As transformações urbanas que mudaram - para melhor - a cara da cidade encantaram boa parte da população e aumentaram a responsabilidade dos candidatos ao cargo de prefeito quanto ao planejamento urbano do município. Entre os ganhos estéticos e funcionais mais evidentes no Rio nos últimos anos, está a Zona Portuária, com a derrubada do Elevado da Perimetral e o surgimento de uma nova Praça Mauá, uma região que era evitada pela população de tão abandonada que estava.
O Centro, com a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos(VLT) aliada à transformação de um trecho da Avenida Rio Branco em passeio público e a Orla Conde ganhou contornos ao mesmo tempo humanizados e futuristas.
No subúrbio, a criação do Parque de Madureira em gigantesco terreno antes ocupado por torres de energia deu novos ares ao lazer da Zona Norte. O parque oferece praia artificial, pistas esportivas, espaço para shows e outras formas de lazer. As instalações olímpicas enriqueceram regiões como Deodoro, na Zona Oeste.
Entretanto, como ressalta o professor de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio, Rodrigo Rinaldi Mattos, o novo prefeito terá, muitos desafios. "Faltou política para a Região Portuária, que fomente a habitação social", diz. Mattos destaca que, por ter a vocação de liderar tendências, o Rio deve pensar em soluções de mobilidade integrada com municípios vizinhos. "Temos que usar a Baía de Guanabara para transporte público", defende Mattos.
Para a professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade da Uerj, Ana Cordeiro, manter o Boulevard funcionando com segurança, transporte e infraestrutura é tarefa do novo prefeito. Porém, é preciso melhorar a integração entre os modais. "O fim de linhas de ônibus deixou muita gente a pé, já que os trancais não atendem toda a cidade."
"A visão urbanista contemporânea prevê como desafio a habitação. Isso tem que ser incorporado", alerta o mestre em Administração Pública pela Universidade Harvard e coordena- dor-geral da Casa Fluminense, José Marcelo Zacchi. "Arquitetura e Urbanismo contribuem para a qualidade de vida", esclarece o presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo, Jerônimo de Moraes.