Ofertas iniciais de ações já movimentaram no ano mais de R$ 10 bilhões. Entre as empresa com pedido de IPO em análise estão Kalunga, Guararapes Painéis, Nadir Figueiredo, Privalia, Hospital Mater Dei e a W2W, dona da loja de vinhos Wine.
O mercado de ações brasileiro começou 2021 com uma nova leva de empresas abrindo o seu capital e listando suas ações na Bolsa. Desde o começo do ano, 13 companhias já fizeram o chamado IPO (oferta inicial de ações) e há ao menos outras 31 aguardando autorização para também estrear na B3.
A onda de IPOs segue movimento iniciado no ano passado, quando 28 empresas entraram na Bolsa brasileira. Foi maior número desde 2007, quando foram registradas 64 ofertas iniciais de ações.
De acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado acionário no país, os 13 IPOs já realizados neste ano movimentaram R$ 10,6 bilhões com a venda de novas ações. O último e o maior até aqui foi o da CSN Mineração, somando R$ 1,37 bilhão.
A abertura de capital é um dos caminhos das empresas para se capitalizarem e conseguirem financiar sua expansão ou pegar recursos para pagar dívidas mais caras, por exemplo. Na prática, os sócios cedem uma parte da empresa a investidores em troca de dinheiro. E quem compra uma ação se torna sócio do negócio.
IPOs de 2021 na B3 e valor movimentado
CSN Mineração: R$ 1,370 bilhão
Eletromidia: R$ 700 milhões
Orizon Valorização de Resíduos: R$ 381,4 milhões
Oceanpact Serviços Marítimos: R$ 919,9 milhões
Westwing Comércio Varejista: R$ 430,3 milhões
Cruzeiro do Sul Educacional: R$ 1,071 bilhão
Bemobi Mobile Tech: R$ 1.094 bilhão
Focus Energia Holding Participações: R$ 765 milhões
Jalles Machado: R$ 590,2 milhões
Mobly: R$ 777,8 milhões
Mosaico Tecnologia ao Consumidor: R$ 578,6 milhões
Intelbras: R$ 724,5 milhões
MPM Corpóreos: R$ 1,2 bilhão
Empresas com pedido de IPO em análise
Entre 31 empresas com pedido de IPO em análise estão Kalunga, Guararapes Painéis, Nadir Figueiredo, Privalia, Hospital Mater Dei e a W2W, dona da loja de vinhos Wine. A lista inclui companhias dos mais diversos setores, incluindo construção, varejo, tecnologia, saúde e saneamento.
Kallas Incorporações e Construções
Yuny Incorporadora Holding
Alphaville
CFL Inc Par
Urba Desenvolvimento Urbano
Grupo MPR Participações
W2W e-commerce de vinhos
Grupo Big Brasil
Grupo Fartura de Hortifrut
Estok Comércio e Representações
Paschoalotto Serviços Financeiros
Uni.co
Oleoplan - Óleos Vegetais Planalto
Boa Safra Sementes
CTC - Centro de Tecnologia Canavieira
Método Engenharia
Vittia Fertilizantes e Biológicos
Cortel Holding
Kalunga
Iguá Saneamento
Guararapes Painéis
Agrogalaxy Participações
Casa & Vídeo Brasil
CM Hospitalar
Nadir figueiredo
Blau Farmacêutica
LG Informática
Nova Harmonia
Privalia Brasil
Hospital Mater Dei
Entalpia Participações
Por outro lado, houve também empresas que desistiram neste mês do processo de IPO. Entre elas, Nortis Incorporadora e Construtora, EZ INC Incorporações Comerciais e Oceana Offshore.
Perspectivas para 2021
Na visão dos analistas, a tendência é que o mercado de IPOs continua aquecido ao longo do ano, com perspectiva de novas empresas entrando na fila de espera.
Em cenário de juros baixos e busca por maior rentabilidade, o número de investidores pessoas físicas na bolsa explodiu e praticamente dobrou no último ano. No final de janeiro, o número de CPFs ativos na B3 chegou a 3,3 milhões.
O número de empresas listadas na bolsa, entretanto, ainda segue distante do patamar dos anos 90, quando ações de mais de 600 companhias eram negociadas. Atualmente, são 448 empresas na B3. Nos EUA, por exemplo, são mais de 4.700 empresas na bolsa.
Retorno das ações das empresas estreantes
Levantamento da provedora de informações financeiras Economatica mostra que as empresas estreantes têm um histórico de valorização acima do Ibovespa nos primeiros meses de negociação, mas que também há casos de forte baixa no valor das ações.
Entre as 28 empresas que fizeram IPO no ano passado, 16 acumulam alta no preço das ações desde a oferta inicial até o fechamento de 12 de fevereiro, sendo a maior a da Locaweb (577%). Já a maior queda foi a da ação da Moura (-45,53%).
Entre as cerca de 150 empresas que abriram o capital desde 2004 e permanecem na Bolsa, a valorização média foi de 4,97% no primeiro dia, 6,48% no primeiro mês e 14,98% em 6 meses.
No acumulado em 12 meses, a rentabilidade média foi de 23,35%, mas cerca de 50 empresas tiveram desvalorização no período, com baixas de até 77%, de acordo com o levantamento.
Darlan Alvarenga, G1, 19/fev