Atualmente, o setor emprega 2,5 milhões de pessoas – o mesmo patamar de 2015.
No setor da construção civil, o número de trabalhadores cresceu pelo sexto ano seguido.
A obra de um viaduto sobre a Via Dutra, na chegada a São Paulo, deu o primeiro emprego com carteira assinada ao José.
“É bem mais seguro, bem mais garantido, né”, diz.
O engenheiro Estevão Silva dos Santos acabou de ser contratado - com salário maior, plano de saúde e chance de crescer na empresa.
“Eu estou aqui para desenvolver um futuro, não para coisa de momento. Hoje, eu sou um engenheiro de implantação, futuramente eu pretendo ser um gerente”, conta.
As obras de uma concessionária geram 46 mil empregos diretos e indiretos em 11 estradas.
“Hoje, nós temos contratado dentro do nosso portfólio mais de R$ 28 bilhões de investimentos, e esse número pode, sim, aumentar. Com o aquecimento da economia pode gerar um aumento na circulação de veículos, que pode gerar uma necessidade de ampliação de capacidade nas rodovias atuais, e isso vai gerar novos investimentos”, afirma Eduardo Camargo, presidente da concessionária.
Mais do que melhorar uma estrada, uma obra assim ajuda a aquecer a economia. O setor da construção civil precisa de muita mão-de -obra. Isso aumenta a massa salarial das famílias, especialmente as de baixa renda, além de criar demanda para outras indústrias — a do aço e a do cimento, por exemplo.
Nas estradas e nos canteiros de obras dos prédios, o número de trabalhadores empregados no setor aumenta desde maio de 2020. Mas o crescimento veio depois de uma queda que durou mais de cinco anos. Atualmente, a construção civil emprega 2,5 milhões de pessoas. O mesmo patamar de 2015, como explica o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Renato Correia.
“Houve um vale de 2015 até 2023, né? E o que diferencia esses oito anos de distância de um para o outro é que a produtividade também mudou. Então, muito provavelmente, nós estamos produzindo mais com menos empregados”, diz.
O crescimento do número de vagas foi menor nos últimos anos: foram 245 mil a mais em 2021, 158 mil, em 2023. Mas o economista Matheus Ferreira acredita que o momento é bom para o setor acelerar as contratações.
“O mercado imobiliário popular, a gente espera que haja uma recuperação do segmento, propiciada por aumento dos investimentos em habitação social do governo federal. E outro pilar que deve propiciar crescimento da construção é o aumento dos investimentos e infraestrutura, principalmente privados, que devem continuar se beneficiando de mudanças regulatórias ocorridas desde 2016, como o marco legal do saneamento”, opina Matheus Ferreira.
G1, 06/jun