quinta-feira, 31 de julho de 2014

Obra de implantação do VLT pode fazer rodízio de carros ser adotado no Centro


As obras de implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) no Centro e na Zona Portuária poderão levar à adoção de um rodízio de carros durante as intervenções. O prefeito Eduardo Paes começou a discutir o assunto nesta quarta-feira, numa reunião com técnicos das áreas de transportes e obras, como adiantou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO. A prefeitura está preocupada com a mobilidade na região, já prejudicada pelas obras do Porto Maravilha e pela demolição do Elevado da Perimetral. A ideia é primeiro esgotar alternativas, como a adoção de desvios, interdições parciais de ruas e trabalho noturno. O rodízio seria o último recurso e só seria adotado, se necessário, a partir de janeiro.

Segundo o secretário municipal de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, dois terços das ruas a serem usadas pelo VLT ficam na Zona Portuária. No Centro, as vias que vão integrar o trajeto do bonde são a Praça da República, as ruas da Constituição e Sete de Setembro e a Avenida Rio Branco. A preocupação maior recai sobre essas vias.

- O rodízio seria uma medida extrema. Teremos várias frentes de obras sendo instaladas até dezembro. O pico do trabalho será em abril. Vamos estudar alternativas - explica Arraes.

A prefeitura está preocupada com a mobilidade na região, já prejudicada pelas obras do Porto Maravilha e pela demolição do Elevado da Perimetral. 

Divididas em nove etapas, as obras do VLT já começaram por um antigo túnel sob o Morro da Providência. Aberto no tempo do Império, para fazer a ligação ferroviária do Porto com a Central, ele estava desativado há décadas. Durante as obras de revitalização da Zona Portuária, o túnel foi limpo e teve a galeria recuperada. Agora, operários do consórcio do VLT abrem a calha onde serão instalados os trilhos.

O canteiro do VLT no túnel ferroviário ocupa hoje a área da Vila Olímpica da Gamboa. Os equipamentos esportivos estão sendo remanejados dentro do próprio terreno, para permitir também a construção do futuro centro de operações do bonde moderno.

As obras deverão ganhar as ruas em setembro. A Avenida Binário e as ruas General Luiz Mendes de Morais e Santo Cristo, próximas à Rodoviária Novo Rio, serão as primeiras a receber os trilhos.

Segundo o secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, nessas avenidas - que se tornaram opção de circulação para o Centro, com a derrubada da Perimetral - o trabalho mais pesado será noturno, para não atrapalhar o trânsito.

LINHA ATÉ O AEROPORTO SANTOS DUMONT

Até dezembro, a prefeitura pretende abrir gradativamente frentes de obras nas avenidas Rio Branco, Beira-Mar e Rodrigues Alves, nas ruas Sete de Setembro e da Constituição, nas praças da República e Mauá, entre outras vias.

Os trilhos do VLT começam a chegar em agosto. Eles estão sendo fabricados na França pela Alstom, mesma fornecedora dos bondes. O VLT terá seis linhas. A previsão é que a primeira esteja pronta para testes em dezembro de 2015. Ela ligará a rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Zona Portuária e pelo túnel ferroviário. A partir desse ponto, a linha atravessa a Presidente Vargas e segue por Praça da República, ruas da Constituição, Sete de Setembro, avenidas Rio Branco e Beira-Mar, até chegar ao Santos Dumont.



O Globo, Isabela Bastos, 31/jul