quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Luz deve ter bandeira amarela no verão


Uma boa notícia para o bolso dos brasileiros: de janeiro a abril de 2018 deverá vigorar a bandeira tarifária amarela nas contas de luz, que cobra R$ 2 a mais a cada 100 quilowatts/hora (KWh) de consumo. Neste mês de dezembro, está em vigor a bandeira vermelha patamar 1, que custa R$ 3 a cada cem kWh consumidos da conta de luz.

A informação foi dada ontem pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, ao explicar que a redução da cobrança será possível com a melhoria do nível dos reservatórios das principais usinas hidrelétricas, graças às chuvas de verão, o que vai reduzir a necessidade da geração de energia por usinas termelétricas, que têm um custo maior:

- Isso se deve às chuvas e à entrada em operação das usinas do Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) e de Belo Monte, no Pará, que, no período chuvoso, são excepcionais em termos de geração.

De acordo com Barata, a estimativa do ONS é que, se o próximo verão for igual ao último - com poucas chuvas -, os reservatórios da Região Sudeste ficarão com nível em torno de 40% em abril. Em um cenário um pouco melhor, no entanto, os reservatórios chegarão ao fim de abril com 51% de sua capacidade. 

ENEL: CONTA 18,13% MAIS CARA

Por outro lado, aproxima-se a data do reajuste das tarifas de clientes da Enel Distribuição Rio (a antiga Ampla). A conta dos clientes residenciais da empresa pode ficar 18,13% mais cara. A proposta apresentada ontem pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê ainda aumento de 17,28% para consumidores industriais.

A proposta receberá sugestões até 4 de fevereiro, enquanto a consulta pública estiver aberta. Está prevista, ainda, uma reunião no dia 18 de janeiro, em Niterói, para discutir o assunto. O percentual final será divulgado em março, data do reajuste anual da Enel.

PROGRAMAS SOCIAIS

Os consumidores de energia de todo o país pagarão R$ 16 bilhões nas contas de luz em 2018 para cobrir os custos com subsídios e programas sociais garantidos pelo governo no setor elétrico. O orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), principal fundo do setor, foi aprovado ontem pela Aneel.

Em relação a 2017, quando os subsídios pagos somaram R$ 13 bilhões, houve um aumento de 22%. A estimativa da agência é que o custo leve a uma alta média de 2,14% nas tarifas em 2018. Esse impacto nas contas varia de acordo com as distribuidoras.

A CDE é paga por todos os consumidores de energia nas contas de luz. Além da alta nos subsídios, os reajustes anuais das distribuidoras de energia levam em conta outros fatores, como o uso de usinas termelétricas para cobrir a falta de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas.

O dinheiro do fundo é usado em ações como subsídio à tarifa para famílias de baixa renda, compra de combustível para gerar energia em regiões isoladas do país, programa Luz Para Todos e indenizações de concessões.

Os gastos totais da CDE vão atingir R$ 18,843 bilhões. A parte desse montante que ultrapassa as tarifas será paga com multas aplicadas pela agência e outros encargos cobrados de geradores.



O Globo, Ramona Ordoñez e Manoel Ventura