Quem passa pelas obras da Linha 4 do metrô, na altura do Jardim Oceânico, pode constatar que os trabalhos se encaminham para a fase final. Já é possível ver como vai ficar a região quando as primeiras composições começarem a passar pela ponte estaiada. Uma incógnita, porém, permanece: ao cair da noite, como ficará a iluminação? Quem tem a resposta está no escritório de light design Peter Gasper e Associados, responsável pelo projeto, que deve terminar até julho deste ano, junto com as obras do metrô.
- Estamos esperando as luminárias chegarem para instalá- las na ponte e vermos se elas estão de acordo com o que se espera do projeto, porque o fornecedor mudou - explica a coordenadora de projetos do escritório, Liane Catanhede.
Ela diz que, se tudo correr bem no período de testes, serão necessários mais 90 dias até a conclusão da instalação dos equipamentos, de LED. O Consórcio Construtor Rio Barra, responsável pelas obras, informa que as luminárias chegarão em março e afirma que elas atendem às especificações do projeto.
Normalmente, um teste deste tipo não traria tanta tensão, mas o trabalho carrega o peso de ser um dos últimos deixados por Peter Gasper, que dá nome ao escritório. O especialista em iluminação morreu em maio do ano passado, aos 73 anos.
- Foi um dos últimos trabalhos do Peter. Queremos que tudo dê certo - conta Liane, acrescentando que, caso haja qualquer problema nesta fase, o escritório decidirá junto com o consórcio o que fazer.
A iluminação da ponte será similar à usada na Ponte do Saber, localizada na entrada do campus da UFRJ na Ilha do Fundão, que também teve projeto feito por Gasper. O escritório está acostumado a grandes projetos: é responsável pela iluminação do Cristo Redentor, do Planalto Central e da primeira edição do Rock in Rio, em 1985.
Ao contrário da iluminação do Cristo, a luz na ponte estaiada não será colorida. Segundo Liane, haverá diferentes tons de branco, para fazer variar a "temperatura". Quanto mais "fria", mais amarelada. Todas as bases serão iluminadas de baixo para cima, assim como os tirantes, que são os fios de metal ligando a viga central à ponte.
- Vai existir uma programação, para fazer a diferença de cor ficar mais evidente para quem passa por lá - conta Liane. - Essa programação é concebida para causar um efeito. Queremos que as luzes criem um movimento similar ao de se estar tocando uma harpa.
A decisão de quando a iluminação será estática e quando haverá luzes em movimento ficará a cargo do Rio Barra:
- Pode ser que o consórcio decida fazer a iluminação especial só em datas festivas. É mais um elemento cênico para tirar a dureza da construção, torná- la mais leve. Queremos dar um pouco de aconchego, para fazer o morador se sentir familiarizado com a ponte.