quarta-feira, 8 de março de 2023

Ministro da Agricultura pede R$ 1 bilhão ao Tesouro para viabilizar linhas de crédito de curto prazo

Recursos deverão ser utilizados para bancar juros subsidiados para investimentos e custeio da safra. Medida pode liberar R$ 30 bi em empréstimos, segundo Carlos Fávaro.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pediu nesta quarta-feira (8) ao titular da Fazenda, Fernando Haddad, R$ 1 bilhão em recursos para bancar juros subsidiados para linhas de crédito de curto prazo ao setor agropecuário.

Segundo Fávaro, na ausência de recursos para essa finalidade – a chamada equalização de taxas de juros – o crédito está travado.

"O setor está há alguns meses com demanda reprimida de crédito. Alguns meses que não tem liberação das linhas de crédito para pré-custeio, para investimentos, Moderfrota, PCA [Construção e Ampliação de Armazéns], Pronampe. Todas as linhas de crédito estão represadas", disse.

De acordo com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teria autorizado o repasse, de modo que a liberação dos recursos depende apenas de formalidades técnicas. Ele informou que os valores poderão vir de novos recursos orçamentários, ou de remanejamentos.

O g1 entrou em contato com o Ministério da Fazenda e aguarda resposta. Segundo interlocutores da pasta, Haddad se comprometeu a enviar o pedido, que ele considera "justo", para análise da Junta de Execução Orçamentária.

Segundo o ministro Carlos Fávaro, a liberação de R$ 1 bilhão para equalização de taxas de juros vai possibilitar a liberação de R$ 30 bilhões em empréstimos bancários para investimentos, custeio da atual safra e pré-custeio da safra 2023/2024.

"Entendemos que será suficiente para chegarmos no próximo plano safra, para que os produtores possam tomar decisão neste momento de comprar seus equipamentos e insumos já pensando na nova safra", declarou.

Ele acrescentou que na próxima safra, que tem início nos próximos meses, será fortalecido o programa ABC, Agricultura de Baixo Carbono. "Será a linha mestra do nosso plano safra novo", concluiu.

Alexandro Martello, g1, 08/mar