terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Projeções para a inflação melhoram


Os bons números de inflação divulgados na semana passada pelo IBGE levaram o mercado financeiro, consultado semanalmente pelo Banco Central (BC), a melhorar suas projeções para a variação dos preços tanto este ano quanto em 2017. Segundo o boletim Focus divulgado ontem, o grupo de analistas que mais acerta previsões, o chamado top 5, já acredita que o IPCA, índice oficial, fechará 2016 a 6,49%, dentro da meta cheia perseguida pelo BC.

O compromisso da autoridade monetária é que a inflação anual seja de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou menos. No ano passado, o IPCA fechou em 10,67%. O centro da meta foi entregue pela última vez em 2009.

Na média, os analistas reduziram a projeção para o IPCA pela quinta semana consecutiva, de 6,69% para 6,52% este ano. Para 2017, após quatro semanas sem alteração, a previsão caiu de 4,93% para 4,90%.

ALTA DE APENAS 0,7% DO PIB

A inflação está desacelerando rapidamente, o que abre espaço para a queda sustentável dos juros, como o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou ao GLOBO em entrevista publicada ontem.

Não à toa, o Focus registrou a manutenção da previsão de que a Taxa Selic caia dos atuais 13,75% para 10,5% ao ano no fim de 2017. Porém, os juros básicos mais baixos, que poderiam significar menos custo para renegociação de dívidas e tomada de empréstimos, não serão condição suficiente para animar a anêmica atividade econômica.

O Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter uma contração maior do que a esperada anteriormente pelos analistas: queda de 3,48%, em vez dos 3,43% estimados anteriormente para 2016. A recuperação está cada vez mais tímida em 2017, porque a retomada deverá ocorrer apenas no segundo semestre. A expansão de 0,8% já foi revisada para apenas 0,7%. Há alguns meses, a expansão aguardada superava 1%.

A cotação prevista para o dólar ao fim deste ano subiu, de R$ 3,35 para R$ 3,39. Para 2017, a expectativa é que a moeda americana seja vendida a R$ 3,45. A pequena valorização significa menos pressão sobre a inflação.



O Globo, Economia, 13/dez