Um dos bairros mais exclusivos do Brasil, com o metro quadrado mais caro do país, conta com uma região exclusiva, bucólica e onde se vive como num passado bem distante: em meio a casas, praticamente sem edifícios. Trata-se do Jardim Pernambuco, que conta com ruas fechadas como um condomínio, onde impera a mais absoluta segurança e crianças brincam nas ruas, que têm os preços de metro quadrado de casas mais caros do Brasil. São ruas de mansões.
Numa espécie de condomínio de alta exclusividade, encontra-se a casa mais cara do território nacional, à venda por R$ 220 milhões. O imóvel era propriedade do dono do antigo supermercados Disco. Dentro desta ilha de milionários, há ainda poucos imóveis de luxo disponíveis para venda. Segundo Paulo Cézar Ximenes, diretor da divisão Ouro de imóveis especiais da Sergio Castro Imóveis, há mais casas à venda por lá: “neste mercado, vendemos sem anunciar; muitas das nossas negociações ocorrem sem que haja necessidade de anúncios, pois há fila de espera para adquirir casas no Jardim Pernambuco. O que ocorre é que o que aparece a própria mídia anuncia por nós, espontaneamente, mesmo a gente tentando guardar segredo”, brinca o corretor, acrescentado que, no caso do Jardim Pernambuco, o segredo é a alma do negócio.
Ao jornal O Globo, o presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu, ressaltou que os valores revelam a escassez de imóveis de altíssimo padrão na cidade, com uma infraestrutura privilegiada e localizados perto da praia.
“É uma questão de escassez. Se você quer morar em uma casa na Zona Sul do Rio, provavelmente a escolha vai ser o Jardim Pernambuco, que concentra os imóveis mais especiais e luxuosos da cidade, e perto da praia. Você tem outros lugares, como a Gávea, por exemplo, mas ela não é tão valorizada em termos de casas”, disse Marcos Saceanu ao jornal O Globo.
A milionária mansão da família Amaral, em estilo do sul dos Estados Unidos, é anunciada desde 2019. Na entrada do elegante casarão está um portão de ferro verde-escuro inserido em um muro de quase dez metros de altura, rodeado por muitas árvores nativas de Mata Atlântica, que divisam a rica propriedade da também exclusiva Rua Embaixador Graça Aranha – a rua mais alta do luxuoso bairro de casas.
O palacete tem impressionantes 2,5 mil metros quadrados instalados em um terreno quatro vezes maior. A casa conta com seis suítes, 18 banheiros, salas de jantar e estar, de música e reunião; além de biblioteca, sauna, área de lazer com churrasqueira, piscina semiolímpica e 15 vagas de garagem. O local conta ainda com um heliponto encravado no jardim projetado por Burle Marx.
Segundo Saceanu, a venda de uma mansão dessas não é uma missão fácil, mas “todo imóvel tem seu comprador”, afirmou ao veículo.
Morar em uma propriedade assim exige muita comodidade e, claro, segurança. O condomínio tem vigilância 24 horas e cancelas em todas as ruas, além de serviços de limpeza e manutenção particulares. E o melhor, fica a cinco minutos a pé da praia. Os custos por tanta exclusividade são rateados por outros proprietários de casas não menos exclusivas, porém mais “em conta” do que o palacete de R$ 220 milhões.
No local, há uma casa à venda por R$ 60 milhões. O imóvel, que tem 800 metros quadrados de área construída, também é altamente diferenciado. A casa conta metal importado nos banheiros, piso de mármore e detalhes únicos de marcenaria especializada distribuídos por quase um quilômetro de residência.
João Paulo Salgueiro, da Invexo Imobiliária, afirma que quem deseja tamanha exclusividade “quer localização e tipologia de imóvel específicas”.
Os interessados têm à disposição outro imóvel, com 1.500 metros quadrados e avaliado em R$ 59 milhões. A casa fica na parte na baixa do Jardim Pernambuco, na Rua Codajás, próxima à Avenida Visconde de Albuquerque. O imóvel tem elevador, salão de jogos, adega e duas saunas. No segundo piso ficam quatro suítes e um escritório. Para os hóspedes, a casa oferece um loft com entrada independente, quarto, closet, banheiro, sala de estar, cozinha americana e lavanderia.
Especialistas do ramo imobiliário afirmam que outra mansão, que estava à venda por R$ 35 milhões, ganhou um desconto de R$ 3 milhões. E todos frisam: por menos de 20 milhões é impossível morar numa casa por ali.
O diretor da Sérgio Castro Imóveis, Cláudio André de Castro, destaca que, apesar do luxo de tais construções, não é incomum que o comprador as coloque abaixo, para construir outra totalmente ao seu gosto.
“Já vi pessoas comprarem casas novas de mais de R$ 30 milhões, construídas há menos de 20 anos, e demolirem a casa inteira para construírem outra. O mais importante é a localização”, comenta o empresário.
Diário do Rio, 15/fev