quinta-feira, 28 de março de 2024

Sala Comercial na Barra da Tijuca - R$ 380.000,00 - R$ 1.300,00



Setor de construção vê aumento na demanda por mão de obra no 2º semestre

O setor de Construção Civil se preocupa com falta de mão de obra e busca mecanização e atrair mais mulheres.

O setor de construção no Brasil deve ter alta significativa na demanda por trabalhadores a partir do segundo semestre, com o impulso de novos projetos orçados pelo governo para 2024, disse o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Renato Correia.

“A gente já está vivenciando essa dificuldade de contratação de mão de obra há algum tempo e o incremento de mais recursos, seja na infraestrutura ou na própria habitação, nos traz uma preocupação” com relação à escassez de trabalhadores, afirmou Correia em entrevista à Reuters.

Com uma agenda de investimentos robustos planejados para os próximos anos, especialmente nos setores de habitação e infraestrutura, “a partir do segundo semestre, acho que já podemos ter um pouco mais de pressão (de mão de obra)”, disse.

As construtoras têm se preparado para um cenário de maior demanda por trabalhadores, capacitando funcionários, antecipando contratações, mirando a industrialização e até mesmo incentivando maior ingresso de mulheres no setor.

De acordo com dados mais recentes do Caged, o setor da construção encerrou novembro com 2,66 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Correia estima que esse número possa chegar a 3 milhões entre o fim deste ano e início de 2025.

Para a estimativa, o presidente da Cbic considerou o incremento de 30% nos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), previsto no orçamento de 2024, uma reserva de R$ 13,7 bilhões para a faixa 1 do programa habitacional Minha Casa Minha Vida e os investimentos para obras de infraestrutura do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“É uma expectativa possível, nós já chegamos a 3,7 milhões (de trabalhadores) em 2011, 2012, aproximadamente”, disse Correia. “A gente entende que é um teto possível de se atingir mais para o final de 2024, início de 2025, porque a aplicação desse recurso também não acontece de imediato agora no início do ano.”

O Conselho Curador do FGTS aprovou um orçamento de R$ 117,65 bilhões para políticas públicas de habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana em 2024, mantendo esse orçamento para 2025, 2026 e 2027, em comparação com os R$ 96,96 bilhões do ano anterior.

A diretriz a ser seguida pelo setor envolve agora buscar mais mecanização, a inserção de novos funcionários no mercado, como o público feminino, e transformar “um serviço pesado em um serviço mais leve” por meio da industrialização, disse Correia.

“Com isso a gente (pode) melhorar até a questão da remuneração e atrair mais entrantes, para que no futuro a gente não sofra mais ainda com a questão da falta de mão de obra.”

Estado de São Paulo em Foco

O presidente-executivo da Direcional Engenharia, Ricardo Gontijo, destacou desafios maiores no Estado de São Paulo, especialmente na capital paulista e região metropolitana, em comparação com outras regiões onde ainda não foram identificados sinais de aperto na oferta de profissionais.

“No restante do Brasil a gente está bem tranquilo”, disse Gontijo. A Direcional atua nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Para Yorki Estefan, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, a preocupação é “real” e considera que o atual volume de mão de obra é insuficiente para atender à demanda futura.

Ambos disseram ter observado desde o ano passado sinais de uma oferta mais restrita no setor, e Gontijo acrescentou que tem antecipado contratações na empresa para lidar com um eventual aperto no mercado.

“Eu diria que, talvez, esse maior cenário de começar a ter um certo cuidado em antecipar as contratações de mão de obra, especialmente na região metropolitana de São Paulo, tenha se iniciado nos últimos 8 a 12 meses.”

O presidente do SindusCon-SP afirmou que essa perspectiva tem reflexo também na maior atenção que a habitação tem recebido das esferas municipal e estadual de São Paulo, como os programas “Casa Paulista” e “Pode Entrar”.

A Patriani, construtora de médio e alto padrão atuante no Estado de São Paulo, também está atenta à dinâmica do mercado de trabalho na região.

“O que a gente entendeu? Que o primeiro passo era internalizarmos, mesmo que parcialmente, parte dessa mão de obra, e até pensando na possibilidade de inserirmos mulheres dentro dos nossos canteiros”, disse a superintendente de recursos humanos da construtora, Juliana Quintino.

A Plano & Plano, ex-joint venture da Cyrela, tem procurado fidelizar fornecedores e planejar antecipadamente os lançamentos, segundo a diretora de incorporação, Renée Silveira.

“Nós mesmos já estamos trabalhando e desenvolvendo algumas equipes internas para caso um empreiteiro não possa nos atender dentro dessa ‘loucura’, a gente consegue atender.”

A diretora ainda destacou que construtoras de médio e alto padrão têm se “arriscado” no segmento econômico na esteira das novas regras para destravar o MCMV. “Isso vai dar uma balançada agora em 2024, com toda certeza.”

Tanto ela quanto Gontijo, da Direcional, disseram que uma procura menor no médio padrão, devido às altas taxas de juros, manteve o mercado mais controlado até agora. O governo federal estuda ampliar a faixa de renda elegível para o MCMV para 12 mil reais, o que abrangeria a parte mais baixa desse segmento.

Forbes, 28/mar

quarta-feira, 27 de março de 2024

Apartamento 1 Quarto na Barra da Tijuca - R$ 750.000,00 - R$ 2.000,00



Financiamentos imobiliários devem bater recorde este ano, diz Abecip

O crédito imobiliário encerrou o ano de 2023 com R$ 251 bilhões em concessões no País, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O número é 4% maior que o de 2022, e faz com que 2023 seja o segundo melhor ano da série histórica, atrás apenas de 2021, quando chegou a R$ 255 bilhões.

Para este ano, a Abecip estima que o crédito imobiliário deve crescer 3% em relação a 2023, chegando a R$ 259 bilhões em concessões. Se confirmado, será o melhor ano para o financiamento imobiliário no País em toda a série histórica.

De acordo com o presidente da Abecip, Sandro Gamba, o resultado de 2023 foi puxado pelos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que cresceram 59%, para R$ 98 bilhões, o melhor patamar da história. Os financiamentos com recursos da poupança caíram 15%, para R$ 153 bilhões, em um cenário de menor disponibilidade de recursos nas cadernetas e de juros mais elevados.

Porém, segundo Gamba, “mesmo com a queda, o crédito SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, que inclui a caderneta de poupança) teve o terceiro melhor ano da série em 2023″.

No ano passado, foram financiadas 994 mil unidades habitacionais no Brasil, sendo que 500 mil foram financiadas por meio da poupança e o restante via FGTS. Os números do FGTS incluem os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida, além da linha pró-cotista, oferecida a trabalhadores com carteira assinada, feita quase que exclusivamente pela Caixa Econômica Federal.

Em relação às projeções para este ano, a Para este ano, a Abecip acredita que o crescimento deve ser novamente sustentado pelas linhas com recursos do FGTS, com concessões 8% maiores que no ano passado, chegando a R$ 106 bilhões. Os números incluem tanto a linha pró-cotista quanto o Minha Casa Minha Vida.

Por outro lado, o crédito via SBPE deve ficar estável, em R$ 153 bilhões. Estas linhas têm sido pressionadas tanto pelos juros mais altos quanto pela saída de recursos das cadernetas de poupança, que ano passado foi superior a R$ 70 bilhões.
Para Gamba, neste ano o crédito deve ter o impulso de linhas concedidas para a construção de empreendimentos, dado que os estoques do mercado caíram no ano passado. “Temos informação de entregas relevantes do setor em 2024″, disse.

Preços mais altos

De acordo com o presidente da Abecip, há mais espaço neste ano para que os preços de imóveis subam. Além de a inflação estar menor, o que aumenta a renda disponível do mutuário final, o estoque do setor está mais baixo.

“Em um ambiente de estoque baixo, a discussão dos preços de imóveis fica mais remota”, afirmou. “A situação de estoque baixo e inflação baixa permite um incremento de preços.”

Gamba afirmou ainda que o financiamento à produção neste ano dependerá do volume de lançamentos que o mercado fará. “Temos condições de atender à demanda do mercado. O mercado tendo um crescimento em relação aos anos anteriores, vamos dar suporte”, disse.

Estadão, 27/mar

terça-feira, 26 de março de 2024

Casa 5 Quartos, 3 Suítes no Itanhangá - R$ 2.350.000,00



Editorial ABRAINC: Compra da casa própria é o maior desejo do brasileiro, aponta pesquisa da Febraban

De acordo com pesquisa realizada pela Febraban em dezembro de 2023, a compra da casa própria continua a ser o maior desejo do brasileiro. Essa foi a resposta de 31% dos entrevistados sobre a maior aspiração que possuem. A conquista do lar aparece à frente de aplicar em investimentos bancários (poupança: 19%; outros: 25%) e reformar a casa (21%), que completam o pódio dos principais itens no quadro aspiracional da população.

Fazer cursos e melhorar a educação (16%); vontade de viajar (15%); comprar um carro (11%) e comprar eletrodomésticos e/ou eletrônicos (8%) foram os demais desejos mencionados no levantamento.

Os dados são do Radar Febraban e foram captados entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro de 2023 pelo IPESPE (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas). Duas mil pessoas nas cinco regiões do País participaram da pesquisa.

Como apontado no Radar, a conquista da casa própria não se resume a um mero investimento material, mas revela a busca por estabilidade, segurança e, acima de tudo, qualidade de vida.

Ter uma moradia digna transcende as fronteiras do conforto físico e reflete diretamente na saúde, no emocional e convívio social dos brasileiros. É o alicerce para a construção de famílias fortes e comunidades resilientes.

Parceiro fundamental e facilitador para a materialização desse sonho, o setor da Construção também se destaca como um dos mais importantes para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, especialmente em relação à geração de emprego e renda.

A Construção movimenta 97 atividades econômicas e foi responsável pela criação de 235,9 mil vagas de trabalho formal de janeiro a novembro de 2023, o que representa 12% do saldo de novos empregos do país, de acordo com dados do Novo Caged. Já a PNAD Contínua mostra que o total de empregados atualmente no setor é de 7,2 milhões de pessoas.

Esses números ilustram a vitalidade da Construção e apontam para sua capacidade de absorver mão de obra e promover inclusão social.

Além da geração de empregos, é essencial destacar o papel do setor na arrecadação de tributos. A compra e venda de imóveis, bem como as atividades relacionadas à construção, contribuem significativamente para os cofres públicos, viabilizando investimentos em infraestrutura, segurança pública, educação e saúde.

Em síntese, a busca pela casa própria vai muito além de uma transação imobiliária. Representa a realização de um sonho coletivo, e é essencial para a construção de um Brasil mais próspero, justo e sustentável.

É imperativo reconhecer e apoiar iniciativas que promovam o crescimento sustentado do setor para assegurar, assim, que o sonho da casa própria continue a ser uma conquista alcançável para todos os brasileiros.

ABRAINC, 26/mar

segunda-feira, 25 de março de 2024

Cobertura Duplex na Barra da Tijuca - R$ 2.300.000,00



Decreto nº 11.165 de 2022: o que muda para o corretor de imóveis?

O ano de 2022 foi marcante para quem atua no mercado imobiliário. No segundo semestre, o Governo decidiu modificar regras importantes que regem a atividade dos corretores de imóveis, por meio do Decreto nº 11.165 de 2022.

O objetivo era fomentar a livre concorrência no setor de intermediação imobiliária e reduzir os custos envolvidos no mercado. No entanto, um dia após a sua publicação, ele foi completamente revogado, deixando dúvidas e incertezas para quem atua na área.

Confira neste artigo o que constava no Decreto nº 11.165 de 2022, quais seriam seus impactos para os corretores de imóveis e os motivos que levaram à sua revogação!

O que constava no Decreto nº 11.165 de 2022?

Publicado em agosto de 2022, o Decreto nº 11.165 trazia alterações em pontos específicos da Lei nº 6.530/1978 e Decreto nº 81.871/1978 — ambos relacionados à profissão de corretor de imóveis. O seu principal intuito era flexibilizar o exercício da corretagem imobiliária.

Segundo o teor do decreto, deixariam de ser atividades ou serviços exclusivos do corretor de imóveis:

- Fazer propaganda ou marketing imobiliário;

- Prestar atendimento ao público;

- Indicar imóveis para venda ou locação;

- Publicar, hospedar ou divulgar na internet ofertas de imóveis.

Ademais, o texto dispensava o registro do contrato de associação desses profissionais nos sindicatos da classe para exercerem a atividade como autônomo. O mesmo valeria para a Federação Nacional de Corretores de Imóveis.

A regra também estabelecia que as tabelas de preços de serviços de corretagem serviriam apenas como referência. Assim, elas não poderiam ser usadas como piso ou teto na definição dos valores a serem cobrados por corretores no exercício de suas funções.

Outra mudança era a simplificação dos procedimentos para se tornar um corretor de imóveis. Com o novo regramento, o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) regional deveria emitir o registro do profissional em até 90 dias.

Caso o prazo fosse excedido, o interessado poderia obter um registro provisório diretamente no site do conselho. Desse modo, ele atuaria como corretor enquanto aguardava a resposta do órgão em relação ao seu registro.

Por fim, o decreto incorporava o princípio da retroatividade na aplicação da norma mais favorável ao acusado de infração disciplinar. Logo, um corretor que estivesse respondendo a um processo do tipo poderia ser beneficiado com a entrada de uma legislação menos rígida.

Quais seriam os impactos da mudança para o corretor imobiliário?

Depois de conferir o que trazia o Decreto nº 11.165/2022, chegou o momento de ver quais seriam os impactos para quem é corretor de imóveis caso ele seguisse adiante.

Veja alguns exemplos!

Redução de custos em transações imobiliárias

Muitas atividades relacionadas à compra e venda de imóveis não demandariam mais a presença de um corretor de imóveis. Considerando esse fator, era esperada a redução de custo nas operações imobiliárias.

A partir da regulamentação, qualquer pessoa, mesmo sem uma formação ou curso específico, poderia exercer algumas atividades que antes eram restritas aos corretores. Ou seja, a proposta visava criar maior competição no mercado e, por consequência, trazer preços mais favoráveis.

No entanto, essa mudança não foi bem-vista pelas entidades de classe, tampouco pelos profissionais em exercício. Afinal, ela tenderia a impactar a disponibilidade de vagas e colocações no mercado para pessoas que, de fato, se prepararam para atuar no ramo.

Possibilidade de livre negociação das taxas de corretagem

O decreto pretendia trazer uma maior flexibilidade na negociação de taxas de corretagem. Isso porque, até então, a legislação em vigência remetia aos Crecis regionais a função de estabelecer as tabelas de preços dos serviços prestados em cada região.

Portanto, os valores presentes nessas tabelas costumavam ser utilizados como piso ou teto na fixação de honorários desses profissionais. Como você viu, com a mudança, os montantes passariam a ser usados apenas como referência, permitindo a fixação de quantias maiores ou menores.

Porém, a medida foi vista como desnecessária, considerando que desde 2018 essas tabelas já eram usadas como referência. Isso em razão de um acordo firmado nesse sentido entre os Crecis e o CADE (Conselho Administrativo de Economia).

Desburocratização do exercício da atividade

Outra mudança que visava facilitar o exercício da profissão de corretor de imóveis era a imposição de prazo de 90 dias para emissão do Creci. Trata-se do documento que habilita o profissional para atuar no setor de maneira regular.

Caso o órgão excedesse o prazo, o interessado atuaria com um registro provisório. Ele serviria enquanto não houvesse uma resposta definitiva do conselho da respectiva região de inscrição.

O dispositivo não foi bem recepcionado pelo Crecis, que precisariam ampliar seus sistemas e estabelecer formas de emitir certidões provisórias. A mudança também não foi aceita pelos profissionais em exercício, que poderiam perder clientes e negócios para pessoas sem um registro efetivo.

Por que o decreto foi revogado?

Como é possível perceber, as mudanças propostas pelo Decreto nº 11.165/2022 não foram bem recepcionadas pelos órgãos e profissionais ligados ao setor. Na ocasião, a FENACI (Federação Nacional dos Corretores de Imóveis) publicou uma nota mostrando seu descontentamento.

O órgão ressaltou que o Decreto nº 11.165 de 2022 “…fere de morte o que duramente foi conquistado há 60 anos pelos corretores de imóveis e garantido por Lei Federal.” Diversos Crecis regionais e corretores também se manifestaram contrariamente às alterações.

No mesmo dia, uma mobilização popular foi lançada para coletar apoio contra o decreto, obtendo rapidamente mais de 30 mil assinaturas. Então, antes do fim daquele ano, o decreto foi revogado.

Destaca-se que a revogação se deu no dia seguinte ao da publicação da nova norma, por meio do Decreto nº 11.167/2022. Com isso, voltaram a vigorar os dispositivos anteriores, presentes na Lei nº 6.530/78 e Decreto nº 81.871/78.

Neste artigo, você viu que o Decreto nº 11.165 de 2022 tinha o intuito de flexibilizar algumas normas em benefício da atividade prestada pelos corretores de imóveis. Porém, as mudanças não agradaram à classe desses profissionais, que conseguiram que a norma fosse revogada.

Portal Loft, 25/mar

sexta-feira, 22 de março de 2024

Sala Comercial na Barra da Tijuca - R$ 2.500,00



Os planos da Coelho da Fonseca para acompanhar as novas gerações de compradores de imóveis

A tradicional imobiliária Coelho da Fonseca, especializada em imóveis de alto padrão, vai passar a usar ferramentas de inteligência artificial para facilitar a venda de imóveis, uma atividade que tem cada vez mais a ajuda dos meios online. É uma forma de atender a um público que vem rejuvenescendo. “A ideia é implementar a inteligência artificial este ano. É um projeto grande, complexo, desenvolvido por uma equipe interna, mas queremos fazer o quanto antes”, disse ao Estadão Alvaro Marco Coelho da Fonseca, de 38 anos.

Ele e o irmão Luiz Alfredo Coelho da Fonseca, de 30 anos, são os diretores da companhia. Ambos tocam o dia a dia da imobiliária fundada pelo pai, Alvaro Coelho da Fonseca, em 1975. Aos 72 anos, o fundador está hoje no conselho da empresa e coordena projetos especiais, como a incorporação do Haras Larissa, condomínio de luxo de casas de campo em Monte-mor, no interior do Estado de São Paulo.

O projeto de IA está recebendo investimentos de mais de R$ 1 milhão. Com o uso dessas ferramentas, quem acessar o site poderá descrever oralmente ou por meio de texto as características do imóvel que procura, como se estivesse em contato com um corretor.

Atualmente, a busca no site da imobiliária ocorre por meio da seleção de vários quesitos: se a procura é por casa ou apartamento, o valor, a localização, por exemplo. É uma dinâmica um tanto cansativa, na opinião de Alvaro Marco.

Já com o uso da inteligência artificial, será possível fazer uma busca mais apurada, com muitos detalhes, como o estilo do imóvel, o arquiteto que o projetou, o tamanho do terreno, observou.

A partir de cada demanda, as informações serão processadas por meio da inteligência artificial mais rapidamente e com mais detalhes. A ferramenta fará uma leitura do banco de dados, hoje com 20 mil imóveis à venda, selecionando aqueles que se enquadram no perfil do comprador, inclusive com imagens.

“Essa é uma busca mais assertiva”, diz José Roberto Graiche Junior, presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), que reúne 90 empresas do setor no Estado de São Paulo - parte delas também faz a intermediação de compra e venda de imóveis.

O presidente da AABIC disse não ter conhecimento de imobiliárias que estejam usando essa ferramenta na busca de imóveis. Na sua empresa de administração de condomínios, a Graiche, que completou 50 anos, a inteligência artificial começou a ser usada para a redação de atas e contratos.

Rejuvenescimento da clientela

O movimento de usar inteligência artificial no dia a dia da empresa ganha importância especialmente no momento em que a clientela de imóveis de alto padrão está rejuvenescendo. Com a explosão das startups, das consultorias, das gestoras de ativos e das butiques financeiras, por exemplo, um público mais jovem, na faixa de 40 anos de idade, começou a comprar imóveis de alto padrão.

“Os ‘faria limers’ (em alusão às pessoas que trabalham nessas novas empresas localizadas na avenida Faria Lima, em São Paulo) estão ganhando muito dinheiro hoje”, observou Alvaro Marco. Por isso, disse ele, a imobiliária precisa estar em constante modernização. “Não podemos ser só tradicionais, atendendo o cara de 60, 70 anos.”

Além do rejuvenescimento do perfil dos compradores dos imóveis de alto padrão, avaliados acima de R$ 2 milhões, a pandemia da covid-19 desencadeou também o aumento da procura por casas, em detrimento dos apartamentos.

No período de isolamento social, cresceu a demanda por casas fora da cidade de São Paulo. Com a normalização das atividades, o que se observa agora é o aumento da procura por casas dentro da cidade de São Paulo, mas em condomínios fechados. No entanto, esse produto está escasso. “Antigamente, a procura era muito maior por apartamentos do que casas, e agora está equilibrada”, contou Luiz Alfredo.

O executivo acrescentou também que a pandemia impulsionou a demanda no mercado imobiliário porque muitos financistas da avenida Faria Lima, que eram contra a compra de imóveis e recomendavam a locação e deixar o dinheiro investido, viram, na prática, essa lógica mudar.

Com a covid, o investimento em ativos reais, como imóveis, teve forte valorização. “Muitos deles (os financistas) começaram a ver o mercado imobiliário com bons olhos e como uma oportunidade de ganhar dinheiro.”

Para este ano, os irmãos Coelho estão otimistas com o mercado imobiliário. Entre os fatores que sustentam esse otimismo estão o público mais jovem de compradores, o aumento da demanda de imóveis por clientes estrangeiros e, sobretudo, a perspectiva de continuidade de queda da taxa básica de juros. Hoje a Selic está em 11,75% ao ano, devendo recuar para a faixa dos 9% até dezembro.

“Deveremos ter um crédito mais barato ao longo do ano e isso aquece o mercado”, afirma Luiz Alfredo. A perspectiva é ampliar entre 20% e 30% as receitas da imobiliária este ano, ante um crescimento de 15% em 2023.

Umbigo no balcão

Na avaliação dos diretores da Coelho da Fonseca, o uso de novas tecnologias não vai eliminar o papel dos corretores, que são hoje cerca de 370 na imobiliária, entre imóveis de terceiros e lançamentos.

Essa também é a avaliação de Graiche Junior. “Acho que será uma tendência o uso dessa ferramenta na busca, mas ela não vai ocupar o lugar do consultor”, disse o presidente da AABIC. “Aquele aspecto humanizado da negociação sempre vai ter de existir.”

O robô não consegue levar um cliente para uma visita, discutir as reformas ou entabular uma negociação, argumentou Alvaro Marco. “Vamos deixar o corretor atuar na parte principal, o trabalho de busca o robô faz.”

Desde os 15 anos de idade trabalhando na imobiliária, ambos os diretores já passaram por todas as áreas da companhia e até hoje atuam como corretores. Eles consideram importante ter o conhecimento do que acontece na linha de frente da imobiliária. “Em uma empresa de vendas, o dono tem de ter o umbigo no balcão”, diz Luiz Alfredo.

Segundo eles, a companhia também investe em treinamentos para atualizar os corretores sobre os temas mais diversos: de economia e arquitetura, passando por fotografia, marketing e até meditação transcendental. A intenção de expandir o foco de conhecimento da equipe é dar ferramentas para que os corretores estabeleçam um canal de diálogo mais amplo com o cliente e, assim, torná-lo fiel.

Estadão, 22/mar

quinta-feira, 21 de março de 2024

Apartamento 3 Quartos, 1 Suíte no Leblon - R$ 12.000,00



Nova política industrial quer impulsionar ‘transformação digital’ da construção civil

A Nova Indústria Brasil (NIB) terá entre os seus objetivos impulsionar o uso “de softwares e ferramentas” que promovam “a transformação digital” da construção civil. A ideia é que esses instrumentos levem à “redução de custos e de tempo de obras” e contribuam “para a descarbonização” do setor. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (23) em comunicado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Os softwares e ferramentas em questão fazem parte de uma tecnologia chamada Modelagem de Informação da Construção (BIM, na sigla inglês). A BIM foi objeto de um dos decretos assinados nesta segunda-feira (22) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento da NIB, a nova política industrial brasileira.

De acordo com o Mdic, a estratégia envolve o uso da tecnologia em três frentes. A primeira será em obras públicas, “em conformidade com a nova lei de licitações e contratos”.

“A segunda ação terá como foco a capacitação e formação profissional em BIM, aproximando a política educacional às necessidades de transformação digital da construção civil, buscando a adequação da grade curricular dos cursos das engenharias em nível de graduação, pós-graduação e ensino profissionalizante”, diz.

Por fim, “a estratégia apoiará o desenvolvimento de novas aplicações em BIM, fomentando a concorrência e criando condições para que mais desenvolvedores alcancem o mercado de softwares de modelagem de informação da construção”.

A implantação dessa estratégia será realizada por um comitê, presidido pelo Mdic e com representantes de outras oito pastas: Casa Civil; Cidades; Ciência, Tecnologia e Inovação; Defesa; Educação; Gestão e Inovação em Serviços Públicos; Portos e Aeroportos; Transportes.

Valor Econômico, 21/mar

quarta-feira, 20 de março de 2024

Sala Comercial na Glória - R$ 25.300,00



Shopping centers voltam a ser disputados por fundos de investimento

Fundos de investimento retomaram a confiança no varejo e foram os grandes responsáveis pela alta nas aquisições imobiliárias do ano passado. O grande atrativo foram os shoppings centers, que se tornaram o principal ativo de negociação.

No quarto trimestre de 2023, foram realizadas 28 transações no país, que totalizaram R$ 4,9 bilhões —o maior volume financeiro para o ano, segundo levantamento da Cushman & Wakefield.

Vista aérea da região da Faria Lima, centro financeiro de São Paulo - Jonne Roriz/Divulgação

A consultoria aponta a queda dos juros e a alta das vendas como fatores determinantes.

No mesmo período de 2022, o setor contabilizou 18 operações com um valor significativamente menor: R$ 992 milhões.

O varejo foi o responsável pelo maior número de operações no trimestre. Foram 19 transações que movimentaram R$ 2,5 bilhões. Neste grupo, os shoppings centers puxaram 68% do total de transações no trimestre.

O maior valor transacionado foi a compra do Shopping Jardim Sul, em São Paulo, pelo Hedge Brasil Shopping FII por R$ 343 milhões.

Na industrial, que registrou o pico de negócios entre o segundo e o terceiro trimestre do ano passado, registraram-se somente cinco operações, que movimentaram R$ 1,2 bilhões.

Nesse segmento, o destaque foi a venda de galpões logísticos da GLP em Cajamar e Campinas, para o BTG Pactual por R$ 760 milhões.

Folha UOL, 20/mar

terça-feira, 19 de março de 2024

Cobertura 4 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 6.180.000,00




Imóveis: como o Rio fez a Patrimar subir vários degraus

O empresário Alex Veiga, CEO da construtora e incorporadora Patrimar, se tornou sinônimo de mercado imobiliário em Minas Gerais ­— ao lado do seu amigo Rubens Menin, da MRV. Mas Veiga, apesar da cidadania mineira, tem passado os últimos meses mais tempo no Rio de Janeiro do que em Belo Horizonte. Com razão. É na capital fluminense que a Patrimar tem concentrado alguns de seus maiores investimentos, projetos e lançamentos. Hoje, segundo o CEO, pela primeira vez os novos negócios da companhia estão divididos meio a meio entre Minas e Rio. “Durante muitos anos, o Rio de Janeiro teve um mercado imobiliário fraco e sem bons lançamentos. Viemos para cá resolver esse problema e, ao mesmo tempo, aproveitar essa imensa demanda reprimida”, afirmou o empresário.

No ano passado, o Grupo Patrimar contabilizou vendas de R$ 1,509 bilhão, crescimento de 107% em relação a 2022. O volume foi recorde para a empresa, que atua nos segmentos de baixa, média e alta rendas.

No quarto trimestre, graças aos negócios no Rio de Janeiro, as vendas foram de R$ 368 milhões, alta de 153% em um ano. Os lançamentos somaram R$ 1,905 bilhão no ano passado, avanço de 40% na comparação com o ano anterior. Foram 15 empreendimentos, sendo seis deles no quarto trimestre, em que o valor foi de R$ 582 milhões, uma alta de 84% contra o mesmo período de 2022. Para 2024, o plano é lançar algo próximo a R$ 3 bilhões.

”Durante muitos anos, o Rio de Janeiro teve um mercado imobiliário fraco e sem bons lançamentos. Viemos para cá resolver esse problema e, ao mesmo tempo, aproveitar essa imensa demanda reprimida.”

Alex Veiga, CEO da Patrimar

O principal responsável pela multiplicação dos resultados é o Grand Quartier, empreendimento na região da Barra da Tijuca. Em parceria com a carioca Carvalho Hosken, a Patrimar bateu no final de 2023 recorde de vendas R$ 240 milhões em dois meses de vendas do empreendimento. Já foram lançadas duas fases do complexo, que terá oito torres e VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 1,1 bilhão. “Quase todo vendido, o Grand Quartier é um caso a ser estudado. É um marco no mercado imobiliário do Rio”, disse Veiga.

O empreendimento é um trunfo da Patrimar e da Carvalho Hosken no Rio2, o primeiro bairro planejado dentro da Barra da Tijuca, com 600 mil m², com apartamentos que vão de 66m², para as unidades de dois quartos, até 249 m² da cobertura. “A Barra da Tijuca vem se tornando o novo eixo dos empreendimentos de alto luxo na cidade, com projetos de altíssima qualidade e imenso potencial de valorização”, afirmou Carlos Felipe de Carvalho, CEO da Carvalho Hosken.

Estrutura

Além de aquecer o mercado imobiliário do Rio, o Grand Quartier eleva o patamar de serviços na cidade. Dentro do conceito de microcidades, o empreendimento terá, por exemplo, clínica de spa e espaço para crossfit, em uma área de mais de 3 mil metros quadrado. A gestão esportiva será realizada pela Cia Athlética. Dentro do condomínio, haverá também o serviço U.go, para aluguel de carros elétricos.

Segundo Lucas Couto, diretor da Patrimar, o serviço por demanda está cada dia sendo mais usado pelos usuários. “As pessoas não querem mais ter a posse e sim a experiência e o serviço. Algumas vantagens dos serviços por demanda em condomínios são a garantia de um profissional de confiança perto do seu lar e a relação custo x benefício devido à divisão das despesas de manutenção”, disse.

Expansão

Para garantir o crescimento projetado para este ano, a Patrimar se ancora em um grande portifólio de áreas já adquiridas. A empresa encerrou o ano passado com um banco de terrenos (landbank) também recorde, de R$ 12,9 bilhões, 14% acima do total registrado em dezembro de 2022.

A companhia adquiriu 13 terrenos ao longo do ano passado, com um valor de vendas potencial de R$ 2,2 bilhões. Mais de 93% do total investido foi via permuta, reduzindo a demanda por caixa.

Pelos cálculos da empresa, o banco de terrenos deve ficar estável. “Vamos trabalhar para renovar nossos recordes neste ano, com novos lançamentos e entregas importantes”, afirmou Veiga. Se depender da demanda no Rio de Janeiro, os novos recordes da Patrimar estão garantidos.

IstoÉ Dinheiro, 19/mar

segunda-feira, 18 de março de 2024

Casa 5 Suítes no Cosme Velho - R$ 4.900.000,00



Valor de mercado de empresas do setor imobiliário cresce 64% em 2023; veja quais são as maiores

Em um ano marcado pela retomada das vendas de imóveis e pelo início da trajetória de queda da taxa de juros, o valor de mercado das empresas do setor imobiliário cresceu 64,6% em 2023 na Bolsa, chegando ao total de R$ 45,7 bilhões, de acordo com levantamento feito pela consultoria Elos Ayta a pedido do Estadão. O salto do setor representa quase três vezes mais do que o registrado pelo índice Ibovespa, que subiu 22,3% no ano.

Um dos motivos que levaram a isso foi o aumento, promovido pelo governo federal, do teto do financiamento de projetos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que passou de R$ 264 mil para R$ 350 mil. Também ajudou a ampliação do prazo de pagamento do financiamento pela Caixa Econômica Federal, que foi de 360 para 420 meses. Com isso, as empresas que mais cresceram em valor de mercado em 2023, em porcentuais, foram Tenda, Plano&Plano e Moura Dubeux, voltadas a habitações populares. No caso da Tenda, o aumento foi de 327%.

Para Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, o desempenho positivo das construtoras reflete o melhor momento vivido pelas empresas do setor nos últimos anos e perspectivas também favoráveis para os próximos anos.

“A expectativa com o ciclo de queda dos juros básicos fornece uma perspectiva melhor para as receitas ao longo dos próximos anos, com a maior disponibilidade de renda da população e exigências menores na concessão de crédito, além do menor impacto das despesas financeiras sobre os resultados das empresas”, diz. “As mudanças no MCMV também tiveram um expressivo impacto sobre as empresas expostas ao programa social, permitindo uma perspectiva mais positiva para essas empresas, de recuperação de margens e maior volume de vendas”, diz Novaes.

Em valores absolutos, a Cyrela foi a incorporadora que mais cresceu na Bolsa no ano passado. A empresa lidera o segmento no quesito valor de mercado, tendo começado o ano passado valendo R$ 4,9 bilhões e chegado ao fim de dezembro valendo mais de R$ 9 bilhões.

Na visão do diretor financeiro do Grupo Cyrela, Miguel Maia Mickelberg, a valorização da empresa no mercado se deu tanto pela melhora do ambiente macroeconômico no Brasil e no mundo quanto pelos resultados financeiros alcançados pela incorporadora em 2023.

“A empresa registrou um aumento significativo nas vendas e nos lançamentos, alcançando respectivamente 11% e 16% de crescimento em comparação com o mesmo período de 2022, conforme indicado pelos dados já públicos referentes ao terceiro trimestre de 2023″, diz Mickelberg.

Em 2023, conforme os dados de janeiro a setembro, a empresa registrou R$ 7 bilhões em lançamentos imobiliários, uma alta de 12% em relação aos nove primeiros meses de 2022. No período, o lucro líquido da companhia subiu de R$ 601 milhões para R$ 694 milhões.

Apesar de ser conhecida no segmento de luxo, a Cyrela tem outras marcas que atuam em faixas de preços mais acessíveis. A Living atua no setor médio-alto, com apartamentos de R$ 350 mil a R$ 1,2 milhão, enquanto a Vivaz atua dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, com oferta de imóveis de até R$ 350 mil.

A Vivaz é o principal motor de crescimento da empresa em termos de números de apartamentos vendidos. Foram 2.290 unidades lançadas pela marca dentro do programa Minha Casa, Minha Vida no terceiro trimestre de 2023, em comparação com 635 no mesmo período do ano anterior. O preço médio do metro quadrado desses projetos foi de R$ 6.299.

Estoque

Para o analista de fundos imobiliários da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, 2023 foi importante também para a venda de imóveis mais antigos, que estavam no estoque das companhias, dando lugar a lançamentos. “Além da melhora gradual dos resultados, as empresas tiveram lançamentos com margens menores ou prejuízos em 2020 e 2021 devido ao aumento de custos, que não foram repassados no preço ao consumidor”, diz. “A saída desses produtos e a entrada de novos lançamentos, com margens melhores, gera uma melhora gradual.”

Estadão, 18/mar

sexta-feira, 15 de março de 2024

Cobertura Comercial na Barra da Tijuca - R$ 1.500,00



Com projeção de valorizar 100%, mercado imobiliário de Búzios atrai investidores

Armação dos Búzios, localizada no Rio de Janeiro, já foi eleita o “melhor destino turístico de sol e praia do mundo” pelo Salão Internacional do Turismo, Arte e Cultura. Anteriormente, o antigo distrito de acano Frio era o paraíso secreto de Brigitte Bardot e continua sendo um dos destinos mais procurados por estrangeiros que visitam o país. A procura é tanta que a cidade está retomando sua posição de destaque no turismo e está atraindo a atenção de investidores do mercado imobiliário.

Com características que lembram um elegante vilarejo europeu, a cidade oferece uma completa gama de serviços e atrativos históricos e culturais. Este perfil vai ao encontro das necessidades do público pós-pandemia, que busca qualidade de vida, mobilidade urbana, praias e segurança. Búzios possui pouco mais de 20 praias, além de galerias de arte internacionalmente reconhecidas, restaurantes com a assinatura de renomados chefs, entre outros atrativos que têm atraído um público de alto poder aquisitivo.

Na última temporada, a visitação turística na cidade aumentou significativamente, passando de 51 mil para mais de 300 mil visitantes, representando um aumento de quase 400%. Segundo especialistas ouvidos pelo DIÁRIO DO RIO, esse aumento expressivo na demanda turística impactará diretamente no preço dos imóveis na cidade. Segundo o último levantamento do IBGE, a renda per capita em Armação dos Búzios é superior a R$ 60 mil, e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) é de 0,728.

Especialistas afirmam que o município é uma grande aposta de valorização para os próximos anos. Obras de infraestrutura, como revitalização de rodovias, e investimentos em segurança, com a instalação de um moderno centro de monitoramento, bairros planejados além de um aeroporto com previsão de receber voos comerciais em breve, são mais fatores apontados pelo especialista em mercado imobiliário nacional, Renato Monteiro, CEO do Grupo Sort Investimentos. A projeção de valorização, segundo ele, é de um incremento de até 100% nos próximos quatro anos.

“Búzios tem todas as características naturais do Nordeste, de clima e natureza, mas está estrategicamente localizada no Sudeste. Além de todos os atrativos turísticos, que fazem deste balneário um dos destinos mais cobiçados por brasileiros e estrangeiros, a cidade tem sol o ano inteiro e baixa incidência de chuva, além de gastronomia de altíssimo nível. Outro diferencial é que Búzios preserva a cultura local e se preocupa com o crescimento ordenado, inclusive, com baixo índice de supressão vegetal dos terrenos que garantem a preservação da natureza e o controle da densidade demográfica, além da chegada de bairros planejados. A cidade tem tudo para ser referência nacional em valorização no mercado imobiliário”, explica Monteiro.

Especializado em imóveis de luxo, o corretor Paulo Cézar Ximenes, da Sergio Castro Imóveis Ouro, explica que q cidade tem recebido uma gama de grandes empresários do Rio e de São Paulo, buscando imóveis diferenciados: “eles buscam não mais uma casa de praia mas uma segunda residência: estão mobiliando e equipando as grandes casas com as mesmas facilidades de seus apartamentos e casas do Rio e São Paulo: querem automação, closets grandes. É o efeito dos aumento do número de nômades digitais: enquanto o home office cai em desuso para os reles mortais, os super ricos trabalham de casa grande parte do tempo, e querem conforto”, explica.

Búzios e a super valorização de novos empreendimentos na cidade

De acordo com o especialista, para quem quer garantir um maior retorno do investimento, este é o momento ideal para a compra de imóveis em Búzios, já que o preço está baixo em comparação a outras cidades semelhantes. Monteiro acredita que a cidade terá uma onda de valorização por conta de novos empreendimentos que serão lançados. Como curiosidade, é dele a previsão que Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, quando estava em quinto lugar no ranking nacional, teria o metro quadrado mais caro do país após a conclusão da obra de alargamento da faixa de areia. Previsão que foi concretizada e a cidade segue no topo do ranking da FipeZap há mais de um ano.

“Búzios, inclusive, tem algumas características de Balneário Camboriú como a escassez de terrenos frente-mar, já que a orla tem apenas 8 km, e excelentes índices de qualidade de vida e segurança”, completa Monteiro.

Diário do Rio, 15/mar

Apartamento 4 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 14.000,00



O mercado imobiliário do Rio redescobre São Cristóvão

Um bairro imperial começa a ganhar passaporte para o futuro. Ignorado por décadas pelas incorporadoras, São Cristóvão está na ordem do dia do mercado imobiliário graças ao projeto Reviver Centro, que propõe a revitalização da área que vai da Lapa à Zona Portuária. O bairro que abrigou a Família Real Portuguesa, a partir de 1808, tornou-se uma área natural de expansão do coração central do Rio, e as empresas já se mobilizam para construir na região. A Cury Construtora tem dois lançamentos ali, um deles em parceria com a Riva Incorporadora - os novos residenciais serão os primeiros dessa fase de redescoberta de São Cristóvão.

No masterplan do Centro do Rio de Janeiro, contratado pelo BNDES em convênio com a prefeitura da cidade, o Consórcio Conexão Rio - formado por Urban Systems, Finarq Consultoria, Vieira, Rezende e Guerreiro Advogados, Ramboll e Porto Marinho - esmiúça a região central com foco “em ativos imobiliários públicos atualmente subutilizados, para que catalisem e impulsionem o desenvolvimento dessa região”, como consta no documento concluído em dezembro de 2023.

Ao longo do século XX, a circulação de pessoas no bairro imperial foi mantida pela atividade fabril e pela praia que sucumbiu aos sucessivos aterros para a expansão do Porto. Agora, com a inauguração do Terminal Intermodal Gentileza no início deste ano, o movimento tende a crescer de novo.

O masterplan aponta três locais no bairro com potencial para o setor imobiliário: Leopoldina, Fonseca Telles e Almirante Mariath Docas. Nos 80 mil metros quadrados do terreno da antiga Estação Leopoldina, por exemplo, será possível erguer um novo bairro com dez quadras.

- Na época da Copa do Mundo já havíamos feito um estudo para o Maracanã e arredores, incluindo São Cristóvão. E foi interessante observar como Maracanã e Tijuca eram bairros superqualificados, enquanto São Cristóvão, em contrapartida, parecia esquecido pelo carioca. A região tem um enorme potencial de desenvolvimento urbano e imobiliário, e apostamos nisso - conta o sócio-diretor da Urban System, Paulo Takito.

Infraestrutura

Motivos para essa aposta não faltam. A região é atendida por diferentes modais de transporte, tem infraestrutura completa, escolas, museus e uma das áreas de lazer mais importantes da cidade, a Quinta da Boa Vista, com o BioParque e o Museu Nacional. Na avaliação do diretor da Sérgio Castro Imóveis, Claudio Castro, São Cristóvão tem uma coisa que o vizinho Porto Maravilha ainda não tem: cara de bairro.

- No contato com potenciais clientes, muitas vezes percebemos que eles relutam em morar no Porto Maravilha. Os comerciantes dizem que faltam moradores, e os moradores, que falta comércio. A área vai terminar se consolidando, mas, por enquanto, São Cristóvão é mais convidativo para quem quer morar ou ter um negócio no Centro do Rio e prefere esperar um pouco mais para ver o que acontecerá com o Porto - observa Castro.

De olho nessa ligação entre o Museu Nacional e o Museu do Amanhã, casando o passado e o futuro da Cidade Maravilhosa, a Cury está lançando o Origem Porto Imperial, em parceria com a Riva. São apartamentos de dois e três quartos com suítes, negociados entre R$ 400 mil e R$ 450 mil. Além disso, vai erguer na região o Porto Maravilha Residencial, com unidades de dois quartos por R$ 200 mil, que serão enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida.

- Era um desperdício não aproveitar uma área tão preparada para receber empreendimentos imobiliários. A construção de residenciais no bairro atrai o movimento de pessoas e de estabelecimentos comerciais e de serviços. Isso acaba qualificando a região - afirma o vice-presidente Comercial da Cury, Leonardo Mesquita.

O Globo, 15/mar