segunda-feira, 20 de maio de 2019

Empreendedorismo social unindo propósito à performance


Não importa em que setor sua empresa atue, sempre é possível causar impacto positivo à sua volta, adotando políticas sociais. Com essa afirmação, a cineasta Mara Mourão mostrou a força que o empreendedorismo social tem para imprimir mudanças na sociedade, transformando comunidades.
Mara é diretora de filmes e séries, sendo o documentário “Doutores da Alegria” um dos mais premiados, retratando o dia a dia de um grupo de médicos que dedica uma parte do seu tempo para, vestidos de palhaços, visitar crianças em hospitais. “A história deles causou impacto sobre as pessoas e inspirou a vida de outros profissionais, que também se engajaram em ações sociais”, disse ela, destacando que, após essa experiência, percebeu que o cinema é uma ferramenta de inspiração.
Por meio dessa percepção, ela resolveu produzir o documentário “Quem se Importa”, que mostra empreendedores sociais de sete países e os projetos que desenvolvem. “É um filme sobre pessoas transformadoras. Sua repercussão foi internacional e há histórias de projetos que começaram inspirados nesse filme. O setor social cresceu nas últimas décadas, pois muitos se deram conta de que não é apenas responsabilidade dos governos tentar gerar melhorias para o mundo. Com soluções de baixo custo é possível causar grande impacto”, afirmou a cineasta.
Fazendo um comparativo com o empreendedor de negócios e o social, Mara disse que ambos possuem as mesmas características. “Tanto o empreendedor social quanto o de negócios precisam ter visão de futuro, paixão pelo que fazem, serem inovadores, enxergarem oportunidades, terem persistência e serem dedicados. Empreendedores são aqueles que param de reclamar e partem para a ação”, explicou.
Após apresentar os exemplos como o do médico Eugênio Scannavino, que deixou a cidade grande para tratar de comunidades ribeirinhas na Amazônia, da escola onde os refugiados dão aulas sobre línguas e de cultura local, e do monge Bart Weetjens, que treina ratos na Tanzânia para localizar minas terrestres e identificar pacientes com tuberculose, Mara deixou claro que é preciso ter olhar para a transformação social e usar o talento para ações positivas. “Sem uma sociedade civil pulsante, não tem como mudar os problemas sociais”, alertou.
Para o desenvolvimento de iniciativas no campo social, há quatro caminhos: o voluntariado, a filantropia, o ativismo e o intraempreendedorismo social, este último  caracterizado pelo engajamento das empresas em ações sociais. Segundo ela, essa forma de desenvolver o lado social é bem abrangente, pois impacta a empresa e a comunidade. “Esta é uma forma de gerar uma gestão diferenciada, onde o lucro não é o único valor a ser alcançado. É uma redefinição do conceito de negócio, onde a ideia não é ser a melhor empresa do mundo, mas sim a melhor empresa para o mundo. É preciso que a responsabilidade social esteja inserida no contexto do negócio. É preciso reinventar”, destacou Mara.
Finalizando, a cineasta convocou a todos para refletirem e procurarem formas de fazer diferença na sociedade, além de cobrar das empresas uma postura proativa e sustentável. Na construção civil, a ideia precisa ir além do objetivo de subir paredes e construir casas. “O empreendedorismo social é árduo, mas vale a pena. Pense junto com todos da empresas, una ideias e ideais”, concluiu.

SECONCI, 20/mai