Dizer que os preços de imóveis estão altos no Rio de Janeiro já virou redundância. Alguns, entretanto, ainda conseguem surpreender. É o caso de um apartamento anunciado num dos prédios mais cobiçados e caros do país: o Cap Ferrat, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema. De quanto estamos falando? Nada menos que R$ 70 milhões.
Ricardo Whitaker, da imobiliária Whitaker & Monteiro, que publicou o anúncio, não dá detalhes sobre o imóvel em questão, mas explica que no edifício as unidades têm, geralmente, quatro suítes, sendo que a master é dupla. Além disso, há uma piscina dentro dos apartamentos e de três a quatro vagas de garagem. A área interna é de 530 metros quadrados, o que daria um metro quadrado de R$ 125 mil, além de 170 metros quadrados de varanda. O condomínio custa cerca de R$ 23 mil.
- O mercado de alto luxo é bem específico e trabalha com base no sigilo - explica Whitaker, ressaltando que até mesmo o acesso ao imóvel para interessados é restrito. - Nós primeiro fazemos uma ficha cadastral e verificamos dados dos clientes para ver se realmente podem pagar, antes de iniciar uma negociação.
Segundo ele, apesar do mercado imobiliário mais lento em função do cenário econômico atual, o alto luxo no setor tem liquidez:
- São imóveis bem específicos, então, quando há uma oferta num prédio como este, quem tem interesse e condições, vai comprar. Não perderá a oportunidade que é única.
Para o vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), Leonardo Schneider, apesar de ser um produto muito exclusivo e cobiçado, o valor está bem acima dos registrados nas negociações recentes feitas no edifício "coqueluche".
- Apesar de ser uma compra ligada ao emocional, até mesmo inatingível, o que temos encontrado lá é um metro quadrado próximo a R$ 70 mil. O valor de R$ 70 milhões, considerando a metragem média dos apartamentos, é quase o dobro do que temos visto, mesmo sendo um Cap Ferrat. Mas aí é a estratégia para negociar. Por ser exclusivo e bem desejado, os preços são altos mesmo - afirma.
E se você acha que R$ 70 milhões já é muito, segundo Schneider, a cobertura, se anunciada, poderia chegar ao teto de R$ 90 milhões.