quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Aceleração de importação reduz superávit comercial previsto para 2021, diz FGV Ibre

 

Em julho, sob efeito da alta de preços das commodities nos embarques brasileiros, a estimativa subiu superávit de US$ 70,4 bilhões, mas no último relatório, o saldo projetado caiu para US$ 59,9 bilhões.

A aceleração das importações nos últimos meses e a perda de ritmo das exportações deve levar a um superávit comercial abaixo do que se esperava em meados do ano, o que já se reflete nas projeções, aponta o boletim do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

O boletim lembra que no fim de janeiro o saldo positivo esperado para a balança de 2021 era de US$ 55 bilhões, segundo o relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Ao fim de julho, sob efeito da alta de preços das commodities nos embarques brasileiros, a estimativa subiu para superávit de US$ 70,4 bilhões. No último relatório o saldo projetado caiu para US$ 59,9 bilhões.

A redução nas estimativas de superávit aconteceu gradualmente, à medida que os preços de commodities passaram a devolver parte da alta e se ajustaram. A aceleração de preços das importações nos últimos meses também contribuiu para isso.

E novembro, destaca o boletim, a variação nos preços das importações em 34,2% superou a das exportações, que foi de 25,1%. Em termos de volume, detalha a divulgação, as exportações recuaram desde outubro e, na comparação entre os meses de novembro de 2020 e novembro de 2021, a queda foi de 6,2%. O volume importado cresceu, desde março com variações acima de 20% e arrefeceu em novembro, com variação positiva de 8,4%, na comparação interanual.

Em novembro a balança comercial registrou déficit de US$ 1,3 bilhão, o primeiro na série histórica do mês de novembro, desde 2014, o que deve ter influenciado a revisão da projeção da balança comercial no relatório Focus, indica o Ibre. Em termos de valor, as importações cresceram 45,4% e as exportações, 17%, entre os meses de novembro de 2020 e 2021.

O boletim ressalta, porém, que o saldo comercial do acumulado de 2021 até agora permanece robusto. De janeiro a novembro deste ano, o superávit de 57,1 bilhões ainda é o maior quando comparado com iguais períodos, desde 1997, indica. Entre janeiro a novembro de 2020 e de 2021, as exportações aumentaram em valor 34,2% e as importações, 39,1%.

Valor Online, 16/dez