segunda-feira, 8 de junho de 2015

Uma visão realista do mercado imobiliário


A despeito das incertezas reinantes no país com a introdução de medidas rigorosas para deter a escalada inflacionária, o mercado imobiliário apresenta- se cada vez mais sólido, oferecendo a compradores e vendedores a segurança e a lucratividade nem sempre encontradas no ramo.

O momento, para o Rio de Janeiro, é ideal para a compra de imóveis, seja para investimento ou moradia. Afinal, além de o imóvel ser considerado um bem seguro até em momento de instabilidade econômica, as construtoras e incorporadoras estão com consideráveis estoques, em função da crise que o país recentemente atravessou e é do conhecimento de todos.

Os programas de financiamento de imóveis prontos passaram por um ajuste que se comprovou fino. Assim, a atual situação, se parece crítica para uns, a outros oferece a oportunidade de bons negócios, pois os preços estão na medida exata para se comprar. Em 2014, embora as vendas tenham sido menores que o esperado, a valorização dos imóveis no Rio foi acima da inflação, de acordo com o índice FipeZap.

A compra de um imóvel, seja para morar ou investir, é uma decisão a ser tomada cuidadosamente, e o preço a pagar depende, acima de tudo, da sua localização e do uso que dele se pretende fazer.

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado do Rio de Janeiro -CRECI-RJ- tem conduzido um programa de capacitação profissional envolvendo palestras, cursos e eventos para que os consultores estejam prontos a assessorar com competência, ética e profissionalismo, os interessados em negócios imobiliários, que se mostram cada vez mais exigentes e bem informados. Uma iniciativa que se desenvolve conforme a evolução do mercado.

Na cidade do Rio de Janeiro, espremida entre o mar e a montanha, o espaço para a construção é cada vez mais escasso. Já não há terrenos disponíveis nos bairros nobres da Zona Norte, como Tijuca e Grajaú; em Copacabana, o último lançamento ocorreu em 2010. Os imóveis podem parecer caros mas, como é devido à falta de terreno, pode-se prever que não haverá queda de preços.

Um bom exemplo disso é a disputa entre as redes comerciais. Elas buscam negócios na Zona Sul, mas diante da escassez começaram a descobrir a Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O bairro de Campo Grande, hoje, tem o porte de uma pequena cidade catarinense. Os grandes proprietários industriais e as grandes empresas comerciais são, em razão da dimensão de suas atividades, grandes consumidores de espaço: necessitam de terrenos amplos que satisfaçam requisitos de localização pertinentes às atividades de suas empresas - junto a portos, a vias férreas ou em regiões de ampla acessibilidade à população.

Em consequência, os promotores imobiliários - elementos que realizam, parcialmente ou totalmente, operações de incorporação, financiamento, estudos técnicos, construção ou produção física de imóveis, e sua comercialização - necessitando fazer e refazer a cidade, pressionam a administração pública para obter providências rápidas -e a região do Porto Maravilha, especialmente a Gamboa e Santo Cristo, já vem se constituindo num ponto de excepcional atração.

O fato de o Rio de Janeiro encontrar-se hoje como um canteiro de obras é outro estímulo para a compra de imóveis nos dias atuais. Quando 2016 chegar, vai encontrar uma cidade reorganizada, com um sistema de transportes reestruturado e modificado, novas áreas urbanas às quais a população nunca teve acesso, porque eram militares.

Todos reclamamos do trânsito caótico, mas já estão entrando em operação os transportes de alta capacidade, como o metrô, levando da Barra à Baixada, e o eixo do BRT, que compreenderá várias linhas alimentadoras. Todo mundo vai se locomover muito bem pela cidade e, por menos que se consiga, em termos de despoluição da Baía da Guanabara, serão beneficiados bairros e municípios do entorno, disponibilizando terrenos à construção e oferecendo mais oportunidades de negócios, dependendo apenas de uma boa política de acessibilidades, o que é promessa do Estado.



O Globo, Morar Bem, Por dentro do mercado, 07/junho