O mercado imobiliário brasileiro vive um momento de possível inflexão após uma crise sem precedentes nos últimos anos, ainda que o cenário macroeconômico siga desafiador, afirmou nesta terça-feira o presidente da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci-Brasil), Rodrigo Luna.
"Foram anos muito difíceis, em que o principal insumo para o nosso setor, que é a confiança, só foi ladeira abaixo… Esse é um momento importante, um momento de inflexão", disse Luna durante mesa redonda na sede do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
O vice-presidente de Relações Institucionais do Secovi-SP, Basilio Chedid Jafet, também tem uma perspectiva positiva para a indústria brasileira da construção: "Sentimos onda de otimismo varrendo o setor produtivo, com empresários falando em novos investimentos e as vendas no setor imobiliário recomeçando", disse.
De acordo com Jafet, o Secovi-SP espera encerrar o segundo semestre com resultados melhores no mercado imobiliário, após um primeiro semestre afetado pela greve dos caminhoneiros.
Outro fator que alimenta o otimismo, segundo ele, é a nomeação do presidente do sindicato, Flavio Amary, como secretário da Habitação do Estado de São Paulo pelo governador eleito João Dória. "Isso nos coloca mais próximos da nova gestão", destacou.
Jafet substituirá Amary na presidência do Secovi-SP, com mandato até o fim de 2019. Anteriormente, ele presidiu a Fiabci-Brasil entre 2011 e 2015.
Em breve aparição no evento, o futuro secretário da Habitação do Estado de São Paulo disse que focará os esforços na redução do déficit habitacional. "Dentro do programa de governo existem algumas ações propostas e é o que pretendo executar, como o cheque moradia, diminuição das favelas, processo de regularização fundiária, programa de locação social", comentou.
Amary acrescentou que também se empenhará para desburocratizar os processos de licenciamento para habitação, bem como ampliar a participação da iniciativa privada na produção de empreendimentos imobiliários, principalmente os destinados à população de baixa renda, por meio das chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs).
"A PPP faz parte do programa de governo e o objetivo é dar sequencia às PPPs que já estão em andamento do governo anterior e buscar outras alternativas também de PPPs que possamos usar para incentivar o investimento e trazer mais habitação para populações, principalmente de baixa renda", explicou Amary.