quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Copacabana Palace agora é da rede Louis Vuitton


O conglomerado francês de luxo LVMH - Moët Hennessy Louis Vuitton fechou ontem acordo para adquirir a Belmond, empresa britânica proprietária e operadora de hotéis de luxo, como o Copacabana Palace, no Rio, e o Cipriani, em Veneza, por US$ 3,2 bilhões - US$ 2,6 bilhões em ações e o restante em dívidas. A LVMH, empresa que está por trás das marcas Louis Vuitton, Dior e Céline, entre outras, já tem hotéis como o Cheval Blanc, na prestigiosa estação de esqui de Courchevel, nos Alpes franceses, e a rede hoteleira Bvlgari. Além do Copacabana Palace, o acordo com a Belmond dará à LVHM outras propriedades, incluindo o único hotel na cidadela de Machu Picchu, no Peru, e o Hotel Splendido, em Portofino, na Riviera italiana.

A operação foi anunciada na véspera da inauguração, na frente principal do Copacabana Palace, de uma loja da Gucci, que pertence ao grupo Kering, concorrente do LVMH. -A relação (entre LVMH e Kering) vai ser comercial. A vinda da Gucci só agrega valor ao hotel. Vai ficar incrível. Quem sabe um dia a Louis Vuitton também abra uma loja, vamos ver - diz a diretora-geral do Copacabana Palace, Andrea Natal, que também comentou a mudança.

- O período de aquisição demora de quatro a seis meses. Para Paula Acioli, coordenadora do curso de Gestão Estratégica em Negócios de Moda da Fundação Getulio Vargas (FGV), a aquisição da rede Belmond é reflexo da mudança nos hábitos de consumo.

- Pesquisas comprovam que as novas gerações, muitas enriquecendo com startups que se transformam em negócios bilionários, preferem viagens e experiências, inclusive em hotéis de luxo, ao consumo de roupas de grifes ou joias. Como hotéis de alta categoria costumam hospedar joalherias e grifes de moda luxuosas, parte dos negócios do grupo LVMH, considero essa operação uma jogada de mestre - afirma Paula. quinta-feira.

Ontem, as ações da Belmond saltaram 39,8%, enquanto as da LVMH recuaram 1,5%. O grupo Belmond teve lucro de US$ 140 milhões antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) nos 12 meses encerrados em 30 de setembro, com receita de US$ 572 milhões. Aos 95 anos recém-completados, símbolo de elegância e glamour que projetou o Rio internacionalmente, o Copacabana Palace pertencia à família Guinle, que em 2012 vendeu o hotel à Belmond.


O Globo, Marcia Dizitzer, 15/dez