quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Balança comercial tem déficit de US$ 1,3 bi em novembro, primeiro saldo negativo desde janeiro

Ao todo, segundo Ministério da Economia, importações somaram US$ 21,6 bilhões, e exportações, US$ 20,29 bilhões. Resultado representa piora na comparação com novembro de 2020.

O Ministério da Economia informou nesta quarta-feira (1) que a balança comercial registrou déficit de US$ 1,307 bilhão em novembro deste ano.

O déficit é registrado quando as importações superam as exportações. Quando acontece o contrário, isto é, as exportações superam as importações, o resultado é de superávit.

Ao todo, segundo o governo, as importações somaram US$ 21,603 bilhões em novembro, e as exportações, US$ 20,296 bilhões.

Segundo os dados oficiais, o resultado de novembro representa o primeiro saldo negativo desde janeiro (déficit de US$ 205 milhões). Também representa piora na comparação com novembro de 2020, quando foi registrado superávit de US$ 2,488 bilhões.

De acordo com o Ministério da Economia, as exportações, pela média diária, registraram alta de 23,2% em novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as compras do exterior avançaram 53,1%.

O que diz o governo

Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do ministério, Herlon Brandão, houve aceleração da compra de bens e também do valor de produtos importados, concentrados em combustíveis em geral, gás natural, energia elétrica, adubos e fertilizantes e medicamentos.

Ainda de acordo com Brandão, a importação de vacinas contra a Covid também contribuiu para a piora do resultado da balança comercial. Esses produtos são contabilizados como medicamentos.

Resultados por setor

Saiba os setores que tiveram maior aumento nas exportações:

Minérios de níquel e seus concentrados: +41.689,1%;

Gorduras e óleos vegetais "soft", bruto, refinado ou fracionado: +1.025,6%;

Produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço: +217,5%;

Soja: +163,1%;

Minérios de alumínio e seus concentrados: +120,4%;

Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja ou aço e ferro-ligas: +55%;

Óleos brutos de petróleo, crus: +27,6%;

Nas importações, os setores que mais fizeram compras foram:

Gás natural, liquefeito ou não: +925,1%;

Milho não moído, exceto milho doce: +433,8%;

Cevada, não moída: +268,7%;

Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado: +254,7%;

Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos): +165,7%;

Óleos combustíveis de petróleo (exceto óleos brutos): +162,9%;

Outros minérios e concentrados dos metais de base: +162,5%;

Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários: +136,5%;

Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: +103,2%

Acumulado do ano

Apesar do déficit de novembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 57,191 bilhões no acumulado dos 11 primeiros meses deste ano, novo recorde para o período. A série histórica oficial do governo tem início em 1989.

O saldo positivo também já superou o resultado de todo ano passado, quando o superávit comercial somou US$ 50,393 bilhões (valor revisado).

De janeiro a novembro deste ano, as exportações somaram US$ 256,096 bilhões, alta de 34,9% na média diária em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações somaram US$ 198,905 bilhões, com crescimento de de 39,7%.

O superávit parcial de 2021 aconteceu em um ano marcado pelo crescimento dos preços das "commodities" (produtos com cotação básica, como alimentos, petróleo e minérios), além da alta da moeda norte-americana — que também barateia os produtos brasileiros lá fora.

Após avançar quase 30% no ano passado, a moeda norte-americana se valorizou mais 8,68% nos onze primeiros meses de 2021. Nesta terça-feira (30), fechamento do mês de novembro, o dólar estava cotado a R$ 5,6372. Veja mais cotações

Impulsionado pelo dólar alto, e pela valorização dos produtos agrícolas e petróleo (parcialmente revertidos nos últimos meses), a balança comercial bateu recorde em cinco meses de 2021: março, abril, maio, junho e agosto. A comparação, nesse caso, é sempre contra o mesmo período de anos anteriores.

Por Alexandro Martello, G1, 02/dez