quarta-feira, 13 de março de 2019

Baixa vacância se refletirá em aluguel de escritórios


Os preços de locação de escritórios comerciais dos padrões A e B do mercado paulistano voltarão pelo menos a acompanhar a inflação no segundo semestre deste ano, na expectativa do presidente da consultoria Colliers International Brasil, Ricardo Betancourt. Neste ano, o mercado receberá apenas 26 mil metros quadrados de escritórios de classe A e 56 mil metros quadrados de padrão B, de acordo com levantamento da Colliers. Em 2018, foram entregues 131 mil metros quadrados de edifícios de escritórios de classe A e 71 mil metros quadrados de prédios B.
Em 2018, a recuperação do mercado começou em algumas regiões da zona Sul da cidade de São Paulo — Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Itaim Bibi —, movimento que deve atingir o mercado como um todo neste ano, de acordo com Betancourt. Segundo o executivo, o otimismo do mercado é condicionado à aprovação da reforma da Previdência.
Na avaliação do presidente da Colliers, no fim de 2020, os preços pedidos de aluguel por metro quadrado da avenida Faria Lima — endereço de escritórios mais nobre da capital paulista — poderão chegar, novamente, à marca de R$ 200, situação que ocorreu, em 2012, pela última vez. No quarto trimestre de 2018, o preço médio pedido por metro quadrado de edifícios classe A+ e A era de R$ 133 na região da Faria Lima. A taxa de vacância da região era de 16%.
Nos últimos anos, a maior parte das contratações, em São Paulo, ocorreu pelo chamado “flight to quality”, ou seja, pelo movimento de inquilinos aproveitando preços desvalorizados de aluguel para migrar para espaços de mais qualidade. De acordo com o executivo, devido à baixa oferta, principalmente em regiões como Faria Lima e Juscelino — esse tipo de movimentação deve perder força. Por outro lado, já se observa início da contratação de novas áreas para expansão. Tem havido procura por áreas por parte, principalmente, dos setores de seguros, saúde, start-ups e bancos digitais.
Neste ano, começará a haver também, no entendimento do presidente da Colliers Brasil, mais demanda por terrenos para desenvolvimento de projetos e mais “retrofits” (reformas) de prédios de padrão B.
No fim de 2018, a taxa de vacância do mercado paulistano de escritórios dos padrões A e A+ era de 19%, enquanto a de padrão B ficou em 20%, segundo pesquisa da Colliers. A absorção bruta — total de áreas contratadas — somou 302 mil metros quadrados, dos quais a Faria Lima respondeu por 20%. Do novo estoque entregue de 131,1 mil metros quadrados, 51% se concentram na Chucri Zaidan, na zona Sul da capital.

Valor Econômico, por Chiara Quintão, 12/03/2019