Nesta segunda-feira (25), a moeda dos EUA recuou 1,27%, a R$ 5,5566.
O dólar fechou em queda de 1,27%, cotado a R$ 5,5566, nesta segunda-feira (25).
O recuo na sessão ocorreu em meio a expectativas de alta ainda maior na taxa básica de juros nesta semana, após as manobras do governo federal para driblar o teto de gastos elevarem os temores de descontrole fiscal no país.
O movimento do dia foi também foi influenciado pelo viés positivo para a tomada de risco no exterior, bem como algum alívio com relação à permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo.
Com o resultado desta segunda, a moeda norte-americana tem alta mensal de 2,04%. No ano, o avanço é de 7,12%. Veja mais cotações.
Já o Ibovespa subiu 2,28%, a 108.715 pontos, após uma semana de forte queda.
Mercado passa a prever alta maior dos juros
A semana começou com mais instituições financeiras prevendo aceleração no ritmo de aumento dos juros, à medida que investidores veem desancoragem das perspectivas inflacionárias em meio à desvalorização cambial e ao cenário geral de incerteza.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs furar o teto de gastos (mecanismo que limite o aumento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior) para viabilizar o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil.
Na visão do mercado, as manobras para furar do teto dos gastos colocam ainda mais pressão no dólar e no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decide nesta quarta-feira (27) a nova taxa básica de juros (Selic), atualmente em 6,25% ao ano.
Mas casas como o Itaú e a XP já apostam em um aperto monetário ainda maior, de 1,50 ponto percentual.
"O BC vem dizendo que havia uma simetria pra cima nos balanços de inflação. Ele dizia que a projeção que fazia tinha uma simetria pra cima por conta do risco fiscal e que se as despesas fossem aumentadas, aumentando a pressão de demanda, as projeções de inflação seriam mais altas. Na semana passada, a sinalização foi que a política fiscal vai ser expansionista, e se ela é assim a política monetária tem que ser contracionista. Como o risco fiscal se materializou", avaliou o economista-chefe da XP, Caio Megale.
O mercado financeiro também elevou de 8,25% para 8,75% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021. E, para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro subiram a expectativa para a taxa Selic de 8,75% para 9,5% ao ano, segundo a pesquisa Focus.
Piora das expectativas para inflação e PIB
A explosão da dívida pública e o risco de um descontrole da situação fiscal é apontado por analistas e investidores como um dos principais fatores de incerteza doméstica, podendo inclusive inviabilizar uma retomada sustentada da economia brasileira.
O mercado passou a projetar uma inflação de 8,96% em 2021. Para 2022, a estimativa para o IPCA subiu de 4,17% para 4,18%. Já a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB), caiu de 5,01% para 4,97% em 2021. Para 2022, o mercado baixou a previsão de alta de crescimento da economia de 1,50% para 1,40%.
Para o dólar, projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,25 para R$ 5,45. Para o fim de 2022, avançou de R$ 5,25 para R$ 5,45 por dólar.
Já a XP revisou sua projeção de taxa de câmbio para R$ 5,7 por dólar em 2021 e 2022.
"Apesar das mesmas projeções para o final deste e do próximo ano, acreditamos que a taxa de câmbio apresentará muita volatilidade, especialmente com a aproximação das eleições", destacou em nota a XP.
G1, 26/out