segunda-feira, 31 de março de 2014

Metrô: estado muda o projeto de ponte na Barra da Tijuca


O plano de expansão do metrô da Zona Sul à Barra da Tijuca contava com alguns detalhes ambiciosos. Uma das propostas era que a ponte estaiada, sobre a Lagoa da Tijuca, fosse um marco arquitetônico do projeto. Durante as obras, foi anunciado que a tarefa caberia ao arquiteto espanhol Santiago Calatrava, responsável por projetos como o Museu do Amanhã, a Gare do Oriente (Lisboa) e a Cidade das Artes e das Ciências (Espanha). O canteiro de obras foi instalado no fim de janeiro, mas sem a marca de Calatrava. Na sexta-feira, o Consórcio Rio Barra informou que decidiu, em conjunto com o estado, não mais adotar o projeto do profissional espanhol. Sem detalhar valores e cronogramas, informou apenas que o projeto apresentado por Santiago Calatrava "não atendia às premissas de otimização de custos e de prazo, necessárias a uma obra pública".

O Consórcio Rio Barra não divulgou quanto será gasto na nova versão da ponte estaiada, que deverá ser concluída até dezembro de 2015. No entanto, o grupo informou que o projeto está incluído no orçamento total de R$ 8,5 bilhões - valor que está sendo gasto ainda na construção de seis novas estações do metrô, a serem inauguradas em 2016.

Obras estão previstas para terminar até o fim de 2015

A ponte estaiada vai ligar a estação Jardim Oceânico, na Barra, ao túnel escavado no Morro do Focinho do Cavalo até São Conrado. O projeto, que começa a sair do papel, foi assinado pela equipe do próprio Consórcio Rio Barra. Conceitualmente, o novo trabalho tem algumas diferenças da proposta original de Calatrava. A expectativa é que os trabalhos terminem até dezembro de 2015.

Na ponte, os trens circularão numa velocidade um pouco menor que a média, pois as composições estarão se aproximando ou se afastando da estação Jardim Oceânico. O projeto prevê ainda que os trens trafeguem, em alguns pontos, a 8,5 metros acima da Lagoa de Jacarepaguá. Ao todo, a estrutura terá 417 metros de extensão e 13,9 metros de largura. Haverá duas faixas: uma para as composições que seguem em direção à Barra e a outra para Zona Sul. Está prevista ainda iluminação cênica.

A solução apresentada por Calatrava, de acordo com o que foi divulgado no ano passado, era diferente. A estrutura teria 220 metros, dos quais 190 em vão livre. A largura seria de 10,5 metros, ficando nove metros acima do nível da lagoa. A ponte seria em aço com dispositivos antivibração e antirruído.

Sem interdições no trânsito

As obras começaram em fevereiro. Este mês, foi a vez do início da instalação dos pilares de sustentação da estrutura. Na fase inicial, não estão previstas interdições no trânsito. Segundo o consórcio, os trabalhos também não criarão transtornos à prática de esportes náuticos na lagoa.

O projeto prevê a construção de seis estações, que já estão em andamento - cinco serão abertas até as Olimpíadas, em agosto de 2016: Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. A estação da PUC/Gávea também se encontra em obras, mas deverá ser entregue só após as Olimpíadas, já que não estava prevista para o evento. No Jardim Oceânico, o metrô será integrado ao BRT Transoeste, cujo traçado será ampliado a partir do Terminal Alvorada. A licitação já foi feita, mas a prefeitura ainda não definiu a data do início das obras.



O Globo, Luiz Ernesto Magalhães, 30/mar