segunda-feira, 31 de março de 2014

Metrô: estado muda o projeto de ponte na Barra da Tijuca


O plano de expansão do metrô da Zona Sul à Barra da Tijuca contava com alguns detalhes ambiciosos. Uma das propostas era que a ponte estaiada, sobre a Lagoa da Tijuca, fosse um marco arquitetônico do projeto. Durante as obras, foi anunciado que a tarefa caberia ao arquiteto espanhol Santiago Calatrava, responsável por projetos como o Museu do Amanhã, a Gare do Oriente (Lisboa) e a Cidade das Artes e das Ciências (Espanha). O canteiro de obras foi instalado no fim de janeiro, mas sem a marca de Calatrava. Na sexta-feira, o Consórcio Rio Barra informou que decidiu, em conjunto com o estado, não mais adotar o projeto do profissional espanhol. Sem detalhar valores e cronogramas, informou apenas que o projeto apresentado por Santiago Calatrava "não atendia às premissas de otimização de custos e de prazo, necessárias a uma obra pública".

O Consórcio Rio Barra não divulgou quanto será gasto na nova versão da ponte estaiada, que deverá ser concluída até dezembro de 2015. No entanto, o grupo informou que o projeto está incluído no orçamento total de R$ 8,5 bilhões - valor que está sendo gasto ainda na construção de seis novas estações do metrô, a serem inauguradas em 2016.

Obras estão previstas para terminar até o fim de 2015

A ponte estaiada vai ligar a estação Jardim Oceânico, na Barra, ao túnel escavado no Morro do Focinho do Cavalo até São Conrado. O projeto, que começa a sair do papel, foi assinado pela equipe do próprio Consórcio Rio Barra. Conceitualmente, o novo trabalho tem algumas diferenças da proposta original de Calatrava. A expectativa é que os trabalhos terminem até dezembro de 2015.

Na ponte, os trens circularão numa velocidade um pouco menor que a média, pois as composições estarão se aproximando ou se afastando da estação Jardim Oceânico. O projeto prevê ainda que os trens trafeguem, em alguns pontos, a 8,5 metros acima da Lagoa de Jacarepaguá. Ao todo, a estrutura terá 417 metros de extensão e 13,9 metros de largura. Haverá duas faixas: uma para as composições que seguem em direção à Barra e a outra para Zona Sul. Está prevista ainda iluminação cênica.

A solução apresentada por Calatrava, de acordo com o que foi divulgado no ano passado, era diferente. A estrutura teria 220 metros, dos quais 190 em vão livre. A largura seria de 10,5 metros, ficando nove metros acima do nível da lagoa. A ponte seria em aço com dispositivos antivibração e antirruído.

Sem interdições no trânsito

As obras começaram em fevereiro. Este mês, foi a vez do início da instalação dos pilares de sustentação da estrutura. Na fase inicial, não estão previstas interdições no trânsito. Segundo o consórcio, os trabalhos também não criarão transtornos à prática de esportes náuticos na lagoa.

O projeto prevê a construção de seis estações, que já estão em andamento - cinco serão abertas até as Olimpíadas, em agosto de 2016: Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. A estação da PUC/Gávea também se encontra em obras, mas deverá ser entregue só após as Olimpíadas, já que não estava prevista para o evento. No Jardim Oceânico, o metrô será integrado ao BRT Transoeste, cujo traçado será ampliado a partir do Terminal Alvorada. A licitação já foi feita, mas a prefeitura ainda não definiu a data do início das obras.



O Globo, Luiz Ernesto Magalhães, 30/mar

sexta-feira, 28 de março de 2014

Paes apresenta protótipo do VLT que será usado no Centro do Rio


Quem quiser saber como será o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que começa a entrar em operação no Centro e na Região Portuária da cidade no segundo semestre de 2015, pode conferir um protótipo do modelo nos galpões da Gamboa. O novo transporte, que integrará barcas, aeroporto, trens, metrô, teleférico, ônibus convencionais e BRTs, foi apresentado nesta quinta-feira pelo prefeito Eduardo Paes.

O protótipo do VLT ficará exposto para visitação pública todos os dias da semana, entre 9h e 20h. O espaço fica na Rua da Gamboa, entre os galpões ferroviários, na Região Portuária, próximo ao Túnel Ferroviário do Morro da Providência.

- De todas as intervenções de infraestrutura que estão sendo feitas na cidade, a mais importante é essa aqui, que é a recuperação do Centro do Rio e da Zona Portuária. O VLT é uma espécie de resumo de tudo aquilo que tem que ser feito no campo da mobilidade na cidade, que é uma mobilidade que não interessa só à cidade, mas também à Região Metropolitana. A principal função dele é integrar todos os transportes que chegam ao Centro. O ideal é que você tenha um meio de locomoção dentro do Centro que não seja automóvel nem ônibus - disse Paes.

De acordo com o prefeito, a expectativa é que o VLT esteja operando com toda sua capacidade no primeiro semestre de 2016. O sistema, porém, começa a entrar em circulação no segundo semestre de 2015. De acordo com o subsecretário de Parceria Público-Privada, da Casa Civil, Jorge Arraes, o primeiro trajeto a entrar em operação será o que vai da Rodoviária Novo Rio à Central (Estação Praia Formosa). O VLT vai circular durante 24 horas no Centro e na Região Portuária e terá capacidade para transportar 285 mil pessoas por dia. O sistema compreende 28 quilômetros de percurso, com seis linhas e 46 pontos (42 paradas e quatro estações). Os usuários poderão utilizar o novo sistema de transporte com o Bilhete Único Carioca.

- O VLT carioca é um dos mais modernos do mundo em termos de tecnologia ferroviária. Ele vai resgatar toda a beleza do antigo bonde - avaliou o presidente do consórcio VLT Carioca, Cláudio Andrade.

O VLT é uma espécie de bonde moderno elétrico, que não polui o meio ambiente. Ele foi projetado totalmente sem catenárias (cabos para captar energia elétrica em fios suspensos). O abastecimento de energia se dá pela combinação de um supercapacitor (fonte de energia) ao sistema APS (alimentação pelo solo), espécie de terceiro trilho, já implantado em diversas cidades europeias. A velocidade média do VLT será de 17 quilômetros por hora. Os veículos terão ar-condicionado com temperatura de 24 graus.

Transferência de tecnologia

Os cinco primeiros veículos de VLT serão importados da França. O fornecedor será a empresa francesa Alstom. Depois dessa primeira fase, outros 27 veículos devem ser produzidos no Brasil por meio de transferência de tecnologia. O projeto da prefeitura, que está sendo executado numa parceria público-privada (PPP), prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão. As obras começaram em março pelo Túnel Ferroviário, sob o Morro da Providência. A expectativa é que todas as etapas estejam concluídas até o fim de 2015.



O Globo, 28/mar

quinta-feira, 27 de março de 2014

Opinião de cariocas e atrasos em obras 'reprovam' secretarias


A percepção dos cariocas acerca do trabalho feito pela prefeitura e atrasos em alguns dos principais projetos de infraestrutura conduzidos pelo município jogaram para baixo a avaliação do desempenho de dez dos 43 órgãos do município avaliados no ano de 2013. Os órgãos mais mal avaliados foram a Secretaria especial de Proteção e Defesa dos Animais, com nota 2,4; a Fundação RioÁguas, com nota 3; e a Secretaria especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, com nota 3,4. Embora tenham tido um desempenho melhor, secretarias como a de Cultura e a de Habitação, além da GeoRio, da RioTur e da RioLuz, que receberam notas entre 5 e 6,9, não conseguiram alcançar as metas estipuladas por elas mesmas.

- Tivemos muitas secretarias que se destacaram, com ótimos desempenhos, e secretarias com resultados um pouco abaixo do que se esperava. A RioAguas, por exemplo, esbarrou na complexidade das obras na Praça da bandeira, que tiveram várias revisões dos seus projetos. A própria Secretaria de Conservação teve dificuldade de bater suas metas por causa da percepção dos cariocas em relação a serviços como o tapa-buracos - afirmou o Secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho.

Para exemplificar metas não cumpridas, ele lembrou dos atrasos nas obras da Transoeste e a incapacidade de manter a taxa de ocupação dos hotéis acima de 80%, acompanhando a oferta de quartos (a taxa de ocupação ficou em 71,8%). As duas metas afetaram o desempenho das secretarias de obras e da RioTur, respectivamente. A de obras, que bateu a meta com nota 8.3 devido a um recurso aceito ontem, chegou a ser avaliada em 6,9.

Pedro Paulo, porém, ressaltou que a média da avaliação de todos os órgãos ficou em 8,1 - excluindo-se a nota da Secretaria de Educação, cuja avaliação só será divulgada no segundo semestre.

O programa, criado em 2009, confere notas de zero a dez a secretarias, autarquias e empresas municipais de acordo com metas estabelecidas no ano anterior. A avaliação leva em conta critérios objetivos, como cronogramas de obras e índices de saúde, e outros, subjetivos, como a percepção do cidadão captada pelo 1746, a central de atendimento da prefeitura.

- Em 2013, nós aprofundamos a participação do 1746 dentro do sistema de metas. Dada a complexidade do serviço de atendimento e da riqueza de informações e indicadores, conseguimos botar o que chamamos de metas de percepção. Depois que um chamado de um estacionamento irregular é atendido, temos como captar se a pessoa ficou satisfeita ou não com o serviço. Isso é incluído neste sistema de metas para que a Secretaria de Ordem Pública seja avaliada - acrescenta.

Bônus para funcionários

Funcionários dos órgãos que obtiveram nota maior que 8 ganham um bônus que varia de 0,5 a dois salários. Segundo a Casa Civil, 82,5% dos servidores municipais, cerca de 93,4 mil, terão direito ao benefício, que custará aos cofres públicos cerca de R$ 200 milhões.

Segundo Pedro Paulo, a Comlurb, que ainda não participa do programa, passará a ser avaliada a partir do próximo ano.

Em 2013 foram estipuladas 222 metas. E, de acordo com a prefeitura, os órgãos mais bem avaliados foram a Empresa Olímpica Municipal, a Procuradoria do município, a Secretaria de Urbanismo e o PreviRio, instituto de previdência do município, todos com nota dez.

O resultado da avaliação será apresentado hoje ao Conselho da Cidade, grupo que acompanha a execução do Plano Estratégico.

Algumas avaliações

Fundação RioÁguas - nota 3

Avaliação derrubada por atrasos nas obras na Praça da Bandeira, creditados a "imprevisibilidades" do projeto.

Secretaria de Defesa dos Animais - nota 2,4

Segundo a prefeitura, a morte do secretário, Claudio Cavalcanti, ocorrida em setembro, afetou o desempenho da pasta.

Secretaria de Envelhecimento Saudável - nota 3,4

Metas muito ambiciosas assumidas pela secretaria teriam causado a nota baixa.

RioLuz - nota 6,2

A empresa conseguiu manter o índice de falta de energia na cidade dentro do padrão mundial (até 2%). Mas a percepção dos cariocas a respeito do serviço derrubou o desempenho do órgão.

RioTur - nota 5,1

Desempenho afetado pela taxa de ocupação hoteleira.



O Globo online, 26/mar

quarta-feira, 26 de março de 2014

Os brasileiros arrematam as mansões suspensas de Miami


É cena de filme sobre milionários. O morador chega ao prédio, um portentoso edifício cilíndrico de 200 metros de altura, e, sem precisar atravessar um hall de entrada, entra com o carrão no elevador panorâmico e privativo que o transporta até a entrada da residência. Ao desembarcar no andar, ele se depara com um imóvel de altíssimo padrão. A porta principal é aberta a partir de um comando de voz. Da sala de visitas, o automóvel pode ser apreciado através de uma parede de vidro, que divide os cômodos do apartamento de 1.579 metros quadrados, quatro andares, com uma piscina em cada varanda e cozinha gourmet com vista espetacular para o mar.

Para milionários brasileiros, o enredo descrito acima não será mais ficção. Trata-se de pura realidade para quem adquirir uma unidade no Porsche Design Tower Miami, um edifício residencial situado na praia de Sunny Isles, uma das mais belas e requisitadas regiões no sul da Flórida, previsto para ficar pronto em 2016. Dos 132 apartamentos disponíveis para reserva a partir de 2012, 110 já foram vendidos ? 30% deles para brasileiros que desembolsaram pelo menos US$ 5 milhões, valor do apartamento mais barato. ?Começamos a perceber que os brasileiros queriam apartamentos diferenciados em Miami. E procuramos fazer ofertas para esse público?, disse à ISTOÉ Luciene Cofrese, vice-presidente de vendas internacionais do Porsche Design Tower Miami.

De acordo com os idealizadores do edifício de alto luxo, os imóveis, construídos em princípio para a classe média alta dos EUA, não estavam suficientes para suprir outra demanda que surgia: a dos endinheirados latino-americanos, entre os quais brasileiros. Por volta de 2010, esses clientes começaram a buscar apartamentos mais amplos, com mais de quatro suítes, para toda a família, e serviços de alto luxo. Foi percebendo essa tendência que o empresário Gil Dezer, um dos maiores incorporadores de Miami, realizou uma parceria com a marca de carros Porsche e lançou o empreendimento.

A influência latino-americana nos apartamentos é tão grande que todos eles possuem dependências de empregada doméstica ? um serviço que não costuma ser requisitado pelos americanos. Percebemos a demanda dos brasileiros e fomos ao País em reuniões privadas no escritório dos interessados. São clientes muito exclusivos?, afirma Luciene. Os compradores são, em sua maioria, empresários em busca de um local para passar férias com a família. A preferência por Miami se dá por uma mistura de fatores, entre eles o clima tropical, a praia e a facilidade com os idiomas presentes na cidade ? além do inglês, há forte presença do castelhano e do português. A segurança é também um dos principais atrativos, pois, em qualquer horário, pode-se caminhar sozinho pela praia ou desfilar com conversíveis sem ter de se preocupar com assaltos.


O Porsche Tower fica situado também em um local estratégico. O bairro de Sunny Isle Beach fica a dez quilômetros do centro de Miami e, por ter um menor número de frequentadores, se torna preferência de muitas famílias brasileiras. O edifício ainda ostenta outras extravagâncias capazes de atrair quem tem muito dinheiro no banco. Na área de lazer, há um andar completo dedicado aos colecionadores de carros, sala de yoga com vista para o mar, cinema, simuladores de golfe e adegas privativas. ?Além disso, pessoas famosas podem ter muita privacidade. Só é visto quem quer?, diz Pedro Pinto CEO da Spectrum Realty Group, corretora de imóveis de alto luxo localizada em Miami. Mas o Porsche Tower não é o único edifício que entrou na onda dos milionários brasileiros. 

O St. Regis, que fica em Bal Harbour, Miami Beach, possui apartamentos que são vendidos por cerca de US$ 8 milhões. ?O brasileiro que tem esse poder aquisitivo quer o top, não o mediano?, diz Jaime Suarez, corretor da empresa Juarez Realtors. Em dois anos, a empresa vendeu 45 apartamentos em Miami, 90% deles para brasileiros.



IstoÉ, 26/mar

terça-feira, 25 de março de 2014

Estacionamentos do Rio terão licitação em breve


O edital de licitação para 38 mil vagas de estacionamentos na capital fluminense será lançado até maio, anunciou ontem o secretário-chefe da Casa Civil da Prefeitura, Pedro Paulo Carvalho, durante palestra reunião do Conselho Diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), na sede da entidade, no Centro. De acordo com Pedro Paulo, a aplicação de tecnologia para a utilização das vagas será critério importante na disputa, que será concedida em dois lotes.

Pelo projeto da prefeitura, a empresa vencedora será obrigada a instalar parquímetros, dispositivos eletrônicos que fazem o controle das vagas, com o pagamento sendo feito por meios eletrônicos, como cartões pré-pago ou de crédito. As tarifas, por sua vez, serão variáveis, ou seja terão um valor para cada região. Atualmente, existem 9 mil vagas de estacionamento na Zona Sul, cuja concessão está sob responsabilidade da Embrapark.

"Desta vez será algo totalmente diferente, baseado no modelo de tecnologia utilizado em São Francisco e em Nova York", disse o secretá-rio, citando duas importantes cidades norte-americanas como referência.


Pedro Paulo adiantou também que a licitação dos cemitérios da cidade deve sair na próxima semana. Segundo ele, a expectativa da prefeitura é que o edital seja liberado ainda hoje pelo Tribunal da Contas do Município (TCM) e o mesmo prevê que o período de transição da administração, atualmente com a Santa Casa da Misericórdia, deverá durar cerca de seis meses.

PPPs

O titular da Casa Civil detalhou ainda os investimentos em Parceria Público-Privada (PPP) em andamento na capital fluminense, com destaque para o projeto Porto Maravilha, que prevê investimentos de aproximadamente R$ 7 bilhões na revitalização da região portuária.

Além do Porto Maravilha, o secretário também citou a construção do BRT Transolímpica que, de um investimento total de R$ 1 bilhão, terá R$ 700 milhões de investimentos privados. O projeto, que ligará a Barra da Tiju- ca, na Zona Oeste, a Deodoro, na Zona Norte, terá quilômetros de extensão e 18 estações. O secretário confirmou ainda que, ao contrário de outros BRTs, a via também poderá receber carros. A passagem destes veículos, no entanto, será cobrada por meio de pedágios. Já os coletivos que circularão nos corredores expressos não pagarão taxas.

Durante o evento na ACRJ, a mineradora Vale foi homenageada com a entrega de uma placa ao diretor da Vendas América e Administraçã de Minério de Ferro, Robert Gottschalk, além da entrega de diplomas e carteiras aos novos associados. Além de Gottschalk e do secretário d casa civil, a mesa debatedor também foi composta pelo presidente da ACRJ, Anteno Barros Leal, e pelo benemérito e ex-presidente da ACRJ, José Luiz Alquéres.



Jornal do Commercio, 25/mar

quinta-feira, 20 de março de 2014

Terrenos à venda


Eduardo Paes pediu autorização à Câmara de Vereadores para vender 21 terrenos da prefeitura. Só na Barra, são sete. No Leblon, está na lista uma área na Mario Ribeiro. Tem ainda terrenos no Recreio, Centro, Botafogo, Laranjeiras, Gamboa, entre outros bairros. Algumas das áreas seriam transformadas em escolas e praças.



O Globo, Gente Boa, 20/mar

segunda-feira, 17 de março de 2014

Burocracia encarece imóveis em 12%, aponta estudo


As barreiras burocráticas e regulatórias enfrentado pelo setor de Construção Civil eleva em 12% o valor final dos imóveis, um custo adicional que soma R$ 18 bilhões por ano, segundo estudo encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O porcentual de 12% é uma média entre todos os tipos de empreendimento, podendo chegar a até 31% no caso de projetos de loteamento. Ainda de acordo com o levantamento, em cinco anos, o total onerado poderia ultrapassar os R$ 100 bilhões.

"É importante ressaltar que esse custo recai não apenas sobre a indústria, mas, principalmente sobre o consumidor" afirmou, em entrevista ao Broadcast, o vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins. Segundo ele, o encarecimento médio de 12% reflete diretamente no valor final do imóvel pago pelos proprietários.

Algumas medidas já adotadas em algumas cidades brasileiras e modelos de outros países são apontadas no estudo como soluções práticas para o desenvolvimento do setor imobiliário no País. A informatização dos processos, a agilidade na aprovação de projetos e a uniformidade dos procedimentos realizados em cartório são algumas das alternativas propostas. "O estudo considera apenas o excesso nos processos de burocracia, aquilo que seria desnecessário, então, em teoria, é possível reduzir os 12% a zero", explicou o diretor da Abrainc, Renato Ventura.

Na avaliação dos dois especialistas, qualquer redução no custo burocrático dos imóveis seria repassado integralmente aos consumidores. "Pelo grau de concorrência que o setor tem, tudo que for ganho será repassado para o consumidor final", disse Martins.

Prazo

Ao Broadcast, Ventura destacou ainda a interferência da morosidade dos processos no tempo de entrega dos empreendimentos. O prazo médio que um imóvel financiado por meio do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo, leva para sair do papel é de cinco anos. Desses, dois seriam consumidos apenas pelos entraves burocráticos, afirma o estudo. "Além de reduzir os custos, com as propostas, o prazo para entrega dos imóveis cairia de 60 para 32 meses", afirmou Ventura.



Exame online, Gabriela Vieira, 16/mar

sexta-feira, 14 de março de 2014

Uma boa vizinhança


Na hora de comprar um imóvel, uma das perguntas que vêm à cabeça é: fica perto de onde? E tem transporte? É próximo a shopping? Pensando nisso, construtoras têm procurado terrenos que fiquem perto de pontos famosos, como shoppings, estádios, centros culturais e áreas de lazer, na expectativa de venda rápida e valorização.

"Desenvolvimento atrai mais desenvolvimento. No caso dos shoppings, quanto mais próximo o lançamento estiver dele, mais valorizada a unidade estará", destaca Mario Amorim, diretor-geral da Brasil Brokers no Rio.

Em frente ao NorteShopping, no Cachambi, por exemplo, Dom Condominium Club, da PDG, conta com 434 apartamentos, além de coberturas dúplex ou lineares. Já a Living, em parceria com a PDG, lançou o Carioca Residencial, próximo ao Shopping Nova América, em Del Castilho, e ao NorteShopping.

O Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, no Engenho de Dentro, é outro ponto que atrai a atenção das construtoras. No entorno dele, foram lançados o Elo Residencial Clube, do Grupo Avanço Aliados, e o Stadio Residencial, da Santa Cecília.

Já a CTV prepara para este semestre o lançamento de dois residenciais. Um deles ficará perto do Centro Cultural João Nogueira (Imperator), no Méier, e o outro em Sulacap, próximo ao shopping do bairro.

O Soho Residence, da Brookfield, na Barra da Tijuca, estará próximo à casa de shows, ao CasaShopping e ao Shopping Metropolitano.

O Parque Madureira e o Madureira Shopping serão os vizinhos de quem for trabalhar no Madureira Office Park, da MDL.



Meia Hora, Imóveis,13/mar

quinta-feira, 13 de março de 2014

Mercado imobiliário brasileiro é destaque na França


Durante o MIPIM, um dos maiores eventos mundiais do setor, comitiva brasileira apresenta oportunidades e perspectivas para potencializar a geração de negócios

O Brasil mais uma vez é destaque em um dos maiores eventos do mercado imobiliário mundial: o MIPIM, que ocorre dos dias 11 a 14 de março em Cannes, na França. Durante quatro dias de evento, a comitiva brasileira buscará o intercâmbio de informações entre mercados, apresentando as oportunidades e perspectivas do setor imobiliário brasileiro e também conhecer novos polos atrativos de investimentos.

Composta por 15 membros, a delegação brasileira conta com a presença de representantes do Sistema Cofeci-Creci, incluindo o presidente João Teodoro da Silva e também diretores e presidentes dos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis, entre eles: Flávio Koch, presidente do Creci-RS; José Augusto Viana Neto; presidente do Creci-SP, Manoel da Silveira Maia, presidente do Creci-RJ; Sérgio Sobral, presidente do Creci-SE; e Waldemir Bezerra de Figueiredo, presidente do Creci-RN.  A comitiva também é composta pelas empresas Kuser Participações S/A e Rio Branco Empreendimentos Imobiliários.

O primeiro dia foi marcado pela participação em painéis, palestras de boas -vindas e reuniões de negócios que possibilitam estreitar relações com outros mercados. Temas como Brasil, entre o risco e a confiança: gerencie o setor imobiliário para conhecer os seus objetivos; setor imobiliário em 2030, apresentação de projetos foram debatidos no decorrer do dia.

No dia 13, às 16h, ocorrerá a apresentação do painel sobre as perspectivas do mercado imobiliário brasileiro em ano de Copa do Mundo (Perspectives for Brazilian Real Estate on a World Cup Year"). O painel será ministrado pelo Vice-Presidente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) e presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto e pelo presidente da Kuser Participações S/A, Heitor Kuser.



Plenário, 13/mar

quarta-feira, 12 de março de 2014

Março é o mês dos resultados das imobiliárias


Há alguns anos vem se discutindo a existência ou não de uma bolha imobiliária no Brasil. Nesta polêmica, que parece não ter fim, é importante que se esclareçam três pontos fundamentais: a definição precisa do que é bolha imobiliária; os indícios reais de sua existência; e os efeitos colaterais na economia interna se acontecer um eventual "estouro da bolha".

Bolha imobiliária pode ser definida como aumento generalizado dos preços dos imóveis, não vinculado a fundamentos econômicos, dissociado das normais flutuações de mercado, e que aconteça por mera expectativa de aumento futuro, ou seja, por especulação.

No momento em que uma bolha começa a existir, o combustível para seu desenvolvimento é a concessão de crédito imobiliário irresponsável, condição para que a oferta aumente independente da demanda, e haja, portanto, um descolamento perigoso.

Um dos fatos apontados por analistas acerca do cenário brasileiro como indício da existência de bolha é a diminuição na rentabilidade da locação em função do preço dos imóveis. Na verdade, tal relação está ligada, diretamente, aos custos de oportunidade estruturados na economia do país, e não à eventual existência de bolha.

Se compararmos a rentabilidade de locação do Brasil com a de outros países isso fica claro. O "Global Properties Guide" publicou uma lista com a rentabilidade da locação versus os preços dos imóveis nos vários países do mundo em 2013. No Brasil, a rentabilidade média anual foi de aproximadamente 6,3%, maior que a de outros países nos quais claramente não existe bolha imobiliária - como França (3,6%), Áustria (3,8%), Suíça (2,9%), Inglaterra (2%), e Taiwan ( 1,5%).

Veja argumentos de quem afirma existir uma bolha imobiliária no país
Partindo da definição de bolha imobiliária, será que no Brasil os imóveis, em sua grande maioria, são adquiridos por investidores desinformados, que direcionam seus negócios guiados somente pela expectativa futura de valorização dos preços? Seguramente não.

Na Caixa Econômica Federal, agente financeiro que concentra aproximadamente 70% de todos os financiamentos imobiliários concedidos no País, mais de 70% dos mutuários adquirem seu primeiro imóvel para moradia e, nesta condição, não estão especulando. Além disso, a concessão de financiamento no Brasil é extremamente responsável. Nos Estados Unidos, enquanto a relação entre o valor do financiamento e o valor do imóvel chegava a 120%, aqui não ultrapassa a média de 65%.

Portanto, o mercado brasileiro opera em bases sólidas e alicerçadas em uma demanda consistente e baseada no bônus demográfico pelo qual o País atravessa. 

As flutuações de preço são efeitos normais de mercado e relacionados à oferta e demanda. Embora os preços tenham subido a taxas consideráveis nos últimos anos, esse movimento de alta representa um processo de recuperação. Se calcularmos o aumento dos preços dos imóveis nos últimos 10 anos e descontarmos a variação do INCC (Índice Nacional de Construção Civil), o aumento real foi de 55% em uma década. Essa variação não pode ser considerada preocupante.

E partindo para um raciocínio completamente absurdo: ainda que existisse uma bolha no Brasil, que um dia viesse a estourar, seus efeitos não se aproximariam aos dos Estados Unidos, onde a relação entre os financiamentos imobiliários e o PIB é quase dez vezes maior do que no Brasil.



Infomoney, 12/mar

terça-feira, 11 de março de 2014

Arco sustentável


O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro vai contar com um projeto de iluminação sustentável, incluindo postes de luz alimentados por painéis solares. O governo estadual havia aberto a licitação para a contratação, mas a concorrência foi suspensa no dia 25 de fevereiro. A nova data provável é 15 de março, mas ainda não está confirmada.



Jornal do Commercio, Marcia Peltier, 10/mar

Debaixo da escada

Não importa qual é o tamanho da sua casa: o espaço embaixo da escada pode, sim, ser muito bem aproveitado. Aqui, algumas ideias espertas do que fazer para utilizar o vão sob os degraus. Dá para embutir uma adega e até usar como espaço para guardar a bike!


Na casa do arquiteto Mauricio Karam, a escada em caracol deu lugar a uma mais estreita. Feita de chapas de ferro dobradas, tem apenas 85 cm de comprimento e é do modelo Santos Dumont, cujos degraus são alternados. Sob ela, um aparador baixinho organiza revistas e livros.


A peça dupla criada pela arquiteta Gabriela Marques ocupa toda a profundidade do vão embaixo da escada. Uma parte é móvel e se encaixa na área com 2 m de altura. De MDF laqueado, tem rodízios de silicone escondidos e nichos.


A escada metálica, fixa na estrutura de mesmo material, contrasta com a madeira e o estilo do buffet anos 1960 e com o aparelho telefônico retrô. Ainda sob os degraus, os moradores colocaram uma miniadega e alguns castiçais.


O espaço embaixo da escada de concreto expõe as coleções dos moradores: o cartaz de uma corrida em Paris, o armário de farmácia com as miniaturas de carros e o carrinho de chá retrô, que armazena as garrafas de cachaça envelhecida na cobertura da casa, com projeto assinado pelo escritório Casa 14 Arquitetura.


Escada dois em um: o vão embaixo foi aproveitado com a criação de colmeias, de 10x10 cm, para acomodar garrafas e bebidas. O visual ficou limpo graças à utilização da madeira freijó-linheiro, que também é usada na escada.


Como o apartamento é pequeno, o morador não tinha um lugar apropriado para guardar a bike. Por isso, aproveitou o espaço embaixo da escada, onde o veículo fica pendurado num suporte.


Este escritório fica na suíte de um casal. O ambiente é acessado por uma escada e o espaço embaixo dela foi preenchido com nichos que ajudam a organizar os livros.


A escada de madeira maciça ipê champanhe ganhou mais uma função no projeto da arquiteta Marina Linhares: ela guarda livros na área ociosa, embaixo dos degraus.


Um pequeno armário funciona como bar no vão da escada, ao lado da sala de jantar. Sobre o móvel, a decoradora Luciana Colesanti apoia a bandeja com as bebidas. Para que a parede não ficasse vazia, ela preencheu o espaço com quadrinhos e enfeites.


Para aproveitar o vão sob a escada, a arquiteta Cristina Bozian estendeu à direita a prancha que compõe o patamar e vai até a parede, também de madeira. Ali, funciona um charmoso bar.


Disposto nos dois lances perpendiculares, o guarda-corpo de vidro protege quem sobe ou desce. Ele vai bem com o tampo do mesmo material na mesa de jantar posicionada junto ao vão da escada, que foi aproveitado com um aparador.


Os guarda-corpos de aço e vidro deram transparência e luminosidade à área. No vão, abaixo, houve espaço para um vaso turco, além do aparador transparente e do espelho veneziano preso à parede.


Por não serem muito altos, o baú e o pequeno armário, ambos de madeira, não poluem o visual no estreito espaço entre o vão da escada e a porta. Sobre o móvel, a moradora dispôs ainda um quadro e pequenos objetos de decoração.


Casa e Jardim - 11/03/2014

segunda-feira, 10 de março de 2014

Desaceleração no índice do aluguel


É o segundo mês seguido que a taxa registra desaceleração - de dezembro para janeiro, o indicador tinha passado de 0,60% para 0,48%. No ano, o índice registra 0,87% e, em 12 meses, 5,76%. Em fevereiro de 2013, a variação fora de 0,29%.



O Globo, 09/mar

sexta-feira, 7 de março de 2014

Não existe bolha imobiliária no Brasil


O mercado imobiliário brasileiro está ou não vivendo uma bolha em função de dois grandes eventos: Copa do Mundo e Jogos Olímpicos de 2016? Para alguns economistas que trabalham no setor, esta tese se confirma uma vez que imóveis colocados à venda, principalmente na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro estão com preços superfaturados. Isso, sem mencionar o setor de locação que segue a mesma tendência.

No entanto, há outros especialistas que são contrários e afirmam que tudo não passa de uma acomodação de preços e valorização de áreas que estão recebendo investimentos públicos e privados. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Roberto Kauffmann, descarta qualquer possibilidade de o setor estar passando por bolha em função desses eventos. Em entrevista exclusiva ao MONITOR MERCANTIL, fala sobre esse tema e outros que são de grande importância para o segmento, como os investimentos na Zona Portuária do Rio.

Segundo alguns economistas há ou não uma bolha no setor em função da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos?

- Não existe no Brasil possibilidade de bolha. Isso se deve quando são feitos mais de um empréstimo sobre o mesmo imóvel, o que ocorre principalmente nos Estados Unidos. A legislação brasileira não permite o que ocorre lá fora.

A Zona Portuária do Rio, que está recebendo grandes obras, é uma boa opção para se investir no mercado imobiliário e/ou construção?

- Sim, para instalações de uso misto (escritórios, lojas, hotéis, shoppings, apart-hotéis). A área do Porto Maravilha é de 5 milhões de m².

Essa revitalização que o governo municipal está fazendo no centro da cidade e na área do porto atrai as construtoras?

- Atrai muito devido ao projeto, que é muito bem elaborado e significará uma área central bem moderna e diversificada.

A Zona Portuária tem capacidade (área disponível) para grandes empreendimentos?

Sim, e já estão ocorrendo.

Além do Centro, quais outras áreas que o setor pode investir?

- As áreas dos corredores de mobilidade urbana: Transoeste, Transcarioca, Transbrasil e Transolímpica.

O aumento das taxas de juros dificulta a venda de imóveis?

- Não, as taxas dos financiamentos são reguladas e não estão sendo elevadas.

Como a Zona Portuária terá uma via expressa por baixo da terra (o Mergulhão), as demais ruas locais são antigas e estreitas para o trânsito pesado e não há metrô na região, o acesso aos novos empreendimentos não poderá ser dificultado? E isso poderá prejudicar novos empreendimentos?

- De forma nenhuma. Sugiro ver no galpão construído na área portuária pela concessionária Porto Novo as maquetes, inclusive eletrônicas que apresentam detalhadamente todo o projeto.



Monitor Mercantil, 06/mar