Nos últimos dias, um negócio recorde do mercado imobiliário chamou muita atenção no país. Tratou-se da venda de um prédio da Avenida Faria Lima, em São Paulo, para o banco Itaú, por aproximadamente 1,5 bilhão de reais. A instituição financeira planeja transferir sua sede para esse endereço. Foi a maior transação do tipo na história do país e representou também um bom exemplo de como o mercado de imóveis comerciais atravessa um bom momento.
Esse segmento é fortemente orientado pelos movimentos econômicos do país, pois costuma ter os ativos mais atrativos para investimento e renda recorrente. Muitos investidores têm a locação de salas e lojas comerciais como parte de sua renda mensal e estão sempre de olho em novas possibilidades para ampliar seus portfólios. Não por acaso, algumas incorporadoras costumam sempre desenvolver, junto com seus empreendimentos residenciais, prédios comerciais estritamente planejados para locação. Exemplos disso são a Idea Zarvos e a Luciano Whertein. Com essa estratégia, alimentam o caixa da empresa e tem a segurança de poder desenvolver novos projetos, além de passar por crises do mercado com muito mais calma, como foi a época da pandemia da COVID-19 que mudou bastante a realidade do mercado, quando muitas empresas fecharam suas portas e passaram a atuar de forma remota, com seus funcionários em homeoffice.
Forte valorização
Quem é proprietário de algum espaço comercial tem motivos para comemorar, pois o ano de 2023 fechou de forma muito positiva. No período, o aluguel nos prédios comerciais alcançou uma alta histórica. De acordo com o Indice FipeZap Comercial, a valorização acumulada dos preços de locação bateu 5.87%, o maior resultado anual desde o início do indicador em 2013. Entre as cidades analisadas pelo Indice FipeZap, Salvador liderou a alta dos preços do aluguel com registro de 13,03% no acumulado, seguido das cidades de Niterói com 9,46% e Campinas com 8,96%. O mercado imobiliário comercial deve manter um ritmo de crescimento moderado e continuará sendo uma ótima aposta para a carteira dos investidores em 2024.
A escolha por um endereço comercial segue uma cartilha diferente daqueles que buscam seu destino residencial. Enquanto as pessoas costumam escolher apartamentos e casas em locais mais tranquilos e reservados, a busca para ter seu local de trabalho é justamente o oposto. Ele precisa estar próximo a todas as facilidades de transporte, de comércio e de serviço para facilitar tanto a vida de quem vai estar presente no dia a dia da empresa, quanto para melhor atender os clientes. Outra característica que chama muita atenção de quem busca alugar um espaço comercial é que o prédio tenha atrativos tecnológicos e sustentáveis, como elevadores inteligentes e uso de energia verde.
Um ponto em comum com o mercado residencial é o peso de uma boa localização. Destinos financeiros consolidados como a Avenida Faria Lima, novo endereço do Itaú, são o sonho dos cartões de visita das empresas, pois acabam imprimindo status para a marca. Não à toa, os valores nesses lugares acabam se descolando muito da média em geral. Em breve, portanto, é possível que o recorde de 1,5 bilhão de reais seja superado.
Veja Mercado, 24/abr