Ao todo, segundo Ministério da Economia, importações somaram US$ 21,6 bilhões, e exportações, US$ 20,29 bilhões. Resultado representa piora na comparação com novembro de 2020.
O Ministério da Economia informou nesta quarta-feira (1) que a balança comercial registrou déficit de US$ 1,307 bilhão em novembro deste ano.
O déficit é registrado quando as importações superam as exportações. Quando acontece o contrário, isto é, as exportações superam as importações, o resultado é de superávit.
Ao todo, segundo o governo, as importações somaram US$ 21,603 bilhões em novembro, e as exportações, US$ 20,296 bilhões.
Segundo os dados oficiais, o resultado de novembro representa o primeiro saldo negativo desde janeiro (déficit de US$ 205 milhões). Também representa piora na comparação com novembro de 2020, quando foi registrado superávit de US$ 2,488 bilhões.
De acordo com o Ministério da Economia, as exportações, pela média diária, registraram alta de 23,2% em novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as compras do exterior avançaram 53,1%.
O que diz o governo
Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do ministério, Herlon Brandão, houve aceleração da compra de bens e também do valor de produtos importados, concentrados em combustíveis em geral, gás natural, energia elétrica, adubos e fertilizantes e medicamentos.
Ainda de acordo com Brandão, a importação de vacinas contra a Covid também contribuiu para a piora do resultado da balança comercial. Esses produtos são contabilizados como medicamentos.
Resultados por setor
Saiba os setores que tiveram maior aumento nas exportações:
Minérios de níquel e seus concentrados: +41.689,1%;
Gorduras e óleos vegetais "soft", bruto, refinado ou fracionado: +1.025,6%;
Produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço: +217,5%;
Soja: +163,1%;
Minérios de alumínio e seus concentrados: +120,4%;
Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja ou aço e ferro-ligas: +55%;
Óleos brutos de petróleo, crus: +27,6%;
Nas importações, os setores que mais fizeram compras foram:
Gás natural, liquefeito ou não: +925,1%;
Milho não moído, exceto milho doce: +433,8%;
Cevada, não moída: +268,7%;
Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado: +254,7%;
Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos): +165,7%;
Óleos combustíveis de petróleo (exceto óleos brutos): +162,9%;
Outros minérios e concentrados dos metais de base: +162,5%;
Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários: +136,5%;
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: +103,2%
Acumulado do ano
Apesar do déficit de novembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 57,191 bilhões no acumulado dos 11 primeiros meses deste ano, novo recorde para o período. A série histórica oficial do governo tem início em 1989.
O saldo positivo também já superou o resultado de todo ano passado, quando o superávit comercial somou US$ 50,393 bilhões (valor revisado).
De janeiro a novembro deste ano, as exportações somaram US$ 256,096 bilhões, alta de 34,9% na média diária em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações somaram US$ 198,905 bilhões, com crescimento de de 39,7%.
O superávit parcial de 2021 aconteceu em um ano marcado pelo crescimento dos preços das "commodities" (produtos com cotação básica, como alimentos, petróleo e minérios), além da alta da moeda norte-americana — que também barateia os produtos brasileiros lá fora.
Após avançar quase 30% no ano passado, a moeda norte-americana se valorizou mais 8,68% nos onze primeiros meses de 2021. Nesta terça-feira (30), fechamento do mês de novembro, o dólar estava cotado a R$ 5,6372. Veja mais cotações
Impulsionado pelo dólar alto, e pela valorização dos produtos agrícolas e petróleo (parcialmente revertidos nos últimos meses), a balança comercial bateu recorde em cinco meses de 2021: março, abril, maio, junho e agosto. A comparação, nesse caso, é sempre contra o mesmo período de anos anteriores.
Por Alexandro Martello, G1, 02/dez