De janeiro a outubro de 2023, o mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento de 23,5% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do indicador ABRAINC-FIPE, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
O bom desempenho das vendas foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O MCMV, em particular, apresentou aumentos de 27,3% no volume de unidades comercializadas e 37,9% no valor total de vendas ao longo dos dez meses. O segmento também registrou um crescimento significativo de 39,8% no valor de venda dos lançamentos.
Vale ressaltar que o resultado positivo do programa MCMV é reflexo das medidas de ajuste implementadas para ampliar o acesso à moradia para as famílias de menor renda. Além disso, sublinha a relevância de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda. Essa estabilidade possibilita oferecer taxas de juros mais baixas e parcelas acessíveis, tornando o programa acessível para famílias de menor poder aquisitivo.
O segmento de Médio e Alto Padrão também continua a apresentar bom desempenho nas vendas, com alta de 12,55% nas unidades comercializadas e 8,7% no valor de vendas. Esses números refletem o interesse crescente dos compradores em adquirir ativos imobiliários, antecipando uma valorização futura em todo o Brasil. Apesar de uma redução de 10,1% no valor total lançado nesse segmento, há uma indicação clara de uma readequação gradual nos níveis de estoque do Médio e Alto Padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 17 meses, contra os 24 meses registrados no início de 2023.
Luiz França, presidente da ABRAINC, destaca que os números consolidados dos primeiros dez meses de 2023 refletem as dinâmicas do mercado imobiliário brasileiro e a importância de programas habitacionais populares, como o Minha Casa Minha Vida, para enfrentar o déficit habitacional. Ele ressalta que "A performance do setor imobiliário em 2023 demonstra resiliência diante dos desafios enfrentados, incluindo a alta taxa do financiamento habitacional. Se o processo de redução da taxa Selic continuar em 2024, o setor da incorporação certamente desempenhará um papel de destaque no crescimento econômico e na geração de empregos, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento do Brasil".
ABRAINC, 31/jan