ano passado, entretanto, foi um pouco abaixo do registrado em 2008: US$ 940 mil e US$ 955 mil, respectivamente.

"Foi um ano extremamente forte. As propriedades foram sendo compradas com maior rapidez e com preços de fechamento mais altos do que o pico de mercado antes de 2008", disse Sofia Song, chefe de pesquisa da imobiliária Compass Urban. Segundo o relatório desta empresa, o tempo médio de liquidez de um apartamento em Manhattan foi de 26 dias no ano passado, enquanto em 2008 era de 64.

O relatório mostra ainda que o mercado de luxo de Manhattan encerrou 2014 com quase o triplo de números de vendas com preços superiores a US$ 10 milhões no quarto trimestre na comparação com o mesmo período de 2013. O número de contratos assinados no quarto semestre, 3.216, foi o maior desde o último semestre de 2006, quando 3.246 contratos foram fechados, segundo outro relatório, da Corcoran Group. A maior parte destes negócios foi realizada por cooperações, 58% do total.

Se por um lado o mercado está aquecido por lá, a procura por imóveis de menores e "mais baratos" é grande. "Estamos desesperados por dois quartos e qualquer coisa abaixo de US$ 1,5 milhão. A procura é grande e vão desaparecer rapidamente", disse Pamela Liebman, chefe-executiva do Corcoran Group.

Pelo menos o dobro de novas unidades em construção estão programados para chegar ao mercado de Manhattan este ano. Isso deve gerar uma certa moderação do mercado e menor ritmo das vendas. O relatório da Compass Urban prevê que o mercado provavelmente vai ver um ajuste de preço no primeiro trimestre de 2015. Porém, segundo especialistas, em Manhattan, para 2015, não se deve esperar por pechinchas. A previsão é de reduções modestas.



O Globo Online, Morar Bem, 07/jan