Na contramão da tendência global, indicadores compostos do país tiveram queda de 0,32% em março.
O Brasil é a única grande economia com desaceleração do crescimento neste começo de ano, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com os indicadores antecedentes da ODE, a atividade econômica continua a se fortalecer na maioria das principais economias, com exceção do Brasil.
Na contramão da tendência global, o índice composto de indicadores antecedentes (Composite leading indicators–CLIs), caiu 0,32% no Brasil em março, na comparação com fevereiro – único recuo entre as maiores economias monitoradas pela OCDE. No grupo das 7 maiores economias, houve alta de 0,24%.
Entre as principais economias emergentes, os indicadores para a Índia, Rússia e o setor manufatureiro da China continuam a se expandir em um ritmo constante em março, "mas no Brasil o CLI aponta para uma desaceleração do crescimento", destacou a OCDE.
Na China, a alta foi de 0,36%. Já na Índia e na Rússia, os avanços foram de 0,29% e 0,26%, respectivamente.
O indicador da OCDE tem como objetivo tentar antecipar pontos de virada na atividade econômica em relação à tendência.
Nos Estados Unidos, o indicador mostra que o ritmo de crescimento continua a crescer, impulsionando a expansão da confiança do consumidor. "No Japão, Canadá e na área do euro como um todo, especialmente na Alemanha e na Itália, os CLIs apontam agora para um aumento constante. Na França, e agora no Reino Unido, os CLIs sinalizam um crescimento estável", destacou a OCDE, no relatório.
A OCDE ressaltou ainda que os indicadores devem ser interpretados com cuidado, uma vez que as medidas de restrição para conter o avanço da Covid-10 e o progresso das campanhas de vacinação poderão gerar flutuações maiores do que o normal nos componentes. "A magnitude do CLI deve ser considerada como uma indicação da força do sinal e não como uma medida do grau de crescimento da atividade econômica", destacou.
Analistas do mercado financeiro projetam uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no 1º trimestre, em meio ao agravamento da pandemia, novas medidas restritivas e aumento das preocupações com as contas públicas do país.
Pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda, mostrou piora nos principais indicadores. A projeção do mercado para a inflação de 2021 subiu de 4,81% para 4,85%. A expectativa dos analistas para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) no ano caiu de 3,17% para 3,08%. Já a estimativa para a taxa básica de juros ao final do ano subiu de 5% ao ano para 5,25% ao ano.
G1, 13/abr