quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Pesquisa mostra demanda maior por imóveis


Uma pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo Grupo Zap mostrou um crescimento expressivo de potenciais compradores de imóveis entre o segundo e o terceiro trimestres de 2019. Os respondentes que declararam intenção de adquirir imóveis nos próximos meses passaram de 26% para 38%. Uma boa parte (33%) projeta que os preços dos imóveis se manterão estáveis nos próximos 12 meses, enquanto 30% espera elevação e 15%, queda.

No ano passado, o preço dos imóveis residenciais ficou estável, segundo o Índice FipeZap. Considerando a inflação prevista de 4,13% para os últimos 12 meses, segundo o IPCA, o índice apresentou queda real de 3,97% no mesmo período. Já o preço de locação dos imóveis residenciais, que reagem mais rápido à melhora da economia, começou a subir. Nos últimos 12 meses encerrados em novembro, o aluguel acumulou alta de 5,03% e a inflação, de 3,27%. Houve uma alta real de 1,70% no período. 

"Vemos retomada da demanda para locação, que resulta em um aumento de preço ainda tímido, e esperamos uma retomada na alta de preço para venda para este ano, alinhada com a inflação", diz Bruno Oliva, economista da Fipe e pesquisador do Índice FipeZap.

O aumento da demanda por imóveis vem na esteira de uma melhora na confiança de consumidores e no nível de renda, com a queda do desemprego, mesmo que a passos lentos. Diante da expectativa de aumento nos preços dos imóveis nos próximos anos, 2020 vai ser um bom ano para comprar uma casa ou um apartamento para morar, antes que os valores subam ainda mais. "Os preços vão subir, mas devagar. Não vai ser uma disparada. É mais valioso gastar tempo escolhendo um bom negócio do que se desesperar para comprar", diz.

Em São Paulo, outros fatores devem contribuir para a alta dos preços. Mudanças no plano diretor, em 2014, e a nova lei de zoneamento, de 2016, devem aumentar os custos das incorporadoras para construir projetos aprovados a partir de agora. "A tendência é que os preços subam em função do aumento da demanda de consumidores e principalmente da alta dos custos para construir, mas não vai ser um aumento enorme", diz Basilio Jafet, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

Em 2019, houve uma retomada dos financiamentos imobiliários com recursos da poupança para pessoas físicas. Essa modalidade de crédito atingiu R$ 76,1 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em novembro, alta de 38,3% em relação ao apurado nos 12 meses anteriores.



Valor Econômico online, Júlia Lewgoy, 08/jan