A concentração de eventos dos Jogos Olímpicos Rio 2016 na Barra da Tijuca movimentou o mercado imobiliário do bairro nos últimos meses. Uma análise do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), que será apresentada na 6ª Feira Secovi Rio, mostra que os preços de 2016 estavam abaixo dos de 2015 na Barra, evidenciando uma queda. No entanto, em agosto de 2016, data do início das competições, o preço do metro quadrado ultrapassou o do mesmo período do ano anterior: chegou a R$ 10.381 contra R$ 10.368 em 2015. Em julho, o valor era de R$ 10.329.
Além disso, o estudo mostra que os preços no entorno da nova Linha 4 do metrô superam a média geral da Barra e do município. O valor do metro quadrado para venda chega a R$ 11.033 na Avenida das Américas, por exemplo. Enquanto isso, na média, o preço na Barra é de R$ 10.327 e, no Rio, R$ 9.901. A linha 4 será aberta para população no dia seguinte ao término da Paralimpíada, dia 19, entre 6h e 21h, de segunda a sexta-feira.
JARDIM OCEÂNICO É O DESTAQUE
Na opinião do vice-presidente administrativo do Secovi, Ronaldo Coelho Netto, a tendência é que, com a chegada do novo transporte, estes preços da região se recuperem das perdas provocadas pela desaceleração da economia nos últimos anos. Ele reitera que este crescimento deve ficar apenas no entorno do Jardim Oceânico, beneficiado com a obra.
- Temos que dividir a Barra em duas regiões: a do entorno do metrô e a área do Parque Olímpico. Nesta última, os preços podem cair, pela quantidade de imóveis disponíveis para a venda - afirma ele.
Construída para receber as delegações, a Vila dos Atletas têm 3.604 apartamentos, sendo que 600 foram postos à venda e apenas 200, vendidos. Os 31 prédios começarão a receber moradores a partir de julho do ano que vem.
Para o diretor do Creci-RJ, Laudimiro Cavalcanti, apesar de a região estar sendo beneficiada com a visibilidade do evento, só haverá impacto nas vendas a médio e longo prazo. E, no caso dos imóveis vizinhos ao Parque Olímpíco, o desempenho das vendas está diretamente ligado ao legado.
- Os interessados querem saber qual será o aproveitamento das arenas construídas, como vão se comportar as obras de infraestrutura deixadas etc - acredita.
A repulsa de alguns moradores pela região por conta da falta de mobilidade diminui com a chegada do metrô, tornando o bairro um objeto de desejo.
- A mobilidade, que sempre foi o ponto fraco da região, ganhou projetos abrangentes. A possibilidade de integração com outros transportes, principalmente BRTs, também favoreceu os moradores. Todos querem desfrutar as vantagens de morar perto de um transporte público de qualidade, que ponha fim aos torturantes engarrafamentos enfrentados no deslocamento diário para o trabalho. Além disso, a Barra oferece uma qualidade de vida incrível, condomínios com toda a infraestrutura e lazer - propagandeia o presidente da Ademi, João Paulo Rio Tinto de Matos.