sexta-feira, 30 de abril de 2021
Inflação anual supera 2% nos EUA
Em março, milhões de americanos receberam cheques de US$ 1.400 por pessoa.
A renda das famílias nos Estados Unidos subiu 21,1% em março em relação à fevereiro, por efeito dos planos de estímulo econômico, enquanto a inflação anual supera 2%, informou nesta sexta-feira (30) o Departamento do Comércio.
Em março, milhões de americanos receberam cheques de US$ 1.400 por pessoa. Os gastos aumentaram 4,2% em março sobre fevereiro.
Neste contexto, os preços subiram como era esperado, 0,5% sobre fevereiro, em linha com as previsões dos analistas. No acumulado em 12 meses, a alta nos preços de consumo é de 2,3%, muito acima do 1,5% de fevereiro.
O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) considera o fenômeno como temporário e garantiu que para subir suas taxas de juros, a inflação deveria se estabelecer por muito tempo sobre 2% anual, e a economia deveria alcançar o pleno emprego.
France Presse, 30/abr
quinta-feira, 29 de abril de 2021
IGP-M: inflação do aluguel desacelera em abril, mas atinge 32% em 12 meses
Taxa ficou em 1,51% em abril ante 2,94% em março, acima da expectativa do mercado.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou a alta para 1,51% em abril, ante avanço de 2,94% em março, informou nesta quinta-feira (29) a Fundação Getulio Vargas.
Com este resultado, o índice passou a acumular alta de 9,89% no ano e de 32,02% em 12 meses. Em abril de 2020, o índice havia subido 0,80% e acumulava alta de 6,68% em 12 meses.
O resultado de abril ficou acima da mediana das estimativas de 29 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 1,35%, com intervalo das projeções indo de 0,83% a 1,58%.
O IGP-M é conhecido como 'inflação do aluguel', por servir de parâmetro para o reajuste da maioria dos contratos de locação residencial. Ele sofre uma influência considerável das oscilações do dólar, além das cotações internacionais de produtos primários e matérias-primas.
Em 2020, o índice acumulou uma alta de 23,14%, a maior taxa desde 2002.
Composição do índice
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 1,84% em março, ante 3,56% em março. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 6,33% em março para 3,16% em abril. As maiores pressões vieram dos preços do milho (8,70%), bovinos (3,09%);
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 0,44% em abril, contra 0,98%no mês anterior;
Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,95% em abril, ante 2% em março.
Pressão menor dos combustíveis
Nos custos ao consumidor, a principal contribuição para a desaceleração partiu do grupo Transportes (3,97% para 1,03%), com destaque para a gasolina, cuja taxa passou de 11,33% em março para 3,03% em abril.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,02% para -0,76%), Habitação (0,53% para 0,39%) e Vestuário (0,18% para -0,03%). Nestas classes de despesa, os destaques foram: passagem aérea (0,10% para -6,57%), gás de bujão (4,23% para 2,76%) e acessórios do vestuário (1,34% para -0,09%).
Em contrapartida, houve alta nos preços dos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,41% para 0,99%), Comunicação (-0,10% para 0,36%), Alimentação (0,10% para 0,19%) e Despesas Diversas (0,21% para 0,37%). Entre os itens que ficaram mais caros, estão medicamentos em geral (-0,11% para 1,68%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,13% para 0,72%), laticínios (-1,51% para 1,00%) e serviço bancários (0,05% para 0,36%).
Darlan Alvarenga, G1, 29/abr
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Quase metade dos trabalhadores viram renda diminuir ou acabar na pandemia, diz CNI
Para os próximos meses, levantamento mostra que 3% dos entrevistados esperam uma perda total da renda e 9% acreditam numa redução parcial.
Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (28) mostrou que 46% dos trabalhadores viram a renda diminuir ou acabar durante a pandemia provocada pelo coronavírus.
De acordo com o levantamento, 32% dos entrevistados observaram uma queda na renda obtida pelo salário, e 14% uma perda total. Para 41%, a renda ficou estável, e 10% registraram um aumento.
Para os próximos meses, 3% dos trabalhadores esperam uma perda total da renda, 9% projetam uma redução parcial e 83% acreditam que não haverá mudança.
Recuperação só em 2022
O levantamento também apontou que 71% dos brasileiros acreditam que a economia só deve se recuperar no ano que vem dos efeitos da pandemia de coronavírus.
A pesquisa ainda apurou que 70% dos entrevistados dizem que o impacto da pandemia na atividade econômica tem sido muito grande. Para 20%, tem sido grande.
A pesquisa divulgada pela CNI - batizada de Os brasileiros, a pandemia e o consumo - foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa. Esta é a terceira edição do levantamento. Foram entrevistadas 2.010 pessoas por telefone entre 16 e 20 de abril. A margem de erro do estudo é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Redução de gastos
Com um cenário tão adverso, 71% dos entrevistados dizem ter reduzido seus gastos desde o início da pandemia. Entre os motivos apontados, estão:
30% perderam parte ou toda renda;
38% se dizem inseguros quanto ao futuro; e
27% alegam o fechamento do comércio.
Segundo o levantamento, 37% dizem que essa redução será permanente.
G1, 28/abr
terça-feira, 27 de abril de 2021
IPCA-15: prévia da inflação oficial desacelera e fica em 0,60% em abril, aponta IBGE
Índice ficou abaixo do resultado de março e continuou sendo puxado pela alta dos preços dos combustíveis. No acumulado em 12 meses, indicador ficou 0,17 p.p. acima do teto da meta do governo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,60% em abril, 0,33 ponto percentual (p.p.) abaixo do resultado de março (0,93%), conforme divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o indicador acumula alta de 2,82% e em 12 meses, de 6,17%, acima do teto da meta do governo, que é de 6% - em março, o indicador acumulado em 12 meses ficou em 5,52%.
De acordo com o IBGE, o grupo de transportes continuou sendo a principal influência (0,36 p.p.) no IPCA-15, embora tenha desacelerado de 3,79% em março 1,76% em abril. Já o segundo maior impacto (0,08 p.p.) partiu do grupo de alimentação e bebidas, que acelerou de 0,12% para 0,36%.
A gasolina, que teve alta de 5,49% no mês, permaneceu como o produto com o principal impacto no índice (0,30 p.p.) - em março a alta no preço do combustível havia sido de 11,18%.
Também tiveram alta em abril os preços do óleo diesel (2,54%) e do etanol (1,46%), muito abaixo do registrado no mês anterior - 10,66% e 16,38%, respectivamente.
Também impactou a alta dos transportes o reajuste de 6,38% nas passagens de trem do Rio de Janeiro. As passagens aéreas, após três quedas seguidas, tiveram alta de 6,27% no mês.
Os preços dos automóveis novos (0,41%) e usados (0,80%) e dos pneus (2,63%) seguem em alta. Já as principais quedas foram de seguro voluntário de veículo (-3,14%), transporte por aplicativo (-3,55%) e aluguel de veículo (-6,04%).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta dos preços em abril. Veja o resultado para cada um deles:
Alimentação e bebidas: 0,36%
Habitação: 0,45%
Artigos de residência: 0,55%
Vestuário: 0,17%
Transportes: 1,76%
Saúde e cuidados pessoais: 0,44%
Despesas pessoais: 0,05%
Educação: 0,00%
Comunicação: -0,04%
Alimentação tem alta superior a março
Com desaceleração sucessiva da alta de preços desde dezembro, a inflação para o grupo de alimentação e bebidas voltou a acelerar em abril, passando de 0,12% para 0,36%. Já a alimentação no domicílio passou de uma queda de 0,03% em março para uma alta de 0,19% em abril.
O que mais puxou a alta da alimentação no domicílio foi o café da manhã, segundo o IBGE. O pão francês aumentou, em média, 1,73% e o leite longa vida 1,75%. Em março, ambos haviam registrado deflação, respectivamente de -0,11% e -4,50%.
Os preços das carnes seguiram em alta (0,61%), embora com variação menor do que a de março (1,72%).
Já o arroz teve queda de 1,44%. Também tiveram destaque o recuo nos prelos da cenoura (-13,58%), da batata-inglesa (-5,03%), das frutas (-2,91%).
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, teve alta superior à da alimentação dentro de casa, de 0,79%. O lanche teve alta de 1,34% e a refeição, de 0,57%.
Gás puxa alta da habitação
O IBGE destacou que o maior impacto na alta do grupo de Habitação (0,45%) partiu do aumento de 2,49% do gás de botijão, que acumula alta de 20,22% nos últimos 12 meses. O gás encanado, por sua vez, teve alta de 0,20% em abril.
Também contribuiu para a alta da habitação o aumento de 0,47% da energia elétrica, puxada pela alta de 4,34% das tarifas em vigor no Rio de Janeiro. Além disso, em abril, foi mantida a bandeira amarela, que acrescenta na conta de luz R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Saúde mais cara
Os preços de produtos e serviços do grupo de Saúde e cuidados pessoais acelerou de 0,24% em março para 0,44%. Essa aceleração foi puxada pela alta de 0,66% dos planos de saúde e de 0,29% dos produtos farmacêuticos, que haviam apresentado queda de 0,29% em março.
"No dia 1º de abril, foi autorizado o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica", ressaltou o IBGE.
Alta em todas as regiões pesquisadas
O IBGE destacou que todas as 11 regiões pesquisadas tiveram alta do IPCA-15 em abril, mas apenas em quatro delas a variação foi maior que a média.
"O maior resultado foi observado em Brasília (0,98%), especialmente em função da alta no preço da gasolina (8,37%). A menor variação, por sua vez, foi registrada na região metropolitana de Belém (0,39%), influenciada pela queda no preço do arroz (-5,25%)", destacou o instituto.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados pelo IBGE entre 16 de março a 13 de abril de 2021 e comparados com aqueles vigentes de 12 de fevereiro a 15 de março de 2021.
Perspectivas e meta de inflação
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que agora está em 2,75% ao ano.
Os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 5,01% no ano, já próxima do teto da meta do governo, conforme aponta a última pesquisa Focus do Banco Central.
Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do governo, que era de 4%. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Os analistas também elevaram a expectativa para taxa básica de juros (Selic) ao final de 2021, de 5,25% para 5,5% ao ano.
Daniel Silveira, G1, 27/abr
segunda-feira, 26 de abril de 2021
Rombo das contas externas recua no 1º trimestre e investimento estrangeiro direto avança 40%
Melhora nas contas externas na parcial de 2021 está relacionada com redução dos gastos de brasileiros no exterior e queda no envio de lucros e dividendos para fora do país.
O rombo das contas externas do Brasil caiu no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que os investimentos estrangeiros diretos na economia do país avançaram 40%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central (BC).
De acordo com o BC, a melhora no rombo das contas externas na parcial de 2021 está relacionada com o déficit menor da conta de serviços, com queda nos gastos no exterior, e também com a forte redução nas remessas de lucros e dividendos para fora do país.
Ainda, segundo a instituição, o déficit registrado nas contas externas nos três primeiros meses deste ano foi de R$ 15,361 bilhões, com queda de 28,9% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 21,601 bilhões). Este também é o menor valor para este período desde 2017.
O déficit em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Em um cenário de recessão por conta do coronavírus, o déficit das contas externas recuou 75% em 2020 e foi para US$ 12,517 bilhões.
Para todo ano de 2021, a expectativa do Banco Central é de uma nova melhora nas contas externas, por conta do bom saldo da balança comercial (fruto do dólar alto, que torna as exportações mais rentáveis e as compras do exterior mais caras). A estimativa da instituição é de um saldo positivo de US$ 2 bilhões nas contas externas neste ano, o primeiro desde 2007.
Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 17,709 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 40,3% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 12,621 bilhões).
De acordo com números oficiais, o ingresso registrado nos três primeiros meses deste ano foi o maior para o período desde 2018 (US$ 21,157 bilhões).
Segundo informações do Banco Central, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos no país, no primeiro trimestre deste ano, também foi suficiente para cobrir o rombo de R$ 15,361 bilhões nas contas externas no período.
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 34,167 bilhões em 2020, queda de 50,6% frente a 2019. Foi o menor ingresso em 11 anos.
Para 2021, o Banco Central estima um ingresso de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
Alexandro Martello, G1, 26/abr
sexta-feira, 23 de abril de 2021
Pandemia leva indústria a ampliar contratação de intermitentes
Em 2020, 45% das empresas com intermitentes ampliaram o número de contratos; entre os motivos estão a adequação da força de trabalho à flutuação da produção em um cenário de incertezas e a contratação de trabalhadores com habilidades específicas que não demandam prestação de serviço em tempo integral.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 15% das 523 empresas entrevistadas contrataram intermitentes em 2019 e 2020, e 85% delas pretendem contratar na modalidade em 2021 e 2022.
Além disso, o levantamento revela que o regime intermitente foi utilizado para manutenção dos vínculos formais num contexto de imprevisibilidade trazido pela pandemia. Em 2020, 45% das empresas com intermitentes ampliaram o número de contratos e 44% o mantiveram. Um dos motivos apontados foi a rápida adequação da força de trabalho à flutuação da demanda.
Segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o setor da Indústria gerou apenas 19% das vagas intermitentes entre 2020 e 2021.
A maior parte dos intermitentes da indústria, segundo a pesquisa da CNI, trabalha no chão de fábrica – 67%. Serviços de conservação e limpeza (20%) e de transportes (18%) vêm em seguida.
O contrato de trabalho intermitente é uma prestação de serviços em períodos alternados, e o trabalhador é remunerado de maneira proporcional, somente pelo período trabalhado. Além disso, a prestação de serviços esporádica deve ser registrada em carteira e há direitos trabalhistas previstos como férias e 13º proporcionais e depósito do FGTS.
De acordo com a gerente-executiva de Relações do Trabalho da CNI, Sylvia Lorena, a pandemia trouxe desafios para o planejamento e a gestão da indústria, substituindo as sazonalidades pelos períodos de paralisação da produção e aumento repentino de demanda.
Além de o contrato intermitente permitir adequação a flutuações na produção, 70% das empresas disseram que a modalidade se tornou importante para a manutenção de vínculo com trabalhadores com habilidades e perfil específicos para certas atividades, mas para os quais não há demanda de prestação de serviço em tempo integral. Entre as pequenas indústrias, o percentual chegou a 77%.
Entre as empresas que utilizaram intermitentes, 72% formalizaram no contrato um número mínimo de horas mensais. Os quantitativos de horas pré-contratadas mais comuns são mais de 40 horas mínimas mensais, presentes em 23% dos contratos, e até 8 horas por mês, presentes em 20% dos registros.
Sylvia Lorena explica que esse mínimo de horas nos contratos intermitentes, além de conferir previsibilidade à prestação do serviço, permite às empresas dispor de trabalhadores em período compatível com a demanda de serviço, que tem sido predominante nas áreas operacionais. Isso faz com que o intermitente seja uma alternativa enquanto as empresas seguem com faturamento restrito.
Das empresas que firmaram contratos intermitentes em 2019 e 2020, 60% afirmaram ter empregado entre 1 e 10 trabalhadores na modalidade, enquanto para 29% foram mais de 20 contratos formalizados e em 11% foram entre 11 e 20 vínculos intermitentes.
Insegurança jurídica freia contratações
Mesmo com a pretensão de ampliar a utilização da modalidade, as empresas apontam fatores que reduzem ou dificultam as contratações dos intermitentes.
Metade das empresas ouvidas aponta a insegurança jurídica em relação ao trabalho intermitente. A modalidade, instituída pela reforma trabalhista em 2017, é questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Ações Diretas de Inconstitucionalidade, que aguardam por decisões dos ministros.
Na sequência, vem a própria atividade da empresa que dificulta a contratação em regime intermitente, citada por 44% das entrevistadas.
“As atividades na indústria, por natureza, demandam maior qualificação e capacitação técnica de seus empregados, o que reforça a percepção de que o trabalhador intermitente na indústria tem sido contratado com um perfil ou habilidade específica”, analisa o especialista em Relações do Trabalho da CNI, Pablo Rolim Rolim.
Insegurança sobre se o trabalhador atenderá ao chamado para o trabalho é o terceiro fator que traz receio nas empresas, apontado por 33%.
Indústria gera 19% das vagas intermitentes entre 2020 e 2021
Entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, foram criadas 80.971 vagas intermitentes, de acordo com dados do Caged. Só em 2020, foram 72.879 postos. A indústria gerou 13.264 vagas na modalidade em 2020 e 2.057 em 2021 – ou seja, 19% do total de vagas intermitentes no período de 14 meses.
Para Pablo Rolim, os dados tanto do Caged quanto da pesquisa indicam que não há substituição do típico contrato de trabalho em jornada em integral, e que "o contrato intermitente cumpre sua função de permitir complementar a força de trabalho para a execução de funções específicas”.
O setor de Serviços foi o que mais criou vagas para intermitentes, com 47.140 postos desde 2020 – 58% do total –, puxado pelas áreas de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (29.654 vagas do total).
O período com maior criação de vagas intermitentes foi entre outubro e dezembro de 2020, puxado pela demanda do Natal. No caso da indústria, o aquecimento nas vagas foi pulverizado entre os meses de julho e dezembro.
Em 2020, foram geradas 142.690 vagas formais, puxadas pelos setores da Construção, Indústria e Agropecuária. Das 95.588 vagas com carteira assinada geradas na indústria, 14% foram para intermitentes. Já entre o total de vagas criadas, 51% foram na modalidade intermitente no ano passado – 72.879 de 142.690.
Nos dois primeiros meses do ano, o saldo de vagas com carteira assinada é de 659.780. Juntos, os setores de Serviços e Indústria foram responsáveis por 438.752 vagas. Na indústria, das 185.209 vagas formais criadas, apenas 1,1% foi de intermitentes. No caso de Serviços, a proporção é um pouco maior, de 3,4%. Já entre o total de vagas criadas, apenas 1,23% foi na modalidade intermitente no período – 8.092 de 659.780.
Marta Cavallini, G1, 23/abr
quinta-feira, 22 de abril de 2021
Endereço do Google Argentina ficou nas mãos de jovem por algumas horas, diz jornal
Reportagem do 'Clarín' mostra que argentino Nicolás David Kuroña registrou o domínio 'google.com.ar' na noite de quarta-feira e foi dono do endereço por algum tempo.
O site do Google na Argentina ficou fora do ar na noite da última quarta-feira (22). O motivo, segundo o jornal "Clarín', foi uma troca no registro do domínio "google.com.ar".
Uma pesquisa no site do Nic Argentina, instituição responsável pelo registro de endereços de sites no país, mostrava que o link tinha mudado de dono e estava cadastrado no nome de Nicolás David Kuroña.
Nas redes sociais, o jovem disse que "entrou no nic.ar, viu que o nome "google.com.ar" estava disponível" e que "comprou legalmente".
Diante de centenas de perguntas que recebeu no Twitter, o jovem disse que conseguiu comprar a URL do Google Argentina porque "o domínio tinha expirado".
Os jornais "Clarín" e "La Nacion" apontaram que o grupo Open Data Córdoba, dedicado ao monitoramento de domínios na Argentina, disse que o endereço "google.com.ar" não expirou, mas mudou de mãos: primeiro do Google para Kuroña e depois de volta para o Google.
O site do Nic Argentina também ficou fora do por alguns minutos até as primeiras horas da manhã de quinta-feira (22), segundo o site "InfoBae".
Quando o Nic retornou ao ar, a busca pelo domínio "google.com.ar" mostrava a propriedade da gigante da tecnologia com data de expiração para 1º de novembro de 2021.
O Google na Argentina também voltou a funcionar nas primeiras horas de quinta.
Em comunicado à imprensa local, o Google se limitou a dizer que havia resolvido os problemas no acesso ao site, sem detalhar o caso.
"O problema que afetava o acesso ao 'google.com.ar' foi resolvido. Lamentamos os inconvenientes que essa situação possa ter gerado e estamos investigando as causas", disse um porta-voz.
G1, 22/abr
quarta-feira, 21 de abril de 2021
Lojas Americanas compra 70% do Uni.co, dono das marcas Puket e Imaginarium
Em comunicado, varejista afirmou que a aquisição poderá ampliar seu sortimento nos segmentos de moda, acessórios, presentes e design.
A Lojas Americanas anunciou nesta terça-feira (20) que acertou a compra de 70% do Grupo Uni.co, dono das marcas de varejo Puket e Imaginarium.
O acordo prevê a aquisição dos 30% restantes em 3 anos.
Controlado desde 2012 pela gestora Squadra Investimentos, o Grupo Uni.co tem uma rede de mais de 440 franquias, além de canais digitais.
Em outubro passado, a empresa pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO), em busca de recursos para comprar novos negócios, investir em tecnologia e reforçar o capital de giro.
No entanto, o plano não se confirmou, uma vez que a volatilidade do mercado acionário doméstico nos últimos meses atropelou a meta dela e de ao menos duas dezenas de outras empresas brasileiras que pretendiam fazer o mesmo.
A Puket é uma marca de moda infantil e adulto e acessórios, enquanto a Imaginarium tem uma rede de lojas de presentes e design criativo.
Em comunicado, a Lojas Americanas afirmou que a aquisição poderá ampliar seu sortimento nos segmentos de moda, acessórios, presentes e design. O valor da transação não foi revelado.
Reuters, 21/abr
terça-feira, 20 de abril de 2021
Com alta real de 18,5%, arrecadação federal bate recorde para meses de março
Segundo a Secretaria da Receita Federal, arrecadação federal somou R$ 137,9 bilhões em março. No primeiro trimestre, valores arrecadados totalizaram R$ 445,9 bilhões, também recorde histórico.
A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou aumento real (descontado a inflação) de 18,49% em março deste ano, contra o mesmo mês de 2020, para R$ 137,932 bilhões no mês passado, informou a Secretaria Receita Federal nesta terça-feira (20).
Segundo números oficiais, esse foi o melhor resultado para meses de março desde o início da série histórica em 2007, ou seja, em 15 anos. No mesmo período do ano passado, a arrecadação somou R$ 116,410 bilhões. Os valores foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Alexandro Martello, G1, 20/abr
segunda-feira, 19 de abril de 2021
'Prévia' do PIB do BC indica alta de 1,7% no nível de atividade em fevereiro
Esta foi a décima alta seguida do indicador, que já retornou ao patamar anterior à pandemia do coronavírus. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, considerado uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), teve alta de 1,7% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. O número foi divulgado nesta segunda-feira (19) e calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes. Esta foi a décima alta seguida do indicador.
Na comparação com fevereiro de 2020, o IBC-Br registrou uma expansão de 0,98%, segundo o Banco Central. No acumulado dos 12 meses até fevereiro de 2021, porém, houve queda de 4,02% – sem ajuste sazonal.
Com o crescimento registrado em fevereiro, o IBC-Br atingiu 143,24 pontos, o maior nível desde março de 2015 (143,89 pontos). O patamar registrado antes da pandemia (139,98 pontos em fevereiro de 2020) já havia sido superado em janeiro deste ano.
Os efeitos da pandemia foram sentidos, com maior intensidade na economia, entre março e abril do ano passado. De maio em diante, os números mostram o início de uma reação. Mas com a segunda onda, registrada com mais intensidade de março de 2021 em diante, analistas indicam que deve haver novo impacto na atividade.
Números do PIB
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados do IBGE, o PIB brasileiro registrou um tombo de 4,1% no ano passado. Foi o maior recuo anual da série histórica, iniciada em 1996. A queda interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019.
Para 2021, a estimativa dos economistas do mercado financeiro é de uma alta de 3,04%. O Ministério da Economia projeta um crescimento de 3,2% para este ano e, o BC, uma expansão de 3,6%.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Em meados de março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano. E o Banco Central indicou que deverá promover novo aumento, para 3,5% ao ano, em maio.
Alexandro Martello, G1, 19/abr
sexta-feira, 16 de abril de 2021
Consórcio de Libra devolve área Sudeste por baixo potencial, diz Petrobras
Área foi arrematada em leilão realizado em 2013.
A Petrobras informou nesta sexta-feira que o consórcio de Libra notificou a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a devolução da área Sudeste do bloco de Libra, no pré-sal na Bacia de Santos, arrematada em leilão em 2013, o primeiro do pré-sal realizado sob o regime de partilha.
O consórcio, constituído pela Petrobras (com fatia de 40%), em parceria com a Shell (20%), Total, CNODC (10%) e CNOOC (10%), apontou que desde o início as atividades de avaliação mostraram a área Sudeste (um compartimento distinto das demais) como de baixo potencial.
A devolução está de acordo com o Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) do poço 3-BRSA-1267-RJS, que abrange as áreas Central e Sudeste do bloco de Libra, remanescentes após a Declaração de Comercialidade da área Noroeste de Libra que deu origem ao atual Campo de Mero, terceiro maior campo produtor do pré-sal.
A fase exploratória de avaliação da descoberta dessa área continuará até março de 2025, disse a estatal.
Reuters, 16/abr
quinta-feira, 15 de abril de 2021
Número de ações trabalhistas envolvendo a Covid-19 chega a 24 mil
Processos nas Varas do Trabalho são de pessoas pedindo direitos como verbas rescisórias e FGTS, e estão relacionados à doença causada pelo coronavírus. Número representa menos de 2% do total de ações no período.
Quase 24 mil brasileiros já recorreram à Justiça do Trabalho em ações relacionadas à pandemia do coronavírus. Segundo levantamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), desde o ano passado até o mês de março deste ano, foram registradas 23.938 ações trabalhistas nas Varas do Trabalho com o assunto Covid-19.
Nesses processos, trabalhadores pedem direitos como verbas rescisórias e FGTS, por exemplo. O número, no entanto, representa menos de 2% do total de ações lançadas nas Varas de Trabalho no período, de 1.757.566.
Em 2020, foram 21.824 ações com o assunto Covid-19 do total de 1.451.963 novos casos nas Varas de Trabalho. Já nos três primeiros meses deste ano, foram 2.114, do total de 305.603.
Os meses de maio e junho foram os que registraram os maiores números de ações nas Varas de Trabalho, com mais de 4 mil em cada. Já a partir de julho, o número passou a recuar.
Enquanto o número total de ações em primeira instância diminuiu 26% de março para abril do ano passado, os pedidos relacionados à doença tiveram alta de 320%. Já entre abril e maio, o aumento de ações com o tema Covid-10 foi de 65,5%, bem acima da alta no número total de ações, que foi de 1,22%.
RS e PE, indústria e transporte lideram ações
As Regiões Judiciárias com maior número de ações relacionadas ao coronavírus são Rio Grande do Sul e Pernambuco, seguidos de São Paulo e Santa Catarina.
De acordo com o levantamento, os setores da indústria, transporte e comércio registraram o maior número de reclamações trabalhistas, respondendo a 40% do total (9.579 ações).
Veja os casos novos nas Varas de Trabalho com o assunto Covid-19 por categoria econômica do empregador:
Indústria: 3.619 (3.335 em 2020 e 284 em 2021)
Transporte: 3.110 (2.864 em 2020 e 246 em 2021)
Comércio: 2.850 (2.575 em 2020 e 275 em 2021)
Turismo, hospitalidade e alimentação: 2.535 (2.332 em 2020 e 203 em 2021)
Serviços diversos: 2.250 (2.052 em 2020 e 198 em 2021)
Administração pública: 915 (767 em 2020 e 148 em 2021)
Seguridade social: 852 (764 em 2020 e 88 em 2021)
Sistema financeiro: 848 (778 em 2020 e 70 em 2021)
Comunicação: 684 (625 em 2020 e 59 em 2021)
Educação, cultura e lazer: 603 (529 em 2020 e 74 em 2021)
Empresas de processamento de dados: 238 (231 em 2020 e 7 em 2021)
Serviços urbanos: 228 (207 em 2020 e 21 em 2021)
Serviços domésticos: 214 (185 em 2020 e 29 em 2021)
Agropecuária, extração vegetal e pesca: 196 (189 em 2020 e 7 em 2021)
Outros: 4.796 (4.391 em 2020 e 405 em 2021)
No ranking das Varas do Trabalho com maior número de ações envolvendo a Covid-19, Lages (SC) e Igarassu (PE) lideram. Veja abaixo:
Lages (SC) - 3ª Vara (TRT12): 989
Igarassu (PE) - 1ª Vara (TRT06): 715
Lages (SC) - 2ª Vara (TRT12): 669
Igarassu (PE) - 2ª Vara (TRT06): 564
Osório (RS) - 1ª Vara (TRT04): 544
Diadema (SP) - 2ª Vara (TRT02): 537
Quixadá (CE) - 1ª Vara (TRT07): 516
Cascavel (PR) - 4ª Vara (TRT09): 257
Santa Cruz do Rio Pardo (SP) - 1ª Vara (TRT15): 254
Taquara (RS) - 3ª Vara (TRT04): 251
Entre os assuntos mais frequentes nas reclamações trabalhistas, pagamento de verbas rescisórias e liberação do FGTS lideram o ranking. Veja abaixo:
Multa do artigo 477 da CLT (atraso no pagamento das verbas rescisórias): 3.846 ações
Levantamento / Liberação do FGTS: 3.618 ações
Férias proporcionais: 3.499 ações
13º salário proporcional: 3.210 ações
Multa do artigo 467 da CLT (não quitação de verbas rescisórias): 3.187 ações
Depósito / Diferença de Recolhimento do FGTS: 2.512 ações
Saldo de salário: 2.490 ações
Adicional de horas extras: 2.105 ações
Indenização / Dobra / Terço Constitucional: 1.773 ações
Rescisão indireta: 1.756 ações
Razões para ir à Justiça
Advogados trabalhistas apontam que o desemprego está entre as principais razões para o aumento da judicialização durante a pandemia e alertam que o impacto deve ser ainda maior a longo prazo.
Veja os principais motivos para o aumento das ações na Justiça apontados pelos especialistas:
Desemprego
Pressa por conta do medo de as empresas irem à falência
Condições de trabalho em meio à pandemia
Redução de salários
Suspensão dos contratos de trabalho
Reconhecimento da Covid-19 como doença ocupacional
Insegurança jurídica
A expectativa dos advogados é de que o número de ações cresça ainda mais decorrente da crise causada pela pandemia, que neste momento passa por um agravamento sem precedentes.
Para Ruslan Stuchi, sócio do escritório Stuchi Advogados, há pressa por parte dos trabalhadores que perdem os postos de trabalho por conta do medo de as empresas irem à falência e não arcarem com os direitos trabalhistas. "O fato de não ser possível saber quais empresas permanecerão ativas depois que a pandemia passar faz com que os empregados não esperem muito para abrir novos processos", opina.
O advogado analisa que o número de ações poderia ser ainda mais alto se a reforma trabalhista não tivesse determinado que a parte perdedora dos processos é responsável por pagar, para os advogados da parte vencedora, os chamados honorários de sucumbência.
Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Covid-19 deve ser considerada uma enfermidade vinculada ao trabalho, o que, segundo os advogados, favoreceu trabalhadores de atividades consideradas essenciais e que são expostos de forma constante ao vírus e também teve impacto na judicialização.
O professor e advogado Fernando de Almeida Prado, sócio do BFAP Advogados, relata que a pandemia tem motivado não apenas ações individuais. “As ações coletivas, ajuizadas por sindicatos ou pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), buscam condenar as empresas a tomarem consistentes medidas de segurança, a maioria não prevista nas normas trabalhistas”, afirma.
Marta Cavallini, G1, 15/abr
quarta-feira, 14 de abril de 2021
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