No site da imobiliária de Nova York (EUA) Douglas Elliman, um anúncio publicado nesta semana chamava atenção: três pequenos prédios no Upper East Side, área nobre da ilha de Manhattan, foram colocados à venda juntos, avaliados em US$ 120 milhões (R$ 373 milhões).
A intenção é atrair milionários dispostos a pagar caro para ter a própria mansão, em uma área de 2.800 m² . "Ter uma fachada de 22 metros em Manhattan é extraordinário", diz a corretora Sabrina Saltiel.
O que ela não conta, mas o jornal "The New York Post" revelou, é que por trás do anúncio está a família brasileira de banqueiros Safra, controladora do grupo de mesmo nome.
De acordo com pessoas ouvidas pela publicação, as propriedades já estavam à venda há cerca de um ano, mas apenas em listas exclusivas. "Eles são superpreocupados com a privacidade", disse um dos corretores ao "Post".
A família Safra é a segunda mais rica do Brasil, segundo levantamento da revista "Forbes" feito em maio de 2014, com patrimônio de US$ 20,1 bilhões (R$ 62,5 bilhões).
Em 2014, o Grupo Safra adquiriu o Gherkin, um dos mais reconhecidos edifícios de Londres, no Reino Unido, por mais de 700 milhões de libras. Em Nova York, detém 40% do edifício General Motors, de 50 andares, avaliado em US$ 3,4 bilhões.
À frente dos negócios do Grupo Safra, está Joseph Safra, 76, que chegou ao Brasil com pouco mais de 20 anos, imigrante do Líbano. Discreto, ele nunca dá entrevistas e é retratado como silencioso por pessoas próximas.
Os prédios à venda em Nova York, localizados na rua 62, entre a Quinta Avenida e a Madison, têm seis andares cada um e, hoje, estão divididos em 13 apartamentos. Segundo Saltiel, no entanto, podem ser entregues vazios.
A corretora afirma que, reformados em 2011, têm a vantagem de ter tetos e pisos alinhados, o que facilitaria a união de todos em uma única mansão. "É uma situação bastante única", disse.
Juntos, os prédios têm 23 lareiras, 11 terraços e dois decks nas coberturas. Esses anúncios têm se tornado mais comuns em Nova York, para tentar atender clientes milionários em busca de mais espaço em Manhattan, conhecida pelos apartamentos pequenos e estúdios.
O proprietário, segundo a corretora, colocou à venda um quarto edifício, na mesma rua, por US$ 35 milhões.