quarta-feira, 30 de novembro de 2022
PIB dos EUA cresce 2,9% no 3° trimestre
O aumento no terceiro trimestre refletiu principalmente aumentos nas exportações e gastos do consumidor.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos aumentou a uma taxa anualizada de 2,9% no terceiro trimestre, informou o Departamento de Comércio dos EUA, em sua segunda estimativa preliminar, nesta quarta-feira (30).
A primeira estimativa mostrava crescimento de 2,6%.
O aumento no terceiro trimestre refletiu principalmente aumentos nas exportações e gastos do consumidor, que foram parcialmente compensados por uma diminuição no investimento em habitação.
Com isso, o país interrompeu sequência de duas quedas trimestrais consecutivas, o que havia levantado preocupações de que a economia estaria numa recessão.
No segundo trimestre, a economia dos EUA contraiu 0,6%.
Apesar de a economia se recuperar mais fortemente do que se pensava inicialmente no terceiro trimestre, as taxas de juros mais altas, conforme o Federal Reserve luta contra a inflação, aumentam os riscos de uma recessão no ano que vem.
Economistas consultados pela Reuters previam que o crescimento do PIB seria revisado para cima a uma taxa de 2,7%.
Quando medida pelo lado da renda, a economia cresceu a uma taxa de 0,3%. A Renda Nacional Bruta havia contraído a um ritmo de 0,8% no segundo trimestre.
A média do PIB e da Renda Nacional Bruta aumentou a uma taxa de 1,6% no período de julho a setembro, após encolher a um ritmo de 0,7% no segundo trimestre.
Os lucros da produção atual diminuíram a uma taxa de 31,6 bilhões de dólares no terceiro trimestre, após subirem a um ritmo de 131,6 bilhões de dólares no segundo trimestre.
Com o Fed no meio do que se tornou o ciclo de aumento de juros mais rápido desde a década de 1980, a economia corre o risco de entrar em recessão já no primeiro semestre do ano que vem. Economistas, no entanto, acreditam que qualquer desaceleração será curta e leve por causa da força sem precedentes do mercado de trabalho.
A confiança do consumidor e das empresas está em declínio, o que pode prejudicar os gastos e o crescimento do emprego.
G1, 30/nov
terça-feira, 29 de novembro de 2022
Inflação do aluguel: IGP-M fica em -0,56% em novembro
É o quarto mês seguido de taxa negativa; com este resultado, o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,56% em novembro, no quarto mês seguido de taxa negativa, após recuo de 0,97% em outubro, informou nesta terça-feira (29) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com este resultado, o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice teve variação de 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.
“O IGP-M registrou queda menos intensa nesta apuração. As contribuições para a aceleração da taxa do índice partiram de seus três índices componentes. No índice ao produtor, a soja foi o principal destaque ao registrar alta de 1,25%, ante queda de 0,66% no mês anterior. No IPC, a principal contribuição para a aceleração do índice partiu da gasolina, cuja taxa passou de -3,74% para 1,58%. Por fim, no âmbito da construção, a pressão para a aceleração do índice partiu da mão de obra, cuja taxa avançou de 0,31% para 0,53%”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
O IGP-M é conhecido como 'inflação do aluguel' por servir de parâmetro para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.
Entenda a composição do índice e o desempenho de cada um
O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Veja abaixo os três componentes e como cada um influenciou o indicador:
- O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60% na composição do IGP-M - caiu 0,94% em novembro, após queda de 1,44% em outubro. Os destaques ficaram com os subgrupos alimentos processados, cuja taxa passou de -1,04% para 0,01%; combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -5,67% para 0,83%. Outras influências foram minério de ferro (-1,52% para -8,01%), café em grão (-3,35% para -20,97%), milho em grão (0,58% para -0,74%), soja em grão (-0,66% para 1,25%), cana-de-açúcar (-2,55% para -0,64%) e leite in natura (-7,56% para -5,32%).
- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M - subiu 0,64% em novembro, após alta de 0,50% em outubro. Destaques para gasolina, cuja taxa passou de -3,74% para 1,58%; hortaliças e legumes (6,75% para 9,86%); combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-2,45% para -0,32%); artigos de higiene e cuidado pessoal (1,37% para 2,03%) e calçados (0,10% para 1,35%). Pelo lado das quedas, destaque para passagem aérea (16,07% para 2,07%), taxa de água e esgoto residencial (2,65% para 1,37%) e conserto de bicicleta (0,53% para -0,14%).
- O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M - variou 0,14% em novembro, ante 0,04% em outubro. As variações dos três componentes do indicador foram as seguintes: Materiais e Equipamentos (-0,32% para -0,35%), Serviços (0,34% para 0,35%) e Mão de Obra (0,31% para 0,53%).
G1, 29/nov
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
O 'calcanhar de Aquiles' da economia dos EUA que gera perdas de bilhões de dólares
As pequenas empresas desempenham um papel fundamental na economia, gerando quase metade de todos os postos de trabalho, mas são mais vulneráveis a ataques cibernéticos.
Quando Elana Graham começou a vender software de cibersegurança para pequenas empresas cinco anos atrás, os negócios eram relativamente pequenos.
Agora, a demanda é crescente, impulsionada pela rápida expansão do trabalho remoto, que deixou as pequenas empresas vulneráveis a ataques. Ela conta que os negócios da empresa triplicaram desde o início do ano, atingindo os maiores níveis desde a sua fundação.
"Era uma questão totalmente ignorada. 'Não vai acontecer comigo, sou muito pequeno.' Esta era a mensagem dominante que eu ouvia cinco anos atrás", afirma Graham, uma das fundadoras da empresa CYDEF, com sede no Canadá. "Mas, sim, está acontecendo."
Estima-se que o custo global dos cibercrimes atinja US$ 10,5 trilhões (cerca de R$ 56 trilhões) até 2025, segundo a empresa suíça de pesquisas em cibersegurança Cyber Ventures.
E, na trajetória atual, as pequenas empresas sofrerão a maior parte do prejuízo. A probabilidade de que elas sejam atacadas por cibercriminosos é três vezes maior que para as empresas maiores, segundo concluiu a empresa de segurança em nuvem Barracuda Networks. E os riscos dispararam durante a pandemia.
Entre 2020 e 2021, os ciberataques contra as pequenas empresas aumentaram em mais de 150%, segundo a RiskRecon, companhia da Mastercard que avalia o risco de cibersegurança das empresas.
"A pandemia criou toda uma nova série de desafios e as pequenas empresas não estavam preparadas", afirma Mary Ellen Seale, executiva-chefe da organização sem fins lucrativos National Cybersecurity Society, que ajuda as pequenas empresas a criar planos de cibersegurança.
Em março de 2020, no auge da pandemia, uma pesquisa entre pequenas empresas conduzida pelo canal de TV por assinatura CNBC concluiu que apenas 20% delas planejaram investir em cibersegurança. Foi quando vieram os lockdowns da covid-19 e as empresas correram para desenvolver suas operações online.
Com o trabalho remoto, mais aparelhos pessoais, como smartphones, tablets e laptops, tiveram acesso a informações sensíveis das empresas. Mas os lockdowns restringiram os orçamentos, limitando os valores que as companhias podiam gastar para proteger-se.
Funcionários especializados e software de cibersegurança de alto custo, muitas vezes, estavam fora do alcance das empresas. O resultado foi o enfraquecimento da sua infraestrutura de cibersegurança - uma situação propícia para os hackers.
"Muitos ataques agora estão surgindo através delas, pois os criminosos sabem que as organizações maiores fizeram um trabalho muito bom para proteger sua infraestrutura", afirma Seale. "O elo mais fraco são as pequenas empresas. E realmente é fácil entrar ali."
Para os candidatos a criminosos, esses ataques apresentam baixo risco e grandes recompensas, pois eles têm menos chance de chamar a atenção das autoridades e, muitas vezes, das próprias empresas.
Em média, os ciberataques somente são descobertos 200 dias depois da sua execução, segundo o professor de ciência da computação Yoohwan Kim, da Universidade de Nevada em Las Vegas, nos Estados Unidos. E, em muitos casos, são as reclamações dos clientes que alertam as empresas de que existe um problema.
E, com um fornecedor comprometido, os criminosos podem ter acesso às redes de outras organizações na cadeia de fornecimento.
"As grandes empresas dependem das pequenas", afirma Seale. "Elas são a força vital dos Estados Unidos e precisamos despertá-las."
As pequenas empresas representam mais de 99% das companhias norte-americanas e são responsáveis por cerca de metade de todos os empregos do país. Seu papel na economia global é fundamental.
E, para Kim, elas são o "calcanhar de Aquiles" da economia.
"Elas podem ser empresas pequenas, mas o que elas vendem para as grandes companhias pode ser muito importante", explica ele. "Se forem hackeadas, [o seu produto] não entrará na cadeia de fornecimento e tudo ficará prejudicado."
Os ciberataques podem ser devastadores para as pequenas empresas. Além de fazerem com que seus produtos sejam retirados da cadeia de fornecimento, eles geram despesas legais, investigações e registros nos órgãos reguladores.
Cerca de 60% das pequenas empresas fecham as portas em até seis meses após enfrentarem um ataque, segundo estimativas da organização National Cybersecurity Alliance.
"O custo pode atingir milhares de dólares", afirma Kim. "Algumas empresas simplesmente não conseguem pagar todo esse dinheiro. Elas simplesmente não suportam."
Mas, embora as pequenas empresas sejam as mais vulneráveis, Graham afirma que a maioria das ferramentas de cibersegurança foi criada para as grandes companhias. Muitas vezes, é difícil entender e instalá-las sem um funcionário especializado.
"É um enorme desafio para as pequenas empresas, que não compreendem o que essas pessoas estão tentando vender para elas", afirma Graham.
Segundo os especialistas, existem medidas simples que as pequenas empresas podem tomar para aumentar sua proteção, como criar planos de ação básicos e identificar quais e onde estão os dados críticos.
Informar os funcionários sobre como evitar e detectar ataques também é importante, pois a ampla maioria dos vazamentos de dados envolve erros humanos. Ataques de cibercriminosos para hackear e-mails comerciais foram as ameaças que causaram maiores prejuízos durante a pandemia. Eles representaram US$ 1,8 bilhão (R$ 9,6 bilhões) em perdas conhecidas, segundo o FBI.
Conhecidos em inglês como spear phishing, esses golpes usam um alvo específico, ao contrário das estratégias mais tradicionais, como o spam, que atinge grandes quantidades de pessoas. Graham descreve a ferramenta como "a nova fronteira da atividade criminosa" e afirma que ela se tornou o tipo mais comum de ciberataque enfrentado pelos seus clientes.
Mas, para Seale, as empresas não devem se desesperar. "O mais importante é informar às pequenas empresas que não é algo irremediável. Não é uma barreira intransponível."
BBC, 25/nov
quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Clima econômico melhora na América Latina; Brasil lidera avanço da região
Avanço do indicador reflete melhor percepção da situação atual, mas especialistas ainda sinalizam cautela com desaceleração econômica, aponta FGV.
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), registrou um aumento de 11,8 pontos entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano.
O movimento foi influenciado pela melhora das percepções econômicas. Nesse caso, o Indicador da Situação Atual (ISA) avançou 22,7 pontos no período, para 67,0 pontos. Já o Indicador de Expectativas (IE), por sua vez, variou 0,6 pontos, a 66,1 pontos, indicando estabilidade.
Apesar da melhora, no entanto, o Ibre afirma que o ICE voltou a se manter em um nível baixo desde o terceiro trimestre de 2021, ficando próximo de 100 – pontuação que marca o limite entre a zona favorável e a desfavorável do indicador. Os demais indicadores também se mantêm em patamares mais desfavoráveis.
No Brasil, que lidera a melhora da região da América Latina, o ICE registrou um avanço de 30 pontos entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano, além de marcar um aumento de 49,4 pontos no ISA e de 10,2 pontos no IE. Mesmo com a melhora, no entanto, os três indicadores continuam na zona desfavorável.
Segundo o Instituto, as projeções de uma taxa menor de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 em relação a 2022 corroboram a cautela dos especialistas em relação aos próximos meses.
Ainda de acordo com o Ibre, os principais entraves apresentados para o crescimento econômico dos países da América Latina foram a falta de inovação, infraestrutura inadequada, falta de confiança na política econômica, falta de competitividade internacional, corrupção, aumento na desigualdade de renda, clima desfavorável para os investidores estrangeiros, instabilidade política, barreiras legais e administrativas para investidores, falta de mão de obra qualificada, dificuldade no fornecimento de insumos e falta de capital.
Dos 17 problemas listados, 12 apresentaram pontuação acima de 50 pontos – marca que indica que as questões são relevantes para a atividade nos países analisados.
No Brasil, os cinco maiores entraves, que receberam uma pontuação acima de 90 pontos, foram a falta de inovação, a infraestrutura inadequada, a falta de competitividade internacional, o aumento na desigualdade de renda e a falta de mão de obra qualificada.
Além disso, no País, a falta de confiança na política econômica e a instabilidade política também foi citada por 46,2% dos especialistas que participaram da sondagem. Segundo o Ibre, no entanto, as duas questões registraram percentuais elevados em todos os países da América Latina.
G1, 23/nov
terça-feira, 22 de novembro de 2022
Governo anuncia bloqueio de R$ 5,7 bilhões do Orçamento de 2022
Com o novo corte, total de recursos bloqueados neste ano chega a R$ 15,4 bilhões. Objetivo da medida é cumprir o teto de gastos, que limita despesas da União à inflação do ano anterior.
O Ministério da Economia anunciou nesta terça-feira (22) um novo bloqueio de gastos no Orçamento de 2022, no valor de R$ 5,7 bilhões. É o quinto corte neste ano.
O novo contingenciamento, divulgado por meio do relatório de receitas e despesas do Orçamento de 2022, tem por objetivo cumprir a regra do teto de gastos – pela qual a maior parte das despesas não pode subir acima da inflação do ano anterior.
Com o novo bloqueio, o total de recursos contingenciados (considerando as limitações anteriores) avançou de R$ 10,5 bilhões, anunciados em setembro, para R$ 15,4 bilhões.
O bloqueio adicional servirá, principalmente, para o governo encaixar no orçamento os custos da Lei Paulo Gustavo, que destina R$ 3,8 bilhões a Estados e municípios com o objetivo de mitigar efeitos da pandemia no setor cultural, conforme adiantou a colunista do G1 Ana Flor.
O governo havia editado uma medida provisória jogando apenas para 2023 os repasses, mas os efeitos da MP foram suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além da Lei Paulo Gustavo, houve aumento de despesas com benefícios previdenciários, no valor de R$ 2,3 bilhões. O pagamento de benefícios previdenciários é uma das despesas obrigatórias do governo.
O detalhamento de quais ministérios sofrerão a restrição de verbas será divulgado após publicação do decreto do governo que programa a execução do orçamento – que precisa ser editado até o final do mês (entenda ao final desta reportagem). Emendas parlamentares também podem ser afetadas.
Entenda o bloqueio
Os bloqueios no orçamento anunciados neste ano são para cumprir o teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior).
Houve crescimento de despesas obrigatórias que precisam ser acomodadas no orçamento e, para isso, gastos não obrigatórios foram suspensos.
Apesar de não obrigatórias, essas despesas também são importantes para a manutenção dos serviços públicos – incluem as contas de luz e água dos prédios oficiais e os contratos de serviços terceirizados, por exemplo.
Divulgação bimestral
A cada dois meses, o Ministério da Economia faz uma avaliação das receitas e despesas do governo. Se necessário, anuncia um novo bloqueio de recursos para cumprimento das regras fiscais (teto de gastos e/ou meta de resultado primário).
O governo também pode anunciar o desbloqueio de recursos que estavam contingenciados.
Geralmente, o detalhamento dos valores bloqueados ou desbloqueados em cada ministério é divulgado pela pasta após a publicação do decreto de programação do orçamento no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer até o último dia do mês do anúncio.
Porém, da última vez, isso não aconteceu. Apesar do decreto ter sido publicado em 30 de setembro, o governo não fez o anúncio oficial do bloqueio que coube a cada pasta.
Conforme o G1 mostrou, os dados só se tornaram públicos após pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI), quase 20 dias depois da publicação do decreto.
Ana Paula Castro e Jéssica Sant'Ana, 22/nov
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
Roberto Campos Neto será novo presidente do Conselho Consultivo das Américas do Banco de Compensações Internacionais
Presidente do Banco Central brasileiro vai substituir John Williams, presidente do Federal Reserve, a partir de 2023.
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, será o novo presidente do Conselho Consultivo das Américas (CCA) do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements, BIS) a partir de janeiro de 2023.
Ele foi eleito pelo conselho de diretores do banco para um mandato de dois anos, em sucessão a John Williams, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O Conselho é formado pelos presidentes dos BCs de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Peru.
O Banco de Compensações Internacionais, com sede na Suíça, tem, entre suas missões, facilitar a colaboração entre os bancos centrais e conduzir pesquisas sobre políticas de interesse dessas instituições.
Campos Neto foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro PL à presidencia do BC em 2019 e permanecerá no posto até 2024.
G1, 21/nov
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
De US$ 32 bilhões a zero: o que aconteceu com a gigante das criptomoedas FTX
Veja perguntas e respostas sobre os erros e a suposta fraude que acabaram com a fortuna de Sam Bankman-Fried.
Foi uma história de ascensão rápida – e um tombo ‘express’.
A FTX, uma das maiores corretoras de criptomoeda do mundo, chegou a valer cerca de US$ 32 bilhões neste ano. O crescimento da empresa levou seu dono, o jovem Sam Bankman-Fried, ao posto de um dos maiores bilionários do mundo – status que ele perdeu rapidamente.
Na última sexta-feira (11), Bankman-Fried – ou SBF, como é conhecido na internet, – contou ter pedido a recuperação judicial da FTX na justiça americana. O motivo? Depois do vazamento de documentos que mostravam a situação das contas da corretora, milhares de clientes começaram a sacar o dinheiro que tinham na empresa. E ela quebrou.
Veja, a seguir, as principais perguntas e respostas sobre o caso.
O que é a FTX?
A FTX é uma corretora, um espaço que permite que pessoas físicas e jurídicas comprem e vendam ativos. Por se tratar de uma corretora cripto, os ativos negociados na FTX são as moedas digitais. A FTX é a segunda maior do tipo no mundo, atrás apenas da Binance, e por isso mantinha bilhões de dólares em depósitos de seus clientes.
O que aconteceu com a corretora?
No primeiro semestre do ano, com o aumento das taxas de juros no mundo (o que impacta negativamente os ativos de risco, como as criptomoedas), o dono da FTX passou a intervir para salvar outras empresas, emprestando dinheiro – o que especialistas dizem ter sido origem dos erros cometidos na companhia.
Uma das empresas que recebeu dinheiro da FTX foi a Alameda Research – pertencente ao próprio Bankman-Fried, que recebeu bilhões em FTT (o token da FTX, uma espécie de moeda oficial da plataforma).
Ludolf explica que, embora os negócios devessem ser separados, aparentemente o executivo utilizou os recursos dos clientes que estavam depositados na corretora para salvar a operação da Alameda, o que é ilegal.
Por que os investidores correram para sacar o dinheiro?
Quando essas informações vieram à tona no começo de novembro, junto a um balanço patrimonial da Alameda que revelava que cerca de US$ 14,6 bilhões eram mantidos em FTT, os clientes da corretora, com medo de perderem seus depósitos, começaram uma corrida para sacar os recursos.
Por não ter dólares suficientes para arcar com todos os saques, a FTX quebrou. No site da companhia, um aviso no topo da página avisa que os saques foram bloqueados e que a empresa “desaconselha fortemente” novos depósitos.
“Diferentemente do que a FTX alegava, não havia dinheiro suficiente para arcar com os compromissos de resgate. A corretora efetivamente se apropriou dos recursos de clientes”, afirma Ludolf.
Qual foi o papel da Binance?
Segundo explica o especialista da QR Asset Management, a Binance – maior corretora cripto do mundo – “foi um dos catalisadores e aceleradores do movimento de corrida bancária na FTX, mas não teve nenhum vínculo direto com a derrocada”.
O CEO da Binance, o chinês Changpeng Zhao, ajudou a alimentar os temores dos investidores que levaram aos saques em larga escala. Ele e o presidente da FTX trocavam farpas em redes sociais há algum tempo – mas, mesmo assim, Bankman-Fried tentou um acordo com Zhao para intervir na operação da corretora e evitar a falência.
A Binance chegou a anunciar a intenção de comprar os negócios da FTX que eram operados fora dos Estados Unidos quando a corretora suspendeu os saques.
“Rapidamente após iniciar a due diligence (termo em inglês para descrever os passos legais de análise antes de fechar um negócio), no entanto, ficou claro que (o problema da FTX) não se tratava apenas de má gestão de risco, mas sim de fraude em larga escala, por isso desistiram da compra”, ressalta Ludolf.
O que fez Bankman-Fried após a quebra?
Um dia antes de anunciar o pedido de recuperação judicial, na quinta-feira (10), Bankman-Fried detalhou o que ocorreu com a empresa e disse ter errado duas vezes na administração.
“Na primeira vez, uma rotulagem interna ruim de contas relacionadas a bancos significou que eu estava substancialmente errado com meu senso de margem dos usuários. Achei que eram bem mais baixos”, escreveu. O executivo disse que errou da mesma forma uma segunda vez e, além disso, considera que não foi transparente o suficiente com suas operações na companhia.
Ele deixou o cargo de CEO da FTX, que será ocupado por um advogado especializado em recuperação judicial.
De acordo com Alexandre Ludolf, porém, esses problemas não são erros, mas sim crimes.
“Os pedidos de ‘desculpas’ foram uma afronta a todo mundo que trabalha com seriedade nesse sistema, se desculpando por um ‘lançamento contábil’ equivocado que dava a percepção de uma saúde financeira muito maior do que a de fato existia na operação da FTX.”
O que acontece agora?
Ainda é muito difícil mensurar todos os impactos do episódio.
“As conversas de corredor giram em torno de esperar para ver se vamos ver mais repercussões e o que os projetos que tinham recursos custodiados na FTX vão fazer. Mas infelizmente devemos ver ainda muitas outras vítimas e a realidade só será conhecida com detalhes nos próximos meses”, explica Ludolf.
O diretor da QR Asset acredita ainda que, nos próximos meses, Bankman-Fried e outros executivos envolvidos nos negócios da FTX e da Alameda devem enfrentar a Justiça, podendo até ser presos por fraude financeira.
Por que a quebra afeta todo o mercado cripto?
O mercado cripto já vem sofrendo desde o começo do ano. A alta nos juros afeta os ativos de risco, já que, com taxas maiores, os títulos públicos americanos – considerados os mais seguros do mundo – passam a entregar retornos mais atrativos e ganham vantagem frente a outros produtos financeiros.
Mas o episódio da FTX afeta diretamente todo sistema de criptomoedas, ao gerar uma crise de confiança.
Quem tem criptoativos deve fazer o quê?
Ludolf recomenda que o investidor mantenha a cautela, com atenção às oportunidades oferecidas por companhias sérias. Ele explica que algumas alternativas são os fundos de investimento regulados que investem em criptoativos ou os ETFs (fundos de índice) de criptoativos para aqueles que querem ter aportes no segmento.
O mais importante, para o especialista, é que o investidor conte com bons prestadores de serviços e custodiantes sérios e regulados.
Bruna Miato, G1, 18/nov
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
Fechamento de MEIs cresce no pós-pandemia com retomada do emprego CLT
Segundo dados do Sebrae, em 2021, comércio de roupas e acessórios foi a categoria que mais teve fechamento de MEIs, cerca de 71.640, alta de 32% em relação ao ano anterior.
Seja pelo aquecimento do mercado de trabalho, pela segurança dos benefícios trabalhistas ou pelo negócio não ter dado certo, muitos empreendedores vêm encerrando o registro de Microempreendedor Individual.
Segundo dados do Sebrae, em 2021 os comércios de roupas e acessórios formaram a categoria que mais fechou registros de MEI – cerca de 71,6 mil, uma alta de 32% em relação ao ano anterior, quando foram 48.457.
Lucas Vaz, de 23 anos, foi um dos empreendedores que encerrou o negócio próprio e voltou para o emprego com carteira assinada, no chamado regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Na pandemia, ele perdeu o emprego como administrador de vendas e abriu com a mãe a loja Hot Dog da Galega em Brasília.
Mas, segundo Lucas, com a alta dos preços dos alimentos: (pão, carne e tomate), seus principais produtos, já não compensava financeiramente continuar com o negócio – que foi fechado em dezembro de 2021.
Empreendedorismo por necessidade
Rubens Massa, professor de empreendedorismo e novos negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que a situação de Lucas é o chamado empreendedorismo por necessidade, que veio acompanhando a alta do desemprego. E, com a retomada do pós-pandemia, foi natural a criação de vagas CLT, diminuindo, assim, a demanda dos trabalhos autônomos.
Uma pesquisa do Sebrae Nacional mostra que aumentou o número de brasileiros que estão empreendendo por necessidade nos últimos três anos - uma saída para ter renda e resolver os problemas financeiros.
Sócia da empresa e mãe de Lucas, Waléria diz que abriu o registro de MEI como forma de completar a renda da família já que, com a crise, teve sua jornada de trabalho e o salário reduzidos em 50%.
Aline Macedo, G1, 17/nov
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
Preço do aluguel: conheça os principais indicadores e saiba como negociar
Conversa entre inquilino e proprietário é tão importante quanto o indexador previsto no contrato, segundo especialistas consultados pelo G1.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), principal indicador utilizado para o reajuste de aluguéis residenciais no Brasil, acumula alta de 6,52% nos 12 meses encerrados em outubro. Para quem precisa negociar o aluguel, conhecer este e outros índices do mercado é um passo importante.
É preciso, também, considerar um conjunto de fatores para essa negociação – seja para renovação ou para um novo contrato. E o principal passo é o diálogo, segundo especialistas consultados pelo G1. (Confira, mais abaixo, dicas de como negociar seu aluguel.)
A conversa entre inquilino e proprietário é tão importante quanto os indicadores. Prova disso foi o movimento de renegociação, manutenção ou até baixa nos preços dos aluguéis durante a fase mais aguda da pandemia, explica o coordenador do Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, André Braz.
Entenda os indicadores
Para medir o preço dos aluguéis no pico da pandemia, Braz cita o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), também publicado pela Fundação Getulio Vargas. O indicador foi lançado oficialmente em janeiro deste ano, com dados a partir de 2019.
Diferentemente do IGP-M, que usa preços ao consumidor, custo de matéria-prima, preços no atacado e insumos da construção civil, o Ivar usa informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis. O indicador mostra, portanto, a variação real dos preços no setor.
Com os dados do Ivar, é possível perceber que a alta nos preços dos aluguéis tem sido superior ao IGP-M, que ficou em 6,52% nos 12 meses encerrados em outubro. No mesmo período, o Ivar chegou a 11,56% – 5,04 pontos percentuais acima do principal índice utilizado pelo mercado.
Entenda os indicadores
Para medir o preço dos aluguéis no pico da pandemia, Braz cita o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), também publicado pela Fundação Getulio Vargas. O indicador foi lançado oficialmente em janeiro deste ano, com dados a partir de 2019.
Diferentemente do IGP-M, que usa preços ao consumidor, custo de matéria-prima, preços no atacado e insumos da construção civil, o Ivar usa informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis. O indicador mostra, portanto, a variação real dos preços no setor.
Com os dados do Ivar, é possível perceber que a alta nos preços dos aluguéis tem sido superior ao IGP-M, que ficou em 6,52% nos 12 meses encerrados em outubro. No mesmo período, o Ivar chegou a 11,56% – 5,04 pontos percentuais acima do principal índice utilizado pelo mercado.
Segundo o economista André Braz, isso é reflexo da negociação entre locador e locatário, que vai além do indexador estabelecido em contrato.
Os indicadores voltaram a ter taxas mais próximas no início de 2022, com desaceleração do IGP-M e aumento do Ivar (dos aluguéis), refletindo o aquecimento do mercado e a alta na procura pela locação de imóveis após a fase mais aguda da pandemia.
Dicas para negociar
O primeiro passo para negociação é ter conhecimento dos valores aplicados para aluguéis na região do imóvel e, assim, evitar valores abusivos, orienta a advogada e vice-presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP, Angélica Rodrigues de Oliveira.
Ainda segundo a advogada, o aumento só pode ocorrer após o encerramento do contrato ou no momento já estabelecido para reajuste contratual.
Ela reforça também que a negociação do valor do aluguel é livre. "A Lei do Inquilinato [8.245/91] traz apenas que o aluguel não pode ser cobrado em moeda estrangeira nem vinculado sobre variação cambial ou de salário mínimo. Há a possibilidade, caso o locador convencione um aluguel fora da realidade do mercado imobiliário, de ajuizamento de Ação Revisional de aluguel”, diz.
Confira as principais dicas para negociar seu aluguel:
- Compare o valor do seu aluguel com o de imóveis vizinhos
- Reúna documentos que comprovem sua redução de renda, se for o caso
- Reforce que você é um bom pagador e que cuida do imóvel
- Converse com o proprietário sobre uma possível redução do valor para pagamento adiantado
- Apresente ao proprietário outros índices para reajuste do aluguel
- Sugira um valor de aluguel justo, que você possa pagar em dia
- Mostre como pretende pagar o aluguel proposto em dia por, pelo menos, um ano
A advogada também explica que é possível, no meio de um contrato já indexado pelo IGP-M, por exemplo, alterá-lo para outro indicador. “Essa troca geralmente não é comum, mas pode ocorrer, sendo necessário, caso o contrato ainda esteja vigente, um aditivo contratual para que a alteração seja realizada.”
Para a professora de Finanças da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Virgínia Prestes, a situação financeira do locador – anos sem aumento ou perda de emprego, por exemplo – pode ser um argumento contra o aumento do aluguel. Ela também orienta a observar o mercado.
Organização financeira
Virgínia reforça que o aluguel é uma das principais despesas obrigatórias fixas e, por isso, é imprescindível o controle financeiro. A dica é organizar uma planilha de orçamento doméstico, com despesas mensais e anuais.
Por ser, geralmente, a maior despesa – e obrigatória –, o aluguel deve vir primeiro no controle financeiro. “Depois, vêm outras, como a conta de luz, que é uma despesa obrigatória, porém variável – a família pode diminuir, se for o caso.”
André Catto, G1, 16/nov
sexta-feira, 11 de novembro de 2022
Setor de serviços avança 0,9% em setembro
Trata-se da quinta alta seguida; com isso, o volume de serviços está 11,8% acima do patamar de fevereiro de 2020, pré-pandemia.
O volume de serviços prestados no Brasil avançou 0,9% em setembro na comparação com agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da quinta alta seguida, com ganho acumulado de 4,9% no período.
Com isso, o setor não só ampliou o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia, já que se encontra 11,8% acima de fevereiro de 2020, como também alcançou o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2011, superando novembro de 2014, que agora está 0,7% abaixo de setembro.
O setor de serviços é o que possui o maior peso na economia brasileira e foi o mais atingido pela pandemia, sobretudo as atividades de caráter de atendimento mais presencial, como os serviços prestados às famílias.
No acumulado do ano, o volume de serviços subiu 8,6% frente a igual período de 2021. O acumulado nos últimos 12 meses passou de 9% em agosto para 8,9% em setembro, mantendo a trajetória descendente iniciada em abril de 2022 (12,8%).
Em relação a setembro de 2021, o volume do setor de serviços avançou 9,7%, 19ª taxa positiva seguida.
3 das 5 atividades sobem
A alta de agosto para setembro de 2022 foi acompanhada por três das cinco atividades investigadas. Os destaques foram para informação e comunicação (2%), que registrou o terceiro resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 4,1%.
Os demais setores são os serviços prestados às famílias (1%)- emplacou o 7º crescimento seguido, período em que assinalou um ganho acumulado de 11,7%.
E dos profissionais, administrativos e complementares (0,2%) - é um comportamento mais modesto, com ganho agregado de 0,3% nos dois últimos meses.
Veja o resultado de cada atividade principal e seus segmentos:
- Serviços prestados às famílias: 1%
- Serviços de alojamento e alimentação: 0%
- Outros serviços prestados às famílias: 4,4%
- Serviços de informação e comunicação: 2%
- Serviços de tecnologia da informação e comunicação: 1,7%
- Telecomunicações: 1,7%
- Serviços de tecnologia da informação: 2,3%
- Serviços audiovisuais: 1,2%
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: 0,2%
- Serviços técnico-profissionais: 1,4%
- Serviços administrativos e complementares: -0,3%
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -0,1%
- Transporte terrestre: -0,3%
- Transporte aquaviário: -1,3%
- Transporte aéreo: 2,1%
- Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,1%
- Outros serviços: -0,3%
Em sentido oposto, os transportes (-0,1%) e os outros serviços (-0,3%) exerceram as influências negativas de setembro. O primeiro interrompeu uma sequência de quatro taxas positivas e o segundo devolveu uma pequena parte do avanço 7,7% verificado em agosto.
Crescimento em 19 das 27 unidades da Federação
Regionalmente, 19 das 27 unidades da Federação tiveram expansão no volume de serviços na comparação com agosto.
Os impactos mais importantes vieram de Rio de Janeiro (0,7%), seguido por Santa Catarina (2,6%), Rio Grande do Sul (1,0%) e São Paulo (0,1%). Em contrapartida, Paraná (-2,3%) exerceu a principal influência negativa, seguido por Pernambuco (-1,6%) e Minas Gerais (-0,2%).
Atividades turísticas têm 3ª alta seguida
O índice de atividades turísticas cresceu 0,4% frente a agosto, terceiro resultado positivo seguido, período em que acumulou um ganho de 3,2%. Com isso, o segmento encontra-se 0,7% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 6,7% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Apenas cinco dos 12 locais pesquisados acompanharam o movimento de alta verificado na atividade turística nacional (0,4%). O destaque positivo foi Rio de Janeiro (2,6%), seguido por São Paulo (0,7%), Distrito Federal (3,4%) e Pernambuco (1,6%). Em sentido oposto, Minas Gerais (-1,5%) e Rio Grande do Sul (-3,2%) tiveram os principais recuos.
Na comparação com setembro de 2021, houve alta de 22,5%, 18ª taxa positiva seguida, impulsionada pelo aumento na receita de empresas que atuam em transporte aéreo, locação de automóveis, restaurantes, hotéis, serviços de bufê e rodoviário coletivo de passageiros.
No acumulado de janeiro a setembro de 2022, o agregado especial de atividades turísticas mostrou expansão de 36,9% frente a igual período do ano passado, impulsionado, sobretudo, pelas altas nas receitas de empresas de transporte aéreo de passageiros, restaurantes, hotéis, locação de automóveis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê.
Transporte de passageiros sobe e o de cargas cai
O volume de transporte de passageiros subiu 1,6%, após recuo de 0,5% em agosto. O segmento está 1,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 21% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).
Já o volume do transporte de cargas teve variação negativa de 0,5% ante agosto, após ganho de 22,5% entre setembro de 2021 e agosto de 2022. O segmento está 0,5% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado no mês anterior. Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 33,7% acima de fevereiro de 2020.
Na comparação com setembro de 2021, o transporte de passageiros teve a 18ª taxa positiva seguida ao avançar 22,8%, ao passo que o transporte de cargas, no mesmo confronto, cresceu 20,6%, seu 25º resultado positivo consecutivo.
No acumulado do ano, o transporte de passageiros cresceu 35,6% frente a igual período de 2021, enquanto o de cargas avançou 15,3%.
De um ano para outro, expansão em todas as atividades
Em relação a setembro de 2021, houve expansão nas cinco atividades e crescimento em 63,3% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,3%) exerceu a principal contribuição positiva. Os demais avanços vieram dos serviços de informação e comunicação (6,0%); dos profissionais, administrativos e complementares (6,9%); dos prestados às famílias (17,8%) e de outros serviços (2,6%).
No acumulado do ano, quatro das cinco atividades tiveram taxas positivas e crescimento em 65,7% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, a contribuição positiva mais importante veio de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (14,1%), impulsionado pelo aumento das receitas nos segmentos de transporte rodoviário de cargas; transporte aéreo de passageiros; rodoviário coletivo de passageiros; gestão de portos e terminais; e navegação de apoio marítimo e portuário. Os demais avanços vieram de serviços prestados às famílias (30,3%), profissionais, administrativos e complementares (7,6%); e informação e comunicação (3,2%).
Marta Cavallini, G1, 11/nov
quinta-feira, 10 de novembro de 2022
Dólar em disparada: por que a cotação da moeda está subindo?
Mercado reage à previsão de até R$ 175 bilhões fora do teto de gastos, que aumenta incertezas sobre futuro das contas públicas.
O dólar opera em forte alta nesta quinta-feira (10), voltando a passar dos R$ 5,30, no maior patamar em duas semanas.
O movimento vai na contramão da semana passada quando, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência, a moeda norte-americana caiu 4,5%, e chegou a se aproximar da barreira dos R$ 5.
Mas, então, o que está acontecendo?
Segundo Vanei Nagem, sócio-diretor da Pronto! Investimentos, a alta do dólar frente ao real é resultado da especulação no mercado doméstico, diante das sinalizações de que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição deve prever um furo de até R$ 175 bilhões do teto de gastos.
A proposta foi a solução encontrada pelo governo eleito para tentar garantir a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023, uma das promessas feitas por Luiza Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, deve conduzir a elaboração do texto ao longo dos próximos dias.
Mas, segundo analistas, ainda há muitas dúvidas sobre a PEC.
“Há especulações sobre o novo governo e sobre os impactos que esses R$ 175 bilhões devem trazer”, afirma Nagem.
Além disso, outro ponto que também fica no radar do mercado nesta quinta-feira são os dados de inflação divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo o órgão, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do Brasil) interrompeu uma sequência de três deflações consecutivas e registrou um avanço de 0,59% em outubro.
A alta dos preços, segundo analistas, também aumenta os temores de um descontrole fiscal.
Isabela Bolzani, G1, 10/nov
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